The Economist – May 11th 2007
José Ramos-Horta, a Nobel peace laureate, wins the presidency
Bangkok - Last May, Timor-Leste descended into violence as its police and army collapsed, prompting the hasty dispatch of a UN peacekeeping force. This week, with UN troops and police patrolling the streets, the tiny nation of fewer than 1m people held a second, peaceful round of voting for a new president. The candidates in the run-off represented rival factions of the former resistance movement against Indonesia’s brutal occupation of what was then called East Timor. On Friday May 11th, the election commission announced that José Ramos-Horta had won a landslide victory over Francisco Guterres, a former guerrilla running under his nom-de-guerre, “Lu-Olo”.
The result, with Mr Ramos-Horta getting 69% to his rival’s 31%, is a crushing defeat for Mr Guterres’s Fretilin party, the resistance movement’s political wing which has governed the country since it gained full independence five years ago. It had looked increasingly likely after five of the six eliminated first-round candidates backed Mr Ramos-Horta. Mr Guterres, despite his credentials as a resistance fighter, was a lacklustre candidate, seen as the puppet of Fretilin’s real leader, Mari Alkatiri. Mr Alkatiri resigned as prime minister during last year’s violence, which he had triggered by sacking almost half of the army for going on strike. Since then Mr Ramos-Horta has been prime minister, in an uneasy cohabitation with Fretilin.
The outgoing president, Xanana Gusmão, once led the resistance’s armed wing but fell out with Fretilin years ago. He and his ally, Mr Ramos-Horta, criticise Fretilin for failing to solve deep poverty and unemployment, despite the money that has started rolling in from offshore oil and gas fields. Mr Ramos-Horta’s victory is the first stage in a planned job-swap with Mr Gusmão. In parliamentary elections next month, Mr Gusmão will seek the prime ministership, hoping to wipe out Fretilin’s majority with his new party, the National Congress for Timorese Reconstruction.
The size of Mr Ramos-Horta’s victory suggests this plan may well succeed. The question is how well Fretilin’s militants would accept losing the privileges of office. Towards the end of the presidential campaign, its hopes fading, Fretilin accused the Australian-led peacekeepers of helping their rivals. Mr Alkatiri even claimed that soldiers were carrying photos of Mr Ramos-Horta in their rucksacks to show to voters. However, after the results, a Fretilin spokesman said the party would accept defeat “with dignity”.
Mr Ramos-Horta portrays himself as a great healer. He jointly won the Nobel peace prize for his efforts as the resistance’s chief international spokesman. To impress the many Catholic voters his campaign featured photographs of him meeting Pope Benedict XVI. On his posters he posed in a black tunic, looking almost like a priest. He said winning the presidency would mean carrying a cross almost as heavy as Christ’s.
It will indeed be a considerable challenge to soothe the bitterness between Timor-Leste’s political factions and end the sporadic clashes between street gangs loosely associated with them. Only then will the tens of thousands who have been living miserably in refugee camps since last year’s violence feel safe to return home. Now is Mr Ramos-Horta’s chance to really earn that Nobel peace prize.
What might help to heal the nation is proper justice not just for the victims of last year’s violence but also for the thousands who died in 1999, when pro-Indonesian militias rampaged after the Timorese voted for independence. The UN says it will soon resume its investigation of the 1999 killings and will push for prosecutions. But the chances do not look good. Mr Gusmão and his successor as president are more keen on seeking good relations with Indonesia than on bringing its former military chiefs to trial.
domingo, maio 13, 2007
Timor-Leste's fresh start
Por Malai Azul 2 à(s) 21:38
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Nova partida de Timor-Leste
The Economist – Maio 11 2007
José Ramos-Horta, um laureado do Nobel da paz, ganha a presidência
Bangkok – Em Maio do ano passado, Timor-Leste caiu na violência quando colapsaram a sua polícia e forças armadas, levando ao destacamento rápido de uma força de manutenção da paz da ONU. Esta semana, ainda com tropas e polícias da ONU a patrulharem as ruas, a pequena nação de menos de um milhão de habitantes realizou a segunda pacífica volta de eleições para um novo presidente. Os candidatos à segunda volta representavam facções rivais do antigo movimento de resistência contra a brutal ocupação da Indonésia. Na Sexta-feira 11 de Maio, a comissão eleitoral anunciou que José Ramos-Horta tinha tido uma ampla vitória sobre Francisco Guterres, um antigo combatente da guerrilha que concorria com o seu nome de guerra “Lu-Olo”.
O resultado, com o Sr Ramos-Horta a obter 69% e o seu rival 31%, é uma grande derrota para o partido do Sr Guterres, a Fretilin, a ala política do movimento de resistência que tem governado o país desde que conquistou a independência completa há cinco anos atrás. Isso parecia crescentemente provável depois de cinco dos seis candidatos eliminados na primeira volta terem apoiado o Sr Ramos-Horta. O Sr Guterres, apesar das suas credenciais como combatente da resistência, era um candidato apagado, visto como uma marioneta do líder real da Fretilin, Mari Alkatiri. O Sr Alkatiri resignou do cargo de primeiro-ministro durante a violência do ano passado, que tinha desencadeado despedindo quase metade das forças armadas por terem entrado em greve. Desde então o Sr Ramos-Horta tem sido primeiro-ministro, numa desconfortável co-habitação com a Fretilin.
O presidente de saída, Xanana Gusmão, liderou em tempos a ala militar da resistência mas rompeu com a Fretilin há anos. Ele e o seu aliado, o Sr Ramos-Horta, criticaram a Fretilin por falharem em resolver a profunda pobreza e o desemprego, apesar do dinheiro que começou a entrar dos campos de petróleo e gás offshore. A vitória do Sr Ramos-Horta é o primeiro estágio numa troca planeada de cargoscom o Sr Gusmão. Nas eleições parlamentares no próximo mês, o Sr Gusmão tentará obter o cargo de primeiro-ministro, esperando derrotar a maioria da Fretilin com o seu novo partido, o Congresso Nacional de Reconstrução Timorense.
O tamanho da vitória do Sr Ramos-Horta sugere que este plano pode ter sucesso. A questão é como é que os militantes da Fretilin aceitarão perder os privilégios do gabinete. A caminho do fim da campanha presidencial, com a esperança a cair, a Fretilin acusou as tropas Australianas de ajudarem os seus rivais. O Sr Alkatiri até afirmou que os soldados andavam com fotos do Sr Ramos-Horta nas suas mochilas para mostrar aos eleitores. Contudo, depois dos resultados, um porta-vos da Fretilin disse que o partido aceitaria a derrota “com dignidade”.
O Sr Ramos-Horta apresenta-se a si próprio como um grande curador. Ganhou conjuntamente o Nobel da paz pelos seus esforços como porta-voz principal internacional da resistência. Para impressionar os muitos eleitores Católicos usou na sua campanha fotos dele com o Papa Bento XVI. Nos seus cartazes vestia uma túnica preta, parecendo quase como um padre. Disse que ganhar a presidência significaria carregar uma cruz quase tão pesada como a de Cristo.
Será com efeito um desafio considerável suavizar o azedume entre as facções políticas de Timor-Leste e pôr fim aos confrontos esporádicos entre gangs de rua de forma solta associados com elas. Apenas então as dezenas de milhares que têm estado a viver miseravelmente em campos de deslocados desde a violência do ano passado se sentirão em segurança para regressarem às suas casas. Agora é a oportunidade do Sr Ramos-Horta para merecer de facto esse prémio Nobel da paz.
O que pode ajudar a sarar a nação é justiça apropriada não apenas para as vítimas da violência do ano passado mas também para os milhares que morreram em 1999, quando milícias pró-Indonésias entraram em fúria depois dos Timorenses terem votado pela independência. A ONU diz que em breve retomará a investigação às mortes de 1999 e que forçará processos judiciais. Mas as oportunidades não parecem boas. O Sr Gusmão e o seu sucessor como presidente estão mais interessados em manter boas relações com a Indonésia do que em levar a julgamento os seus antigos chefes das forças militares.
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