terça-feira, agosto 14, 2007

FRETILIN apela por protestos pacíficos contra o governo inconstitucional

FRETILIN - Comunicado de Imprensa - 14 de Agosto de 2007

O maior partido de Timor-Leste e vencedor das eleições legislativas de 30 de Junho, FRETILIN, apelou aos seus apoiantes para que não usem violência e protestem de forma pacífica contra a decisão inconstitucional do Presidente Ramos-Horta em convidar o segundo partido mais votado, CNRT, a formar o governo.

No fim-de-semana passado, líderes seniores da FRETILIN visitaram diversos distritos de Timor-Leste para passar uma mensagem de paz.

Os líderes incluíram Estanislau da Silva, Ex-Primeiro Ministro e deputado parlamentar, nos distritos de Dili e Manatuto, José Reis, Primeiro Secretário-geral Adjunto da FRETILIN, nos distritos de Viqueque e Baucau, José Manuel Fernandes, Segundo Secretário-geral Adjunto da FRETILIN, no distrito de Covalima, Ana Pessoa, deputada parlamentar, no distrito de Bobonaro, e José Teixeira, deputado parlamentar, no distrito de Manufahi.

“Os líderes da FRETILIN passaram o fim-de-semana em diversos distritos, pedindo aos nossos apoiantes para que não usem violência e para fazerem protestos pacíficos contra o governo inconstitucional,” disse Arsénio Bano, Vice-Presidente da FRETILIN.

“A posição da FRETILIN, em relação à violência, tem sido sempre clara e não mudou. Qualquer pessoa que use a violência deve ser levado à justiça, independentemente da sua afiliação política,” afirmou Arsénio Bano.

“Iremos visitar os outros distritos que faltam, nos próximos dias, para passar a mesma mensagem aos nossos apoiantes.

“A decisão de José Ramos-Horta foi inconstitucional porque o primeiro partido mais votado, e não o segundo, é que deveria ter sido convidado a formar o governo e ter tido a oportunidade de negociar a passagem do seu programa para o desenvolvimento nacional no Parlamento.
“Se o programa da FRETILIN fosse rejeitado duas vezes, pelo Parlamento Nacional, aí sim o segundo partido mais votado poderia ser convidado a formar o governo.

“Nós explicamos aos nossos apoiantes que a FRETILIN propôs que se formasse um governo de grande inclusão, com um Primeiro-Ministro independente e dois Vice-Primeiro Ministros, um da FRETILIN e outro do CNRT.

“Nós propusemos a formação de um governo de grande inclusão porque a FRETILIN acredita que as eleições demonstraram que esse é o tipo de governo que o povo quer, com os líderes do país a trabalharem em conjunto para trazer a estabilidade à nação.

“Esta proposta obteve o apoio do Presidente Ramos-Horta mas foi completamente rejeitada pelo Sr. Gusmão, que insistiu que ele próprio deveria tornar-se o Primeiro-Ministro e teria a responsabilidade pela defesa e segurança interna, sabendo que o seu partido ficou em segundo lugar nas eleições.

“Muitos dos 75% das pessoas que não votaram pelo CNRT vêm o Sr Gusmão como uma figura divisiva, responsabilizam-no pela crise do ano passado, e estão agora a protestar contra a decisão de nomearem-no Primeiro-Ministro.

“Informamos também aos nossos militantes que não iremos apelar ao Tribunal de Recursos. A formação de um governo inclusivo para trazer a estabilidade à nação é essencialmente um problema político que necessita ser resolvido pelos líderes políticos de Timor-Leste, trabalhando em conjunto.

“Timor-Leste é uma democracia nova, e precisamos promover o sistema judicial como uma instituição independente, e não pô-lo sob extrema pressão política extrema.”

Para mais informações, contacte: Arsénio Bano (+670) 733 9416, José Teixeira (+670) 728 7080, FRETILIN Media (+670) 733 5060
fretilin.media@gmail.com; www.fretilin-rdtl.blogspot.com, www.timortruth.com

Bispo de Baucau condena assalto a colégio salesiano e estupro de estudantes

Rádio Vaticano – 13 de Agosto de 2007, 20.15

Díli – O bispo de Baucau, Timor-Leste, Dom Basílio do Nascimento, Condenou hoje, duramente, a violência em Timor, e exigiu uma investigação completa, e a detenção dos autores do assalto ao colégio salesiano, e do estupro de várias alunas.

"É um momento muito triste, para mim e para a população de Baucau e de todo Timor-Leste, por causa da violência que impera. Ninguém tem respeito pelo próximo como ser humano; comportam-se como animais, por interesses políticos", disse o prelado à agência de notícias espanhola, EFE.

Dom Basílio condenou com dureza o fato ocorrido na última sexta-feira, dia 10, no orfanato e colégio dos salesianos, "São João Bosco", em Baguia, onde algumas estudantes foram violentadas. O bispo denunciou "a atitude irresponsável e imoral de certas pessoas, que destroem e queimam" edifícios públicos e centros religiosos. "As autoridades devem capturar os suspeitos e os autores intelectuais desses atos de vandalismo, levando-os perante a Justiça", acrescentou Dom Basílio.

Os distúrbios em Timor-Leste começaram há uma semana, depois que o presidente do país, o Prêmio Nobel da Paz José Ramos Horta, encarregou o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que representa a coalizão de quatro partidos, de formar um novo governo.

Inicialmente, as desordens foram atribuídos a seguidores da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), descontentes pela decisão de nomear Xanana Gusmão como primeiro-ministro. Todavia, o secretário-geral do FRETILIN, o ex-premier, Mari Alkatiri, voltou a reiterar hoje, em Díli, sua condenação à violência, embora reafirmando que "este governo carece de legitimidade para governar". (AF)

A anatomia de um boato. E a Idade Média.

UCAN: Convent girls raped, church property destroyed as new PM takes office
8/13/2007
UCANews (www.ucanews.com)

DILI, East Timor (UCAN) – The Baucau diocese has expressed dismay over the rape of convent girls there and the burning of Church property following the announcement of the appointment of the country's new prime minister.

Father Francisco Pinheiro da Silva, vicar general of Baucau diocese, says that around 2 a.m. on Aug. 10, unidentified men raped about nine girls, one of them only 8 years old and the others 15-17, at the Salesian-run convent school in Baguia subdistrict, 40 kilometers (about 25 miles) south of Baucau.

"Indications show that the brutality and immoral actions were done by Fretilin supporters," said Father da Silva, referring to supporters of the former ruling party.

The vicar general, who handles administrative affairs for the diocese, told UCA News Aug. 13 that apart from the attack on the convent there had been attacks on Church and public buildings. During the three days Aug. 7-9, the diocesan office, the Caritas office, the Catholic Relief Services (CRS) office and a Catholic-run kindergarten were burned down, he said, speaking by telephone from Baucau, 120 kilometers (about 75 miles) east of Dili.

After President Jose Ramos-Horta announced Aug. 5 that he would appoint former president and independence hero Alexandre "Xanana" Gusmao as become prime minister, Fretilin party supporters demonstrated on the streets in Baucau and Dili. Baucau is considered a Fretilin stronghold.

Fretilin won the most votes in the June national election, but its 21 seats in the 65-member parliament are far short of the majority needed to form a government outright. Gusmao's party picked up 18 seats, but it later formed an alliance with three other parties to form a parliamentary majority.

Fretilin's leaders are still demanding the right to form the government and claim they will take the matter to court.

The vicar general regretted what he described as the "organized" violence that followed Ramos-Horta's announcement. He said he would urge United Nations peacekeeping forces to find and bring to justice those behind the incidents.

The sacking of 600 soldiers in 2006 by former Fretilin prime minister Mari Alkatiri led to clashes between "easterners" and "westerners" that resulted in more than 20 dead and well over 100,000 homeless in this troubled country of 1 million. Many of the displaced people had returned and relative peace had prevailed up to and through the presidential election on May 9 and the parliamentary election on June 30. The August violence shattered that.

Bishop Basilio do Nascimento of Baucau condemned the brutality of irresponsible people who have burned, raped and destroyed public facilities.

"I'm really sad about the immoral actions of irresponsible people," he told local media on Aug. 12. The bishop said he regretted the actions of "stupid people" who do not accept the political reality.

"I do not accuse anybody, but anyone who is behind those violations must bear responsibility," the bishop said.

According to Father da Silva, second-in-charge of the diocese after the bishop, more than 600 houses were burned down and more than 6,000 people have fled into the jungle. It is reported that three villages in Viqueque district, 185 kilometers (about 115 miles) east of Dili, were burned to the ground, he said.

Baucau district is calm now, he said, but many still live in fear and are traumatized because thousands of people have lost their homes and property.

One laywoman in Baucau told UCA News Aug. 13 that she was sad about the action of apparent Fretilin supporters. Veronica Xemenes, 40, said that these people do not respect the Church and do not have a moral conscience.

"This kind of action can only be considered immoral and communist," she told UCA News. One possible reason for it, she claimed, is the perception of some that the church is supporting Gusmao's party and its alliance in order to bring down Fretilin.

The Fretilin government under Alkatiri was at odds with the church leadership on several occasions, including the matter of religious education in schools, on which the government backed down from a proposal to make this optional.

After breaking away from decades of Indonesian rule in 1999 and formally declaring statehood in 2002, Timor Leste, or East Timor, faces major security, humanitarian and economic challenges. Although it has significant offshore oil and gas reserves, its unemployment rate is about 50 percent.

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Republished by Catholic Online with permission of the Union of Catholic Asian News (UCA News), the world's largest Asian church news agency (www.ucanews.com).

Dos Leitores

Comentário na sua mensagem "Timor-Leste: "Há informações desencontradas sobre ...":

Que estranho o Bispo de Baucau não conseguir falar com o Padre de Bagia (Baucau), quando este foi tão facilmente encontrado para dar entrevistas que correram o mundo com as acusações tão graves de que meninas de 8 anos teriam sido violadas num ataque por supostos membros da FRETILIN.

Não dá jeito desmentir taxativamente, não é Sr. Bispo?

Quanto a Agio Pereira, um especialista em lançar boatos, como os que levaram em plena crise de 2006 ao êxodo de milhares de pessoas de forma a criarem a queda das instituições, não se esperava outra coisa.

Enfim, os vigaristas do costume...

Dos Leitores

Comentário na sua mensagem "Timor-Leste: "Há informações desencontradas sobre ...":

Um padre lançou um boato que Agio Pereira, porta-voz do governo se apressou a espalhar.

Que tal um pedido de desculpas Sr. Agio?

Ou também esteve implicado na "fabricação" do boato?

Ramos-Horta desmente acusações da FRETILIN

Jornal de Notícias, 14/08/07

O presidente timorense, José Ramos-Horta, desmentiu, ontem, as alegações que lhe foram imputadas, anteontem, pela FRETILIN, partido maioritário, de que teria ameaçado de despedimento os funcionários públicos que participassem em manifestações antigovernamentais. Em comunicado enviado ontem à Comunicação Social, o gabinete do presidente da República desmente as acusações da FRETILIN e lamenta que aquele partido, vencedor das eleições legislativas de 30 de Junho, "tenha feito tais alegações (...) sem ter averiguado se teriam alguma veracidade".

As acusações da FRETILIN foram expressas num comunicado de Imprensa assinado pelo vice-presidente, Arsénio Bano, e pelo deputado José Teixeira. No texto, a FRETILIN manifesta ainda a sua disponibilidade para colaborar numa "investigação conjunta sobre a violência" registada nos últimos dias. A onda de violência avolumou-se com a escolha de Xanana Gusmão por Ramos-Horta para liderar o IV Governo Constitucional.

A FRETILIN, apesar de ter vencido as legislativas, elegeu apenas 21 dos 65 lugares do Parlamento, pelo que Ramos-Horta entendeu convidar Xanana Gusmão, indicado por uma coligação pós-eleitoral de quatro partidos, que garante a maioria absoluta no hemiciclo, com 37 assentos.

Depois de Díli, os confrontos estenderam-se ao Leste do país, tendo o incidente mais grave sido referenciado no sábado, em Baguia, junto ao orfanato dos Salesianos, em que uma menor terá sido violada.

A UNPOL, polícia das Nações Unidas, anunciou ontem que o suspeito do crime, um jovem de 16 anos, foi detido anteontem. Basílio Maria Ximenes, superior da ordem dos Salesianos, disse aos jornalistas que cerca de uma centena de timorenses participaram no ataque, afirmando que algumas alunas da escola foram violadas. "Estas pessoas, maioritariamente jovens, que consideram freiras e a Igreja Católica os seus inimigos, não só violaram as minhas alunas mas danificaram e destruíram a escola", disse. Atul Khare, chefe da missão da ONU em Timor-Leste, condenou o ataque, afirmando que qualquer pessoa considerada culpada deste tipo de crimes terá de responder perante a Justiça. O ataque foi um dos incidentes que marcaram os últimos dias no Leste do país onde já foram detidas dezenas de pessoas, destruídas cerca de centena e meia de casas e várias infra-estruturas públicas e privadas.

ONU detém suspeito de violação em Timor

Público, 14.08.2007
Jorge Heitor
Jovem de 16 anos teria violado uma rapariga de 11 num orfanato mantido pelo convento salesiano de Baguia, em Baucau

A polícia das Nações Unidas e a de Timor-Leste anunciaram ontem ter detido um rapaz de 16 anos que é suspeito de ter violado, sexta-feira, uma rapariga cinco anos mais nova, aluna de um orfanato anexo ao convento salesiano de Baguia, no distrito de Baucau, parte oriental do país.

O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na cidade de Díli, Atul Khare, anunciou
que o suspeito ficará ao cuidado das autoridades judiciais, tendo sublinhando que "tais casos necessitam ser fortemente condenados".

A falta de segurança tem sido nas últimas semanas uma constante em parte do território timorense, designadamente nos distritos de Viqueque e Baucau, mas ontem não houve notícia de grandes incidentes, tendo-se vivido ainda no rescaldo dos incidentes da semana passada junto ao convento de Baguia.

Nas últimas 24 horas, duas viaturas da ONU foram apedrejadas perto do aeroporto de Díli, a capital, e um polícia ficou ligeiramente ferido, tendo sido detido um suspeito, a juntar a algumas dezenas de detenções efectuadas desde há uma semana.

Durante uma reunião que houve domingo em Baucau, a segunda cidade do país, a direcção da Fretilin, de Mari Alkatiri, avisou os seus militantes e simpatizantes de que os regedores das aldeias serão responsabilizados por qualquer acto de violência que se saiba ter ocorrido nas áreas sob a sua tradicional jurisdição.

No mesmo dia, em Viqueque, outros quadros do partido vencedor das legislativas de 30 de Junho pediram ao eleitorado descontente por não se ver representado no novo Governo que se comporte com civismo, acatando os conselhos que têm vindo a ser dados pelo Presidente, José Ramos-Horta, e pelo primeiro-ministro que este designou fez ontem uma semana, Xanana Gusmão.

A polícia da ONU, a sua congénere timorense e a Força Internacional de Estabilização, essencialmente constituída por australianos e neozelandeses, têm procurado controlar a situação, avisando toda a gente de que não deve viajar de noite para as zonas onde tem havido tumultos.

Devido à agitação com que em algumas zonas do país foi acolhida a tomada de posse do Governo de Xanana, milhares de pessoas das aldeias de Afaloicai, Babulo, Macadique, Matahoi e Uatamae, no distrito de Viqueque, fugiram para as montanhas, onde tanto existem florestas como grutas. Só na primeira daquelas povoações foram incendiadas 112 residências.

Também da área de Veninale, no mesmo distrito, fugiram mil pessoas, depois de meia centena de casas ter ficado destruída, segundo os dados fornecidos por organizações humanitárias.
O representante da ONU declarou que serão as autoridades judiciais de Timor a encarregar-se do adolescente.

Xanana's future

The Jakarta Post
Editorial August 14, 2007

There is little want to compare Indonesia's first President Sukarno with Timor Leste Prime Minister Xanana Gusmao, because they are incomparable, but it is sometimes hard to resist examining the two legendary leaders side by side.

Xanana could follow Sukarno's despondent fate if the Timor Leste independence fighter ignores the wisdom which requires a leader, no matter how strong or popular, to know when to leave the stage.

After proclaiming Indonesia's independence in 1945, Sukarno served as the country's president until 1967, following an abortive coup blamed on the communists.

Sukarno's great contribution to his nation as an independence pioneer is unquestionable, but he humiliated himself by refusing to fade away while he was still at the height of his popularity.

No one wants Xanana to repeat Sukarno's failure. Although it may be too early to draw such a conclusion, it is not impossible Xanana will be imprisoned by the power he already holds.

Xanana is a legendary independence warrior. People chanted "Viva Xanana," when the 1999 referendum resulted in a landslide win for East Timor independence from Indonesia. His party, Fretilin, later dominated the legislative council of the newly born country.

When the United Nations declared Timor Leste a new independent state in 2002, the majority of voters chanted Xanana's name as they saw him become their first president.

At that time Xanana said boastfully he would prefer pursuing a new career as a professional photographer when his term expired in 2007.

Arguing he had no real power as a president, Xanana then announced his intention to take the position of prime minister when he completed his five-year term earlier this year. He believed as a prime minister, who controls the day-to-day government administration, he would have the opportunity to realize his dream and make Timor Leste a prosperous, peaceful and democratic nation.

Xanana abandoned Fretilin to lead the CNRT. Fretilin beat CNRT but failed to retain its majority in the parliament.

As soon as President Ramos Horta declared Xanana a new prime minister, riots erupted, and many youths demanded Xanana resign. There are clear indications Xanana has already lost the popularity he enjoyed in the past. Many often call his name using a disrespectful tone.

But Xanana's ambition to bring prosperity to his nation deserves international respect. He has five years to prove to his people he has taken the prime ministerial post not for the power but because of his want to rescue his young nation from the trap of poverty.

After forming his cabinet, Xanana is expected to run the government at high speed, because with its rich natural resources, there is a great chance for the young country to grow and get rid of poverty, its most dangerous enemy.

With Ramos Horta as the president and with the support of other political parties, Xanana's government is expected to remain strong and stable.

But his people are still trapped in abject poverty and they will not have the same patience and endurance they displayed five years ago.

The international community, including Indonesia, needs to provide much more assistance to this tiny nation -- at least until it is eventually able to make some gains from the oil and gas sector.

Hopefully, this time Xanana will stick to his ambitions. And if this happens, when he ends his term as prime minister in 2012, Timor Leste will have become a much better nation. Then Xanana can say, "Mission accomplished," before he lets the younger generation take the lead.

Timor-Leste Civil Unrest OCHA Situation Report No. 4

Timor-Leste Civil Unrest
OCHA Situation Report No. 4
13 August 2007

Summary Analysis
- 323 houses have been reported burnt so far and 53 damaged in Viqueque and Baucau districts.

- At least 4,000 persons are reportedly displaced at the moment in Viqueque and Baucau districts.

- Relief items from the Government of Timor-Leste are currently being delivered in the area.

SITUATION

1. Civil unrest has been occurring in connection with the announcement of the new government on the 6th of August 2007 following the 30th of June parliamentary elections.

2. Viqueque and Baucau districts are most affected, while some incidents have also occurred in Dili, Manufahi, and Oecussi districts. The overall security situation in Timor-Leste during the last 24 hours has remained tense, particularly in Viqueque and Baucau districts, although there were no reports of major security incidents. United Nations Police Officers (UNPol) in conjunction with the national police of Timor-Leste (PNTL) and the International Stabilisation Force (ISF) remain fully deployed.

3. In Viqueque, around 270 houses have been burnt by violent groups since 6 August. Several villages have been severly damaged in Watulari sub-district, while villages around Viqueque town have also been affected. The functioning of public transport and schools has been disrupted and food, water and medical supplies are becoming short on the market. Road travel within and between the districts of Baucau and Viqueque remains restricted at the moment due to security concerns especially after the ambush on a UN convoy on 10 August.

4. In Baucau district, 53 houses have been destroyed this week in Venilale and Quelicai subdistricts. On 6 and 7 August, government, church, UN, and NGO facilities in Baucau district had been burnt or attacked. The functioning of schools, public transport, and markets have been disrupted. On 10 August, an orphanage in Baguia was reportedly attacked, a girl raped, and the orphanage and a primary school building damaged. A 16-year-old boy was arrested. 34 arrests have been made during the last two days for public disturbances, arson, illegal road blocking, and possession of illegal weapons.

HUMANITARIAN CONSEQUENCES

5. At least 4,000 persons are reportedly displaced at the moment in Viqueque and Baucau districts. The displaced persons stay in the mountains around the affected areas, and in convents, schools and compounds that are considered safe. 323 houses have been reported burnt so far and 52 damaged in Viqueque and Baucau districts.

6. Schools and shops are closed, public transport is disrupted. Health services are functioning normally. Access to the facilities is believed to be hampered by security concerns.

7. Today, the Government of Timor-Leste sent a convoy of 15 trucks carrying Government food and non-food relief items to Baucau and Viqueque districts. The humanitarian assistance will be delivered to Watulari sub-district,Viqueque and Uatocarabau town in Viqueque district, and to Venilale in Baucau district. The convoy is escorted by 30 soldiers of the national army F-FDTL. 34 civil servants of the Ministry of Social Solidarity are accompanying the convoy and will further assess the humanitarian needs.

8. The Government is planning to brief the international humanitarian community on Thursday, 16 August, regarding the distribution of relief items and assessment. At the same time, the Government will consider a potential request for international assistance to its relief effort.

9. On 12 August, 4.7mt of rice, as well as noodles, and cooking sets from the Government of Timor-Leste were delivered by United Nations helicopter to Viqueque town and Uatucarbau for internally displaced persons gathering there.

10. OCHA is in close contact with the national and international humanitarian aid organizations, the Government, the UN Country Team and UNMIT in Dili and will revert with further information as it becomes available. This situation report, together with further information on ongoing emergencies, is also available on the OCHA Internet Website at http://www.reliefweb.int.

Dos Leitores

Comentário na sua mensagem "Vítimas do próprio sucesso":

I am an Australian and I am reading a book by an Australian, J. Gert Vondra, Timor Journey, 1968. He writes:

Only one thing saved the Portuguese from complete expulsion from the East Indies: their enlightened and practical theory of racial integration. Afonso de Albuquerque, a Portuguese Royal wrote in the decades after the 1500, at a time when Dutch and English and not to mention Spanish excesses were ravaging the new world, and not so new world of Africa and Asia, "Colonies are not mere possessions to be exploited, together with their native inhabitants for the advantage of the colonising power. They are to be regarded as extensions of Portugal and the object to be aimed at , is that those who live in them, whatever their colour, should feel and believe themselves to be Portuguese; enjoy the same liberties and inspired by the same ideals, upholding the same traditions and governed by the same constitution. In such a conception, colour is nothing more than an accident."

I wish those who had found my land, Australis, would have been sp enlightened....but alas....I am left instead to listen to the incessant qinging and moaning from the Ex Pat Australian community in Dili about the Portuguese. The same racism their forefathers showed is exactly the reason they do not like the Portuguse as well. The Australians really feel superior to all fo you foreigners who are here in Timor-Leste....only they have the right to rule this country.

Monthly UNDP Justice System Programme Newsletter. Highlights of this Edition:

Assistants to Public Defenders Graduate from Training CourseOn July 27, 12 assistants to public defenders graduated from the first training course that was held since April. The ceremony took place at the Public Defender’s Office, providing an opportunity for relevant authorities and donors to visit its facilities.

New CTA for the Justice ProgrammePlease join us in welcoming Mr. Claudio Santorum, the new Chief Technical Adviser for the Justice System Programme who has assumed his duties as of the end of July.

Court of Appeal releases Statistical DataThis month, the Court of Appeal published the compiled data from all district courts during the period of 2000-2006. The data comprises of criminal and civil cases.

Independent Mid-Term Evaluation MissionThe revised UNDP Justice System Programme was launched in January 2006 with an expected duration of 3 years, and has now reached its half-point.

UNMIT - Security Situation - Tuesday 14 August 2007

This is a broadcast of the UN Police in Timor-Leste to provide you with information about the security situation around the country.

The security situation in Timor-Leste during the last 24 hours has remained tense, particularly in Viqueque and Baucau districts. Dili has remained calm.


United Nations police officers (UNPol) in conjunction with the national police of Timor-Leste (PNTL) and the International Stabilization Force (ISF) remain fully deployed to contain and put a stop to any violence.

Yesterday in Viqueque, one PNTL officer was seriously wounded in a machete attack by an unknown assailant in Uatolari subdsitrict. One house was also reported to have been set on fire place in Nularan village at around 0005hrs yesterday morning. There were no injuries.

In Uato-Carbau, Viqueque, PNTL report that 923 people from Uatolari subdsitrict have registered with the police as having left their homes due to the recent disturbances.

No serious security incidents were reported in Baucau yesterday, but the public transport and markets are not yet fully functional. UNPol, PNTL, two Formed Police Units (FPUs) and the ISF remain on alert in case of any disturbances.

Today in Dili, UNPol attended six incidents. None were major. One incident was a fire in Tasi Tolu. The fire brigade extinguished the blaze, and police confirmed that the fire had not been started deliberately.

Yesterday in Dili district, there were isolated incidents of rock throwing, concentrating around the airport and Metinaro. Three people were arrested for the attacks, and there were no reports of any injuries.

Political leaders have been traveling to the east of the country to condemn the recent violence. Two days ago in Baucau, the FRETILIN leadership told to its supporters that local village and sub-village chiefs will be held responsible for any violence that occurs in their area. Similarly, in Viqueque two days ago, a high-ranking FRETILIN official met with supporters and urged them not to commit any violent acts.

The Police advise to avoid traveling during the night to the most affected areas. Please report any suspicious activities. You can call 112 or 7230365 to contact the police 24 hours a day, seven days a week.

Vítimas do próprio sucesso

Tradução da Margarida:

Guardian Unlimited – Agosto 13, 2007 3:30 PM
Simon Tisdall

Timor-Leste mostra sinais de se desmoronar às mãos dos homens que lideraram a luta pela independência.

Esporádica violência de gang violações e ataques de fogos postos depois da nomeação de um novo governo em Timor-Leste enfatizaram a continuidade fragilidade do país oito anos depois da comunidade internacional, improvisando num tema desenvolvido por Tony Blair, ter intervido para pôr fim ao controlo Indonésio.

Tal como noutras notadas "intervenções humanitárias" no Kosovo e na Serra Leoa durante o mesmo período, Timor é um negócio seriamente não acabado – mas deixou de ter a atenção política que por um pequeno período fez dele uma causa celebre internacional. Como resultado, a agenda de construção da nação marcada depois da sua independência formal em 2002 mantém-se tão afastada como sempre, e pode ainda falhar.

Factores internos são apenas tão importantes. A sociedade Timorense está profundamente dividida não apenas entre o leste o oeste, o coração do movimento pré-independência da Fretilin contra a governação Indonésia, e as áreas do oeste. Apesar do potencial considerável dos rendimentos do petróleo e do gás assegurados por um acordo em 2006 com a Austrália, a maioria dos Timorenses permanece desesperadamente pobre, com 80% desempregados.

A língua é outra barreira. Tétum, a língua dominante local, rivaliza com o Indonêsio e o Português, agora designado, estranhamente, língua oficial de Timor.

As feridas do motim militar do ano passado e a violência subsequente e revelações políticas não se curaram ainda. De acordo com a ONU, cerca de 150,000 Timorense – cerca de 15% da população – foi desenraizada e muita gente ainda permanece assim. Esta crise formou um amargo cenário para as eleições legislativas em Junho.

A Fretilin emergiu com o partido com mais lugares mas foi-lhe usurpado o poder por uma coligação mais numerosa liderada pelo seu antigo comandante da guerrilha Falintil, Xanana Gusmão. O Sr Gusmão, o primeiro presidente de Timor-Leste, foi nomeado primeiro-ministro a semana passada pelo seu aliado e corrente presidente, José Ramos Horta.

Na sua tomada de posse o Sr Gusmão prometeu aproximar as divisões do país: "Nenhum partido político, nenhuma instituição, nenhum cidadão será excluído do processo político ... A primeira prioridade do novo governo é reganhar a confiança das instituições do Estado." Mas o líder da Fretilin, o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, declarou que o novo governo é ilegal e anunciou um boicote parlamentar.

Apesar de o Sr Alkatiri ter condenado a violência relacionada com as eleições, incluindo ataques a pessoal da ONU e a tropas Australianas, a ONU pôs a culpa nos apoiantes da Fretilin. Até agora a Fretilin tem ignorado os apelos de ONG's e de observadores eleitorais para regressar ao processo político.

Conquanto os problemas de Timor já não preocupam directamente o Sr Blair e outros que viram a sua solução como essencial para uma nova ordem internacional, eles mantém-se como uma causa de preocupação em Canberra, o dador que lidera a ajuda bilateral. A Austrália tem ainda cerca de 1,000 tropas no país, parte da força internacional de estabilização de apoio à missão da ONU, e não há perspectiva de uma partida breve .

Greg Sheridan, o editor de assuntos estrangeiros do jornal Australian, acusou a Fretilin de responsabilidade pelo levantamento num comentário recente . "Os seus líderes dizem que não estão a ordenar nem mesmo a sancionar a violência. Mas estas foram multidões da Fretilin que se amotinaram e os líderes da Fretilin podiam ter parado os motins ... a Fretilin está a enfrentar um momento parecido com o Hamas. Deve decidir s é essencialmente uma milícia armada ou um partido político respeitável comprometido com a democracia."

A presente insegurança no processo político estava a minar tentativas para atrair investimento estrangeiro ou para desenvolver indústrias que criam postos de trabalho como o turismo, acrescentou o Sr Sheridan. A Austrália terá de ficar engajada durante muitos anos - ou arrisca ser testemunha de uma guerra civil.

Há outras maneiras de ver o envolvimento externo. A dependência crónica de Timor-Leste do apoio militar, numa estimativa d $3bn em ajuda estrangeira nos anos recentes, e numa espantosa série de missões da ONU (a quinta desde 1999, a Unmit, foi organizada no ano passado ) foi uma questão eleitoral quente, com muitos eleitores a perguntarem-se o que é que exactamente significava a duramente conquistada soberania.
De acordo com Loro Horta, escrevendo em Democracia Aberta, tais preocupações apontam para um dilema mais fundamental: o que ele chama "a perda de confiança do povo nos seus líderes até há algum tempo quase míticos ".

Tal como a Fretilin estava crescentemente a ser vista não como um movimento nacional mas um partido dominado por gente do leste, ele argumenta que:

"O próprio Xanana Gusmão - o até há pouco tempo líder de guerrilha reverenciado e pai da nação visto como um pilar da unidade nacional e da imparcialidade – sofreu também uma desmistificação significativa.

"Horta e Gusmão enfrentam as consequências de terem feito vários negócios e concessões para assegurarem apoios ... Podem manter-se como os políticos mais respeitados da nação, mas algum do prestígio deles foi severamente mordido pelas dificuldades dos anos pós-independência."

Em resumo, os homens que lideraram a luta pela libertação estão a lutar para assegurar a sua conquista – ao mesmo tempo que antigos apoiantes internacionais viram as costas e o vizinho gigante, a Indonésia,com uma longa memória, observa calmamente do outro lado da fronteira de 1999 .

Se falharem, não é claro quem ou o que é que se seguirá.

Timor-Leste: "Há informações desencontradas sobre o que se passou" - Bispo de Baucau

Lusa – 13 de Agosto de 2007

Lisboa - O bispo de Baucau disse hoje à Lusa que "ainda não sabe o que se passou" este fim-de-semana num orfanato no leste de Timor-Leste, onde alegadamente menores terão sido violadas em consequência da onda de violência no país.

"Há informações desencontradas sobre o que se passou. Ainda ando à procura de informações.

As pessoas com quem falei falam-me de coisas diferentes. Um, disse-me que houve uma violação, outro, falou-me de mais de uma violação e outros ainda não confirmam nada", frisou Dom Basílio do Nascimento, contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa.

"Nem consigo apanhar o padre" do orfanato, acrescentou.

A alegada violação de uma menor do orfanato salesiano de Baguia, no distrito de Baucau, foi denunciada sábado pelo padre Basílio Maria Ximenes, superior dos Salesianos, que em declarações à imprensa acusou cerca de uma centena de timorenses de terem participado no ataque, afirmando que algumas alunas teriam sido violadas.

Sobre a onda de violência que se voltou a abater sobre o país, Dom Basílio do Nascimento manifesta-se perplexo.

"Sinceramente, ando à procura de respostas, mas não as encontro. Que haja divergência e violência devido a uma questão de interpretação da Constituição não é racional", frisou.

Dom Basílio do Nascimento disse ainda à Lusa que não confirma rumores sobre actos de violência sobre religiosos.

"Mesmo as muitas casas que dizem ter sido queimadas, também não as vi", acrescentou.

Entretanto, a polícia da ONU anunciou hoje a detenção do presumível autor de uma violação de uma menor no orfanato de Baguia.

O alegado ataque foi um dos incidentes que marcaram os últimos dias no leste do país onde já foram detidas dezenas de pessoas, destruídas cerca de centena e meia de casas e várias infra-estruturas públicas e privadas.

Uma onda de violência que começou no início da semana na sequência do anúncio da nomeação do novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão.

EL-Lusa/Fim

Victims of their own success

Guardian Unlimited – August 13, 2007 3:30 PM
Simon Tisdall

East Timor shows signs of falling apart in the hands of the men who led the independence struggle.

Sporadic gang violence, rape, and arson attacks following the appointment of a new government in East Timor have underscored the country's continuing fragility eight years after the international community, improvising on a theme developed by Tony Blair, intervened to end Indonesian control.

As with other noted "humanitarian interventions" in Kosovo and Sierra Leone during the same period, Timor is seriously unfinished business - but it no longer enjoys the political attention that briefly made it an international cause celebre. As a result, the nation-building agenda laid out following formal independence in 2002 remains as daunting as ever, and may yet fail.

Internal factors are just as important. Timorese society is deeply divided, not least between the east, the heartland of the pre-independence Fretilin movement's resistance to Indonesian rule, and western areas. Despite considerable potential oil and gas revenue secured by a 2006 deal with Australia, most Timorese remain desperately poor, with up to 80% unemployed.

Language is another barrier. Tetum, the dominant local language, vies with Indonesian and Portuguese, now designated, oddly, as Timor's official tongue.

The wounds of last year's army mutiny and the subsequent violence and political showdown have yet to heal. According to the UN, around 150,000 Timorese - some 15% of the population - was uprooted and many people remain so. This crisis formed a bitter backdrop to parliamentary elections in June.

Fretilin emerged with the most seats but forfeited power to a more numerous coalition led by its former Falintil guerrilla commander, Xanana Gusmao. Mr Gusmao, East Timor's first president, was named as prime minister last week by his sometime ally and the current president, Jose Ramos Horta.

At his swearing-in ceremony Mr Gusmao vowed to bridge the country's divisions: "No political party, no institutional entity, no citizen will be excluded from the political process ... The new government's first priority is to regain the confidence of the institutions of state." But Fretilin's leader, the former prime minister Mari Alkatiri, declared the new government illegal and announced a parliamentary boycott.

Although Mr Alkatiri condemned election-related violence, including attacks on UN personnel and Australian peacekeepers, the UN has pinned the blame on Fretilin supporters. So far Fretilin has ignored appeals by NGOs and election observers to rejoin the political process.

While Timor's troubles no longer directly concern Mr Blair and others who viewed their solution as integral to a new international order, they remain a cause for concern in Canberra, the leading bilateral aid donor. Australia also has about 1,000 troops in the country, part of the international stabilisation force supporting the UN mission, and there is little prospect of an early departure.

Greg Sheridan, the foreign editor of the Australian newspaper, accused Fretilin of responsibility for the upheavals in a recent commentary. "Its leaders say they are not ordering or even sanctioning violence. But these were Fretilin mobs that were rioting and Fretilin's leaders could have stopped the riots ... Fretilin is facing a Hamas-like moment. It must decide whether it is essentially an armed militia or a respectable political party committed to democracy."

The insecurity attendant on the political process was undermining attempts to attract foreign investment or develop job-creating industries such as tourism, Mr Sheridan added. Australia would have to stay engaged for many years to come - or risk witnessing a civil war.

There are other ways of looking at external involvement. East Timor's chronic dependence on military support, on an estimated $3bn in foreign aid in recent years, and on a bewildering series of UN missions (the fifth since 1999, Unmit, was organised last year) was a hot election issue, with many voters wondering exactly what their hard-won sovereignty really means.
According to Loro Horta, writing at Open Democracy, such worries point towards a more fundamental dilemma: what he called "the loss of trust by the people in its once near-mythical leaders".

Just as Fretilin was increasingly seen not as a national movement but a party dominated by easterners, he argued that:

"Xanana Gusmao himself - the once revered guerrilla leader and father of the nation looked upon as a pillar of national unity and impartiality - has also suffered a significant demystification.

"Horta and Gusmao face the consequences of having made various deals and concessions in order to secure support ... They may remain the nation's most respected politicians, but some of their prestige has been severely dented by the difficulties of the post-independence years."

In short, the men who led the liberation struggle are struggling to secure their achievement - while former international cheerleaders turn their backs and Indonesia, a giant neighbour with a long memory, watches quietly from across the 1999 border.

If they fail, it is unclear who or what will follow.

Fretlin to sit as opposition in ETimor parliament

ABC News - 13/08/2007, 20:22

East Timor's former ruling party Fretilin says it will sit in the new parliament as the opposition. Former prime minister Mari Alkatiri says his party still believes the government doesn't have the legitimacy to govern.

He says he is urging supporters to remain peaceful following days of sporadic unrest since a new government was announced last week.

Fretilin has withdrawn an earlier threat to boycott parliament if it was not asked to form a government, but its lawmakers have still not turned up to work.

Mr Alkatiri says party leaders have explained to active members that the opposition in parliament is important.

Fretilin calls on supporters to halt violence

SBS - 13/08/2007 - 6:30 bulletin

East Timor's former ruling party, Fretilin, has called on its supporters to calm down following a week of violence. An armed attack on a UN convoy outside the eastern town of Baucau last Friday has been roundly condemned. But the UN and the country's President, Jose Ramos-Horta, have welcomed Fretilin's decision to return to parliament.

Local and international police have made more than 140 arrests since the violent reaction to the formation of the new government here. Among those hauled in nine gunmen alleged to have been involved in the attack on the UN convoy.

Jose Ramos Horta, East Timorese President: Any attack on the United Nations, whether United Nations officials or property is a crime that must not go unpunished, and in this country we must not allow it to happen.

Fretilin leader former prime minister Mari Alkatiri met President Ramos-Horta in Dili this morning to discuss the violence.

Mari Alkatiri, Former Fretilin Prime Minister: We are here to calm down this situation and to bring back stability and peace for the country.

Fretilin has stepped back from its pledge to bring the new government down with a show of people power. It's also set to return here to Parliament next week after initially threatening a boycott.

Allison Cooper, UN Spokeswoman: We are very, very relieved and we welcome Fretilin's decision to return into the parliament. They have a very valid and important role as the opposition and the opposition's role in formulating policies and laws that will guide this country over the next five years so we think it's a good sign and we strongly encourage that sign.

But Fretilin, which came first in the recent election, but failed to win an overall majority, says the fight is not over yet. It plans to challenge the authority of the new government politically, but not legally.

Jose Ramos-Horta: It seems like they don't want to go to court, but at the same time they say it's non-constitutional, so are they in doubt about their own rhetoric?

In an act of conciliation, President Ramos-Horta has invited some senior Fretilin leaders, including the man who challenged him for the presidency, to join him on the Council of State. Cooler heads are prevailing, but it is early days and the security forces here are leaving nothing to chance.

In East Timor, Brian Thomson, World News Australia.

Timor: Polícia garante que situação está controlada

TVI – 2007-08-13 14:25

Violência destruiu cerca de 150 casas.

Depois de ter estalado uma onda de violência no país, a polícia timorense garante que a situação em Díli e Baucau está agora calma. Cerca de 150 casas foram destruídas e dezenas de pessoas foram detidas, na sequência da nomeação de Xanana Gusmão, pelo Presidente Ramos-Horta, como Primeiro-ministro do Governo de coligação.

A onda de violência atingiu principalmente Viqueque e Baucau, na região leste do país. O clima de violência e tensão foi o tema central do encontro que a liderança da Fretilin manteve com os apoiantes na região leste, onde teve a votação mais expressiva.

O partido de Mari Alkatiri, que ameaça boicotar o Governo, apelou à calma e informou os líderes locais que serão responsabilizados, caso se volte a verificar qualquer acto violento nestes distritos.

Violência em Timor controlada

SIC – 13 de Agosto de 2007, 12:00

Forças internacionais controlaram a situação, mas há milhares de deslocados
Depois de vários dias de violência, a situação em Timor-Leste está mais calma. A ajuda dos capacetes azuis foi essencial para o controlar da violência nas ruas, provocada pelos apoiantes da Fretilin.

Ao redor de Viqueque há cerca de 10 mil deslocados, enquanto que outros milhares de pessoas fugiram das cidades. De acordo com as autoridades locais, morreram ao todo 37 pessoas, entre elas uma criança. Há também registo de uma série de violações a crianças numa escola de Baucau neste fim-de-semana.

A onda de violência começou na semana passada, quando na terça-feira a coligação liderada por Xanana Gusmão foi escolhida para formar governo. A nomeação de Xanana Gusmão veio pôr fim às pretensões da Fretilin (que venceu em Junho as eleições legislativas) de liderar os destinos do país. A escolha de Xanana foi feita pelo presidente timorense, Ramos-Horta, e veio desencadear uma reacção de forte violência por parte de grupos ligados à Fretilin, que levaram a cabo pilhagens, tiroteios e ataques às populações civis.

Coube às forças internacionais no terreno controlar a situação. Treze pessoas foram detidas, suspeitas de atacar uma coluna de viaturas das Nações Unidas. As autoridades policiais timorenses já garantiram que os responsáveis pela onda de violência foram identificados e presos. O recém-formado governo de Xanana Gusmão tem agora de lidar com os problemas de milhares de deslocados. Espera-se que hoje comece a ser enviada ajuda humanitária para Baucau e Viqueque.

Timor-Leste: PR Ramos-Horta desmente alegações da FRETILIN

Lusa – 13 de Agosto de 2007, 10:44

Lisboa - O Presidente timorense José Ramos-Horta desmentiu hoje as alegações que lhe foram imputadas domingo pela Fretilin, partido maioritário, de que teria ameaçado de despedimento os funcionários públicos que participassem em manifestações antigovernamentais.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, o gabinete do Presidente da República desmente as acusações da Fretilin e lamenta que aquele partido, vencedor das eleições legislativas de 30 de Junho, "tenha feito tais alegações (...) sem ter averiguado se tais alegações teriam alguma veracidade". As acusações da Fretilin foram expressas num comunicado de imprensa divulgado domingo, assinado pelo vice-presidente Arsénio Bano e pelo deputado José Teixeira.

No texto, a Fretilin manifesta ainda a sua disponibilidade para colaborar numa "investigação conjunta sobre a violência" registadas nos últimos dias.

A onda de violência avolumou-se com a escolha de Xanana Gusmão por Ramos-Horta para liderar o IV Governo Constitucional.

A Fretilin, apesar de ter vencido as legislativas elegeu apenas 21 dos 65 lugares do parlamento, pelo que Ramos-Horta entendeu convidar Xanana Gusmão, indicado por uma coligação pós-eleitoral de quatro partidos, que garante a maioria absoluta o hemiciclo, com 37 assentos. Depois de Díli, os confrontos estenderam-se ao leste do país, tendo o incidente mais grave sido referenciado sábado em Baguia, junto ao orfanato dos Salesianos, em que uma menor terá sido violada. A UNPOL, polícia das Nações Unidas, anunciou entretanto hoje que o suspeito do crime já foi detido. EL-Lusa/Fim

Timor-Leste: Prisão para responsáveis ataque de Maio 2006 a casa comandante FDTL

Lusa – 13 de Agosto de 2007, 11:09

Díli - Um ex-polícia timorense foi condenado a quatro anos de cadeia e três outros timorenses a penas de um ano e meio de prisão por responsabilidade no ataque de Maio de 2006 a casa do comandante das Forças Defesa Timor-Leste.

Dados da sentença, de 06 de Agosto, foram conhecidos num comunicado difundido hoje pelo Justice System Monitoring Program (JSMP), que acompanha o sistema judicial timorense.
O ataque a casa de Taur Matan Ruak foi um dos incidentes marcantes do período de violência de Maio de 2006 em Timor-Leste.

O tribunal considerou que Abílio Mesquita "Mausoko", principal arguido no processo, era "um agente policial que, como tal, tinha que dar bons exemplos à comunidade" e que "causou desordem através do abuso de autoridade".

Notando que o arguido "não mostrou remorsos pelas suas acções", o tribunal refere que a sua libertação "não estaria de acordo com o respeito pela vida e pela dignidade vincadas na lei".

Ainda assim o tribunal absolveu Mausoko da acusação de tentativa de assassinato, um dos crimes de que era acusado no processo da Procuradoria timorense.

Artur Avelar Borges, Almerindo da Costa e Valente de Araújo, também arguidos neste processo, foram condenados a penas máximas de um ano e seis meses de cadeia.

O caso foi analisado por um colectivo de juízes formado por dois magistrados internacionais e um timorense, com base tanto na legislação penal indonésia ainda em vigor em Timor-Leste como em regulamentos aprovados desde 1999.

Os juízes recusaram uma carta enviada ao tribunal pelo próprio Taur Matan Ruak onde o responsável máximo das forças militares timorenses pedia clemência para os arguidos e a sua libertação. "O colectivo de juízes não aceitou o pedido, notando que não tinha validade legal", refere a nota da JSMP.

ASP-Lusa/Fim

Timor-Leste: ONU incrementa apoio humanitário para leste do país

Lusa – 13 de Agosto de 2007, 11:13

Díli - Cinco toneladas de comida e equipamento básico de cozinha foram entregues durante o fim-de-semana nas regiões do leste de Timor-Leste, no âmbito de uma campanha de apoio humanitário às populações afectadas pela onda de violência da última semana.

O apoio humanitário foi entregue por helicóptero nas localidades de Viqueque e Uatu Carbau a responsáveis locais do governo, que ficarão responsáveis pela sua distribuição pela população.
Colunas com mais apoio humanitário seguiram hoje, por estrada e sob escolta policial, para os distritos do leste do país.

Estimativas das Nações Unidas indicam que mais de 150 casas foram destruídas na última semana, nomeadamente no leste do país, tendo centenas de pessoas abandonado as suas casas.

"Muitos inocentes foram afectados por esta violência sem sentido", disse hoje o vice-responsável da missão da ONU em Timor-Leste, Eric Tan.

Uma avaliação da situação humanitária está já em curso para estudar medidas mais amplas, nomeadamente no leste onde as populações têm sido mais afectadas pela violência. ASP-Lusa/Fim

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.