sábado, novembro 17, 2007

Carências à Portuguesa no Superlativo

Diário de Notícias, 16/11/07
A. Perez Metelo

Há coisas que é preciso viver para poder entender. A relação actual dos timorenses com Portugal nutre-se muito mais da reinvenção do passado do que de cooperação empenhada no presente. Na memória dos mais velhos, a recordação idealizada do tempo dos portugueses, um tempo lento e manso, sem o frenesim do desenvolvimento e sem a opressão colonial dos trabalhos forçados em brandes plantações, ressurge como uma época dourada por oposição aos desmandos e à violência desatada da tropa de ocupação indonésia.

Os jovens estão a milhas desta nostalgia, criados num outro cadinho cultural. Mas há usos e costumes, que perduram, na relação com as leis, na fé católica, porventura, pioraram, até, sob a influência javanesa, na ética do trabalho. Se as palavras transportam um peso próprio, então tem consequência a palavra “desenrascar”, em tétum, significar “resolver”, em português. É o retrato de um estilo de vida e de trabalho, que hoje já não chega...

Timor-Leste criou um Fundo Estratégico Petrolífero, considerado o 3º melhor do mundo, em estruturação, transparência e boa governança. Seguiu o exemplo do nº 1, o congénere norueguês, e terá amealhado, até ao fim deste ano, mais de dois mil milhões de dólares, o equivalente ao PIB de cinco anos. Há regras claras de financiamento do Estado a partir dele. Foi aprovado um Plano de Desenvolvimento Nacional com mais de 400 projectos para uma década. Só que pouco depois rebentou de novo a violência no país. E não tem havido capacidade para transformar o capital aforrado em investimento, trabalho, progresso de vida para a população. Falta de capacidade, dizem. Não chega saber desenrascar, à portuguesa...

Mais uma mentira de Ramos-Horta

"O presidente de Timor-Leste contou hoje a compatriotas em Portugal que alguns deputados consideraram inconstitucional que ele tivesse mobilizado os militares timorense, ingleses e australianos para a luta contra a pobreza. "Houve deputados a avaliar esta medida como inconstitucional mas eu considero que se a luta contra a pobreza é inconstitucional, então esta Constituição tem de mudar", acrescentou o estadista."

Ramos-Horta.
16.11.2007

O que os deputados consideraram inconstitucional, foi o pedido de Ramos-Horta para a Presidência da República receber do orçamento de Estado 6 milhões de dolares, para um fundo de combate à pobreza, a ser gerido por Ramos-Horta, sobrepondo-se aos projectos do Governo....

Engraçado como ninguém neste país ouve o outro lado e faz das palavras de Ramos-Horta lei, esquecendo-se que Timor-Leste é um estado de Direito com Lei.

Alguns deputados timorenses consideraram inconstitucional mobilizar militares para a luta contra a pobreza

© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-11-16 21:35:01

O presidente de Timor-Leste contou hoje a compatriotas em Portugal que alguns deputados consideraram inconstitucional que ele tivesse mobilizado os militares timorense, ingleses e australianos para a luta contra a pobreza.

"Houve deputados a avaliar esta medida como inconstitucional mas eu considero que se a luta contra a pobreza é inconstitucional, então esta Constituição tem de mudar", acrescentou o estadista.

No encontro com a comunidade timorense, ao final da tarde, na Fundação Cidade Lisboa, José Ramos-Horta garantiu que a crise no seu país "está a ser ultrapassada".

Acompanhado por vários membros do seu governo - vice-ministro da Educação, ministro dos Negócios Estrangeiros, embaixador de Timor-Leste em Portugal e secretário de Estado para a Formação Profissional e Emprego - o diplomata finalizou a sua visita oficial a Portugal com uma mensagem de optimismo para os seus conterrâneos que se encontram em Portugal.

Os temas principais do discurso do presidente centraram-se nas relações externas, na educação e no sistema de saúde timorenses.

Segundo Ramos-Horta, Timor-Leste desenvolve relações diplomáticas com todos os países do continente asiático, com os Estados Unidos e com vários países da América do Sul.

Adiantou que, em 2008, Timor-Leste irá abrir uma embaixada em Brasília.

"No encontro com [Luís Inácio] Lula, em Nova Iorque, o presidente do Brasil perguntou-me quando é que eu tencionava abrir uma embaixada no Brasil. Fiquei embaraçado com a sua pergunta e respondi: Para o ano!".

No plano da educação, assegurou que o actual governo irá tratar o assunto com especial atenção em 2008.

Referiu os bons resultados dos estudantes timorenses de Medicina em Cuba, adiantando que, "se houver um aproveitamento [dos alunos de saúde] de cem por cento, teremos um médico por cada mil pessoas, dentro de cinco ou seis anos".

Referiu, também, que a língua portuguesa irá continuar a ter a mesma importância que tem hoje naquele país.

Garantiu que "os erros cometidos no passado, ficaram no passado" e não se irão repetir.

"Não se esqueçam de que somos um país jovem, com apenas cinco anos de existência e um estado moderno não se cria em tão pouco tempo", lembrou Ramos-Horta.

Limitado por "constrangimentos de tempo", José Ramos-Horta não pôde dialogar com o público, maioritariamente timorense mas disponibilizou o seu endereço electrónico para possíveis questões por parte dos que participaram no encontro.

"Se voltar a ser candidato só se for às Nações Unidas"

DN
17.11.07
JOÃO PEDRO HENRIQUES
José Ramos-Horta, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE TIMOR-LESTE

Ontem [anteontem] perguntei- -lhe em Belém como comentava críticas a uma alegada diminuição da cooperação portuguesa em Timor. O senhor, elegantemente, não respondeu. Insisto: está ou não a diminuir?

Não me parece que tenha diminuído. Essas críticas vêm da parte de quem?

Lêem-se em sites timorenses, blogues, etc...

Não, não me parece. Estamos satisfeitos com o envolvimento português.

O Presidente português apelou a que haja mais participação de outros países da CPLP na cooperação com Timor-Leste. Parece-lhe um pedido viável?

O problema de muitos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) são os recursos humanos. Mas Cabo Verde, por exemplo, tem muitos recursos humanos e poderia ajudar muito mais. E poderia recorrer ao co-financiamento, quer da parte de Portugal quer da parte da UE. Porque não um programa trilateral CPLP/Timor-Leste/UE, financiado pela UE, em que os países da CPLP investissem com recursos humanos.

Começa a aparecer investimento estrangeiro em Timor-Leste ou ainda não?

Começa. Há um grande investimento de um português que vive há mais de 30 anos em Sidney e que vai construir o primeiro edifício de dez andares em Timor, para habitação e escritórios.

E no turismo?

Algum, pelo menos três hotéis, para além do Hotel Timor.

Tudo em Díli?

Sim. Mas na ponta leste também há um muito bom, australiano.

O senhor tem insistido muito no investimento da construção de estradas, para acelerar o desenvolvimento. Esse seu apelo tem tido resposta por parte do Governo de Xanana Gusmão?

É sensível, é sensível. Mas, para 2008, o que consta - eu ainda não vi - é que o Orçamento do Estado é modesto, tipo tapa-furos. É para tapar buracos. Espero que em 2008 o Governo aposte a sério em negociações com o Kuwait e com o Governo japonês para um empréstimo, para que em 2009 comecem obras a sério.

E quanto à diversificação dos fundos do petróleo?

Isso é prioritário, absolutamente prioritário. Não podemos ter os fundos todos depositados no Tesouro dos EUA. Temos de diversificar a aplicação desses fundos.

Vai continuar na vida política até quando?

No máximo dos máximos, se tudo correr bem, até 2012, quando o meu mandato terminar.

Quer dizer que não se vai recandidatar?

Exacto. Constitucionalmente podia ser. Mas não vai ser. Se voltar a ser candidato a alguma coisa será às Nações Unidas.

Saudades de pastéis de nata e de "programas informais"

DN
17.11.2007
JOÃO PEDRO HENRIQUES

"Já tinha saudades de Lisboa. Já cá não vinha há dois anos. De beber um café e comer um pastel de nata. E tenho pena de agora não poder ter programas informais. Queria ter podido jantar com o meu amigo Adelino Gomes [jornalista do Público]."

José Ramos-Horta, segundo Presidente da República de Timor-Leste, em discurso directo, ontem, numa conversa com jornalistas, no Hotel Tivoli. Depois, o anúncio da importante decisão: iria a pé do hotel até à Câmara Municipal de Lisboa, onde o aguardava mais uma cerimónia da sua visita oficial de dois dias, que ontem terminou. A sua primeira visita a Portugal enquanto Presidente do mais jovem país do mundo.

Tudo estava convenientemente preparado com a segurança e com o protocolo de Estado. Em passo relativamente acelerado, o Presidente foi descendo a avenida. Primeira paragem: uma loja de óculos para reparar os seus, que estavam tortos. Feita a reparação, lá seguiu, aqui e ali cumprimentando transeuntes. Nenhuma manifestação de hostilidade. Algumas saudações amigáveis. "Admiro muito o que tem feito por Timor", disse-lhe uma lisboeta. Na Rua Augusta cruzou-se com um casal de timorenses, que reconheceu. Timorenses residentes em Timor, funcionários da Alfândega, agora em Lisboa para um curso técnico de um mês. No ar ficou uma leve reprimenda de Horta aos seus compatriotas: "Estão aqui? Não deviam estar nesse curso? "Estamos num dia de folga...", justificaram-se.

A caminhada terminou no histórico Martinho da Arcada. Tudo já estava preparado para receber o Presidente. No livro de honra, o Nobel da Paz não foi capaz de mais do que uma cópia de uma mensagem que já lá constava: "Reconheço que não conheço a história do Café Martinho da Arcada, mas plagio o meu querido amigo professor Cavaco Silva no que ele disse sobre esta casa." E lá se atirou a dois cafés e a um pastel de nata, fazendo tempo para a cerimónia na CML.

Juntou-se então à comitiva o embaixador de Portugal em Timor- -Leste, João Ramos Pinto.

Pelo meio, elogiou o empenhamento da câmara na reconstrução do seu país. Em Díli , disse, há uma rua Cidade de Lisboa e um Largo João Soares. Só lamentou que a autarquia não tenha terminado ainda uma obra a seu cargo: a construção da residência oficial do Presidente da República de Timor-Leste.

Timor-Leste: Paredes aproveita visita Ramos-Horta para lançar novos projectos cooperação

Lusa - 16 de Novembro de 2007, 19:15

Lisboa - O município de Paredes vai aproveitar a visita a Portugal do Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, para lançar novos projectos de cooperação com a mais jovem nação asiática, nos domínio social e da construção civil.

Fonte do município adiantou à Lusa que o alargamento da cooperação com Timor-Leste será discutido no sábado de manhã, num encontro em Lisboa entre Ramos-Horta e o presidente da Câmara Municipal de Paredes, Celso Ferreira.

Foi Ramos-Horta, então primeiro-ministro, que em Março deste ano inaugurou uma fábrica de móveis em Baucau, construída com máquinas oferecidas por industriais do concelho, e cuja expansão tem vindo a ser pensada.

O projecto "Uma Fábrica por Timor" envolveu também acções de formação e desenhos técnicos de mobiliários, facultados por profissionais da madeira de Paredes, um dos concelhos do país onde esta indústria é mais representativa.

Numa primeira fase, a nova unidade industrial de Baucau dedicou-se à produção de linhas de mobiliário escolar para a reconstrução do território, alargando depois gradualmente o seu âmbito produtivo, para fazer face às necessidades do país e eventualmente exportar, aproveitando a qualidade das madeiras timorenses.

Na forja, segundo a mesma fonte, está a assinatura de um acordo de geminação entre Paredes e Baucau, recentemente proposta por D. Basílio de Nascimento, bispo da cidade timorense, mas que só agora vai começar a ser preparada.

PDF-Lusa/Fim

PRESIDENTE RAMOS-HORTA EM PORTUGAL REÚNE-SE COM PRESIDENTE CAVACO SILVA

Palácio das Cinzas, 17 Novembru 2007

os dois Prémios Nobel de Timor-Leste encontram-se TAMBÉM em Lisboa

“A reforma da PNTL é crucial para estabilidade do país e queremos alargar a cooperação com Portugal neste sector” afirmou o Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta, em visita a Portugal.

“Acreditamos que o modelo da GNR é o melhor para Timor-Leste", declarou o chefe de Estado.

O Presidente Ramos-Horta encontrou-se 5.ª-feira com o Presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, com quem teve uma reunião de uma hora e meia.

O Presidente português ofereceu depois um almoço em honra do presidente de Timor-Leste, no Palácio de Belém, a sua residência oficial.

Os dois Presidentes da República falaram de várias áreas da cooperação, incluindo a Educação e a Justiça.

O Presidente Ramos-Horta disse que Timor-Leste continua a preferir a cooperação com Portugal na área da formação de professores e pediu que Portugal alargue o seu apoio ao desenvolvimento da Língua Tétum.

“O Tétum é uma língua nacional que precisa de apoio técnico para se desenvolver. Faltam-lhe palavras para poder responder ao que é preciso na comunicação moderna”, disse.

“A cooperação portuguesa podia ver o que Portugal pode fazer para ajudar ao desenvolvimento da Língua Tétum, que bebe do Português”, acrescentou.

O Presidente José Ramos-Horta iniciou o primeiro dia de visita oficial a Portugal, recebendo o Bispo resignatário de Díli, D. Carlos Ximenes Belo.

Os dois prémios Nobel da Paz de Timor-Leste tomaram o pequeno-almoço juntos num hotel de Lisboa.

D. Carlos Belo disse que “dá todo o seu apoio ao Presidente da República e ao governo para se criar um clima de tranquilidade, paz e bem-estar para as populações, para se criarem empregos para os jovens e mais benefícios para os mais pobres".

O Presidente Ramos-Horta visitou na tarde de 5.ª-feira o parlamento nacional de Portugal.
Hoje 6.a-feira, o Presidente da República encontra-se com o Primeiro-Ministro de Portugal, Engº José Sócrates ao fim a manhã.

O chefe do governo de Portugal convidou também o Presidente de Timor-Leste para um almoço no Palácio de S. Bento, a residência oficial do Primeiro-Ministro português.

Durante a tarde, o Presidente Ramos-Horta encontra-se com a comunidade timorense residente em Portugal e visita também o Quartel-General da GNR em Lisboa.

A delegação que acompanha o Presidente da República realizou várias reuniões com outros membros do governo de Portugal para tratar da cooperação bi-lateral.

O Vice-Ministro da Educação, Dr. Paulo Assis Belo, tem 6.ª-feira uma reunião de trabalho com o Secretário de Estado da Educação de Portugal, Dr. Jorge Pedreira.

Timor-Leste quer começar um projecto de cooperação novo, financiado pelo orçamento timorense. Este projecto inclui contratar mais 30 professores portugueses para formarem jovens de Timor-Leste para serem futuros professores.

O Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Dr. Benedito de Freitas, teve 5.ª-feira uma reunião com o Secretário de Estado da Formação Profissional de Portugal, Dr. Fernando Medina.

Na reunião estiveram presentes dirigentes do IEFP, o serviço português que criou o Centro Nacional de Emprego e Formação Profissional de Tíbar.

O Dr. Benedito de Freitas vai visitar na 6.ªfeira os serviços do IEFP e disse que o governo de Timor-Leste deseja alargar a Formação Profissional a novas profissões.

O governo de Timor-Leste deseja também que o Centro de Formação Profissional de Tíbar ensine mais formadores timorenses, para aumentar em Timor-Leste o número de pessoas que sabem fazer Formação Profissional. – FIM.

Portugal e a Língua Portuguesa em Timor

Diário de Notícias – 15 de Novembro de 2007

João Gomes Cravinho, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros

Não foi por razões emotivas ou irreflectidas que as autoridades timorenses escolheram o português como língua oficial, a par do tétum.

O português foi, por excelência, a língua da Resistência, não por ser a mais falada, mas por ser aquela que melhor exprimia a vontade de independência. O seu valor simbólico era profundo e, depois da Independência, ganhou um valor prático que nenhuma outra língua poderia ter: cumpria, em simultâneo, as funções de veículo de acesso ao mundo e de diferenciação geoestratégica, ajudando assim a consolidar e a perpetuar a soberania nacional. Ora, ao fim de um quarto de século de proibição da língua portuguesa, que por sua vez se seguiu a um período colonial que deixara bastante a desejar em matéria de escolaridade, o arrojo e a coragem das autoridades timorenses merecem o nosso respeito e exigem o total apoio e empenho por parte de Portugal e dos restantes países da CPLP.

Esse apoio tem existido ao longo destes primeiros anos de independência, e os progressos são visíveis. Em média, o investimento da Cooperação Portuguesa no apoio à reintrodução da língua portuguesa tem sido de mais de seis milhões de euros por ano. Depois de uma primeira fase, de emergência, em que os professores portugueses leccionavam directamente nas escolas, a aposta passou a centrar-se na formação de professores e no ensino directo a funcionários públicos.

Actualmente, os 120 professores portugueses em Timor ensinam a língua a cerca de 6500 docentes timorenses, havendo no total 7200 docentes no sistema de ensino. Há cursos de três níveis distintos, consoante a capacidade dos formandos. E muito, como se vê, mas quem conhece a realidade timorense sabe que e simultaneamente pouco, face ao desafio existente. Com efeito, muitos dos professores que melhor dominam a língua portuguesa estão hoje à beira da reforma, e muitos dos que frequentam as aulas de português não são, ainda, capazes de utilizar essa língua corno instrumento de trabalho. A isto não é alheio o nível médio de formação dos docentes timorenses. Os muitos anos de descuido na formação de professores não permitem, hoje, soluções rápidas e fáceis. Pelo contrário, a aposta tem de ser dirigida para a qualidade da formação, e é por isso que a Cooperação Portuguesa irá investir fortemente na formação das novas gerações de professores.

A grande batalha joga-se no médio e no longo prazo, mas há também iniciativas de curto prazo que nos permitem corresponder aos apelos das autoridades timorenses. Assim, estão previstas diversas iniciativas que, nestes próximos meses, acentuarão a nossa solidariedade com Timor.

1. O reforço da língua portuguesa na administração pública, através da criação de células de tradução, interpretação e formação ao nível dos ministérios. Correspondendo aos pedidos feitos por vários ministros, a Cooperação Portuguesa apoiará o uso da língua portuguesa como instrumento de trabalho.

2. A criação de conteúdos em língua portuguesa para rádio e televisão. Esta iniciativa constitui a sequência lógica do recente investimento da Cooperação Portuguesa em antenas emissoras para que a televisão chegue à generalidade do território (Actualmente não vai para além de Díli).
3. O apoio à comunicação social escrita em língua portuguesa, incluindo-se aqui a formação de jornalistas.

4. A multiplicação dos cursos livres de língua portuguesa, captando públicos que até agora não tiveram acesso à escolaridade em português. É fundamental que o português seja, sempre, a língua de abertura e acolhimento, e nunca de exclusão.

5. O apoio à criação de bibliotecas distritais, descentralizando deste modo o acesso à leitura.
6. A instituição de uma Feira do Livro em Língua Portuguesa, que possa percorrer diversas cidades e vilas de Timor, aproximando assim os timorenses do convívio literário com os países da CPLP.

Entramos, agora, numa nova fase de consolidação da língua portuguesa em Timor-Leste, e estas iniciativas, todas elas previstas para 2008, fazem parte desta aposta renovada.

Ninguém está esquecido da emoção com que todos acompanhámos a extraordinária caminhada de Timor-Leste para a Independência. A solidariedade em língua portuguesa foi uma peça essencial desse processo. Hoje, a consolidação da escolaridade em língua portuguesa, em Timor, representa o mais importante investimento desse país no seu próprio futuro. A nós, compete-nos saber estar ao lado dos timorenses, apoiando-os como mais ninguém o poderá fazer. E não duvido que saberemos corresponder.

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Ramos-Horta volta a criticar juiz português que o ...":

Decididamente, o Presidente RH passou das marcas.

É, no mínimo, falta de educação zombar assim de um magistrado português no seu próprio país, Portugal.

É que se há alguém aqui que é convidado, esse alguém é o Dr. Ramos Horta.

Se eu fosse à casa dele também não seria nada elegante se eu começasse a dizer mal da comida ou do (des)conforto das cadeiras, por mais que isso me chateasse.

Quanto ao assunto da embaixada, concordo que é uma vergonha. Mas para nós, portugueses. O que tem RH a ver com isso? Foi para isso que veio a Portugal, gastando dinheiro do Orçamento timorense? Não tem assuntos mais importantes na sua agenda? Quer com isso desviar as atenções do escândalo que são as suas ingerências no poder judicial timorense?

Senhor Presidente: deixe lá a embaixada portuguesa sossegada, que o senhor é chefe de Estado de outro país. Se calhar o novo edifício ainda não foi construído porque as verbas portuguesas têm ido prioritariamente para ajudar o povo timorense. E isso é muito mais importante do que uma embaixada nova.

Aproveite, senhor Presidente, para tomar muito chá em Portugal.

Carlos Gaspar é o próximo assessor de Ramos Horta

Expresso
17.11.2007

Assessor é o antigo responsável do dossier Timor-Leste, em Belém, na altura da saída do país da ocupação indonésia, em 2000.
23:12 Sexta-feira, 16 de Nov de 2007

António Pedro Ferreira
A assessoria de Ramos Horta será custeada pela Fundação Oriente

Fonte próxima de Ramos Horta, Presidente da República de Timor-Leste, disse esta noite ao Expresso que o próximo assessor da presidência timorense será Carlos Gaspar, antigo assessor de Jorge Sampaio para as questões de Timor-Leste, em 2000, na altura da saída do país da ocupação indonésia.

As funções de Carlos Gaspar serão custeadas pela Fundação Oriente, onde o antigo assessor de Sampaio exerce funções desde que saiu de Belém, na altura em que o Presidente terminou o mandato.

O Expresso sabe também que Pascuela Barreto, antiga embaixadora de Timor em Portugal, vai ser nomeada para as do seu país na CPLP. Esta é a primeira representante diplomática do país na CPLP, até aqui o país tinha apenas um representante.

Horta adverte juízes de Díli

Expresso
17.11.2007

Na primeira visita oficial a Portugal, Ramos-Horta agradeceu “todo o apoio dado pelo Estado português durante a crise” vivida na ex-colónia

Na primeira e tranquila visita oficial a Portugal como Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta deixou por resolver em Díli uma guerra institucional séria com os tribunais. Nas vésperas da viagem a Lisboa, o juiz internacional português Ivo Rosa assinara um despacho em que acusa o Nobel da Paz de “manifesta interferência no poder judicial” e de ter proferido uma “decisão ilegal”, ao ter dado ordens directas ao brigadeiro australiano que comanda as forças internacionais presentes em Timor para que não cumpra o mandado de captura emitido em nome do major Alfredo Reinado e de mais 15 homens, que continuam armados e à solta nas montanhas apesar de serem acusados de vários homicídios, de posse ilegal de armas e de crime de rebelião, que podem vir a dar penas até 20 anos de prisão.

Ivo Rosa tem tido a responsabilidade de julgar os crimes relacionados com a crise em Timor e marcou o julgamento de Reinado para 3 de Dezembro próximo, embora nem os militares australianos nem a polícia da ONU estejam a fazer qualquer esforço para prender o rebelde, mesmo sabendo do seu paradeiro. O juiz considera que isso é uma “violação do princípio da separação de poderes”, acrescentando no despacho que a situação que se está a passar “compromete a implementação de um Estado de Direito democrático em Timor-Leste”.

Na quinta-feira, depois de um pequeno-almoço no Hotel Tivoli, em Lisboa, com o também laureado Ximenes Belo, antigo bispo de Díli, Ramos-Horta seria confrontado pelos jornalistas sobre o despacho do juiz: “Eu aconselho, sobretudo, aos juízes estrangeiros no meu país a mostrar mais respeito pelo chefe de Estado timorense eleito. É a única coisa que tenho a dizer”.

Sem a sua captura, o julgamento de Reinado corre o risco de nunca acontecer, já que não pode ser feito à revelia. O ex-comandante da polícia militar timorense chegou a ser detido no Verão de 2006 pela GNR, mas acabou por fugir da prisão de Bécora sem que os magistrados em funções tivessem sido capazes de fixar um termo de identidade e residência, documento indispensável para que os crimes pudessem agora ser julgados sem a sua presença no tribunal.

Micael Pereira

Troca-tintas

"O presidente de Timor-Leste agradeceu nomeadamente o apoio nas áreas da Justiça, da Educação e ainda da Segurança"

TVI. 16.11.2007

Então, os juizes não eram "convidados" das Nações Unidas em Timor-Leste?... Ou será que a GNR também é convidada das Nações Unidas? É porque ambos trabalham para a UNMIT...

Vira o bico ao prego...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Ramos-Horta aconselha juiz caso Reinado a "mostrar...":

"Aconselho os juízes estrangeiros no meu país a mostrarem mais respeito pelo chefe de Estado timorense"

É precisamente o inverso, Dr. Ramos Horta: infelizmente, é preciso um juíz PORTUGUÊS chamar a atenção do PR para respeitar as leis TIMORENSES.

Mas fez bem em remexer no assunto. Pode ser que assim desperte a curiosidade dos jornalistas portugueses...

Ramos-Horta, mente, mente, mente.

"Depois de ontem ter aconselhado Ivo Rosa a "mostrar mais respeito", na sequência de um despacho judicial em que o magistrado afirmou que o chefe de Estado timorense desrespeitava a Constituição, Ramos-Horta quando respondia a uma questão sobre a actual situação de segurança em Timor-Leste, salientou que o juiz "é convidado para estar em Timor-Leste, por via das Nações Unidas".

"De vez em quando [Ivo Rosa] faz umas declarações disparatadas e entra mesmo em contradição com o presidente do Tribunal Supremo de Justiça", o juiz Cláudio Ximenes, acusou.

Público. 16.11.2007

1. O Juiz não é "convidado" para estar em Timor-Leste pelas Nações Unidas. A Constituição de Timor-Leste prevê que juizes internacionais sejam empossados, o que foi o caso do Juiz Ivo Rosa. Se alguém tiver dúvidas pode consultar a Constituição de Limor-Leste aqui.

2. O Juiz Ivo Rosa não fez "declarações" disparatadas, como Ramos-Horta diz, mais uma vez em total de desrespeito pelo poder judicial. O juiz fez um despacho no processo do julgamento de Alfredo Reinado e na sequência da passividade das forças de segurança, confirmadas pelo Brigadeiro australiano que o atribui a "ordens" para não executar os mandados de captura, por parte do Presidente Ramos-Horta. Veja o despacho aqui.

3. O juiz Ivo Rosa nunca entrou em "contradição" com o Tribunal Supremo de Justiça, (Tribunal de Recurso como se designa em Timor-Leste) pela simples razão que nunca o Tribunal de Recurso se pronunciou sobre este caso, visto nunca lhe ter sido apresentado uma acção nesse sentido. E nem o juiz Claúdio Ximenes fez ou faria considerações com o Presidente da República Ramos-Horta sobre a decisão de um colega que muito estima.

Aos jornalistas interessados, que se identifiquem por email, enviamos os contactos necessários para que possam confirmar com o Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes.

Estas mentiras são vergonhosas e é um escândalo que ninguém confirme a veracidade destas afirmações.

Ramos-Horta quer impedir a todo o custo que Alfredo Reinado testemunhe. Alfredo Reinado, que na semana passada em entrevista declarou que nunca se vai render e que se for a Tribunal responder pelos seus crimes, Xanana e Ramos-Horta também irão.

Ramos-Horta volta a criticar juiz português que o acusou de desrespeitar a Constituição

Presidente de Timor-Leste em visita oficial a Portugal

16.11.2007 - 18h03 Lusa

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, voltou hoje a criticar o juiz português que o acusou de desrespeitar a Constituição numa questão relacionada com as Forças de Estabilização Internacionais. Em visita oficial a Portugal, o chefe de Estado criticou ainda o impasse em que se encontra a construção do novo edifício da embaixada portuguesa em Díli.

Ramos-Horta, que falava aos jornalistas no segundo dia da sua estada em Portugal, acusou o juiz Ivo Rosa de "falar mais que um político", inferindo daí que o magistrado "deve estar à procura de um cargo político em Portugal".

Depois de ontem ter aconselhado Ivo Rosa a "mostrar mais respeito", na sequência de um despacho judicial em que o magistrado afirmou que o chefe de Estado timorense desrespeitava a Constituição, Ramos-Horta quando respondia a uma questão sobre a actual situação de segurança em Timor-Leste, salientou que o juiz "é convidado para estar em Timor-Leste, por via das Nações Unidas". "De vez em quando [Ivo Rosa] faz umas declarações disparatadas e entra mesmo em contradição com o presidente do Tribunal Supremo de Justiça", o juiz Cláudio Ximenes, acusou.

Em causa está uma ordem que o Presidente timorense terá dado às Forças de Estabilização Internacionais (ISF) para não cumprirem uma decisão judicial e cessarem as operações para prender o major Alfredo Reinado, o ex-comandante da Polícia Militar, evadido da prisão de Díli desde Agosto de 2006.

Tido como um dos rostos da crise de 2006, Reinado é acusado de um crime de rebelião, oito crimes de homicídio de forma consumada e dez crimes de homicídio de forma tentada.

Na sequência dessa ordem, o juiz português Ivo Cruz assinou um despacho do Tribunal de Díli, no qual afirma que "verifica-se uma manifesta interferência no poder Judicial por parte de outro órgão de soberania do Estado, ou seja, do senhor Presidente da República". O juiz defendeu ainda no despacho que há "violação do princípio da separação de poderes sempre que um órgão de soberania se atribua, fora dos casos em que a Constituição expressamente o permite ou impõe, competência para o exercício de funções que essencialmente são conferidas a outro e diferente órgão".

Para o magistrado, "a decisão ilegal emanada pelo senhor Presidente da República coloca em causa a independência do poder judicial, contribuem para o não regular funcionamento das instituições democráticas e comprometem a implementação de um Estado de Direito e Democrático em Timor-Leste".

Embaixada portuguesa em Díli por construir

No encontro com os jornalistas, Ramos-Horta referiu-se também ao impasse que rodeia a construção do futuro novo edifício da embaixada de Portugal em Díli.

O espaço, atribuído pelo primeiro governo constitucional, liderado por Mari Alkatri, em 2001, continua votado ao abandono, e disso deu conta o Presidente timorense. "Desde 2001 que entregámos ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (de Portugal) um terreno para construção da futura embaixada, mas parece que se está a transformar numa segunda obra de Santa Engrácia. Talvez a culpa seja da burocracia ou do Ministério das Finanças (de Portugal)", alvitrou.

"O terreno está lá. As ervas que crescem nele livremente também", acentuou. O terreno em causa situa-se no espaço mais privilegiado da marginal da capital timorense, junto ao Palácio do Governo.

Cercado por uma vedação metálica, o destino que lhe foi atribuído pelas autoridades timorenses é atestado por uma placa em que se pode ler: "Futuras instalações da Embaixada de Portugal".

Ramos-Horta quer manter polícia portuguesa

Portugal Diário
2007/11/16 18:25
Presidente de Timor-Leste quer presença «robusta»

O Presidente da República de Timor-Leste, Ramos-Horta, considerou essencial que as forças portuguesas mantenham uma presença «robusta» no seu país pelo menos até 2011, vincando que a áreas da segurança e defesa continuam prioritárias, informa a agência Lusa.

O apelo de Ramos-Horta foi feito depois de ter sido recebido pelo primeiro-ministro, José Sócrates, em São Bento. Nas breves declarações que fez aos jornalistas, o Presidente da República de Timor-Leste disse ter «agradecido» ao primeiro-ministro «a rapidez e a generosidade dos apoios que foram dados por Portugal».

«No ano passado, no auge da nossa crise, Portugal correspondeu ao nosso apelo com o envio de um contingente da GNR», apontou Ramos-Horta.

«Junto das Nações Unidas e de Portugal, pedimos para que as forças portuguesas continuem a manter uma presença robusta no território por alguns anos, talvez até 2011 ou 2012», acrescentou.

Sócrates diz que Portugal quer lançar um novo ciclo de cooperação mais ambicioso

RTP
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-11-16 17:10:01

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que Portugal está disponível para lançar um novo ciclo na cooperação com Timor-Leste, visando consolidar as instituições democráticas e o ensino do português neste país.

As declarações de José Sócrates foram proferidas após ter recebido em São Bento o presidente da República de Timor-Leste, Ramos-Horta, encontro em que também esteve presente o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

José Sócrates disse que, durante o almoço com Ramos-Horta, teve a oportunidade de transmitir a intenção portuguesa de "dar um novo impulso à cooperação com Timor-Leste".

"Estamos muito satisfeitos com a evolução registada em Timor-Leste" e Portugal "está em condições de iniciar uma fase mais ambiciosa na cooperação" com este país, vincou o chefe do Governo português.

O primeiro-ministro especificou depois que as prioridades da cooperação serão dirigidas para "a consolidação das instituições democráticas timorenses e também para a área da educação, que é vital para o futuro de Timor-Leste".

Segundo Sócrates, as áreas da educação, da justiça e da cooperação técnica "são fundamentais" para o futuro do Estado timorense.

"Temos uma grande vontade de estar à altura da nossa história comum, tendo uma cooperação que honre essa mesma história", acrescentou.

Timor ruling clears way for justice

Nzharold.co.nz
5:00AM Saturday November 17, 2007
By Mike Houlahan

Gary Cunningham
Those responsible for the death of New Zealand cameraman Gary Cunningham in East Timor in 1975 should be brought to justice, says Acting Foreign Affairs Minister Michael Cullen.

Cunningham's family yesterday celebrated a long-awaited moment, when New South Wales Deputy State Coroner Dorelle Pinch declared the cameraman had died in what amounted to a war crime.

The coroner found Cunningham, Britons Brian Peters and Malcolm Rennie and Australians Greg Shackleton and Tony Stewart were "shot and/or stabbed deliberately" by members of the Indonesian Special Forces (ISF) to prevent the journalists revealing the ISF's involvement in the October 1975 invasion of East Timor.

The evidence on which Dorelle Pinch ruled that war crimes "may have been committed" will now be forwarded to Australia's Commonwealth Attorney-General Philip Ruddock, who has the power to prosecute such cases.

Dr Cullen said the inquest finding was the latest step in a long process and he understood its significance for the Cunningham family.

Officials would be in touch with their Australian counterparts in the next few days to discuss the findings and any further legal steps.

"New Zealand has regularly raised with Indonesian authorities the importance of seeking accountability for past events," Dr Cullen said.

"We will continue to do so because we believe this is a key step towards bringing reconciliation and laying the foundations for a peaceful future in Timor Leste [East Timor]."

Official reports from Indonesia have maintained that the five, working for Australian television stations Channel Nine and Channel Seven, were killed by crossfire.

Green MP Keith Locke said New Zealand had a moral obligation to help the Cunningham family by supporting a war crimes case, even if it meant upsetting Indonesia.

"New Zealand has to give support to the family in any further legal proceedings now that it has been fairly clearly established it was murder in cold blood. This whole matter can't be wrapped up without a further trial of those responsible," Mr Locke said.

Cunningham's family - his brother Greig, sister Ann, and the son he never met, John Milkins - cried and embraced after the eight-week inquest's findings were read to a packed Glebe Coroners Court in Sydney.

"It's amazing the coroner has basically disproved all of the stories we've been told for the last 32 years about how and why they died," Greig Cunningham said outside the court.

"She's also indicated that war crimes were committed and named two people at least who should be prosecuted, and it's now up to the Australian, New Zealand and British governments to do something about it."

Melbourne-based Greig Cunningham remained angry at the New Zealand Government's lack of action and support.

"Gary was a New Zealand citizen, he died with a New Zealand passport, and they shunted the responsibility to the Australians, who took no responsibility. Where was the New Zealand Government's attendance today? Where was the consul-general?

" additional reporting: NZPA

Atentos...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Entrevista RTP a Ramos-Horta":

Felizmente que o Malai Azul está atento a estas notícias, porque sempre nos escapa alguma coisa, por mais atentos que estejamos à TV portuguesa.

Com efeito, é confrangedora a ignorância demonstrada por este (e outros) jornalistas portugueses em relação ao que se tem passado em Timor-Leste.

E no entanto, as fontes de informação estão aí, começando pelo "Timor Online" e acabando na própria imprensa timorense, com súmula regular publicada pela UNMIT.

Portanto, é estranho o alheamento consciente e voluntário dos responsáveis pela comunicação social portuguesa, que se traduz neste caso concreto da entrevista a Ramos Horta pela escolha de um estagiário muito mal preparado.

A questão que fica em aberto é se esse alheamento resulta de alguma pressão política (interna ou externa) ou é mera inépcia dos responsáveis jornalísticos.

Timor pede mais professores a Portugal

Portugal Diário
2007/11/16 15:06

Governo prometeu enviar mais 30. Serão pagos pelo executivo de Xanana

O vice-ministro da Educação timorense, Paulo Assis, pediu esta sexta-feira ao Governo português para enviar mais professores para Timor-Leste no âmbito da cooperação na educação entre os dois países, noticia a Lusa.

«Timor-Leste escolheu português como língua oficial. É preciso cooperação para melhorar e reforçar a formação de professores», disse à agência Lusa o vice-ministro no final de uma reunião com o secretário de Estado da Educação português, Jorge Pedreira.

Nesse sentido, o governante timorense revelou que, «em princípio, Portugal vai enviar mais 30 professores para Timor-Leste, que deverão ficar sob o encargo do governo timorense».

De acordo com Paulo Assis, ao tomar a responsabilidade dos encargos dos professores portugueses, o governo timorense está a mostrar «a aposta» para implementar o português.

O vice-ministro disse ainda que o objectivo é ter professores que, além da língua portuguesa, ensinem outras disciplinas em português e, simultaneamente, dêem formação aos professores timorenses.

«No ensino secundário é onde temos mais problemas, porque faltam professores para ensinar outras disciplinas, como matemática e biologia, em português», disse o governante.

Segundo Paulo Assis, existem actualmente em Timor-Leste 120 professores portugueses e 6.500 timorenses.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, afirmou que o envio de mais 30 professores no início do próximo ano lectivo está dependente de várias questões, nomeadamente das condições de alojamento e segurança.

«É preciso haver condições. Do ponto de vista das infra-estruturas não há condições. Não há capacidade de alojamento e transporte, que é fundamental. A questão da segurança também é importante», sublinhou.

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor-Leste: Cavaco Silva garante "maior importânc...":

Acredito que estas palavras de Cavaco Silva sejam sinceras, porque elas resumem aquilo que sentem os portugueses, pelo menos aqueles que têm algum tipo de ligação a Timor. Especialmente o último parágrafo.

Quem tiver responsabilidades de Estado não pode ignorar essa realidade.

Justa foi a homenagem de Cavaco a todos os portugueses que lutam diariamente em Timor pelo futuro deste país, aguentando a pé firme pressões vindas de todos os quadrantes. Acho que este elogio é um prémio muito mais motivador do que certos tipos de recompensas materiais.

A minha preocupação é o alcance que estas palavras terão, numa altura em que existem fortes suspeitas de que o Governo português se prepara para fazer alguns "recuos estratégicos", numa manifestação de "realpolitik" em sintonia com a de Ramos Horta.

Quero saudar também as palavras de Menezes, a que não será estranha a influência de Ângelo Correia, que conhece Timor - entre outras funções, foi chefe de gabinete do Governador em 1973.

Governo de Timor-Leste deveria contrair empréstimos internacionais

RTP
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-11-16 14:55:01

O governo timorense "deveria contrair empréstimos para desenvolver o país", defendeu hoje em Lisboa o Presidente de Timor-Leste.

José Ramos-Horta, que falava numa conferência de imprensa no âmbito da visita oficial de dois dias que iniciou quinta-feira a Portugal, deu como exemplos os casos do Japão e do Kuwait, que disponibilizam taxas de juros "altamente favoráveis".

"Para combater a pobreza há muitas formas e o governo (do primeiro-ministro Xanana Gusmão) precisa de ser audaz no investimento de infra-estruturas", salientou.

"Estradas e mais estradas. Sem estradas não vale a pena o governo falar em desenvolvimento, em saúde ou educação", afirmou. "O governo pode contrair empréstimos internacionais junto do Japão ou do Kuwait, que têm taxas de juros altamente favoráveis. No caso do Kuwait as taxas são de 1 por cento e o Japão tem taxas inferiores a 1 por cento", destacou.

José Ramos-Horta referiu-se ainda às receitas resultantes das reservas de petróleo e gás natural existentes no Mar de Timor que, no caso do acordo que o país celebrou com a Austrália, rendem mensalmente cerca de 100 milhões de dólares.

O Presidente timorense recordou contudo que a utilização daquelas receitas está condicionada pela legislação em vigor no país, através de mecanismos que Ramos-Horta criticou, considerando que nos últimos dois anos Timor-Leste "perdeu dezenas de milhões de dólares" por ter investido aquelas verbas unicamente no Fundo de Tesouro norte-americano, que rendem apenas 4 por cento de juros.

O Presidente timorense criticou, nesse sentido, a política encetada pelo primeiro governo constitucional, liderado por Mari Alkatiri - onde ocupou a pasta dos Negócios Estrangeiros - de concentrar os investimentos apenas no Fundo de Tesouro norte-americano.

"Não me parece que tenha sido uma política acertada investir tudo nos fundos de tesouro. Em dois anos perdemos dezenas de milhões de dólares, com juros baixíssimos. Defendo que devemos rever e encetar negociações imediatas com o fundo do Kuwait e com o Japão para contracção de empréstimos", vincou.

Ramos-Horta referiu-se ainda no encontro com os jornalistas à decisão, divulgada quinta-feira, por uma magistrada australiana em recomendar uma investigação para determinar se foram cometidos crimes de guerra em 1975, aquando da morte de cinco jornalistas sedeados na Austrália.

A recomendação, na sequência de um vasto inquérito, contradiz a versão oficial dos governos indonésio e australiano que afirmaram que os jornalistas foram mortos acidentalmente no fogo cruzado entre as tropas indonésias e os defensores timorenses na localidade de Balibó a 16 de Outubro de 1975.

Segundo Ramos-Horta "é falso" que os jornalistas tenham morrido devido ao fogo cruzado.

"Os responsáveis indonésios deveriam ter a coragem de assumir as suas responsabilidades", frisou.

Na conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Zacarias da Costa, referiu-se à possibilidade de Timor-Leste e a Indonésia assinarem "já em Janeiro de 2008" um acordo definitivo sobre as fronteiras comuns.

Esse acordo poderá ser assinado por ocasião da visita que Xanana Gusmão deverá efectuar no próximo ano a Jacarta e resultará dos encontros que têm vindo a realizar-se, a nível político e técnico.

"Já foram demarcadas 96 por cento do total das fronteiras. Dos restantes 4 por cento em falta, técnicos dos dois países já acordaram no traçado de 3 por cento, e o que falta será debatido quando em breve me encontrar com o meu homólogo indonésio (Hassan Wirajuda)", afirmou Zacarias da Costa.

Após a conferência de imprensa, Ramos-Horta, acompanhado do chefe da diplomacia timorense e do embaixador em Lisboa, Manuel Abrantes, optou por se deslocar a pé até à zona da baixa lisboeta, para, explicou, "recordar os tempos em que, sem os constrangimentos do protocolo, provava uma bica e falava com os populares".

NOTA DE RODAPÉ:

1. O Fundo Petrolífero criado pelo Governo de Alkatiri, que Ramos-Horta tanto critica, foi considerado o 3º melhor do Mundo, à frente dos EUA, da Austrália e de tantos outros, pela sua transparência e modelo.

2. A eterna discordância com a FRETILIN sobre os empréstimos ao FMI, Banco Mundial, ADB e agora Japão e Koweit... Bem sabemos as "facilidades" com que estes querem emprestar dinheiro. Mas não há almoços grátis e Ramos-Horta sabe-o bem.

O perigo de corrupção se o Governo começar a aceitar estes empréstimos vai ser enorme. E além disso o Fundo do Petróleo tem o suficiente para as infra-estruturas necessárias e para as gerações futuras. É necessário é haver um Governo capaz de executar o orçamento...

E a FRETILIN garantiu que não cumprirá este tipo de obrigações...

Timor:Ramos Horta compara acordo secreto à Cimeira de Berlim

Diário Digital / Lusa
16-11-2007 15:01:00

O Presidente timorense José Ramos-Horta afirmou hoje em Lisboa que o acordo de quatro potências anglófonas, em 1963, sobre a integração da ex-colónia portuguesa de Timor na Indonésia é comparável à Conferência de Berlim.

Para o Presidente de Timor-Leste, a iniciativa secreta dos Estados Unidos da América, Austrália, Reino Unido e Nova Zelândia «tem paralelo com a conferência de Berlim», que no século XIX levou à partilha do continente africano pelas potências coloniais europeias.desvalorizou hoje

Ramos-Horta, que se encontra em visita oficial a Portugal, a primeira desde que foi eleito chefe de Estado em Maio passado, e que falava numa conferência de imprensa, salientou, no entanto, que a intenção dos quatro países anglófonos «não era séria».

«Não me parece que tenha sido uma intenção séria. Não passou de uma conversa informal de diplomatas, que não teve em linha de conta o factor Portugal. Era impensável que naquela altura Portugal aceitasse esta iniciativa», frisou Ramos-Horta.

A integração de Timor-Leste na Indonésia foi acordada secretamente, sem conhecimento de Portugal, em Washington, em 1963, segundo revelou à Lusa Moisés Silva Fernandes, investigador de ciências políticas e de relações internacionais da Universidade de Lisboa.

Através da análise de documentos da época, Moisés Silva Fernandes verificou que altos responsáveis políticos do Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia tiveram dois encontros em 1963, em Washington, onde «chegaram a acordo sobre a incorporação de Timor-Leste, numa política de apaziguamento em relação à Indonésia», afirma o investigador.

«Estes encontros foram secretos, Portugal nunca foi informado de nada», adianta.

Um dos documentos analisados por Moisés Silva Fernandes é um telegrama remetido em 13 de Fevereiro de 1963, pela embaixada australiana em Washington para o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, em Camberra, no qual dava conta do acordo obtido pelas quatro partes, que nessa data se encontravam na capital norte-americana para a primeira das suas reuniões.

«Sobre Timor, todos concordámos que mais tarde ou mais cedo a Indonésia vai apoderar-se da parte portuguesa da ilha de Timor e todos à volta da mesa tornaram bem claro que os seus governos não estavam preparados para envolver forças militares para evitar esta situação», lê-se no relatório da diplomacia australiana.

Noutro dos documentos encontrados pelo investigador português no Arquivo Nacional da Austrália, e recentemente abertos à consulta pública, consta um outro texto, escrito pelo embaixador da Austrália em Jacarta para o seu primeiro-ministro, Robert Menzies, datado de 7 de Março de 1963 e com a classificação «top secret».

«Devemos ao mesmo tempo convencer os indonésios que não teremos objecções a uma eventual incorporação do Timor português na Indonésia, desde que isto venha a ocorrer através do uso de meios aceitáveis», afirma o diplomata australiano, confirmando o acordo obtido em Washington.

Em Outubro de 1963, os quatro países anglófonos voltaram a reunir consenso sobre Timor-Leste em Washington. «O ideal do nosso ponto de vista seria que os portugueses cedessem Timor de boa vontade e de um modo que a transferência para a Indonésia não seja o resultado de uma agressão ou de um movimento cínico apaziguador para o Presidente (indonésio) Sukarno, lê-se num documento secreto de preparação da diplomacia londrina para o segundo encontro quadripartido e agora encontrado por Moisés Silva Fernandes no arquivo do «Foreign Office» britânico.

Ramos-Horta acrescentou que a iniciativa daqueles quatro países encontra ainda paralelo com a intenção manifestada «logo a seguir à II Guerra Mundial, quando a Austrália quis comprar Timor».

«A iniciativa (dos quatro países) não será muito diferente de uma outra tentativa, logo a seguir à II Guerra Mundial, quando a Austrália quis comprar Timor e pediu a mediação do Reino Unido», disse.

Para o investigador português, a interpretação dos novos dados é clara. «Onde outros podem ver realpolitik, eu vejo cinismo», comenta Moisés Silva Fernandes .

A Indonésia invadiu Timor-Leste em 7 de Dezembro de 1975, 12 anos após estas reuniões secretas, e, com o silêncio das potências ocidentais, ocupou o território até à consulta popular de 30 de Agosto de 1999, cujo resultado conduziu à independência do país asiático de expressão portuguesa.

Moisés Silva Fernandes revela no sábado as suas conclusões, do ponto de vista académico, num seminário na Universidade de Oxford sobre assuntos portugueses e lusófonos.

Posteriormente, tenciona escrever um artigo sobre as suas revelações históricas a propósito de Timor-Leste, em inglês, na revista científica de estudos internacionais South European Society & Politics e incluir os novos elementos históricos, em português, num livro dedicado aos anos de 1974 e 1975 em Timor-Leste, a lançar em 2008.

NOTA DE RODAPÉ:

Não haveria Horta de desvalorizar a culpa dos amigos anglófonos...

Crow freedom

The Australian
OPINION: Phillip Adams November 17, 2007

"Discussing reincarnation with the Dalai Lama," the President laughs, "I told him I didn't want to come back as a dog in East Timor."

He’s right. The Timorese are loving to their kids and kind to their cattle and pigs. But they neglect their dogs. There are multitudes of them, dingo-like, half starved and deeply suspicious of humans. There’s no wagging of tails when you make encouraging noises and they scuttle if you whistle. Roosters, on the other hand, are treated like royalty. They’re patted, pampered and taken for walks. All over the place you see men cradling them, stroking their feathers.

This is because cock fighting is a national sport. So I wasn’t surprised to see that President José Ramos-Horta had placed a large carving of angry roosters on the thatched roof of his new house. “Is that a symbol of East Timorese politics? The endless scrapping between the three of you? You, Mari Alkatiri and Xanana Gusmão?”

He laughs, acknowledging that politics here is very personal. Sometimes it seems totally, unhealthily focused on the three of them. Friendships and alliances between these heroes of the resistance continue to fluctuate wildly. All three have been prime minister during the first five years of Timor-Leste’s troubled independence, and two have been president. “Today a rooster, tomorrow a feather duster” doesn’t apply up here.

I’ve been intrigued by Horta (as the locals call him) for around 20 years – since way back when he was a nomadic diplomat representing a nation that didn’t exist, wandering the world with a battered suitcase, sleeping on floors or in fleapit hotels. While Xanana Gusmão led the insurrection against the Indonesians from caves in the mountains and later from a Jakarta jail, and a quarter or more of the population died in the struggle, Horta visited a hundred countries seeking help – and hung around the UN building in New York making a nuisance of himself.

I’d tell him the cause was hopeless. In 1975, when the Portuguese packed up and went home, East Timor was betrayed by both Henry Kissinger and the Whitlam government and given to Jakarta’s generals. Despite the ongoing slaughter Hawke and Keating ignored the Timorese and, shamefully, foreign minister Gareth Evans would dismiss the 1991 Dili massacre in a Santa Cruz cemetery as “an aberration”. This doubting Thomas saw the atrocity as a tipping-point. Cemeteries are where you bury the dead, not create the corpses. Around 300 kids were butchered there; hundreds more were hunted down and killed in the hospitals.

I visit Santa Cruz on our last day in Timor-Leste. Amid the masses of crumbling concrete tombs there’s a black metal cross memorialising the slaughter, surrounded by flickering candles and thousands of bouquets. Flowers as fresh as the memories. As I try to record the closing comments for my radio program Late Night Live, a constant stream of mourners arrive with more. Handed a fragile bunch by a sweetly smiling man, I find myself weeping as I place them with the others.

This “aberration” gave Horta a final chance to galvanise world opinion. The generals were driven out, burning the country from one end to the other in a final act of vengeance. Finally, just five years ago, Timor-Leste became a nation. Whereupon the Timorese turned on each other, and the fires blazed again.

Yet the three roosters – Horta, Xanana and Fretilin leader Alkatiri – convince me of their determination to end the violence and build a prosperous nation. Horta, joint winner of the 1996 Nobel Peace Prize, now acts as much like a pope as a president, wholly and holy appropriate in this Catholic country. By far the most popular of the three (certainly the least unpopular), he negotiates between the other two, stroking ruffled feathers and touring the country.

As we ride in a short motorcade through Dili – just three Toyota Prados – he waves in a fatherly fashion to the people. They wave back, giving the dazzling Timorese smile, many teeth stained from chewing betel nut. I tell him what we’ve heard in the remotest villages: “We are sick of war, death and arson. We want Horta to come, to talk and to listen.”

From guerilla war to graffiti war. Everywhere slogans brand Xanana a traitor. Yet when I talk to Alkatiri and members of Fretilin in the villages they back off the slander. When I tell a village leader that Xanana, who has given so much, is deeply hurt, she responds with: “He’s hurt, we’re hurt. It’s good that he’s hurt. But we still love him.”

With a little help from a new generation of leaders, the three roosters can fix Timor-Leste. The new Parliament is sitting and the budget debate is impressive. And the Timorese are a heroic and determined people. I leave believing that everyone can be happy in this beautiful country. Then the dogs will wag their tails.

Attempt on Lu'Olo's life marks new low in Timor Leste politics

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

MEDIA RELEASE
November 16, 2007

At about 4.40 am on Friday November 2, a drive-by shooting of the house of FRETILIN President Francisco Lu'Olo Guterres marked the first attempted assassination of a national leader and a new low in Timorese politics despite the mid-year presidential and parliamentary elections.

Lu'Olo was the commander of the FALINTIL guerrilla resistance at the time of the Indonesian defeat in the 1999 UN referendum, and the first President of the National Parliament, elected in May 2001. He is a member of the current parliament. All this makes him a living symbol of the Timor Leste liberation struggle, and this shooting a major incident.

Since the new government was installed in early August, FRETILIN has maintained its view that the Prime Minister, Jose Xanana Gusmao, was not properly appointed, and has maintained a vigorous role as an Opposition. It has held two well-attended 'retreats' at which its policies and grassroots structures have been reviewed and strengthened.

"This resilience was not expected by our opponents, and this may explain the underlying tensions behind this, which I personally regard as, at best, a serious act of criminal intimidation, and at worst attempted assassination, the latter which we cannot rule out given that this matter has still to be investigated," commented FRETILIN MP Jose Teixeira.

Lu'Olo's house is in the beachfront suburb Dili suburb of Farol. The vehicle from which the shots came had tinted windows, according to an account made to the parliament by FRETILIN MP Inacio Moreira.

Based on information from Lu'Olo himself and his close protection unit, Mr Moreira said, "A car was seen, having come from the direction of Praia dos Coqueiros (Coconut Beach) – Campo Alor, which, when in front of the residence of the former President of the National Parliament, drove by slowly, firing off four guns shots.

"After firing the shots, it left the location immediately. When the close protection security of the former President of the NP came out from the residence reconnoitre the situation, the group left the location. After three minutes, UNPOL arrived at the location to gather details regarding the occurrence, having found still hot spent bullet cartridges, which were taken to the police station", Mr Moreira explained in an interview published in the local newspaper, Jornal Nacional Semanário, on November 10.

The FRETILIN parliamentary group considers the shooting to be an act of terror and is demanding a full investigation to identify the culprits. Mr Moreira expressed strong concern that he had to raise the incident in parliament before it was reported in any local media outlet.

The FRETILIN group was supported by the Vice President of the National Parliament, Vicente da Silva Guterres (CNRT), who considered the shooting as a grave incident and requested the competent authorities to undertake an extensive investigation.

While no one was injured in the shooting, the family living at Lu'Olo's house is terrified. The house is a demountable structure which offers no protection against bullets, and was hit four times.

For further comment: Jose Teixeira MP +670 728 7080 / 0407 293 365

Tradução:

Tentativa contra a vida de Lu'Olo marca um novo ponto baixo na política em Timor-Leste

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

COMUNICADO DE IMPRENSA
Novembro 16, 2007

Por volta das 4.40 am na Sexta-feira 2 de Novembro, disparos de tiros dum carro contra a casa do Presidente da FRETILIN Francisco Lu'Olo Guterres marcou a primeira tentativa de assassínio dum líder nacional e um novo ponto baixo na política Timorense apesar das eleições presidenciais e legislativas em meados do ano.

Lu'Olo foi o comandante da guerrilha da RESISTÊNCIA FALINTIL na altura da derrota Indonésia no referendo da ONU em 1999, e o primeiro Presidente do Parlamento Nacional, eleito em Maio de 2001. É deputado no corrente parlamento. Tudo isto o torna um símbolo vivo da luta de libertação de Timor-Leste e estes tiros são um incidente maior.

Desde que foi instalado o novo governo no princípio de Agosto, a FRETILIN tem mantido a sua opinião que o Primeiro-Ministro, José Xanana Gusmão, não foi nomeado de maneira adequada, e tem mantido um papel vigoroso como Oposição. Realizou dois “retiros” bem participados nos quais as sua políticas e estruturas de base foram revistas e reforçadas.

"Esta resiliência não era esperada pelos nossos opositores, e isto pode explicar as tensões subjacentes por detrás disto, que pessoalmente encaro, no melhor, um sério acto criminoso de intimidação, e no pior como uma tentativa de assassínio, sendo que não podemos descartar o último visto que esta matéria está ainda a ser investigada," comentou o deputado da FRETILIN José Teixeira.

A casa de Lu'Olo fica no subúrbio frente ao mar em Dili o subúrbio de Farol. O veículo donde partiram os tiros tinha janelas pintadas, de acordo com o relato feito no parlamento pelo deputado da FRETILIN Inácio Moreira.

Com base nas informações do próprio Lu'Olo e da sua unidade de protecção próxima, o Sr Moreira disse, "Foi visto um carro a vir da direcção da Praia dos Coqueiros – Campo Alor, que, quando passava em frente da residência do antigo Presidente do Parlamento Nacional, afrouxou a marcha, disparando quatro tiros de pistola.

"Depois de disparar os tiros, deixou de imediato o local. Quando a segurança de protecção próxima do antigo Presidente do PN sairam da residência, para fazer o reconhecimento da situação, o grupo deixou o local. Três minutos depois, chegou a UNPOL ao local para recolher detalhes sobre a ocorrência, tendo encontrado os cartuchos das balas ainda quentes, que foram levados para a esquadra da polícia", explicou o Sr Moreira numa entrevista publicada no jornal local, Jornal Nacional Semanário, em 10 de Novembro 10.

O grupo parlamentar da FRETILIN considera que os tiros são um acto de terror e exige uma investigação completa para identificar os culpados. O Sr Moreira expressou fortes preocupações por ter de levantar o incidente no parlamento antes de ser sido relatado em qualquer media local.

O grupo da FRETILIN foi apoiado pelo Vice-Presidente do Parlamento Nacional, Vicente da Silva Guterres (CNRT), que considerou os tiros como um incidente graves pediu às autoridades competentes para fazerem uma investigação extensa.

Conquanto não tenha ficado ninguém ferido, a família a viver na casa de Lu'Olo está aterrorizada. A casa é uma estrutura desmontável que não oferece protecção contra balas, e foi atingida quatro vezes.

Para mais comentários: deputado José Teixeira +670 728 7080 / 0407 293 365

O bluff...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Xanana Gusmão pede que soldados expulsos voltem a ...":

Xanana afunda-se cada vez mais. A sua aura de líder esmorece a cada dia que passa.

Ele queixava-se de não poder governar enquanto Presidente da República. Não descansou enquanto não trocou de lugares com o seu amigo RH. No entanto, agora que pode governar, continua a fazer o mesmo que fazia quando era Presidente, com a diferença de que agora fala menos.

Para não estar de mãos a abanar, e porque afinal governar não é pera doce, ei-lo que volta aos "diálogos", sua actividade predilecta logo a seguir à plantação de abóboras.

Só que até os peticionários, começando por Salsinha, se fartaram de tanto diálogo e nem se dignaram comparecer à "reunião". Deram-lhe com os pés.

Xanana é confrontado cada vez mais com o esvaziar de uma figura que foi e, à força de querer ser tudo, acaba sendo nada.

As mentiras de Ramos-Horta

Na entrevista à Radio Renascença, Ramos-Horta diz que o juiz Ivo Rosa prefere, ao contrário dele, meios mais violentos para capturar Alfredo Reinado. "

"Não quero ser aventureiro ou o Rambo para ordenar acções militares violentas."

"O senhor juiz prefere meios estilo Rambo, eu prefiro meios pacíficos".

Ramos-Horta mostra, ele sim, um total desrespeito pelo poder judicial. O mesmo se passou nas primeiras tentativas de se capturar Alfredo Reinado, que partiram da iniciativa do procurador Mota Carmo. Ramos-Horta conseguiu convencer as Nações Unidas que o procurador, também português, era um "cowboy". Esquece-se que o único aqui armado em Rambo é o próprio Reinado, que se encontra armado, acusado de vários crimes de homicídio e rebelião.

Ramos-Horta diz que teve uma conversa com o Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes que "mostrou total compreensão à postura do Estado timorense ... que é preferível evitar os meios violentos para fazer executar mandados de captura."

Desmentimos que Cláudio Ximenes tenha tido essa conversa com Ramos-Horta, apoiando-o em decisões ilegais e interferências com o poder judicial, face ao despacho emitido pelo Tribunal.

Ramos-Horta responde à pergunta da jornalista Anabela Góis, sobre o perigo de assim se cair num estado de impunidade, dizendo que "há tantos casos para serem julgados... o processo judicial demora sempre tanto tempo."

Mentira. Desde Rogério Lobato, a Railos, aos F-FDT e tantos outros, todos já se entregaram à Justiça, alguns já foram condenados e outros estão a ser julgados. Apenas Reinado se passeia pelo país impune e continua a dizer que não se entrega.

Quando a jornalista pergunta se não se criou um clima de mau estar, diz que foi em relação a um juiz que não é sensível aos desafios que a nossa sociedade enfrenta... por ser estrangeiro...

Outra mentira. O mau estar é em relação à interferência do Presidente Ramos-Horta. O juiz tem tido toda a solidariedade e manifestações de apreço pela coragem assumida na defesa da Lei, por parte dos colegas, timorenses ou internacionais, e de muitos políticos que discordam do estado de impunidade criado por Ramos-Horta em relação a alguns criminosos.

Lembramos que além de ter condenado Rogério Lobato, antigo Ministro do Interior de Mari Alkatiri (neste caso Ramos-Horta e Xanana fizeram os maiores elogios ao juiz "português"), o juiz Ivo Rosa também ordenou a detenção de Railos, que vai começar a ser julgado. Neste caso as Nações Unidas só o detiveram por insistência do Juiz, o que criou o "mau estar" por parte de Ramos-Horta e Xanana Gusmão, visto este criminoso ter sido o representante distrital em Liquiça, das candidaturas de Ramos-Horta e depois do CNRT.

Aqui também tentaram tudo por tudo, que não havia pressa...

"Esse senhor juiz gosta de falar muito à imprensa."

O despacho é público. onde estão essas declarações do juiz à imprensa?

"O objectivo é levar esse senhor à Justiça, com dialogo... o que inclui todos os fugitivos à Justiça."

Fantástico. Porque razão se vai alguém entregar?... Alfredo Reinado ainda esta semana deu uma entrevista a dizer que não se entrega.

Ramos-Horta também diz que deve ser obrigatório o ensino da disciplina de Religião, dizendo que se o ensino de línguas, da História e da Geografia são obrigatórias, a disciplina de Religião também deve ser.

Mais uma vez que se dane a Constituição de Timor-Leste que contempla a liberdade religiosa.

Acaba respondendo que ser candidato a Secretário-Geral das Nações Unidas é uma hipótese daqui a quatro ou cinco anos.

Pfff... Crendo que está arrasando...


Mais uma vez, Ramos-Horta achincalha os tribunais e o estado de Direito.

Com uma única razão. Sem Alfredo Reinado detido, este não pode ser julgado e assim não poderá testemunhar contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão e implicá-los na violência que provocaram artificialmente em 2006, para destituir Mari Alkatiri e abrirem as portas aos interesses australianos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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