domingo, julho 01, 2007

Recomeçaremos amanhã de manhã.

Projecção do nº de deputados com 79.850 votos apurados

FRETILIN (35.5%): 27 deputados

CNRT (23.3%): 17 deputados

ASDT/PSD (15.0%): 11 deputados

PD (11.2%): 8 deputados

KOTA/PPT (3.4%): 2 deputados

Resultados Nacionais Parciais (79.850 votos apurados)


(sem dados de Díli)


Resultados Nacionais Parciais (79.850 votos apurados)


(sem dados de Díli)


Resultados Nacionais Parciais (79.850 votos apurados)


(sem dados de Díli)


Projecção do nº de deputados com 73.609 votos apurados

FRETILIN (34.8%): 26 deputados

CNRT (24.5%): 18 deputados

ASDT/PSD (15.2%): 11 deputados

PD (11.5%): 8 deputados

KOTA/PPT (3.5%): 2 deputados


(sem dados de Díli)

Os centros distritais de contagem de votos fecharam pelas 22:00 horas

Os trabalhos recomeçam amanhã pelas 7:00 horas.

Resultados Nacionais Parciais (72.150 votos apurados)


Ainda sem dados de Díli.


Resultados Nacionais Parciais (72.150 votos apurados)





Ainda sem dados de Díli.

Votos de Díli.

Votos de Díli começam a ser apurados amanhã.

Projecção do nº de deputados com 50.515 votos apurados

FRETILIN: 25 deputados

CNRT:18 deputados

ASDT/PSD: 11 deputados

PD: 8 deputados

KOTA/PPT: 3 deputados


(O Parlamento Nacional tem 65 deputados)

Resultados Nacionais Parciais (49.080 votos apurados)


não inclui dados de Díli e Manufahi.

Timor-Leste: Primeiros resultados dão vantagem à Fretilin

Diário Digital / Lusa
01-07-2007 10:49:00

Os primeiros resultados parciais provisórios das eleições legislativas de sábado em Timor-Leste dão vantagem à Fretilin, com 32,9% dos votos, quando estão contados apenas 5 por cento dos votos, anunciou hoje a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Segundo o presidente da CNE, Faustino Cardoso, os dados disponíveis dizem respeito a 11 dos 13 distritos eleitorais, excluindo o da própria capital, Díli, cuja contagem começa apenas segunda-feira de manhã, e em Manufahi (centro/sul).

Atrás da Fretilin, de Francisco Guterres «Lu Olo», surge o Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CRT), do ex-chefe de Estado Xanana Gusmão, com 23,2 por cento, indicou Faustino Cardoso.

Os resultados são ainda «pouco representativos», não se podendo, para já, estabelecer um padrão de voto, pois estão escrutinados apenas 18.329 votos válidos dos cerca de 530.000 eleitores inscritos, desconhecendo-se ainda a taxa de participação.

Segundo os dados da CNE, divulgados hoje às 18:00 locais (10:00 em Lisboa), os resultados parciais oficiais provisórios da votação de sábado são os seguintes (sem incluir os votos dos distritos de Díli, o com maior número de eleitores, e em Manufahi):

Votos expressos: 19.003 (cerca de 5 pc do total).
Votos válidos: 18.329 (cerca de 5 pc do total).
Votos brancos: 145 (0,7 pc).
Votos nulos: 513 (2,6 pc).
Votos reclamados: 16 (0,08 pc)
VOTOS VÁLIDOS: 18.329 (cerca de 5 pc do total)

1 - Fretilin: 6.039 votos (32,9 pc).
2 - CNRT: 4.262 votos (23,2 pc).
3 - ASDT/PSD: 2.783 votos (15,1 pc).
4 - PD: 1.997 votos (10,8 pc).
5 - AD - KOTA/PPT 7675 votos (4,1 pc).
6 - UNDERTIM: 563 votos (3,0 pc).
7 - PNT: 466 votos (2,5 pc).
8 - PUN: 364 votos (1,9 pc).
9 - PST: 238 votos (1,2 pc).
10 - UDT: 213 votos (1,1 pc).
11 - PR: 199 votos (1,0 pc).
12 - PDC: 170 votos (0,9).
13 - PDRT: 165 votos (0,9).
14 - PND: 105 votos (0,5 pc).

Legenda das siglas dos 12 partidos e duas coligações que se apresentaram ás legislativas timorenses de sábado.

- Unidade Nacional da Resistência Timorense (UNDERTIM), de Cornélio da Conceição Gama «L7».
- Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão.
- Partido Republicano (PR), de João Saldanha.
- Partido Democrático República de Timor (PDRT), de Gabriel Fernandes.
- Partido Democrata Cristão (PDC), de António Ximenes da Costa.
- União Democrática Timorense (UDT), de João Viegas Carrascalão.
- Partido Democrático (PD), de Fernando «La Sama» de Araújo.
- Partido Milénium Democrático (PMD), de Ermenegildo Lopes.
- Partido Socialista de Timor (PST), de Nelson Correia e Avelino Coelho.
- Coligação ASDT/PSD (C-ASDT/PSD), coligação da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), de Francisco Xavier do Amaral, e do Partido Social-Democrata (PSD), de Mário Viegas Carrascalão.
- Aliança Democrática (AD), coligação do Partido KOTA, de Manuel Tilman, e do Partido Popular Timorense (PPT), de Jacob Xavier.
- Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), de Francisco Guterres «Lu Olo».
- Partido Nacionalista Timorense (PNT), de Abílio Araújo.
- Partido da Unidade Nacional (PUN), de Fernanda Borges.

Resultados Nacionais Parciais (49.080 votos apurados)


Ainda não inclui dados de Díli e Manufahi.


Resultados Nacionais Parciais (49.080 votos apurados)


Ainda não inclui dados de Díli e Manufahi.


Resultados Oficiais Nacionais Provisórios (18.329 votos válidos apurados) - 15 horas


Fonte: CNE



Resultados Nacionais Parciais (32.500 votos apurados)


NOTA: Não inclui Díli e Manufahi.

Resultados Nacionais Parciais (32.500 votos apurados)


NOTA: Ainda não inclui dados de Díli e Manufahi.

Resultados Nacionais Parciais (32.500 votos apurados)


NOTA: Ainda não estão contemplados votos de Díli e Manufahi.

Resultados nacionais parciais e provisórios (30.023 votos apurados)

30.023 votos válidos apurados até ao momento nos seguintes distritos:

Ermera, Viqueque, Lautem, Aileu, Manatuto, Oecussi, Liquiça, Cova Lima e Baucau

FRETILIN: 35%
CNRT: 24%
ASDT/PSD: 16%
PD: 10%

Timor-Leste/Eleições: Missão sul-africana «impressionada» com forma pacífica da votação

LUSA - 1 de Julho de 2007 07:18

Díli - A missão de observação da África do Sul às legislativas de Timor-Leste considerou hoje que as eleições de 30 de Junho "foram livres e justas" e declarou estar "muito impressionada" com a forma pacífica e organizada com que decorreu a votação.

"A Missão da África do Sul não duvida que o povo timorense terá em breve um Parlamento democrático da sua escolha, se as fases críticas da reconciliação, contagem e tabulação dos votos forem concretizadas com o mesmo espírito e dedicação demonstrada no dia de votação", afirmou o chefe da missão de observação, Mandla Mchunu.

"Constatámos que próprio processo de votação tornou-se entre os timorenses um processo comunitário", sublinhou Mandla Mchunu, ex-presidente da comissão eleitoral sul-africana.
A África do Sul enviou 16 observadores às legislativas timorenses, no seguimento de uma pequena missão de quatro elementos enviada às presidenciais de 09 de Abril.

Como fez questão de recordar o chefe da missão sul-africana, a avaliação positiva da votação de sábado terá importância na discussão do tipo de empenhamento das Nações Unidas em Timor-Leste, no final de Agosto, quando o Conselho de Segurança discutir o futuro da missão internacional (UNMIT).
A África do Sul, membro não-permanente do Conselho de Segurança em 2007-2008, foi escolhida para ser o país que acompanha mais de perto o processo de normalização em Timor-Leste.

"A nossa presença aqui insere-se também no empenhamento da África do Sul em promover a democracia e a paz em todo o mundo", declarou Mandla Mchunu.
PRM-Lusa/fim

Voto livre na prisão de Becora numa urna móvel

Jornal de Notícias - Domingo, 1 de Julho de 2007

Pedro Rosa Mendes *

Angola, para Rogério Lobato, não será apenas o país onde esteve preso nos anos 80 por tráfico de diamantes. O ex-ministro do Interior de Timor-Leste votou ontem nas legislativas vestindo um pólo do clube Petro-Atlético de Luanda, elegante mancha amarela na clausura da prisão de Becora, em Díli. No peito do pólo de Rogério Lobato, o emblema oficial do jovem clube (fundado em 2004 em Portugal), a vermelho-fogo "Atlético Petróleos de Luanda", com dois símbolos, uma torre de extracção de petróleo e as argolas olímpicas.

Becora é uma prisão como as outras atravessa-se um portão de ferro cinzento e entra-se num pátio cinzento guardado por fardas cinzentas dos guardas prisionais. Ontem, ao princípio da tarde, estava também cinzento o céu sobre Becora, quando uma estação de voto móvel - uma das novidades destas legislativas - chegou à principal cadeia do país, carregada por um grupo amarelo e azul de oficiais do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e de observadores.

Rogério Lobato, de bom humor, saiu para o pátio central da prisão, onde se ergue o pequeno edifício da biblioteca, usado para instalar as mesas de voto. "A minha libertação não depende do resultado das eleições", sublinhou o ex-ministro do Interior, referindo-se à Lei de Verdade e Clemência que espera promulgação pelo presidente da República, Ramos-Horta. "Existe um processo que está a correr e acredito que eu seja abrangido por esse processo", acrescentou Rogério Lobato.

Foi o primeiro a votar, numa sala ampla cercada de motivos marinhos. Há golfinhos pintados nas paredes exteriores da biblioteca. À entrada, o ex-ministro do Interior e ex-dirigente da Fretilin teve também de passar por um mural com uma versão vagamente reconhecível de Xanana Gusmão, o principal adversário do partido maioritário nestas legislativas.

Com os fusos horários da lusofonia, o Petro-Atlético jogou, sexta-feira à noite em Portugal, ao mesmo tempo a que, ontem, os timorenses elegiam o novo Parlamento e Governo.

Outro tipo de violência

Atrás de Rogério Lobato e nas alas em redor da biblioteca, agarrados às grades, estão 222 presos acusados pelos crimes que interceptam a história recente do jovem país. O ex-ministro foi condenado por homicídios relacionados com a entrega de armas a civis, por ele ordenada há um ano. Outros eleitores estão ali por outro tipo de violência, como José Pereira Lopes, apanhado num combate de rua algures no Bairro Pité, uma das áreas mais voláteis de Díli.

"Apanharam-me numa luta entre grupos de artes marciais, entre o PSHT e o 77, no dia 17 de Março". "Eu faço parte do 77", afirmou José, tentando explicar o "problema grande" em que uma patrulha de tropas australianas o surpreendeu.

Há um fuso horário geracional entre os crimes de Rogério Lobato e os de José Pereira Lopes, mas o líder histórico e o pequeno delinquente habitam no mesmo canto de Becora - oposto àquele onde estava o major fugitivo Alfredo Reinado.

Após a votação, o ex-ministro do Interior recolheu à sua cela. "Hoje, a estratégia da equipa Atlético é atacar pelas alas", informa o "site" do clube luso-angolano sobre o jogo de sexta-feira à noite. O clube onde a torre de petróleo encontra as correntes olímpicas venceu por 1-0.
* Da Agência Lusa

Resultados parciais e provisórios - Baucau

nº de votos apurados: 3502

UNDERIM: 184
CNRT: 682
PR: 11
PDRT: 16
PDC: 13
PST: 41
ASDT/PSD: 214
KOTA/PPT: 32
FRETILIN: 1871
PNT: 86
PUN: 23

Reclamados: 7
Brancos: 36
Nulos: 158

Resultados parciais e provisórios

Resultados nacionais com 25.958 votos apurados:

FRETILIN: 33%

CNRT: 24%


NOTA: Ainda não começaram a ser apurados os votos de Díli.

Unstable coalitions predicted after Timor vote

ABC – Transcript PM Programme - Friday, 29 June , 2007 18:31


Reporter: Geoff Thompson

Mark Colvin: It's been a long year for East Timor.
The crisis which erupted violently 12 months ago culminates tomorrow in a poll electing a new parliament and eventually a new Prime Minister.

The controversial circumstances of Mari Alkatiri's ousting from the Prime Ministership broke Fretilin's hold on East Timor's politics.
It also inspired the man who used to lead Fretilin's military activities against Indonesia, former President Xanana Gusmao to form a new party.
That party hopes to come out on top tomorrow.

But outright majorities are much less likely than unstable coalitions as our correspondent Geoff Thompson reports from Dili.

(sound of political campaign rally)
Geoff Thompson: Five years ago, Fretilin was synonymous with East Timor's identity as a new, unified nation.

But now, it's just as much a symbol of the country's divisions.
But you wouldn't know it here, at the campaign rally finale for the Party at Dili Sport Stadium. Draped and painted, in red, yellow and black from head to toe, the Party's youth get high on a temporary diversion form the grinding reality of having little work, or other ways of spending their time.

A year ago, many of them would have been roaming the streets on rampages of destruction. So this loud but peaceful politicking is progress nevertheless.
While he says he does not wish to regain the PMs job, on stage it's clear that Mari Alkatiri has learnt some valuable political lessons to. He smiles and sings a long with the crowd while holding a baby, looking every a bit the populist politician he admits he never managed to be when he was Prime Minister.
Mari Alkatiri: This is the reality, we failed in communicate all what we have done to the people. That's the reason why we were commended by the international community (inaudible) years. The tremendous achievement we have made in this country.

Geoff Thompson: Few foreign analysts criticise the job Fretilin did as economic managers. But the distribution of arms to civilians by the jailed, former Interior Minister, Rogerio Lobato, sealed Mari Alkatiri's fall from grace.
(sound of political protest rally)

It's into the gap left behind, that Xanana Gusmao's new Party, CNRT, hopes to rise. Posters around Dili show the former Resistance leader alongside towering skyscrapers, reminiscent of Gold Coast development and even one, boasting East Timor's own satellite and fighter jets.

But in the real world, he's running for Office, based on the pitch that he stands for everything that Fretilin does not.
Supporter (translated): Two or three people leading the big political party have broken our nation's unity and stability, he tells his supporters. They've made the people suffer and the nation sick, he says.

(sound of clapping and cheering from the crowd)
Geoff Thompson: Mari Alkatiri remains bitterly critical of East Timor's former President, saying that Xanana Gusmao thinks, "he is commander of all East Timorese and as a leader, has little more than charisma in his quiver."
Mari Alkatiri: Xanana Gusmao has no skill as a, to be a Prime Minister. He like very much to have everybody under him and under his command. This is the only way he like to do the things.

Geoff Thompson: Just who would be elected to guide East Timor out of its current crisis is likely to be decided by smaller parties. The biggest among them is the Democratic Party, known as PD, and expects to side with Gusmao's CNRT. Last time round, in ran second to Fretilin and has a huge following among East Timor's disgruntled youth.

Preliminary results on the percentages of votes going to the 14 parties running should be known by early next week. But the exact composition of any ruling Coalition, may not be known for weeks.In Dili, this is Geoff Thompson for PM.

I won't surrender: Reinado

The Australian – June 30, 2007

Stephen Fitzpatrick, Dili, East Timor

The military hunt for runaway East Timorese soldier Alfredo Reinado will resume soon after today's parliamentary elections unless the armed fugitive surrenders, the country's Prosecutor-General has warned.

In what appears to have been a politically motivated decision, President Jose Ramos Horta two weeks ago officially called off the pursuit, one of the International Stabilisation Force's main activities since Major Reinado and a gang of followers escaped from jail in Dili last August.

But East Timor's most wanted man yesterday rejected Attorney-General Longuinhos Monteiro's call to hand himself in, saying: "There is no such word as surrender for Reinado."

Major Reinado is wanted on murder and illegal weapons charges related to the civil and military unrest last year in which dozens died.

The Australian-trained soldier and former stevedore appeared recently to have convinced Mr Ramos Horta to agree to a "dialogue" with major players "in order to guarantee the stability of the nation", with the powerful Catholic church as mediator.

Australian Brigadier Mal Rerdon was formally instructed on Wednesday to cease the hunt, in a letter from Mr Monteiro seen by The Australian.
But in a sign that Mr Ramos Horta remains several steps ahead of Major Reinado, the President emerged from a meeting on Thursday night at which the matter was discussed saying, "I have no plans to meet Mr Reinado, now or any time soon".

Support for the one-time head of East Timor's military police played a key role in the recent presidential elections won by Mr Ramos Horta and will again be crucial today, with a large turnout expected for the Democratic Party of former guerilla fighter Fernando "Lasama" de Araujo.

Many of Mr de Araujo's supporters are also backers of Major Reinado.
Mr de Araujo, who polled third place in the presidential vote, will bring a solid block to an expected coalition government likely to be led by the emerging challenger to the ruling Fretilin party, Kay Rala "Xanana" Gusmao's CNRT.

No party is expected to win the 33 seats required to form a majority government and Fretilin has indicated it is not interested in ruling in coalition. So Mr Ramos Horta's apparent willingness to go along with Major Reinado's dialogue plan could be crucial to Mr Gusmao grabbing the support he needs to become the country's next prime minister.

"We (the Democratic Party) are certain we can get 40 per cent of the 65 parliamentary seats," Mr de Araujo told The Weekend Australian yesterday. "In a coalition we are going to have 60 or 70 per cent, which means Fretilin will lose."

But the degree to which the apparent temporary amnesty could be a political move was evident in comments made by the Attorney-General, who said there had never been any intention for meetings with the fugitive, "only that he surrender".

"I think the word dialogue has been misinterpreted by Alfredo and by everyone else," Mr Monteiro said.

Asked to respond, Major Reinado said: 'He (Mr Monteiro) should read the dictionary - he's the one who misunderstands. Dialogue and surrender are two different words."

Additional reporting: Emmy Zumaidar

Timor Leste tem eleições parlamentares sem incidentes

Reuters - Sábado 30 de Junho, 2007 11:46 GMT


Por Ed Davies e Tito Belo

Díli - Os timorenses do leste votaram neste sábado nas eleições legislativas de forma pacífica. A segurança na capital foi discreta, com pequenos grupos de policiais da ONU usando boinas azuis nos postos eleitorais.
A votação terminou às 16h (4h no horário de Brasília) após cidadãos da ex-colônia portuguesa enfrentarem filas desde o início da manhã, sob sol forte, para a terceira eleição em três meses, após a eleição para presidente, que teve segundo turno.
Quatorze partidos disputam a eleição, vista amplamente como um confronto entre o partido Fretilin, do governo, e o CNRT, criado por Xanana Gusmão.
O órgão organizador da eleição declarou que as primeiras estimativas indicam um comparecimento menor do que nas primeiras eleições do ano.

Após servir como o primeiro presidente do país, Gusmão -um carismático herói da resistência a décadas de ocupação indonésia que se seguiram à retirada de Portugal em 1975- agora quer o posto mais ativo de primeiro-ministro.
"Não me importa qual partido será eleito, mas espero que um dos 14 forme um bom governo e um parlamento nacional para defender nossos interesses criando empregos e fazendo leis que terminem com a crise", disse João Pinto, 35, no posto de votação na capital logo após dar seu voto.
O partido Fretilin, que está no governo, afastou 600 soldados rebeldes, dando início à onda de violência em maio passado que matou 37 pessoas e expulsou 150 mil de suas casas.

Tropas internacionais, sendo o maior contingente australiano, foram ao país para restaurar a ordem, mas ainda há casos esporádicos de violência.
"Em todo o país a votação terminou e estou feliz em dizer que até agora tudo correu tranquilamente e não houve grandes incidentes relacionados à segurança", disse Allison Cooper, porta-voz da ONU.

No entanto, foram registrados alguns problemas, incluindo um ataque a um posto eleitoral em Viqueque, e uma pessoa presa em Ermera por carregar flechas. Mari Alkatiri, secretário-geral do Frelitin, disse após votar que está confiante na vitória de seu partido e vai pedir que todos os timorenses do leste aceitem o resultado.

"O Fretilin vai formar um governo de inclusão, veremos as necessidades do povo e restauraremos a segurança", disse Alkatiri, que deixou o cargo de primeiro-ministra após os tumultos do ano passado.
Cerca de 500 observadores internacionais monitoraram as eleições do sábado.

Timor-Leste: Eleições decorreram sem episódios de violência

TVI – 2007-06-30 14:32



As urnas já fecharam e a contagem dos votos começa a partir das 23:00, hora de Lisboa.

Os timorenses votaram para escolher um novo Governo. As urnas já fecharam e começaram a ser transportadas para a Assembleia de Apuramento Distritais. Os votos vão começar a ser contados a partir das 23:00, hora de Lisboa. Os resultados oficiais devem ser revelados dentro de cinco dias.
Os primeiros dados sobre as eleições legislativas «apontam para uma descida de afluência em relação às presidenciais», de acordo com declarações da Comissão Nacional de Eleições (CNE). A CNE sublinhou ainda a satisfação por a votação ter decorrido «pacificamente».
«À hora do fecho das urnas, as equipas da CNE no terreno reportaram que o processo eleitoral decorreu com normalidade. Os procedimentos de votação, tais como controlo de filas, identificação dos eleitores, verificação e colocação de tinta nos dedos, foram respeitados de forma eficaz pelos oficiais das Estações de Voto», acrescentava ainda a nota de imprensa da Comissão.
As declarações da CNE foram corroboradas pelos observadores internacionais no território, que foram contactados após as eleições. As Nações Unidas já mostraram contentamento e apoio às eleições em Timor e pediram a todos os líderes partidários para aderirem à não-violência.

Mário Carrascalão: "Admito Ser Primeiro-Ministro"

Diário de Notícias – 30.06.07
Armando Rafael

Está disponível para ser primeiro-ministro depois das eleições?
Em princípio, só estarei disponível se a coligação PSD/ASDT ganhar as eleições. Mas pode suceder que as circunstâncias me obriguem a ter de pensar no interesse nacional. Neste caso, admito aceitar. Mas só se o programa social da coligação for aceite.

As críticas que fez ao CNRT não dificultarão esse acordo?
Não tenho problemas com Xanana Gusmão, por quem tenho respeito. Agora, há muitas pessoas à volta dele de quem não gosto. Algumas nunca fizeram nada e outras estiveram com a Fretilin e com Mari Alkatiri até há pouco. Com essas pessoas, não aceitaria formar governo.

O PSD e a ASDT estão disponíveis para coligações pós-eleitorais?
Com uma condição: a de que os outros aceitem o nosso programa social. O grande problema do país é social e essa deve ser a prioridade. Mas aceitaria falar com o Partido Democrático (PD) e com algumas pessoas do CNRT e da Fretilin.

Com quem?
Com o ministro da Saúde, Rui Araújo, que fez um trabalho notável.

Mas esse é independente...
Pertenceu a todos os governos da Fretilin. Está lá desde o início...

Mas isso não seria o governo de unidade nacional sugerido por Xanana Gusmão e Ramos-Horta?
Não, não. Interessa a competência das pessoas, mas não defendo um governo onde todos tenham de estar representados.

SÓ HAVERÁ VIOLÊNCIA SE O VENCEDOR FOR O CNRT OU A FRETILIN

Admite que a violência possa regressar a Timor-Leste?
Só haverá problemas se o vencedor for a Fretilin ou o CNRT. A violência está ligada a esses partidos.

Como analisa o comportamento do Presidente Ramos-Horta?
Foi neutral. Esteve num comício do CNRT, mas também participou num comício nosso. E sempre disse que iria a iniciativas de todos os partidos, se fosse convidado. E apesar de todos saberem que está mais ligado a um dos partidos, acabou por ser neutral. Não há nada a apontar-lhe.

Timor-Leste/Eleições: Recolha de material em Díli esteve suspensa quase duas horas

Lusa – 30 Junho 2007 14:12


Díli - As operações de recolha dos votos no distrito de Díli, referentes às eleições legislativas de hoje em Timor-Leste, estiveram suspensas cerca de duas horas, devido a protestos dos fiscais partidários em que os ânimos chegaram a ficar exaltados.
Os fiscais, concentrados no pavilhão gimnodesportivo de Díli, onde estão a ser armazenadas as urnas, criticaram o facto de algumas delas terem sido abertas na sua ausência e sem que fosse confirmado os respectivos números.
Os protestos, alguns deles mais exaltados, das mais de três dezenas de fiscais dos 12 partidos e coligações que se apresentaram à votação, subiram de tom o que levou à intervenção da Polícia das Nações Unidas (UNPol), sem qualquer violência.
O diálogo que se seguiu entre os elementos da UNPol, elementos do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e os fiscais, a que a Agência Lusa assistiu, demorou quase duas horas e levou a que os procedimentos de recolha das urnas fossem alterados.
Cerca das 20:30 locais (12:30 em Lisboa), a situação regressou à normalidade, depois de os fiscais, que se encontravam nas bancadas, terem confirmado já no piso do pavilhão, as urnas já abertas e as restantes ainda seladas.
Segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense, a contagem dos votos deverá começar às 07:00 de domingo (23:00 de hoje em Lisboa) nas 13 sedes distritais instaladas em outros tantos distritos em que se divide administrativamente o país.
Os primeiros resultados parciais, provisórios, deverão ser conhecidos segunda ou terça-feira.
JSD/PRM-Lusa/Fim

Missão da ONU elogia 'calma' durante as votações no Timor

Lusa Brasil – 30-06-2007 09:50


Díli, 30 Jun (Lusa) - A Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (Umnit) disse neste sábado estar "satisfeita" com a ausência de incidentes durante a votação das eleições legislativas timorenses, cujas urnas já encerraram.

Em uma coletiva de imprensa, Allison Cooper, porta-voz da Unmit, sublinhou ter a informação de que as urnas encerraram no horário previsto (16h locais – 4h em Brasília) e que a votação aconteceu de forma "calma" e em uma "atmosfera pacífica".

Wolfgang Weisbrod-Weber, responsável da Unmit, disse que os cerca de 500 observadores internacionais conseguiram cobrir a votação em praticamente todo o país, confirmando não ter recebido qualquer relatório sobre incidentes.
Segundo aquele responsável, Atul Khare, o representante especial do secretário-geral da ONU para o Timor Leste e chefe da Unmit, visitou vários centros de votação em diferentes regiões do país.O chefe do Departamento Eleitoral da Unmit, Steven Wagenseil, disse que a contagem dos votos começará apenas na manhã de domingo, já com as urnas de todas as zonas eleitorais transportadas para as 13 sedes de distrito.

Até sexta-feira, o mais tardar, serão divulgados os resultados provisórios, embora possam ser antes anunciados alguns resultados provisórios distritais, disse Wagenseil.

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Ausência de observadores...":
A Ana Gomes tem a falta justificada: anda a dar entrevistas onde faz campanha contra a Fretilin. Como "observadora" que é, faz "observações", claro.

Para a senhora evitar tanto jet lag, parece que estão a pensar em transferir a sede do Parlamento Europeu para Dili...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor-Leste/Eleições: Kirsty Gusmão não pôde votar...":

"O país está sempre primeiro"

Resta saber qual deles...

Notícias - Tradução da Margarida

Timor 'perderá'
Artigo de: Sunday Herald Sun
Karen Michelmore

Julho 01, 2007 12:00am
O partido do governo de Timor-Leste declarou que a nação perderá se for derrotado nas eleições deste fim de semana.

A Fretilin enfrenta um desafio sério à sua dominação da política Timorense do novo partido CNRT formado pelo carismático antigo presidente e líder da resistência Xanana Gusmão, de 61 anos.

"Se a Fretilin perder, isso significa que Timor-Leste perderá," disse o presidente do parlamento Francisco "Lu Olo" Guterres depois de ter votado numa escola em Dili ontem.

"Os outros partidos não têm programas, não têm planos, não têm capacidade para conduzir este governo."

Milhares de Timorenses votaram cedo em todo o país, formando longas filas sob o sol pela oportunidade de democracia.

O órgão da administração de eleições, o STAE, disse que a maioria dos 708 centros de votação tinham aberto a tempo, depois de um duro esforça para entregar os materiais – estradas e pontes foram arrastadas em inundações recentes.

Apenas ontem ao fim do dia em três estações de votação chegaram os materiais por helicóptero em Viqueque, enquanto em dois outros centros no distrito de Manufahi receberam os boletins de voto depois de uma “caminhada durante a noite pelo mato e montanhas " por funcionários eleitorais.

O Presidente José Ramos Horta disse que rezava pelo bom tempo acrescentando “Parece que ele me ouviu e temos o sol a brilhar ".

"O processo eleitoral está a correr bem, pacificamente em todo o Timor-Leste," disse depois de ter votado em Metiaut em Dili.

AAP


Políticos Escorregadios
Por John Martinkus, The Diplomat, Edição de 21 de Junho, 2007

Alguns dias antes da primeira volta das eleições presidenciais de Timor-Leste em Abril o então Primeiro-Ministro e agora Presidente José Ramos Horta relizou uma sessão informal de perguntas e respostas com principalmente membros Australianos da imprensa internacional. Ele está à vontade com jornalistas e parecia estar a divertir-se gracejando candidamente com a arrogância do seu predecessor, o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, acerca de como iria ao aeroporto encontrar-se com o Primeiro-Ministro Malaio Mahathir oo o ministro dos estrangeiros do Laos. Um jornalista fez uma pergunta acerca das próximas eleições legislativas e das credenciais económicas de Xanana Gusmão como candidato a primeiro-ministro. É um dos pontos onde se reconhece que Alkatiri é um perito. “Há uma abundância de conselheiros neste país e no mundo”, respondeu Horta e começou a estalar os dedos e a pedir ao seu assistente para o ajudar com os nomes de alguns. Acabou a dizer, “com essa gente mais os Timorenses, Xanana não precisa de saber nada de economia”.

Horta começou então a detalhar os seus planos para pôr a economia de Timor-Leste. Se fosse eleito ele “estabeleceria quarenta a cinquenta milhões de dólares em transferência directa para os mais pobres. Outros dez para os estudantes, outros dez para a reflorestação e dez milhões para a igreja”. Disse-nos “penso que o Dr Alkatiri era demasiado conservador e cuidadoso” e que lhe tinha pedido várias vezes para pedir dinheiro emprestado. “Temos dinheiro. Mais de um bilião de dólares parados no fundo do petróleo”.

É a questão do dinheiro agora a acumular-se no Fundo do Petróleo que é a questão central na campanha em Timor-Leste entre a Fretilin e a nova coligação de entidades que formarão o CNRT o partido de Xanana Gusmão que concorre contra a Fretilin nas eleições legislativas cruciais em 30 de Junho. Gusmão declarou que quer o cargo de Primeiro-Ministro. A única maneira de se poder ter acesso ao dinheiro do fundo de petróleo de Timor-Leste é com controlo do Parlamento. Em Abril Xanana chocou muitos observadores com os seus comentários sobre o fundo do petróleo “Temos um milhar de milhões de dólares em Nova Iorque e temos gente a morrer em Timor-Leste”.

Esses comentários foram relatados na imprensa Portuguesa juntamente com o seu comentário de que Suharto fora um bom líder “Para mim, Suharto, apesar de tudo do que tem sido acusado, é o pai do desenvolvimento na Indonésia”. Isto indicou a muitos o tipo de liderança que Xanana acredita que o país precisa.

O Fundo do Petróleo foi criado a conselho da ONU e de nações dadoras para assegurar que os fundos da parte de Timor-Leste do petróleo não sejam desperdiçados por má gestão e pela corrupção. Foi louvado na altura da sua criação em 2005 como a melhor prática internacional e um modelo para países em vias de desenvolvimento com riqueza de recursos. Foi desenhado especificamente para evitar problemas de instabilidade interna e de corrupção que os rendimentos do petróleo têm trazido em muitos países pequenos e em vias de desenvolvimento. A directora do Banco Mundial para Timor-Leste na altura Elisabeth Huybens, disse: "Ninguém pode subestimar quão importante isto é,". Acrescentou que o fundo tinha "um conjunto de arranjos bastante sólidos " para proteger a santidade do fundo do petróleo. Os rendimentos do Fundo do Petróleo estão guardados numa conta no banco da Reserva Federal em Nova Iorque controlada pela Autoridade Bancária e de Pagamentos. Para se usar o fundo é exigido um decreto do Parlamento e uma declaração de um auditor independente.

Alkatiri e a Fretilin foram determinados em que o dinheiro seja usado apenas para o desenvolvimento a longo prazo do país. Francisco ‘Lu olo’ Gutteres, que foi o candidato da Fretilin às presidenciais diz que os planos de Horta e de Gusmão e as promessas que fazem em relação ao fundo do petróleo são aquilo exactamente porque o fundo foi criado para evitar. “Não queremos ficar dependentes dessas receitas do petróleo. Este é um recurso finito”. “Desenvolver uma política de simplesmente dar dinheiro cão cria uma economia sustentável” disse-me em Dili. Apontou também que não está nos poderes do Presidente fazer ofertas destas. “Este é um poder do parlamento deliberar e aprovar o orçamento. Porque é que devia ser o Ramos Horta a começar a entregar o dinheiro?” Disse ainda que não é verdadeira a acusação de que a Fretilin não gastou dinheiro do petróleo. “Quando começou o governo do meu partido não tínhamos um cêntimo nosso. Tivemos de lutar para arranjar países dadores para nos apoiarem. O nosso primeiro orçamento (2002) foi de 87 milhões …Em 2006-2007 tivemos 315 milhões no nosso orçamento incluindo receitas do petróleo de 259 milhões”. Guterres detalhou como grande parte desse dinheiro foi destinado para o desenvolvimento de um banco de crédito rural mas não foi implementado dado ter intervindo a crise de Maio de 2006 e Horta, sendo o novo Primeiro-Ministro, não o implementou.

O propósito do fundo em providenciar interesses substanciais para serem gastos em projectos de desenvolvimento em Timor-Leste e fornecer garantias de que a riqueza dos recursos de Timor-Leste não é gasta tão depressa quanto é extraída. A ideia é que quando os recursos se gastarem (estimado em 30 anos) o povo de Timor-Leste não fica de mãos vazias. As políticas de Horta e de Xanana são de que o dinheiro pode ser melhor usado em arrancar com a economia moribunda de Timor-Leste. Políticas que, apesar de serem populares com os que têm necessidades e com a comunidade dos negócios, abre a porta ao tipo de corrupção que o fundo se destina a evitar.

A crise do ano passado em Timor-Leste levou a duas versões muito diferentes sobre o que aconteceu e que estão ambas a ser usadas na campanha corrente. Em resumo, o lado que apoia a coligação anti-Fretilin, de Horta, Gusmão acredita que a crise foi o resultado de Alkatiri ter despedido 600 soldados e da armação de civis por Rogério Lobato, então ministro do Interior. O lado da Fretilin acredita que a crise foi o resultado de um esforço bem planeado para explorar o despedimento dos soldados para causar distúrbios e desacreditar o governo quando tentou responder, um esforço, dizem, que foi activamente apoiado pelo governo Australiano. Apontam as muitas acusações sem fundamento do lado anti-Fretilin que teve proeminência nos media Australianos. Acusações de valas comuns, massacres pelas forças armadas Timorenses e de esquadrões de ataque da Fretilin, todas, excepto uma, que mais tarde provaram não ter fundamento , como evidência de uma conspiração contra eles juntamente com as declarações de John Howard e de Alexander Downer a apelar a Alkatiri para resignar.


Este clima levou as pessoas em Timor-Leste a ficarem profundamente desconfiadas dos seus líderes. Enquanto a crise se arrasta sem melhorias nas condições de vida das pessoas, especialmente em Dili onde continuam os problemas, olharam para Horta como o que põe fim a este círculo e votam de acordo. Mas os pronunciamentos públicos de Xanana durante a crise, particularmente o seu discurso televisivo em Março de 2006 pondo os lo leste contra os do Oeste, deixaram muitos Timorenses desiludidos com ele e com o seu envolvimento.

A natureza sombria dos eventos do ano passado, grupos armados a actuarem parecendo de maneira independente mas a trabalharem para atingirem o objectivo de removerem Alkatiri, reflecte a natureza da liderança de Gusmão. Um comandante de guerrilha mestre na utilização da rede da resistência clandestina do passado. São os muitos operadores clandestinos que se sentiram ignorados ou postos de lado pela liderança da Fretilin sob Alkatiri que apoiam agora o CNRT na sua campanha. Além de pedirem maior acesso ao Fundo do Petróleo, uma das poucas exigências concretas do CNRT é uma auditoria aos financiamentos desde os dias da resistência devido à crença generalizada de que o dinheiro foi enviado para fora do país durante a ocupação.

A abordagem confrontacional de Xanana com o governo da Fretilin levou a que os que se opõem à Fretilin a procurar apoio dele. Rai Los, o homem que recebeu armas do Ministro do Interior, Rogério Lobato, e depois detalhou isso no programa da Four Corners que Xanana usou como evidência para exigir a resignação de Alkatiri, é um exemplo. Mas o papel de Rai Los não foi tão simples como o retratado na peça da Four Corners. Desde então confirmou-se que Rai Los e os seus homens tomaram parte num dos maiores ataques da crise, o taque contra a base das F-FDTL (as forças armadas Timorenses) em Tacitolu em 24 de Maio. Portanto, mesmo apesar de Rogério Lobato ter dado armas a Rai Los. Rai Los então deu ordens aos seus homens para atacarem as forças armadas ao lado dos peticionários e dos homens sob o Major Reinado. Em resumo, ele trocou de lado para lutar juntamente com aqueles que como contou mais tarde à Four Corners lhe tinha sido ordenado para matar pelo próprio Alkatiri – auma acusação de que mais tarde desistiu no tribunal juntamente com as acusações contra Alkatiri.

Em Abril deste ano em Dili fiquei surpreendido ao ver Rai Los, a rir, a sair do gabinete de Xanana Gusmão. Ele não foi acusado conforme foi recomendado pelo relatório da ONU sobre a violência do ano passado e de acordo com a Fretilin ele e os seus homens na cidade de Liquica, a oeste de Dili, têm estado envolvidos em violência dirigida contra apoiantes da Fretilin na área, especialmente depois da vitória de Ramos Horta em Maio, por quem Rai Los fez campanha abertamente. As outras duas figuras, Major Reinado, que inchou nos apelos para Alkatiri resignar no ano passado e que foi quem de facto começou a violência em 23 de Maio quando matou a tiro dos membros da patrulha das forças armadas no subúrbio a leste de Dili, também se evadiu de ser processado até agora. O major Reinado aparentemente está escondido nas montanhas de Timor-Leste mas não tem tido nenhum problema em falar com qualquer media que queira ouvir a sua opinião. A última dele é que não se renderá enquanto a Fretilin estiver no poder e quer, sem surpresa, que retirem todas as acusações contra ele. Começou agora a denunciar Xanana por não ter mandado parar as tropas Australianas que aparentemente ainda estão a tentar capturá-lo.

Quando Reinado veio para Dili no ano passado veio escoltado por tropas Australianas. Foi-lhe destinada uma casa pelo Presidente Xanana, no interior da qual foi descoberto um conjunto volumoso de armas, o que forçou os Australianos a prendê-lo. Um mês mais tarde saiu a pé da prisão juntamente com 30 dos seus homens e muitos presos das milícias antigas, depois de os Australianos terem deixado de guardar a prisão. Depois de meses de negociações concordou em render-se apenas para se voltar e apanhar 23 espingardas automáticas e munições de dois postos de polícia da fronteira isolados. Horta e Gusmão ordenaram finalmente às tropas Australianas para o prenderem, no que eles falharam num assalto falhado que matou cinco dos apoiantes de Reinado.

Quando se aproximava a segunda volta das eleições Horta declarou que a busca de Reinado seria travada. Isso foi uma concessão a Fernando ‘Lasama’ de Araujo e ao seu PD que tinha ficado em terceiro lugar na primeira volta e sendo próximo de Reinado se tinha oposto aos planos para o prender. O Primeiro-Ministro em exercício da Fretilin, Estanislau Da Silva, disse que Horta não tinha nenhum direito constitucional para assim fazer e que isso criaria problemas a Horta como Presidente, “ficará sob enorme pressão se se tornar Presidente”.

Todas as evidências circumstanciais apontam para a possibilidade de Horta ter feito acordos para obter o apoio desses elementos anti-Fretilin. Ambos Horta and Xanana, se o seu partido obtiver uma maioria no Parlamente, vão ter de fazer malabarismos com exigências muito diversas dos grupos que se sentiram marginalizados pela administração da Fretilin. Esses grupos vão desde antigos lutadores da independência que não foram reconhecidos pela Fretilin, aos que se acomodaram à ocupação Indonésia mas mais tarde apoiaram a Independência, os últimos incluindo muitos entre a antiga elite sob os Indonésios.

A nova liderança parece ter um apoio preponderante do governo Australiano. Tornado claro quando Horta ganhou a Presidência. “Penso que [Ramos-Horta] era o lado da esperança”, foi como o Primeiro-Ministro Australiano John Howard respondeu à notícia. Para os líderes da Fretilin isto apenas confirmou o que eles têm mantido em toda a crise. Que o envolvimento da Austrália tem sido mais para removê-los do poder do que para trazer a paz e a estabilidade para Timor-Leste.

Infelizmente para as tropas Australianas a servirem em Timor-Leste os sentimentos anti-Australianos vêem agora do tipo de gente como Alfredo Reinado e dos seus apoiantes barulhentos. Parece que os mesmos grupos que empurravam para mudanças em Timor-Leste são os que agora estão a ameaçar a estabilidade dado que disputam posições num pós-Fretilin dominado Timor-Leste e são quem ainda estão armados e ao largo.

Timor 'will be loser'

Article from: Sunday Herald Sun
Karen Michelmore

July 01, 2007 12:00am
EAST Timor's ruling political party has declared the nation will be the loser if it is defeated in this weekend's elections.

Fretilin is facing a major challenge to its dominance of East Timorese politics from the new CNRT party formed by charismatic former president and resistance leader Xanana Gusmao, 61.

"If Fretilin will lose, that means that East Timor will lose," parliamentary president Francisco "Lu Olo" Guterres said after voting at a Dili school yesterday.

"The other parties don't have programs, they don't have plans, they don't have the capability to run this government."

Thousands of East Timorese turned out early to vote throughout the country, queuing in long lines under the sun for their chance at democracy.

Election administration body STAE said most of the 708 polling centres opened on time, after an "arduous" effort to deliver materials -- roads and bridges were washed away in recent floods.

Voting materials arrived only late yesterday morning by helicopter at three polling stations in Viqueque, while another two centres in Manufahi district received ballot papers after an "all-night trek through jungle and mountains" by election officials.

President Jose Ramos Horta said he prayed for good weather, adding "it seems he has listened to me and we have sunshine".

"The election process is going smoothly, peacefully all over East Timor," he said after casting his ballot at Metiaut in Dili.

AAP

Entre o pouco e o nada

Timor-Leste vai a votos
Notícias Lusófonas
- 29-Jun-2007 - 18:42

Fretilin e CNRT apontados como os previsíveis vencedores… juntamente com a Austrália, Indonésia e China

Timor-Leste vai amanhã a eleições legislativas. Embora seja difícil falar de democracia quando o povo tem a barriga vazia, é verdade que ao todo concorrem 10 partidos e duas coligações que tudo procuraram fazer para trazer até eles os timorenses indecisos e aqueles que embora com uma certa tendência ainda não estavam totalmente cativados. Se são 12 as organizações políticas concorrentes, a generalidade dos comentadores políticos pensam que o poder será dirimido entre duas. A histórica Fretilin de Mari Alkatiri e "Lu Olo" Guterres e o "novo" CNRT do ex-presidente da República Xanana Gusmão.

Por Eugénio Costa Almeida

De um lado a Fretilin, a ainda detentora do poder, liderada por Mari Alkatiri e por Francisco “Lu Olo” Guterres, o candidato derrotado na segunda volta das presidenciais, e o “renascido” CNRT – era o Conselho Nacional da Resistência Timorense que abusivamente, ou não, foi transformado em Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste – liderado pelo antigo presidente José “Xanana” Gusmão.

Poderá ser que o poder se dispute entre estes dois colossos da nova Timor-Leste. Mas não se devem esquecer a coligação Aliança Democrática, de Manuel Tilman, reitor da Universidade privada D. Martinho Lopes, nem da UDT de João Carrascalão, para quem ainda não há “eleições livres e democráticas em Timor-Leste”, ou do Partido Democrático, do surpreendente Fernando “Lasama” de Araújo, ou a ASDT, de Francisco Xavier do Amaral, ou, ainda, o PSD, de Lúcia Lobato, para já não se referir a Avelido Coelho, do PST, que, ainda recentemente, denunciou como farsa a existência do português como idioma oficial de Timor-Leste.

Relembremos que na primeira volta das presidenciais os candidatos do PSD, ASDT e PD obtiveram um total de 40% do eleitorado, o que não deixa de ser um facto a ter em conta nestas eleições.

Mas também não devemos deixar de referir Avelido Coelho, do PST, que, ainda recentemente, denunciou como farsa a existência do português como idioma oficial de Timor-Leste. Talvez se relembrasse que o recém-empossado José Ramos-Horta falou em sessões oficiais, e não por uma vez, não em português ou tétum, mas em bahasa, o idioma oficial da Indonésia.

E, depois, há aqueles que votaram Ramos-Horta, que indirectamente apoia a CNRT, e que já terão afirmado que não irão votar Xanana para prrimeiro-ministro.

Mas se, normalmente, a política e as legislativas são – ou deveriam ser – feitas com base nos partidos e associações cívico-partidárias, em Timor-Leste quatro entidades não partidárias estiveram sempre presentes.

Desde logo o major Alfredo Reinado, que ainda não se apresentou às autoridades e nem foi detido e para quem se fala a possibilidade de uma amnistia o que, provavelmente, não será do muito agrado dos australianos – a segunda entidade – que parece desejarem, caso não o consigam “liquidar”, que ele perdure por muitos anos afastado de Dili e manter, isso sim, o petróleo sob a sua alçada.

Como terceira entidade com interesses nas legislativas, temos os indonésios que, como já referimos, viram deslumbrados o novo presidente falar em actos oficiais em bahasa o que, desde logo, lhes alcandora bons auspícios, se não forem em termos de primazia, pelo menos em termos de cooperação.

E, por fim, a mais discreta das presenças. A China.

Limitaram-se a dizer que estavam presentes através da oferta de arroz aos mais necessitados. Ora, os africanos sabem que a China não oferece nada sem esperar retorno.

Se a Austrália quer, e julga-se poder sê-lo, a potência regional da Oceânia, a China é, claramente, a potência regional e quase a nova superpotência.

E esta não vai permitir que a Austrália esbanje um dos produtos que mais necessita e Timor-leste parece ter para dar e vender: o petróleo.

Um importante factor que os novos dirigentes do país saídos das legislativas vão ter com que conviver.

Senão, a estabilidade que todos desejam para Timor-Leste e para a região será algo efémero e etéreo.

Amanhã recomeçam os trabalhos de contagem dos votos

Visto que a CNE e o STAE anunciaram que só poderão estar presentes 2 fiscais de cada partido político por centro de votação, só será possível existirem 2 mesas de co9ntagem?

Senão como poderão garantir que os fiscais façam o seu trabalho e que não se dê azo a qualquer desconfiança do processo de contagem dos votos, o que seria o pior que poderia acontecer, num cenário em que a FRETILIN e o CNRT ãcreditam poder ter o melhor resultado.

Ausência de observadores...

Também não se avistaram no Ginásio Nacional nenhum dos observadores da Austrália, de Portugal, da CPLP, da África do Sul, do Parlamento Europeu, durante estes incidentes...

Mas no Hotel Timor podia-se encontrar muitos observadores, enquanto que no maior centro distrital de contagem de votos do país ocorriam estes problemas...

Ausência de jornalistas...

Das seis da tarde até a este momento, em que foi encerrado o Ginásio e sairam todas as pessoas que se encontravam no recinto, os funcionários internacionais do STAE não permitiram que entrassem jornalistas.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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