quarta-feira, dezembro 06, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

AAP - Dezembro 6, 2006

Gangs enfrentam-se em nova violência em Timor

Jill Jolliffe

Dili – Gangs rivais de artes marciais participaram em batalhas de rua rolantes através da capital de Timor-Leste depois da violência do fim de semana que segundo relatos provocou um morto por golpes e vários feridos em estado crítico.


No último desassossego que atingiu Dili, grupos de jovens armados com pistolas, barras metálicas e setas enfrentaram-se em vários subúrbios da cidade.

Os confrontos seguiram-se a violência similar durante a noite que deixaram dois homens em condições críticas no hospital, disse o paramédico Nelson da Silva Carmo.

Maria Gonçalves, 42 anos, disse que o seu irmão de 27 anos, Eugino, morreu depois de lhe terem mutilado as orelhas e de lhe terem cortado a língua. "Não aceito que tenham dilacerado o meu irmão como um animal," disse Gonçalves. "Peço à polícia que prenda os responsáveis."

A pior violência aconteceu durante a noite no distrito de Taibesse em Dili quando membros do gang Perguruan Silat Setia Hati, conhecido como Setia hatia, se confrontou com a facção rival 77.

Os grupos, que têm milhares de membros e um arsenal de armas convencionais e tradicionais, lutam regularmente.

As batalhas de fim-de-semana espalharam-se para Segunda-feira, afectando vários subúrbios no centro de Dili.

No fim de Segunda-feira à tarde, membros não identificados so Setia Hati, armados com catanas, estavam a parar e a procurar membros da facção 77 nos mini-autocarros.

Um jovem ferido com golpes de facas no hospital de Dili disse que foi ferido depois de o terem arrastado para fora de um desses autocarros na estrada principal para o aeroporto de Dili.

O antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri regressou a Timor-Leste e à confusão na capital depois de procurar tratamento médico no estrangeiro.

Alkatiri foi autorizado a procurar o tratamento no estrangeiro depois de ter prometido que regressaria para enfrentar mais investigações sobre queixas de ter autorizado a armação de um esquadrão de ataque com a tarefa de eliminar os seus rivais políticos quando Timor-Leste caiu na violência mais cedo este ano.

Alkatiri nega veementemente o envolvimento.

Está listado como uma testemunha secundária no julgamento do antigo ministro do interior Rogério Lobato por alegadamente ter armado o esquadrão de ataque político.

Lobato tinha anteriormente afirmado que agiu por ordens do então primeiro-ministro Alkatiri, que resignou em Junho depois de batalhas de rua em Dili terem morto dúzias de pessoas.

O julgamento de Lobato recomeça em 9 de Janeiro.

Tropas estrangeiras, incluindo um grande destacamento de Australianos, continuam a trabalhar para restaurar a ordem em Timor-Leste.

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AFP - Dezembro 5, 2006

PM de Timor-Leste admite proibir grupos de artes marciais violentos


DILI -- O Primeiro-Ministro José Ramos-Horta disse na Terça-feira que estava a considerar proibir alguns grupos de artes marciais depois duma ressurgência de violência de gangs que provocou duas mortes.

Um homem foi esfaqueado e um outro batido até à morte em confrontos entre gangs rivais de artes marciais na capital Dili no Domingo e Segunda-feira, disseram anteriormente uma testemunha e trabalhador no hospital.

"O governo recebeu pedidos para encerrar esses grupos de artes marciais e estamos a estudar seriamente (o pedido)," disse Ramos-Horta aos jornalistas.

Eles "não reflectem as artes marciais, mas estes 'gangs' são milícias ... é melhor chamar-lhes isso," disse, comparando-os com as milícias responsáveis por uma orgia de violência e destruição em 1999, depois de Timor-Leste ter votado a sua independência da Indonésia.

"O Ministro do Interior Alcino Barris encontrou-se com a polícia da ONU para activar a polícia de Timor-Leste tão cedo quanto possível para garantir a segurança nalgumas das áreas da capital Dili," disse Ramos-Horta, quando lhe perguntaram se alguns dos gangs possuíam armas.

"Temos esperança de recolher as armas de fogo rapidamente e de recolher informação sobre as pessoas que estão a provocar os actos de violência," disse.

A pequena nação foi atingida em Abril e Maio por confrontos entre facções de forças de segurança que rapidamente degeneraram em violência de rua envolvendo gangs de jovens.

Pelo menos 37 pessoas morreram no derramamento de sangue, que desencadeou o destacamento de 3,200 tropas lideradas pelos Australianos para restaurar a calma.

Desde então os números foram reduzidos para cerca de 1,100, reforçados pela presença de cerca de 1,000 polícias da ONU.

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Channel NewsAsia - 05 Dezembro 2006 1645 hrs

Firmas de Singapura posicionam-se para projectos de gás no Território do Norte, Mar de Timor
By Ng Shing Yi

SINGAPURA : Firmas de Singapura estão bem posicionadas para entrar em novas oportunidades de exploração de gás na região, e o Território Norte da Austrália e o Mar de Timor são novas áreas a que podem deitar os olhos.

A afirmação foi feita por um ministro de Estado Australiano numa conferência sobre a indústria do petróleo e do gás em Singapura, na Terça-feira.

A 16ª Mostra Internacional da Indústria do Petróleo e do Gás e a Conferência atraíram mais de 10,000 actores da indústria e profissionais de 60 países.

A exploração do petróleo e do gás é uma oportunidade de US$20 biliões por ano onde os negócios de Singapura podem entrar.

De acordo com informações recentes, tecnologia de produção para águas profundas para o sector do petróleo e do gás é provável que mais do que duplique para 25 por cento do total da produção offshore nos próximos cinco anos.

E chegará até 30% do gasto global na produção e exploração do petróleo e do gás no ano de 2010, com a Ásia Pacífico como a região com o mais rápido crescimento.

Por isso a Singapura está bem posicionada para explorar essa oportunidade.

"Singapura está comprometida a desenvolver estas novas tecnologias, incluindo, mas não restringida, a produção e exploração em águas profundas. A indústria do petróleo e do gás é crucial para Singapura e estamos determinados e comprometidos a faze-la crescer ainda mais," diz S. Iswaran, Ministro do Estado, Comércio & Indústria.

Crescentemente, Singapura está a tentar posicionar-se como a Houston do Leste.

É correntemente o centro líder do comércio do petróleo na Ásia e o terceiro maior centro de refinação de petróleo do mundo.

E apesar de Singapura não ter recursos próprios de hidrocarbonetos, pode ajudar firmas locais a exportar a sua tecnologia e conhecimento emparceirando com a Austrália.

"Compreendo que Singapura procura garantir abastecimentos de energia no futuro diversificando as fontes e que anunciou a construção de uma terminal de recepção de LNG. Compreendo ainda que Singapura olhará para a como uma fonte de abastecimento de gás natural líquido (LPG)," diz Konstantine Vatskalis, Ministro do Território do Norte da Austrália, de Negócios e Desenvolvimento Económico.

O Território do Norte está a promover-se a si próprio como um local de negócios offshore para exploração de oportunidades de gás.

"O segredo mais bem guardado na Austrália é o Mar de Timor. O Mar de Timor é a última fronteira do petróleo e do gás na Austrália. Offshore, o relativamente novo campo de Bayu-Undan está a produzir 70,000 barris de condensado e 45,000 barris de LPG diariamente. Antecipamos que um excesso de A$500 milhões serão gastos na exploração offshore em 2010," diz Vatskalis.

Companhias de petróleo e de gás como a ConocoPhillips e a Eni estão activas correntemente no Mar de Timor.

O gasto com a exploração offshore no ano passado totalizou quase US$157 milhões e está previsto crescer ainda mais. - CNA /ls

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Associated Press - Dezembro 5, 2006

Confrontos de gangs matam 3, ferem 6 em Timor-Leste

DILI, Timor-Leste: Três pessoas foram mortas e seis outras feridas em lutas de gangs na Terça-feira, na capital de Timor-Leste, disse um funcionário do hospital.


Dois homens foram baleados até à morte por atacantes desconhecidos no mercado de Taibesi, disse Américo Dos Santos, responsável da unidade de emergência do Hospital Nacional.

Disse que um terceiro homem foi dilacerado até à morte por membros de gangs rivais com catanas e facas perto da embaixada Australiana no bairro Fatuhada.

Seis outros homens foram feridos ou por balas ou por catanas, disse Dos Santos, acrescentando que um estava em coma no hospital.

Os confrontos fizeram chegar a quatro a contagem dos mortos nas lutas entre gangs rivais que rebentaram no Domingo à noite na capital de Timor-Leste. Um homem foi esfaqueado até à morte e outros 17 foram feridos na Segunda-feira.

Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa, votou romper do ocupante Indonésio em 1999. Foi mergulhado na crise em Abril e Maio deste ano quando o então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri despediu um terço das forças armadas.

O despedimento desencadeou batalhas armadas entre facções da polícia e das forças armadas que mais tarde transbordaram para luta de gangs, pilhagens e ataques incendiários e que levaram à resignação de Alkatiri em Junho.

A calma regressou largamente com a chegada de mais de 2,500 tropas estrangeiras e a instalação de um novo governo.
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Situação de crise potencia incerteza no futuro - José Luís Arnaut

Díli, 06 Dez (Lusa) - A crise timorense pode condicionar o futuro, mas as forças políticas timorenses podem, se optarem pelo consenso, superar esse cenário de crise, considerou hoje em Díli o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da República portuguesa.

Segundo José Luís Arnaut, o consenso de que as actuais forças políticas timorenses podem dar exemplo é no debate em curso para a aprovação das leis eleitorais.

José Luís Arnaut falava à Lusa depois de ter visitado a Escola Portuguesa de Díli e o quartel da GNR e após um encontro com os líderes de todas as bancadas do Parlamento Nacional de Timor-Leste, no segundo de três dias da visita de trabalho que uma delegação parlamentar portuguesa está a efectuar a Timor-Leste.

"O futuro é incerto, naturalmente, mas tenho esperança de que esta crise que se vive agora seja superada e seja ultrapassada (...) é preciso avançar com uma lei eleitoral consensual. É preciso que haja consenso de todos os partidos relativamente à lei eleitoral", salientou.

Integram a delegação parlamentar portuguesa os deputados Renato Leal (PS), Abílio Fernandes (PCP), Hélder Fernandes (CDS-PP) e João Semedo (BE), à qual se juntou também o deputado José Cesário (PSD), eleito pelo Círculo Eleitoral Fora da Europa, e que chegou segunda-feira a Díli.

"Estivemos a analisar a situação em Timor-Leste. Uma situação de crise. Reconhecidamente uma situação de crise. Como ultrapassar este momento e quais são os principais desafios e problemas que se colocam", disse.

"Aproveitámos para transmitir a nossa experiência, de uma jovem democracia como a portuguesa, e aproveitámos a oportunidade para salientar às autoridades e parlamentares (timorenses) da necessidade de haver uma boa lei eleitoral. De haver um consenso na lei eleitoral", acrescentou.

Para a delegação parlamentar portuguesa, "sem consenso generalizado, seguramente qualquer resultado das eleições poderá ser sempre prejudicado".

"Estou esperançado que sejam reunidas as condições necessárias, e que acho determinantes para que haja um consenso sobre a lei eleitoral. Esse consenso ainda não esta encontrado, mas espero que possamos ter contribuído activamente para a sensibilização de ambas as partes (partido no poder, FRETILIN, e oposição) para todos chegarem a um consenso", vincou.

Sobre a oportunidade da vinda de uma delegação parlamentar portuguesa a Timor-Leste, José Luís Arnaut destacou o facto de ela deputados de todos os quadrantes políticos, em que o objectivo foi reafirmar às autoridades timorenses a posição de Portugal sobre a actual situação timorense e expressar a solidariedade do povo português.

"Naturalmente, por outro lado, o objectivo foi também vir conhecer a realidade de viva voz, ver o que se passa hoje em Timor, quais os problemas em Timor e vir aqui ver a obra da cooperação portuguesa, e também manifestar a nossa solidariedade com as forças policiais (portuguesas) que aqui se encontram", salientou.

Antes de Timor-Leste, a delegação parlamentar esteve na Austrália, onde foi recebida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Justiça e pelo presidente da Câmara de Representantes.

"Era importante também, dado o papel complementar que há entre Portugal e a Austrália, e discutir a situação de Timor e a situação geopolítica nesta região. Reafirmámos qual a nossa posição quanto à questão de Timor e nosso não interesse politico ou geopolítico nesta região", destacou.

"O nosso interesse é que temos (Portugal e Timor-Leste) algo que nos une, laços culturais fortíssimos, e estamos aqui por uma questão de afectividade, porque as autoridades timorenses nos pedem e o povo timorense nos quer", frisou.

Os deputados portugueses deixam Díli quinta-feira, completando o périplo com uma estada para contactos políticos na Indonésia, onde serão recebidos pelo Presidente Susilo Bambang Yudhoyono e pela ex- presidente Megawati Sukarnoputri.

Sobre a visita a Jacarta, José Luís Arnaut salientou o papel desempenhado na região pela Indonésia.

"É uma potência a ter em consideração. É um 'player' internacional muito importante neste contexto e queremos também, nos encontros que vamos ter ao mais alto nível, discutir a análise que têm da situação geopolítica na região, a leitura que fazem da situação em Timor e também vamos reafirmar qual é a nossa posição relativamente a Timor", salientou.

EL-Lusa/Fim
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PR Xanana Gusmão patrocina cerimónia tradicional para fazer a paz

Díli, 06 Dez (Lusa) - O presidente timorense, Xanana Gusmão, patrocina quinta-feira em Díli a realização de uma cerimónia tradicional, o "Hamulak", par a tentar inverter a actual situação de violência no país, que desde Abril já provocou mais de 60 mortos.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Presidência da República justifica a cerimónia com os usos e costumes da história de Timor-Leste.

"Desde os tempos mais remotos que em Timor-Leste se viveram momentos de paz, alternados com momentos de guerra, e que sempre se praticou o 'Hamulak', cerimónia tradicional em que se invoca os antepassados para pedir protecção para ultrapassar dificuldades e desafios", lê-se no comunicado.

Na tradição timorense, para se decidir sobre o início da guerra ou fazer a paz, os chefes de "suco" ("aldeia") "imploram a intervenção dos antepassados em rituais vários para apurar as consequências".


Na cerimónia a realizar de quinta-feira, a realizar no parque da Independência, atrás da Igreja de Motael, e culminando "hamulaks" que têm vindo a ser realizados em todos os 13 distritos do país, cumprir-se-á o "Hamulak" Nacional, "Halot Meik no Kroat" ("Armazenamento das Armas Tradicionais").

Na ocasião está prevista a participação dos "Lia Nains" ("Anciãos") oriundos de todos os distritos.

Gorados que parecem estar os esforços de reconciliação comunitária e a nível mais alto, estes dirigidos aos titulares dos órgãos de soberania, responsáveis pelas forças de defesa e de segurança, igreja e partidos políticos, e face à continuação da violência, com índices de ferocidade cada vez mais elevados, os timorenses dirigem agora o seu apelo aos antepassados para fazer a paz regressar a Timor-Leste.

"A guerra para defender a Pátria já terminou, mas falta ainda prestar contas de todos os erros passados e encerrar todo este processo", destaca o comunicado da Presidência da República, justificando a realização da cerimónia de quinta-feira.

EL-Lusa/Fim
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Ferido dos confrontos terça-feira morreu hoje, número de mortos sobe para três

Díli, 06 Dez (Lusa) - O timorense que ficou gravemente ferido terça-feira nos confrontos no bairro de Bebonuk, Díli, morreu hoje de manhã, o que eleva para três o número de mortos desde domingo, confirmaram à Lusa fontes policiais e hospitalares.

Com esta morte, passam a ser três as vítimas mortais resultantes dos co nfrontos registados desde domingo nos bairros de Taibessi, Bebonuk e Fatuhada, q ue opuseram elementos de grupos de artes marciais rivais.

No mesmo período, o número de feridos registado oficialmente passou a ser de seis, com a entrada hoje no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) de um homem, ferido terça-feira nos confrontos ocorridos em Fatuhada.

O homem, com ferimentos também resultantes de catanadas, passou a noite escondido dos agressores e foi conduzido ao hospital por religiosas, precisou à Lusa António Caleres Júnior, director do HNGV.

O homem ferido gravemente em Bebonuk morreu hoje devido aos múltiplos cortes feitos com catanas e outro tipo de lâminas na zona do pescoço e da cabeça, acrescentou António Caleres.

Entretanto, a comissária Mónica Rodrigues, porta-voz da polícia da ONU (UNPOL), disse à Lusa que na sequência dos incidentes registados terça-feira for am feitas 17 detenções e apreendidas dezenas de armas tradicionais, entre catanas, "rama-ambom" (pequenas setas com a ponta metálica retorcida) e dardos.

Quinta-feira realiza-se em Díli uma cerimónia tradicional, patrocinada pelo Presidente Xanana Gusmão, para que, no respeito dos usos e costumes timorenses, se invoque a intervenção dos antepassados para acabar com a violência e fazer a paz.

EL-Lusa/Fim

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Público
5.12.2006

O presidente da comissão parlamentar portuguesa dos Negócios Estrangeiros, que é o antigo ministro social-democrata José Luís Arnaut, defendeu ontem em Díli que a actual situação conturbada em Timor-Leste “poderá ser ultrapassada com as próximas eleições, a realizar em 2007”, noticiou a Lusa.

A visita que está a ser efectuada à capital timorense por um grupo de cinco deputados portugueses coincide com mais um surto de violência e ainda ontem à noite se notavam helicópteros a sobrevoar a zona do aeroporto do Díli, depois de mais confrontos violentos entre grupos rivais, conforme foi dito ao PÚBLICO num contacto telefónico estabelecido com o território.

“Toda a gente quer sossego. Estamos cansados”, sintetizou Ângela Carrascalão, dirigente regional da União Democrática Timorense (UDT), presidida por seu irmão João. Mas ressalvou que o problema é muito mais na capital do que “na montanha”, pois que no resto do país se consegue andar em relativa segurança, sem as constantes refregas citadinas, que muitas vezes envolvem grupos rivais de praticantes de artes marciais, como ainda segunda-feira aconteceu no bairro de Taibesse.

Bandos de jovens armados com pistolas, barras de metal e flechas têm-se digladiado em várias zonas de Díli, por vezes com cenas de autêntica selvajaria.

Maria Gonçalves, de 42 anos, contou ao jornal The West Australian, de Perth, que o seu irmão Eugino, de 27 anos, morrera no início desta semana depois de lhe terem cortado as orelhas e a língua, “como a um animal”.

Perante uma situação destas, um cidadão que assina Malai Azul defendia ontem no site Timor Online que as eleições sejem marcadas o mais cedo possível, de preferência para o mês de Maio. Tanto as presidenciais como as legislativas. Seis anos depois das primeiras, que tiveram uma afluência de 93 por cento da população com capacidade eleitoral.

A verdade, porém, como disse ao PÚBLICO Ângela Carrascalão, é que a generalidade da população não anda muito preocupada com o mês em que será a ida às urnas nem com os possíveis candidatos. Antes falando de temas como a violência quotidiana, “o comércio e consumo de droga e a corrupção”, fenómenos bem visíveis na capital timorense.

Jorge Heitor

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DISCURSO DELEGAÇÃO Presidente Parlamento

REPUBLICA DEMOCRÁTICO DE TIMOR-LESTE
PARLAMENTO NACIONAL
Gabinete do Presidente


Intervenção do Presidente do Parlamento Nacional a propósito da Delegação de Deputados da Assembleia da República de Portugal


Senhoras e Senhores Deputados
Ilustres convidadas e convidados

É com muita honra e prazer que a “casa-mãe” da democracia timorense acolhe no seu seio tão ilustre e prestigiada Delegação de Deputados da Assembleia da República de Portugal.

A República Democrática de Timor-Leste é hoje um Estado de direito democrático, soberano, independente e unitário, baseado na vontade popular e no respeito pela dignidade da pessoa humana graças à coragem e autodeterminação do nosso povo e à tenaz resistência dirigida pelo movimento de libertação Fretilin, sucedida mais tarde pelo Conselho Nacional de Resistência Maubere (CNRM) e finalmente pelo Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT), que em 2001 conquistou o poder político nas primeiras eleições democráticas.

Construir uma nação requer vontade, determinação e a participação democrática de todos. Cinco anos enquanto nação independente são um curto período para alcançar tantos objectivos.

O que é esperado da comunidade internacional e em particular de Portugal, nação irmã, a quem muito devemos pelo esforço, empenho e solidariedade, é ajudar o povo timorense no caminho da reconciliação, da paz e do desenvolvimento que começou em 2002. Isto não é inalcançável. Será, sobretudo, caminhar mais um pouco no compromisso assumido quando esta nova nação foi acolhida como membro das Nações Unidas.

Numa sociedade fundada no princípio democrático, a política é uma das nobres actividades, porque tem a ver com a realização do bem-comum e com a preservação e reforço dos interesses perenes de uma comunidade nacional. E, precisamente por isso, a democracia não se esgota em eleições e alternância no poder. Ela é acima de tudo um código moral e é daí que advém a sua supremacia em face dos demais regimes políticos.

Os agentes políticos têm de ser exemplo de cultura de honestidade, de transparência, de responsabilidade, de rigor na utilização dos recursos do Estado, de ética de serviço público, de respeito pela dignidade das pessoas, de cumprimento de promessas feitas.

Temos um Parlamento Nacional responsável, empenhado no fortalecimento conjunto das instituições do Estado, com vários e dinâmicos partidos de oposição motivados para a fiscalização constante do Executivo, Executivo apoiado nesta Câmara por uma maioria parlamentar que não tem recusado os meios políticos e legislativos necessários à prossecução continuada e persistente da acção governativa, maioria, aliás, sufragada por escolha igualmente livre dos nossos irmãos timorenses.

Estamos, por conseguinte, perante um ciclo político em que a grandeza dos desafios depara com instrumentos e meios ainda insuficientes para materializar as soluções que se impõem.

O trabalho legislativo tem vindo a intensificar-se, nomeadamente com a discussão dos projectos de leis eleitorais para o Parlamento Nacional e Presidência da República, tendo em conta a realização de eleições gerais em 2007.

Como órgão de soberania representativo de todos os cidadãos timorenses e detentor do poder legislativo soberano, o Parlamento Nacional, respeitando sempre a pluralidade peculiar que o caracteriza na tomada de decisão, mantém uma linha de cooperação institucional transparente, constante e leal com os restantes órgãos de soberania, consciente das enormes vantagens que há para o País em que as instituições funcionem com sobriedade, correcção, operacionalidade, sentido do dever e espírito de concertação. Dos benefícios dessa correcta articulação depende a resposta à expectativa do povo timorense e à sua compreensível ânsia de ver ultrapassados e resolvidos os nossos bloqueios nacionais.

Se é certo que cada órgão de soberania se deve pautar no respeito absoluto pelo princípio da separação de poderes, não é menos verdade que deve igualmente ter em conta a interdependência de todos eles no conjunto do sistema constitucional.

Num tempo de sérias dificuldades, como é aquele em que vivemos, são enormes as responsabilidades que impendem sobre os titulares de cargos políticos.

No respeito pelas diferenças e pelo debate das ideias, os timorenses esperam e exigem dos políticos que democraticamente escolheram, que deixem de lado as divisões estéreis, minudências e querelas que pouco ou nada têm a ver com a resolução dos nossos problemas nacionais. Não percamos tempo e energias em recriminações sobre o passado e pensemos no futuro do País, porque é esse que agora nos interessa.

Os diagnósticos estão mais ou menos feitos. O que os timorenses esperam dos seus representantes, cada um com a sua própria responsabilidade, é acção, mais acção.

Num momento de muitas preocupações, em que há tanta coisa difícil para fazer, os timorenses gostariam certamente de perceber que a classe política está, até onde em democracia é possível, disposta a juntar esforços para ultrapassar diferenças e fazer obra comum.

Fazer prevalecer a máxima responsabilidade de cada um e valorizar o contributo de todos é o que se exige nesta hora, sem excepções, ao Parlamento Nacional, ao Governo e às Oposições, ao Presidente da República, à Comunidade Internacional e em especial à Nação “irmã” Portugal, que muito privilegiamos pelos laços históricos, culturais e de solidariedade para com o povo de Timor-Leste.

Hoje, os nossos Estados mantêm reuniões regulares e promovem uma intensa actividade de cooperação em domínios tão diversos como a educação e apoio à reintrodução da língua portuguesa, justiça, consolidação do Estado e apoio ao desenvolvimento económico e social.

Fazemos parte da grande família lusófona e se é verdade que a Nação não é só a língua, no nosso caso portuguesa e tétum, não é menos certo que elas constituem o maior símbolo de identidade colectiva de um povo que se caracteriza também pela sua vocação humanista e universalista.

Apelamos e agrademos, penhoradamente, ao Presidente da Delegação e demais membros a continuidade e empenho de Portugal no processo de reconstrução e desenvolvimento de Timor-Leste.

Por isso, a todos, a mesma exortação: mãos à obra!

A bem da República.
A bem de Timor-Leste.

Dilí, 5 de Dezembro de 2006

Presidente do Parlamento Nacional
Francisco Guterres “Lu-Olo”.

DISCURSO DELEGAÇÃO PORTUGUESA no PN

Exmo. Senhor Presidente do Parlamento Nacional

Senhoras e senhores deputados

É com profunda emoção que uso da palavra, em nome da delegação da Assembleia da República Portuguesa, que hoje visita Timor e esta Assembleia. E esta ocasião tem para todos nós um significado que nos toca fundo, por podermos partilhar convosco esta honra que tão gentilmente nos é concedida. Muito lhe agradecemos, Sr. Presidente este gesto de amizade.

Estamos aqui hoje, para vos reafirmar, nesta hora difícil para Timor, o sentimento da nossa solidariedade.

Solidariedade que não é apenas nossa mas, que é, como sempre foi, a de todo o povo português e que atravessa toda a nossa sociedade, de Norte a Sul, da Madeira aos Açores, dos mais jovens aos menos jovens e de todos os quadrantes políticos.

Por isso mesmo esta delegação da Assembleia da República a que tenho a honra de presidir é composta por representantes de todos os partidos políticos portugueses com representação parlamentar.

Timor representa para cada um de nós individualmente e para todos em conjunto uma causa que nos é muito próxima e de que muito nos orgulhamos. Para muitos, como eu, nascido nos anos sessenta, Timor foi a causa que a nossa geração conheceu e abraçou.

E por tudo o que isso representa, e que levou Timor a ser a primeira Nação do século XXI, importa realçar acima de tudo as conquistas alcançadas, na certeza de que o futuro não é mais do que a soma do presente que construímos colectivamente.

A democracia e o Estado de Direito e soberano, são o resultado de um processo, processo esse que é necessariamente obra de todos.

E aqui neste Parlamento, democraticamente eleito por todo o Povo Timorense, a responsabilidade é ainda maior.

Falamos com a experiência de um país que nos últimos 30 anos consolidou a democracia alcançada em 1974 através da participação de toda a sociedade, civil e militar.

Por isso acreditamos que só com o envolvimento de toda a sociedade, civil e militar e de todos os órgãos de soberania se poderá alcançar aquele que é o objectivo que nos anima a todos, que é o de uma sociedade justa, livre, democrática, vivendo em paz e com bem estar social.

Timor que iniciou a sua vida como Nação livre, democrática e soberana em 2002, está naturalmente num percurso de crescimento e de consolidação democrática. E todo o crescimento tem a sua própria dor e as suas próprias fases.

Estamos certos, e sobretudo desejamos, que a fase que a sociedade timorense vive presentemente seja ultrapassada rapidamente e que, com as próximas eleições, que em democracia representam sempre um impulso, Timor entre numa nova fase.

A nós parlamentares, independentemente de podermos ou não sentir vocação para o desempenho de determinadas atitudes, de podermos ou não aceitar as condições em que estamos, de concordar ou não da forma como a intervenção nos é facultada, não temos é nunca mas mesmo nunca o direito de nos demitirmos da nossa soberana responsabilidade política, que resultante da nossa liberdade e da nossa inteligência é essencial à nossa condição de homens livres.

Demitirmo-nos de lutar pelo que acreditamos seria sempre perder a condição de homens livres e defraudar aqueles que acreditaram em nós.

É com esta responsabilidade que temos de viver e ultrapassar todas as vicissitudes do processo democrático, onde a casa da democracia é sempre e em todas as circunstâncias o parlamento.

Por isso, gostaríamos de reafirmar, Sr. Presidente, a nossa grande confiança em Vossa Excelência e em todos os parlamentares, podendo continuar Vossa Excelência Sr. Presidente a poder contar com o empenho e o apoio da Assembleia da República que aqui hoje todos os partidos portugueses expressam de forma inequívoca com a nossa presença e com o convite que o Presidente da nossa Assembleia da República lhe pede para lhe entregar para uma visita oficial de Vossa Excelência e sua delegação a Portugal.

A solidariedade que nos une ficou hoje mais reforçada que a de ontem e é com a esperança que nos anima que venceremos juntos os desafios que temos pela frente.

Viva o Povo de Timor Leste.

Viva Timor Leste.

Viva Portugal.


José Luis Arnaut
Presidente da Delegação da Assembleia da República.
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Timor-Leste adopta sistema de gestão de RH

Semana Informática - Semana nº 814 de 1 a 7 de Dezembro de 2006
De Carlos Marçalo

O concurso internacional lançado pelo Governo deste país asiático foi adjudicado ao consórcio português, constituído pela tecnológica Quidgest e pela empresa de consultoria CESO CI

A tecnológica Quidgest e a empresa de consultoria CESO CI – Consultores Internacionais ganharam o concurso internacional lançado pelo Governo de Timor-Leste, e financiado pelas Nações Unidas, para o desenvolvimento e implementação de um Sistema de Gestão de Recursos Humanos (SGRH).


De referir que este concurso internacional contava na short-list com mais duas empresas internacionais, a australiana Frontier Software e a brasileira Stefanini, mas o desenvolvimento do sistema PMIS (Personnel Management Information System) acabou por ser entregue à Quidgest e à CESO CI.

O PMIS tem como objectivo planear, gerir e formar os 12 000 funcionários do Governo de Timor-Leste, para facilitar a criação de um serviço público baseado no mérito, que retenha e premeie os colaboradores mais capazes. O projecto terá início no próximo mês de Dezembro e conta com uma duração de nove meses. Além do desenvolvimento e implementação da solução de gestão de recursos humanos, também inclui a verificação das condições de hardware e redes, a consultoria para a criação de um conjunto de normas e procedimentos que regulem o funcionamento dos ministérios de Timor-Leste e, por último, a realização de cursos de formação a 85 funcionários públicos.

A empresa portuguesa responsável pela criação desta plataforma está obrigada contratualmente a dar suporte técnico ao PMIS por um período de cinco anos. Os valores do projecto não foram divulgados.

Prevê-se que este projecto tenha grande impacte nas áreas de definição de carreiras, gestão de pessoal, processamento de vencimentos, gestão de concursos e gestão da formação. O resultado será o aumento da capacidade de atendimento e qualidade dos serviços prestados à população, com a reorganização dos processos associados à gestão de recursos humanos.

João Paulo Carvalho, senior partner da Quidgest, reconhece que esta adjudicação é «um passo muito importante na expansão das actividades internacionais da empresa e do reconhecimento da qualidade dos serviços prestados pela Quidgest».

Por seu lado, Helena Valente, directora da CESO CI, empresa vocacionada para a prestação de serviços de assistência técnica para as áreas do desenvolvimento económico, social e organizacional nos mercados internacionais, salienta a importância deste projecto, e o contributo dado para «a estruturação de um Estado de Direito recentemente criado e com ligações tão fortes a Portugal».

Segundo a directora da CESO CI, «esta iniciativa representa a continuação da actividade da empresa na área do reforço institucional da administração pública no continente asiático, no seguimento de um projecto emblemático na mesma área concluído em Macau antes da transferência da soberania para a China e de outros desenvolvidos nas Repúblicas da Ásia Central, no Afeganistão e na Índia». De referir que com este projecto em Timor, a CESO ultrapassa a fasquia dos 70 países nos quais já desenvolveu projectos.

Por outro lado, o responsável máximo da Quidgest considera este plano fundamental para a modernização do referido país asiático, já que «engloba a informatização da maioria dos ministérios através da implementação de um software de elevada complexidade, totalmente adaptado aos processos e legislação desenvolvida pelo Governo de Timor-Leste na área de recursos humanos».

Através dele são esperados desenvolvimentos positivos nas seguintes áreas: definição de carreiras, gestão de pessoal, processamento de vencimentos, gestão de concursos e gestão da formação. Verifica-se ainda um aumento da capacidade de atendimento e qualidade dos serviços prestados à população com a reorganização dos processos associados à gestão de recursos humanos.
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Comunicado - PN

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
PARLAMENTO NACIONAL
Gabinete de Relações Públicas

Agenda no.477/I/5ª
Terça-feira, 05 de Dezembro de 2006


A sessão plenária de hoje foi presidida pelo Presidente do Parlamento Nacional, Senhor Francisco Guterres “Lu-Olo”, coadjuvado pelo Vice-Presidente Sr. Jacob Fernandes, o Secretário da Mesa, Sr. Francisco Carlos Soares, as Vice Secretárias, Sra. Maria Avalziza Lourdes e a Sra. Maria Terezinha Viegas.

Estava igualmente presente a Delegação da Comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da República de Portugal composta por seis Deputados.

A delegação teve oportunidade de reunir com o Presidente do Parlamento Nacional, tendo sido de seguida recebida no plenário do Parlamento com uma cerimónia de boas vindas.

O Presidente da Delegação da Assembleia da República, o Senhor Dr. José Luís Arnaut iniciou a sessão da manhã proferindo um discurso, anexo à presente, reiterando, designadamente, o sentimento de solidariedade de Portugal para com o Povo Timorense.

Seguiu-se o discurso proferido pelo Presidente do Parlamento Nacional, Senhor Francisco Guterres “Lu-Olo”, igualmente anexo à presente comunicação.

Da parte da tarde a sessão de trabalhos do Plenário prosseguiu, dando-se continuidade à discussão na especialidade do texto de substituição do projecto de lei n.º 26/I/4ª relativo à “Autonomização da CNE e do STAE”.

Os Deputados prosseguiram com o debates e procederam à aprovação do artigo 13º ao artigo 17º do referido projecto de lei em apreciação, bem como à discussão dos artigos 5º, 8º e 10º.

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Notícias - em inglês

AAP - December 6, 2006

Gangs face off in New Timor Violence
Jill Jolliffe

Dili -- Rival martial arts gangs have staged rolling battles across East Timor's capital after weekend violence that reportedly saw a man hacked to death, and others critically injured.

In the latest unrest to hit Dili, scores of young men armed with pistols, metal bars and arrows faced off in various suburbs of the city.

The clashes follow similar violence overnight which left two men in a critical condition in hospital, paramedic Nelson da Silva Carmo said.

Maria Goncalves, 42, said her 27-year-old brother, Eugino, died after having his ears slashed off and tongue cut out. "I do not accept my brother being slaughtered like an animal," Goncalves said. "I urge the police to arrest those responsible."

The worst violence happened overnight in Dili's Taibesse district when members of the gang Perguruan Silat Setia Hati, known as Setia hatia, clashed with the rival 77 faction.

The groups, which have thousands of members and an arsenal of conventional and traditional weapons, regularly fight.

Their weekend battles spilled over into Monday, affecting several suburbs in the centre of Dili.

By late on Monday afternoon, unidentified members of Setia Hati, armed with machetes, were stopping and searching minibuses for members of the 77 faction.

A youth in Dili hospital with knife slashes said he was injured after being dragged off such a bus on the main road to Dili's airport.

Former Prime Minister Mari Alkatiri returned to East Timor and the mayhem in the capital after seeking medical treatment abroad.

Alkatiri was permitted to seek treatment overseas after promising he would return to face further investigation over claims he authorised the arming of a hit squad tasked with eliminating his political rivals as East Timor descended into violence earlier this year.

Alkatiri vehemently denies involvement.

He is listed as a secondary prosecution witness in the trial of East Timor's former interior minister Rogerio Lobato for allegedly arming the political hit squad.

Lobato has previously claimed he was acting on the orders of then-prime minister Alkatiri, who resigned in June after street battles in Dili killed dozens of people.

Lobato's trial will resume on January 9.

Foreign peacekeepers, including a large deployment of Australians, are continuing to work to restore order in East Timor.

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AFP - December 5, 2006

East Timor PM mulls closing down violent martial arts groups

DILI -- East Timor Prime Minister Jose Ramos-Horta Tuesday said he was considering closing some martial arts groups following a resurgence of gang violence which has claimed two lives.

One man was hacked to death and another beaten in clashes between rival martial arts gangs in the capital Dili on Sunday and Monday, a witness and hospital worker said earlier.

"The government has received calls for these martial arts groups to be closed and we are seriously studying (the requests)," Ramos-Horta told journalists.

They "do not reflect martial arts, but these 'gangs' are militias ... it's better to call them as such," he said, comparing them to the militias responsible for an orgy of violence and destruction in 1999, after East Timor voted for independence from Indonesia.

"Interior Minister Alcino Barris has met with UN police to activate East Timor's police as soon as possible to secure some of the areas in the capital Dili," said Ramos-Horta, when asked about some of the gangs possessing arms.

"We hope to collect the firearms swiftly and collect data on the people carrying out acts of violence," he said.

The tiny nation was rocked in April and May by clashes between security force factions which quickly degenerated into street violence involving youth gangs.

At least 37 people died in the bloodshed, which prompted the deployment of 3,200 Australian-led peacekeepers to restore calm.

Their numbers have since been reduced to around 1,100, bolstered by the presence of about 1,000 UN police.

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Channel NewsAsia - 05 December 2006 1645 hrs

S'pore firms poised for gas projects in Northern Territory, Timor Sea
By Ng Shing Yi

SINGAPORE : Singapore firms are well positioned to tap into new gas exploration opportunities in the region, and Australia's Northern Territory and the Timor Sea are new areas they can look at.

The call was made by an Australian state minister at an oil and gas industry conference in Singapore on Tuesday.

The 16th International Oil and Gas Industry Exhibition and Conference drew over 10,000 industry players and professionals from 60 countries.

Oil and gas exploration is a US$20 billion a year opportunity that Singapore businesses can tap into.

According to recent data, deepwater production technology for the oil and gas sector is likely to more than double to 25 percent of total offshore production in the next five years.

And it will take up 30% of global expenditure on oil and gas exploration and production by 2010, with Asia Pacific the fastest-growing region.

So Singapore is well poised to exploit that opportunity.

"Singapore is committed to developing these new technologies, including but not restricted to deepwater exploration and production. The oil and gas industry is crucial to Singapore and we are determined and committed to grow it further," says S. Iswaran, Minister of State, Trade & Industry.

Increasingly, Singapore is trying to position itself as the Houston of the East.

It's currently the leading oil trading hub in Asia and the world's third largest oil refinery centre.

And although Singapore has no hydrocarbon resources of its own, it can help local firms export their technology and knowledge by partnering Australia.

"I understand that Singapore is looking to ensure future energy supplies from diversified sources and has announced the construction of an LNG receiving terminal. I further understand that Singapore will look to Australia as a liquid natural gas (LPG) supply source," says Konstantine Vatskalis, Australia's Northern Territory Minister, Business and Economic Development.

The Northern Territory is promoting itself as an offshore business location for gas exploration opportunities.

"The best kept secret in Australia is the Timor Sea. The Timor Sea is the final frontier of oil and gas in Australia. Offshore, the relatively new Bayu-Undan field is producing 70,000 barrels of condensate and 45,000 barrels of LPG daily. We anticipate in excess of A$500 million will be spent in offshore exploration by 2010," says Vatskalis.

Oil and gas companies like ConocoPhillips and Eni are currently active in the Timor Sea.

Offshore exploration expenditure last year totalled almost US$157 million and is set to grow further. - CNA /ls

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Associated Press - December 5, 2006

Gang clashes kill 3, injure 6 in East Timor

DILI, East Timor: Three people were killed and six others injured in gang fighting Tuesday in East Timor's capital, a hospital official said.

Two men were shot to death by unknown attackers at the Taibesi market, said Americo Dos Santos, head of the emergency unit at the National Hospital.

He said a third man was hacked to death by rival gang members with machetes and knives near the Australian Embassy in the Fatuhada neighborhood.

Six other men were injured either by bullets or machetes, Dos Santos said, adding that one was in a comma at the hospital.

The clashes brought the death toll in fighting between rival gangs that first broke out Sunday night in the East Timor capital to four. One man was stabbed to death and 17 others were injured Monday.

East Timor, a former Portuguese colony, voted to break away from occupier Indonesia in 1999. It was plunged into crisis in April and May this year when then-Prime Minister Mari Alkatiri dismissed a third of the armed forces.

The dismissal sparked gun battles between police and army factions that later spilled into gang warfare, looting and arson, and led to Alkatiri's resignation in June.

Calm largely returned with the arrival of more than 2,500 foreign peacekeepers and the installation of a new government.

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Se a violência é entre gangs de artes marciais...

As vitímas são todas jovens que pertencem a grupos marciais rivais? Quem são as vítimas da recente violência atribuida a estes grupos?

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A quem não interessa eleições legislativas em Maio?

Aguardamos os argumentos contra a marcação das eleições legislativas, em simultâneo com as presidenciais em Maio, ou no mês seguinte.

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De uma leitora

Margarida deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Lost in translation?... Ou o Pai Natal existe?":

E dizem eles que querem que os deslocados regressem a casa, mas os deslocados já mostraram que só regressam depois de terem condições de segurança, e com esses assassinos armados à solta como é que pode haver condições de segurança?

É que para quem ainda não percebeu - ou não quer perceber o que se passou e se passa em Timor, lendo o relatório da Comissão da ONU confirma-se que todos os ataques tiveram a iniciativa desse bando de desertores malfeitores, todos! E que às cegas, cobardemente investiram contra colegas seus militares mas também contra polícias e que se estiveram perfeitamente marimbando para a população. Quiseram foi fazer o máximo de mal, matando, pilhando, saqueando e roubando. E cesteiro que faz um cesto faz um cento, mais a mais que agora aí estão protegidos e guardados pelas tropas Australianas.
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Sobre as patrulhas da UNPOL

Há poucos dias, a UN, em conferência de imprensa, anunciou que tinham aumentado as patrulhas da UNPOL na cidade de Díli.

Hoje à noite percorremos a cidade de Díli exaustivamente entrando nos bairros problemáticos, das 10 horas à meia-noite, como dissemos que o faríamos.

Encontrámos um blindado da GNR e duas viaturas militares da Nova-Zelândia entre Becora e Taibessi (zonas onde têm ocorrido os últimos incidentes), e 3 carros da polícia da UNPOL, a circular no centro da cidade!

É de perguntar onde estão mais de 1.000 elementos da UNPOL. Porque em Comoro, Deltas, Bairro Pité, Bebonuk, Farol, etc, etc, etc, não estavam.

Bem, mas o que seria se não tivessem aumentado as patrulhas...

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Lost in translation?... Ou o Pai Natal existe?

Parece que houve um ataque colectivo de loucura a seguir à cerimónia em Ainaro.

O Ministro do Interior (que mostra que já não acredita que a UNPOL ou os militares australianos prendam um dia Reinado, afirmando que um dia a polícia timorense o fará), diz que Reinado não pode ser preso, porque disse que se entregaria? Que temos de ser pacientes?

Marquem as eleições legislativas e o povo vos mostrará se ainda tem paciência ou não para esta farsa.


"Interior minister Alcino Barris stressed that "There is a letter from the tribunal to arrest Reinado and the Timorese police will arrest him one day. This is our promise to the people of East Timor," he told Adnkronos International (AKI).

"We can not do that now – he continued - because Reinado declared clearly to the public that he will be back to face a legal process or justice. So we have to be patient. It is better for us to solve the problem without bloodshed.""

Tradução da Margarida:

"O ministro do Interior Alcino Barris sublinhou que "Há uma carta do tribunal para prender Reinado e a polícia Timorense prendê-lo-á um dia. Esta é a nossa promessa ao povo de Timor-Leste," disse ao Adnkronos International (AKI).

"Não o podemos fazer agora –continuou – porque Reinado declarou claramente ao público que regressará para enfrentar um processo legal ou a justiça. Por isso temos de ser pacientes. É melhor para nós resolvermos o problema sem derramamento de sangue."
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Alfredo Reinado e PR Xanana Gusmão juntos na cerimónia em Ainaro, Sábado passado - tradução da Margarida

TIMOR-LESTE: NÃO SEREI DESARMADO DIZ AMOTINADO GRADUADO

Dili, 5 Dezembro. (AKI) – O soldado desertor de Timor-Leste Major Alfredo Reinado diz que ninguém o desarmará. Encontrado por Adnkronos International (AKI) numa cerimónia no distrito Ainaro a cerca de 113 quilómetros sa sul de Dili, no Sábado passado, Reinado reiterou a sua intenção de enfrentar a justiça, um dia.

"Não é necessário prenderam-me. Eu sou o Major Alfredo Reinado, eu sou um senhor e eu regressarei a Dili para enfrentar a justiça," disse. "Contudo, ninguém me desarmará, nem mesmo o nosso presidente, Xanana Gusmão, ou o nosso primeiro-ministro, José Ramos-Horta,” acrescentou, que disse que ainda é um membro da polícia militar visto que ninguém o despediu.

O Major Alfredo Reinado é o desertor de mais alta patente da pequena nação do sudeste Asiático. Abandonou as forças armadas em 4 de Maio de 2006 para se juntar a cerca de 600 antigos soldados que tinham sido despedidos em Março de 2006 depois de se queixarem de discriminação étnica sobre promoções. O seu despedimento começou a crise de Timor-Leste. Detido por causa do seu papel na violência, o Major Reinado continua ao largo depois de ter fugido da prisão em 30 de Agosto.

"As armas que tenho – continuou o soldado amotinado – pertencem somente ao povo de Timor-Leste e eu agora estou a defender os interesses deles."

O Major Reinado disse que não deve ser considerado a única “parte culpada" pela desordem que começou em Timor-Leste em Maio.

"Não devo ser considerado o único suspeito. O antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri e o antigo ministro da defesa Roque Rodrigues devem também enfrentar os tribunais," disse Reinado.

Alkatiri e Rodrigues estão entre os suspeitos de terem armado uma milícia civil para fins políticos.

Entretanto, prender o Major Reinado transformou-se numa questão política em Dili com ramificações que envolvem também as forças internacionais correntemente presentes na antiga colónia Portuguesa.

O Vice-enviado da ONU em Timor-Leste, Major General Erick Huck Gim Tan, declarou recentemente que Reinado "será um dia trazido à responsabilidade pelas suas acções. Esta é a visão da UNMIT [Missão Integrada da ONU em Timor-Leste] e não mudou."

Contudo, as forças Australianas, o maior contingente de tropas que aterrou no país para restaurar a ordem depois dos motins de Maio, disseram que não estão a fazer qualquer esforço para o prender.

Ramos-Horta tem dito que deseja que a “questão Reinado” se resolve pacificamente.

"Se se puder resolver através de meios pacíficos, preferiria isso, mesmo se demorar meses," disse Ramos-Horta ao AKI, quando o confrontámos na última Sexta-feira. "Mas isso não significa que Reinado não enfrente a justiça," acrescentou.

O ministro do Interior Alcino Barris sublinhou que "Há uma carta do tribunal para prender Reinado e a polícia Timorense prendê-lo-á um dia. Esta é a nossa promessa ao povo de Timor-Leste," disse ao Adnkronos International (AKI).

"Não o podemos fazer agora –continuou – porque Reinado declarou claramente ao público que regressará para enfrentar um processo legal ou a justiça. Por isso temos de ser pacientes. É melhor para nós resolvermos o problema sem derramamento de sangue."

Contudo, o Presidente do Parlamento Nacional, Francisco "Lu-Olo" Guterres, urgiu que o governo prenda Reinado, antes das próximas eleições do país em Maio. "Se não, o Major Reinado e o seu grupo intimidarão os líderes políticos da Fretilin durante a campanha e o voto," disse ao AKI.

Liderada por Alkatiri, a Fretilin é o maior partido do país.

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Reinado. O palhaço convidado para o circo da marcação das eleições legislativas...

De um leitor:

"Yet, the Australian forces, the largest contingent of peacekeepers landed in the country to restore order after the May riots, have said that they are not making any effort to arrest.

Ramon-Horta has said he wishes the "Reinado issue" to be solved peacefully.

"If it can be solved through peaceful means, I would prefer that, even if it takes months," Ramon-Horta told AKI, when approached last Friday. "But this does not mean that Reinado will not face justice," he added. "

Está na cara qual o papel do Reinado. Desde que os australianos lhe abriram as portas de Becora. E até que enfim que alguém tem a coragem de o denunciar:

"Yet, House Speaker, Francisco "Lu-Olo" Guterres, has urged the government to arrest Reinado, before the country’s next election in May. "If not, Major Reinado and his group will intimidate Fretilin’s political leaders during the campaign and the vote," he told AKI. "


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Um dia destes, quando der jeito?...

De um leitor:

"Deputy UN envoy to East Timor, Major General Erick Huck Gim Tan, has recently stated that Reinado "will one day be brought to account for his actions. That is the view of UNMIT [United Nations Integrated Mission in Timor-Leste] and it has not changed."

1. Até quando? Esperam usar Reinado para adiar as eleições, sim.

Ou mais de 1.000 polícias e 600 militares, incluindo operações militares não conseguem deter 15 homens que aparecem em cerimónias e lugares públicos e onde sabem que está de antemão? Que até organiza e envia convites para seminários, onde é fotografado alegremente com soldados australianos?

Infelizmente não é incompetência. E depois ridicularizam quem os acusa de conspiração?

2. Timor-Leste é um Estado soberano. À missão das Nações Unidas compete manter a segurança. Mas também a executar os mandatos de captura do sistema judicial. Nem o PR, nem o PM, nem ninguém pode interferir com um orgão de soberania independente como os tribunais. A não ser na República das Bananas.

Volta Mari! Tás Perdoado!

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Reinado enxovalha PR e PM. Onde está o vosso orgulho, já que autoridade de Estado não a têm?

De um leitor:

"However, nobody will disarm me, not even our president, Xanana Gusmao, or our prime minister, Jose Ramos-Horta,” added Reinado, who said that he is still a member of the military police since nobody has sacked him.


Onde está o vosso dever de fazer respeitar as instituições de Timor-Leste independente? Foi para isto que os nossos heróis morreram?

Que vergonha. Os nossos antepassados nunca vos perdoarão e nunca teremos paz!

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De banana em banana...

Alfredo Reinado e PR Xanana Gusmão sempre estiveram juntos na cerimónia em Ainaro, no Sábado passado.

Fizemos anteriormente um post, em que pedíamos fotografias da cerimónia de Sábado passado em Ainaro, dado que nos chegaram vários relatos que indicavam que Alfredo Reinado e o PR Xanana Gusmão estiveram lado a lado juntos.

Por nos parecer inacreditável que, apesar de tudo, o PR estivesse lado a lado com um desertor, acusado de ter morto colegas seus das F-FDTL, que se evadiu da prisão, tivemos o cuidado de procurar outras fontes antes de acusarmos o PR de tal.

Infelizmente, a prova está na notícia dada pela agência noticiosa AKI:

"Dili, 5 Dec. (AKI) - Renegade East Timor soldier Major Alfredo Reinado says that no one will disarm him. Met by Adnkronos International (AKI) at a ceremony he attended in Ainaro district, about 113 kilometers south of Dili, last Saturday, Reinado reiterated his intention to face justice, one day."

A única cerimónia onde esteve a AKI, foi a mesma onde esteve o PR Xanana Gusmão. A da entrega das armas da população para serem depositadas numa casa lulik (sagrada).

Segundo testemenunhas, um popular interpelou a audiência perguntando de que servia o povo, os pequeninos, entregarem as armas se um criminoso como o Alfredo Reinado continuava à solta e armado.

Segundo as mesmas testemunhas Reinado fez-se acompanhar de uma escolta de homens armados.

Mas porque não há-de Reinado passear-se por onde quer, enxovalhando o PR, o Governo e a Justiça? Porque não há-de ele desafiar a autoridade do Estado?

Os responsáveis das Nações Unidas, o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o Ministro do Interior e os militares australianos, todos fazem questão de fazer declarações que garantem a Reinado um salvo-conduto.

Esperamos que esses mesmos, não venham defender o adiamento das legislativas para o final de 2007, dizendo depois que não há condições de segurança para a realização das eleições.

Desculpem, quase todos. O Presidente do Parlamento Nacional é o único que chama a atenção e exige a detenção do criminoso em fuga.


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Dos leitores

Margarida deixou um novo comentário sobre a sua postagem "UNMIT – Revista dos Media Diários":

Segundo o STL os deputados da oposição abandonaram o debate no Parlamento Nacional, porque uma proposta de lei feita pelo PR não foi tida em consideração pela Fretilin.

Francamente nem sei quem é que nesta história tem o comportamento mais bizarro se o PR se os deputados da oposição, mas ela revela o descaramento inaudito de todos eles – PR e deputados da oposição.

Pois que diz o Artigo 97 da Constituição da RDTL que a iniciativa da lei pertence “a)Aos Deputados; b)Às Bancadas Parlamentares; c)Ao Governo.” Mas a alínea h) do nº 2 do Artigo 95º decreta que “Compete exclusivamente ao Parlamento Nacional legislar sobre “, “A lei eleitoral e o regime do referendo”.

E revela como tem sido perniciosa a actuação do actual PR de interferência abusiva e disparatada no funcionamento dos outros órgãos de soberania e como está constantemente a desrespeitar o princípio da separação dos poderes consignado no Artigo 69.º “Os órgãos de soberania, nas suas relações recíprocas e no exercício das suas funções, observam o princípio da separação e interdependência dos poderes estabelecidos na Constituição.”

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Notícias - traduzidas pela Margarida

Chefe militar das Fiji declara golpe
ABC News Online
Terça-feira, Dezembro 5, 2006. 5:24pm (AEDT)

O chefe military das Fiji diz que as forças militares assumiram o controlo do país, m,etgulhando a ilha-nação do Pacífico Sul no seu quarto golpe em 20 anos.

O Comandante Frank Bainimarama fez o anúncio à pouco, durante uma conferência de imprensa na capital Suva.

O líder militar ameaçou repetidas vezes derrubar o Governo do Primeiro-Ministro Laisenia Qarase, afirmando que é corrupto e fraco com os que estiveram por detrás do último golpe nas Fiji em 2000.

Antes, tropas pesadamente armadas puseram bloqueios de estradas à volta de Suva e cercaram a residência do Primeiro-Ministro.

Mr Qarase, cujo Governo ganhou um Segundo mandato de cinco anos em Maio, disse à Rádio Fiji Radio que está sob prisão domiciliária.

O Comodoro Bainimarama diz que o braço-de-ferro em curso entre os militares e o Governo o forçaram a actuar.

"Às 6:00 desta noite [5:00pm AEDT], os militares assumiram o controlo do Governo, têm autoridade executiva na condução deste país," disse.

"Peço a todos os cidadãos para permanecerem calmos e manterem a paz que correntemente prevalece.

"A partir de agora, os militares e a polícia estão a trabalhar juntos para garantir que a situação permanece calma."

Mr Qarase mantém-se na sua casa com cerca de 100 tropas armadas na rua frente à sua casa.

As tropas confiscaram antes o seu carro.

Os soldados cercam também os principais edifícios do governo em Suva e montaram bloqueios de Estrada através da cidade.

Consequências

O Ministro dos Estrangeiros da Austrália, Alexander Downer, disse que a resposta internacional a um golpe será imediata, com as Fiji a enfrentarem a suspensão possível da Comunidade Britânica.

O Governo Australiano condenou fortemente as acções do Comodoro Bainimarama.

Mr Downer disse que o golpe terá ramificações severas para o estatuto internacional das Fiji.

"O secretário-geral da ONU avisou das implicações para o pessoal militar das Fiji em acções de manutenção da paz internacionais," disse.

"O Grupo de Acção Ministerial da Comunidade Britânica reunir-se-á para discutir a suspensão das Fij da Comunidade Britânica no decurso da próxima semana."

O gabinete do Presidente das Fiji Ratu Josefa Iloilo emitiu uma declaração dizendo que são errados relatos que dizem que ele dissolveu o Parlamento, abrindo caminho para um governo interino.

A sua declaração diz que ele nem condena nem apoia as acções militares.

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Dois mortos em violência de gangs em Timor-Leste

AFP/ABC News Online – Terça-feira, Dezembro 5, 2006. 7:04pm (AEDT)

Duas pessoas foram mortas numa ressurgência das violência de gangs em Timor-Leste, com um homem dilacerado e outro batido até à morte, disse uma testemunha e trabalhador no hospital.

Américo dos Santos, responsável da unidade de emergência no Hospital Guido Valadares Hospital, diz que os homens foram mortos em confrontos entre gangs de artes marciais rivais na capital Dili no Domingo e Segunda-feira.

"Havia feridas de golpes por todo o corpo do homem de 20 anos," disse. "Pode ter estado envolvido na luta de gangs. A polícia da ONU trouxe-o aqui [na Segunda-feira],"

A sua morte seguiu-se à de um outro homem numa luta entre dúzias de membros dos clubes de artes marciais rivais Sete Sete e Setia Hati nas noite de Domingo.

Uma testemunha que não quis ser identificada identificou a vítima como sendo um guarda de segurança privada de 24 anos. "O membro foi morto num confronto com os Sete Sete," disse a testemunha. "Foi morto, atingido por instrumentos embotados."

A testemunha diz que a polícia da ONU chegou rapidamente ao local e conseguiu dispersar os que lutavam mas que parece que ninguém foi detido. A polícia da ONU declinou comentar.

Timor-Leste foi percorrido em Abril e Maio por confrontos entre facções de forças de segurança que rapidamente degeneraram em violência de rua envolvendo gangs juvenis.

Pelo menos 37 pessoas morreram no derramamento de sangue, que levou ao destacamento de 3,200 tropas lideradas pelos Australianos para restaurar a calma.

O número das tropas tem declinado desde então para cerca de 1,100, reforçadas pela presença de cerca de 1,000 polícias da ONU.

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East Timor president to attend 'censored' Jakarta film festival

DILI, December 5 (AFP) -- East Timor President Xanana Gusmao will attend an Indonesian film festival where a documentary on his life is to be screened, Prime Minister Jose Ramos-Horta said Tuesday, while expressing regret over the banning of three other films on his tiny nation.

"I do not agree with the (decision) to ban a number of films on East Timor and only allow one to be shown in Jakarta," Ramos-Horta told journalists.

The Indonesian government has banned four films on East Timor and Aceh from the Jakarta International Film Festival on the grounds they could "disturb security".

International media watchdog Reporters Without Borders also criticised the ban as "outdated censorship".

The banned films on East Timor are "Tales of Crocodiles" from the Netherlands, "Passabe" from Singapore, and a 12-minute animation from Portugal on East Timor's history, titled: "Timor Loro Sae".

However, the Singapore-produced "A Hero's Journey" about Gusamo was passed by censors and will be shown.

The 80-minute documentary by Grace Phan is narrated by Gusmao, who led East Timor's fight for independence from Indonesia.

Festival organisers said Gusmao was scheduled to be in Jakarta to attend the festival between December 15 and 17.

More than 200 films from over 35 countries are due to be screened at the 8th Jakarta International Film Festival (JiFFest,) which runs from December 8-17.
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Alfredo Reinado e PR Xanana Gusmão juntos na cerimónia em Ainaro, Sádado passado


EAST TIMOR: I WILL NOT BE DISARMED SAYS HIGH-RANKING REBEL

Dili, 5 Dec. (AKI) - Renegade East Timor soldier Major Alfredo Reinado says that no one will disarm him. Met by Adnkronos International (AKI) at a ceremony he attended in Ainaro district, about 113 kilometers south of Dili, last Saturday, Reinado reiterated his intention to face justice, one day.

"It is not necessary to arrest me. I am Major Alfredo Reinado, I am a gentleman and I will return to Dili to face justice," he said. "However, nobody will disarm me, not even our president, Xanana Gusmao, or our prime minister, Jose Ramon-Horta,” added Reinado, who said that he is still a member of the military police since nobody has sacked him.

Major Alfredo Reinado is tiny southeast Asian nation's highest ranking deserter. He abandoned the army on 4 May 2006 to join approximately 600 former soldiers who had been sacked in March 2006 after complaining of ethnic discrimination over promotions. Their dismissal started the East Timor crisis. Arrested for his role in the violence, Major Reinado is still at large after having escaped from prison on 30 August.

"The weapons I have – continued the rebel soldier – belong only to the people of East Timor and I am now defending their interests."

Major Reinado said he should not be considered the only "guilty party" for the disorder that began in East Timor in May.

"I should not be considered the only suspect. Former prime minister Mari Alkatiri and former defence minister Roque Rodrigues should also face the tribunals," said Reinado.

Alkatiri and Rodrigues are among those suspected to have armed a civilian militia for political ends.

In the meantime, arresting Major Reinado has turned into a political issue in Dili with ramifications that involve also the international forces currently present in the former Portuguese colony.

Deputy UN envoy to East Timor, Major General Erick Huck Gim Tan, has recently stated that Reinado "will one day be brought to account for his actions. That is the view of UNMIT [United Nations Integrated Mission in Timor-Leste] and it has not changed."

Yet, the Australian forces, the largest contingent of peacekeepers landed in the country to restore order after the May riots, have said that they are not making any effort to arrest.

Ramon-Horta has said he wishes the "Reinado issue" to be solved peacefully.

"If it can be solved through peaceful means, I would prefer that, even if it takes months," Ramon-Horta told AKI, when approached last Friday. "But this does not mean that Reinado will not face justice," he added.

Interior minister Alcino Barris stressed that "There is a letter from the tribunal to arrest Reinado and the Timorese police will arrest him one day. This is our promise to the people of East Timor," he told Adnkronos International (AKI).

"We can not do that now – he continued - because Reinado declared clearly to the public that he will be back to face a legal process or justice. So we have to be patient. It is better for us to solve the problem without bloodshed."

Yet, House Speaker, Francisco "Lu-Olo" Guterres, has urged the government to arrest Reinado, before the country’s next election in May. "If not, Major Reinado and his group will intimidate Fretilin’s political leaders during the campaign and the vote," he told AKI.

Headed by Alkatiri, Fretilin is the country’s largest party.

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Então se tem a certeza, porque precisa de investigar?...

"Ramos-Horta disse ainda que tem a certeza que a bazooka em posse de Alfredo não é da Austrália e que investigará de onde é que veio."

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Alkatiri muito crítico do método de Xanana

Jornal de Notícias, 5 de Dezembro de 2006

O antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri, regressou ontem a Díli após ausência de cerca de um mês em Portugal e Moçambique, para exames médicos e contactos políticos, tendo criticado a metodologia usada numa iniciativa de diálogo patrocinada pelo presidente da República, Xanana Gusmão - para a qual, aliás, não foi convidado -, dado o elevado número de participantes "Só faltou fazerem um comício do campo da bola", comentou, manifestando-se preocupado com a impunidade que grassa em Timor-Leste: "Parece que neste país só quem cumpre a lei é que é perseguido", disse.

Para Alkatiri, a violência que continua a ocorrer no país - ainda ontem os confrontos que opõem, desde domingo, dois grupos de artes marciais rivais no bairro de Taibessi, em Díli, provocaram um segundo morto e mais dois feridos - já não tem motivação política na sua génese. "É falta de autoridade", frisou o ex-primeiro-ministro de Timor-Leste.

http://jn.sapo.pt/2006/12/05/mundo/alkatiri_muito_critico_metodo_xanana.html
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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