segunda-feira, março 24, 2008

Quatro fugitivos do grupo de Salsinha que se entregaram às autoridades foram ouvidos pelo PGR

Lisboa, 24 de Mar (Lusa) - Quatro indivíduos do grupo de fugitivos do ex-tenente Gastão Salsinha que se renderam no sábado às autoridades, na sequência da operação "Halibur", foram já ouvidos pelo procurador-geral da República, afirmou fonte da força de defesa de Timor-Leste.

"Renderam-se quatro indivíduos do grupo de Gastão Salsinha, que entregaram três armas: duas HK3 e uma metralhadora", afirmou hoje à Agência Lusa fonte da força de defesa de Timor-Leste.

Os quatro fugitivos entregaram-se às autoridades, no sábado à tarde, no distrito de Ailéu, "dentro do espírito da operação de captura 'Halibur' (operação conjunta das forças de defesa e polícia nacional timorenses com vista à captura dos fugitivos dos ataques contra o Presidente Ramos-Horta e contra o primeiro-ministro Xanana Gusmão, no dia 11 de Fevereiro), levando-os a renderem-se através da persuasão em vez da utilização de armas ou de força", adiantou.

Segundo a mesma fonte, os fugitivos do grupo de Gastão Salsinha já foram presentes ao procurador-geral de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro.

O líder dos peticionários das Forças Armadas, Gastão Salsinha, está em fuga desde o duplo ataque contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão.

O ex-tenente Gastão Salsinha liderou o ataque a Xanana Gusmão, pouco depois de Alfredo Reinado ter atacado a residência de José Ramos-Horta e abatido a tiro nessa ocasião.

CZS.
Lusa/fim

ONDE FOI QUE JÁ VIMOS ISTO?

Blog Timor Lorosae Nação
Segunda-feira, 24 de Março de 2008

A LEI, A ORDEM, OS MÉTODOS E A LIBERDADE
ANTÓNIO VERÍSSIMO

Nos filmes, só pode ter sido visto em filmes. Um primeiro-ministro que diz ter sido vítima de atentado à sua vida, assim como a sua família, pelo mesmo grupo de autores que disparou com intenção selvática de matar o Presidente da República, passados dias, em tarde amena, toma café com elementos desse grupo em amistosa cavaqueira deixando-nos confusos e sem saber se ele está na paródia connosco e aqueles são seus apaniguados ou se pirou de vez e perdeu a noção da gravidade dos actos que têm cometido e os prejuízos, angústias e temores que têm causado a quase um milhão de timorenses.

Só nos filmes, em comédias ou nos antigos secundários sobre a máfia, ainda a preto e branco, seria possível conseguir obter planos e argumentos daquela qualidade.

A escandaleira corre mundo e acredita-se que aquilo que parece vai ter de vir a ser verdade: são todos farinha do mesmo saco.

Falta saber se as responsabilidades vão recair sobre os que realmente as têm ou se o descaramento vai ser premiado.

Por estes e outros motivos é que há alguns tempos que a lei e a ordem andam de rastos pelas ruas, campos e montanhas de Timor, os métodos vêm gizados dos gabinetes e a liberdade é coarctada em parte das vinte e quatro horas do dia a quase um milhão de timorenses por alegadas afirmações de se querer restabelecer a tranquilidade que permita governar (ou governarem-se?).

Por estes e outros motivos existem uns quantos que procuram, em computadores utilizados pelo funcionalismo público, por eventuais “desestabilizadores” que supostamente criticam certas atitudes governativas e participam desse modo na Web.

É a caça às bruxas através de métodos esconsos que vão em crescendo e que tudo ficam a dever à democracia e às liberdades afirmadas e garantidas na Constituição mas que parece não terem de ser respeitadas pelos descarados e desavergonhados cidadãos acima de qualquer suspeita.

Depois, afirmam os que não querem ver nem saber, que estas prosas fazem parte de conluios difamatórios que simplesmente visam destruir indivíduos em benefício de outros.

O argumento seria válido com umas ligeiras alterações. Estas prosas são opiniões formuladas a partir do conhecimento de factos e atitudes de determinados indivíduos que urge desmascarar para benefício de um milhão de timorenses que há cerca de dois anos não sabem o que é paz, sossego, evolução e decência.

Também publicado em PÁGINA LUSA

Preso por ter cão, preso por não ter...

Blog Olhó lafaek!...
Segunda-feira, 24 de Março de 2008

Segundo notícias recentes, parece que o exército timorense desistiu mesmo de apanhar o Salsinha "custe o que custar" de modo a fazer prevalecer a autoridade do Estado. Isto é: o homem disse que só se entregava directamente a Ramos Horta e parece que estão a fazer-lhe a vontade, como se uma pessoa nas circunstâncias em que ele está tivesse voz activa no assunto e capacidade para condicionar a acção do Estado de Direito.

É nítido, por outro lado, que se entendeu --- "cheira-me" a coisa sua, TMR... --- que o homem vale o que vale VIVO e vale zero morto. Exactamente o que se tinha dito aqui há algum tempo atrás, quando se chamou a atenção para a necessidade de não deixarem que algum "chico esperto", no meio da confusão, desse um tiro no homem --- sabe-se lá se encomendado ou não...

O Estado parece, pois, estar a ser mais uma vez desautorizado mas convenhamos que se for só mais esta vez até que vale a pena. Assim como assim de desautorizado não passa mesmo, né?!...
Preso por ter cão, preso por não ter...

Escolas do Timor adotam livro de pesquisador da Unicamp

Agência Brasil
Segunda-feira - 24/03/2008 - 09h16

São Paulo - Livro organizado por Jorge Fernando Hermida, ex-aluno de mestrado e doutorado da Unicamp, acaba de ser adotado pelo Timor Leste, para ser utilizado no programa de formação de professores do ensino infantil daquele país. A obra, intitulada Educação Infantil: Políticas e Fundamentos, reúne textos de 17 especialistas da Região Nordeste.

A publicação integra um conjunto de ações culturais quem vem sendo desenvolvido em várias cidades brasileiras sob o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil. A iniciativa consiste na promoção de palestras, oficinas e seminários gratuitos dirigidos a professores de educação infantil da rede pública de ensino. Perto de 3,5 mil pessoas já foram beneficiadas pelo projeto.

O livro foi publicado pela editora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde Hermida é professor. De acordo com ele, esta é a primeira vez que uma obra editada pela UFPB é adotada oficialmente por outro país. "Nós ficamos muito felizes com a notícia. Penso que estamos cumprindo com a nossa função social ao colaborar para a reconstrução do Timor Leste”, afirma.

O docente conta que a publicação nasceu a partir de um projeto idealizado por ele. Este, por sua vez, participou de um edital lançado pelo Banco do Nordeste do Brasil voltado ao financiamento de ações culturais. "Fomos contemplados entre mais de 2.200 propostas”, lembra.

A contrapartida a ser oferecida era a realização de atividades dirigidas a professores de educação infantil da rede pública, com a conseqüente doação do livro. Conforme Hermida, as palestras, seminários e oficinas já foram realizados em cerca de 20 cidades dos estados do Piauí, Tocantins, Maranhão, Pernambuco, Paraíba e Santa Catarina. Cada participante recebe um certificado emitido pela Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da UFPB. "Aqui no Brasil, os resultados têm sido excelentes. Os professores estão gostando muito da nossa proposta. Temos tido a chance de oferecer o que as políticas governamentais não oferecem, como subsídios teóricos e metodológicos para melhorar a educação no país”, analisa o docente.

Entre os temas abordados nas atividades que constituem o programa está a importância do jogo e da brincadeira no processo de aprendizado. “Quando deixa o ambiente doméstico e chega à escola, a criança troca uma situação de liberdade e permissividade por um espaço limitado, a sala de aula, onde ficará presa a uma carteira. Além disso, ainda existe a máxima de que, para aprender, ela tem que ficar calada, apenas ouvindo. Nós queremos resgatar a natureza lúdica da criança, por entender que esse é um período importante na vida de uma pessoa. Por que não respeitar a natureza humana para basear uma proposta pedagógica?”, questiona Hermida.

A expectativa do professor da UFPB, assim como a dos demais autores, é que o livro possa deflagrar uma ação semelhante no Timor Leste. Hermida relata que a obra chegou até o conhecimento das autoridades daquele país por intermédio de Everaldo José Freire, um dos participantes da coletânea e professor-colaborador na nação do Sudeste Asiático. “Assim que o livro chegou por lá, o Ministério da Educação ficou interessado em adotá-lo para o curso de formação de professores de educação infantil. Inicialmente, entretanto, a Pasta queria uma autorização para tirar cópias. Com o avanço dos entendimentos, surgiu a oportunidade de realizarmos um programa mais amplo, nos moldes do que executamos no Brasil”, explica Hermida.

A primeira medida do docente foi procurar a Reitoria da UFPB, para falar da importância desse tipo de colaboração, que tem caráter eminentemente humanitário. “Graças ao apoio do reitor Rômulo Soares Polari, firmamos um convênio com o Timor Leste. A partir dele, ficou estabelecido que o Banco do Nordeste do Brasil editará mais mil livros para serem doados àquele país. A editora da UFPB também doará três exemplares de cada título publicado por ela, o que soma cerca de 4 mil volumes. Adicionalmente, estamos iniciando entendimentos com o Ministério da Educação do Brasil para facilitarmos o intercâmbio entre alunos brasileiros e timorenses de pós-graduação”, enumera.

Como o livro foi escrito a partir de experiências brasileiras, Hermida admite que a obra talvez tenha que sofrer adaptações para ser utilizada no programa de formação de professores de educação infantil do Timor Leste. “Obviamente, quando tocamos no aspecto político da educação, falamos de casos genuinamente brasileiros. Entretanto, muitos pontos são comuns aos dois países. Quando abordamos o tema do direito à educação ou quando refletimos sobre a educação infantil na pós-modernidade, estamos raciocinando sobre assuntos mais gerais”. Na opinião do ex-aluno de pós-graduação da Unicamp, tanto aqui quanto lá existe uma preocupação acerca do tipo de cidadão que se pretende formar, para que tipo de sociedade e com quais valores.

O convênio com o Timor Leste, continua o professor Hermida, tem tudo para virar uma “agradável bola de neve”. Ele revela que está em contato com uma organização não-governamental que pretende verter o livro para o inglês. Há, ainda, o desejo de que a obra também possa vir a ser traduzida para o tétum, idioma predominante em Timor Leste. “Como essas possibilidades são reais, já estamos formatando uma nova publicação, também voltada para a educação infantil, reunindo autores brasileiros e timorenses”, adianta.

Hermida é uruguaio naturalizado brasileiro. Ele realizou o mestrado em Educação Física e o doutorado em Educação na Unicamp. Ainda hoje, colabora com o Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia da Educação (Paidéia), vinculado à Faculdade de Educação (FE). Atualmente, é membro do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPB e do Programa Associado de Pós-graduação em Educação Física UPE/UFPB. “A Unicamp foi e continua sendo muito importante na minha formação. Na Faculdade de Educação, vivi experiências enriquecedoras”, afirma. O docente espera embarcar em maio para o Timor Leste, para participar pessoalmente de algumas das ações do programa de formação de professores local, já tendo o livro organizado por ele como um dos materiais pedagógicos.

Referendo “devolveu” independência em 99

Timor Leste foi uma colônia portuguesa até 1975, quando finalmente tornou-se independente. Ocorre, porém, que poucos dias depois de alcançar tal condição o país foi invadido pela Indonésia. A partir de então, seguiu-se um regime baseado na força e no medo, que tinha entre os seus objetivos apagar a cultura local. Uma das iniciativas do invasor foi mandar cerca de 12 mil professores à “província”, para que introduzissem seu idioma em substituição ao português. Em agosto de 1999, os timorenses optaram, por meio de referendo organizado pelas Nações Unidas, por nova independência. Na ocasião, a população também escolheu o português como língua oficial do país. Atualmente, o idioma mais falado naquela nação é o tétum.

NZ defence minister tours ETimor

ABC Radio Australia
24.03.2008

Updated 4 hours 17 minutes ago

New Zealand's defence minister, Phil Goff, is in East Timor for three days visiting New Zealand troops and holding talks with the country's leaders.

Mr Goff, who is on his ninth trip to the country in nine years, says the armed attacks on President Jose Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmao last month demonstrate the ongoing fragility of the situation in East Timor.

He says if the leaders had been killed, the country would have been thrown into chaos.

Mr Goff says the visit gives an opportunity to acknowledge the importance of the role New Zealand troops are playing in the country.

New Zealand is the second largest contributor to the International Security Force in Timor.

Tradução:

Ministro da defesa da NZ visitaTimor-Leste

ABC Radio Australia
24.03.2008

Actualizado 4 horas 17 minutos atrás

O Ministro da Defesa da Nova Zelândia, Phil Goff, está em Timor-Leste numa visita de três dias a visitar tropas da Nova Zelândia e a ter conversas com os líderes do país.

O Sr Goff, que está na sua nona visita ao país em nove anos, diz que os ataques armados ao Presidente José Ramos-Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão no mês passado mostraram a fragilidade em curso da situação em Timor-Leste.

Diz que se os líderes tivessem sido mortos o país teria sido atirado para o caos.

O Sr Goff diz que a visita dá uma oportunidade para reconhecer a importância do papel das tropas da Nova Zelândia no país.

A Nova Zelândia é o segundo maior contribuidor da Força Internacional de Segurança em Timor.

Continua em fuga "grupo armado" em Timor-Leste

Público, 24.03.2008

Lasama de Araújo afirmou que só não existe risco especial de segurança no distrito de
Oecussi e na ilha de Ataúro

a O Presidente interino de Timor-Leste, Fernando Lasama de Araújo, confirmou ontem que "continua em fuga um grupo fortemente armado, na posse de equipamento militar", suspeito de autoria ou participação no atentado de 11 de Fevereiro contra o Chefe de Estado, José Ramos-Horta. Por isso mesmo, o Presidente em funções decidiu renovar o estado de sítio, por 30 dias, nos distritos de Aileu, Ermera, Bobonaro, Covalima, Ainaro, Liquiçá e Manufahi, com suspensão do direito de manifestação, reunião e inviolabilidade do domicílio, permitindo-se inclusive a realização de buscas domiciliárias durante a noite. Naqueles sete distritos, o direito de livre circulação está também suspenso, com recolher obrigatório entre as 22h00 e as seis da manhã.

De qualquer modo, Lasama de Araújo disse que houve a preocupação de "limitar ao mínimo indispensável a restrição dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos", que continuam a dispor da protecção das leis e dos tribunais.

Entretanto, durante o fim-de-semana da Páscoa, entregaram-se às autoridades quatro elementos que se encontravam entre os fugitivos; e perto de 650 militares que tinham saído dos quartéis em 2006, os chamados "peticionários", acorreram nas últimas semanas a um local de acantonamento estabelecido pelo Governo.

Quanto a Ramos-Horta, que na quarta-feira saiu do hospital onde se encontrava para uma residência particular da cidade australiana de Darwin, espera poder regressar a Díli no espaço de um mês.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Monday, 24 March 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any consequence resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Report

TVTL News Coverage
No TVTL news coverage.

RTL News Coverage

Lasama announces extension of ‘State of Siege’ and ‘State of Emergency’: Acting President Fernando Lasama de Araújo has officially declared that a State of Siege is to be extended to the Districts of Aileu, Ainaro, Manufahi, Covalima, Bobonaro, Liquica and Ermera. PR Lasama said that the decision was taken upon the request of the Government and with the authorization of the National Parliament.

President Lasama said that after consulting with the Defence and Security Council, the decision was taken to extend the State of Siege to the districts for 30 days. “During the State of Siege, the right of people to gather and hold meetings is temporarily suspended,” said PR Lasama.

PR Lasama has also decided to implement State of Emergency in the districts of Baucau, Dili, Lospalos, Viqueque, Manatuto for a period of 30 days. Oecusse and the Dili sub-district of Atauro will have neither a State of Siege nor State of Emergency as they are not considered security risks. The State of Siege and State of Emergency will be implemented from March 23 to April 22, 2008.

The Democratic Party MP, Adriano de Nascimento, has accepted the implementation of the State of Siege and Emergency in support of the F-FDTL/PNTL Joint Operation. However, Fretilin member of NP, Francisco Brancos said that the State of Siege has taken too long and is exposing the weaknesses of the State. He even suggested that this may put the nation on the path to dictatorship. However, Fretilin is continuing to support the Joint Operation.

On this, ASDT has asked the Government to give extra attention to the actions of the Joint Operation as they fear some members may take advantage of their position to settle personal grievances.

Rebels surrender with their weapons in Maubisse: Four rebels have surrendered themselves and their weapons to the Chief of the State [PM Gusmao] along with their weapons on Saturday (22/3) in Maubisse, Ainaro District. Prime Minister Xanana Gusmão said that this action by the rebels is very positive and will go a long way to resolving the problems faced in the country. One of the rebels, Paulo Neno, said that he feels that he has contributed to the justice process by surrendering.

PM: Joint Operation slow to get results in attempt to avoid death and trauma: In answer to the criticisms levelled at PM Gusmao by MPs that the Joint Operation has not produced any results, the PM has responded that the Joint Operation has been slow to obtain results as they have attempted to avoid unnecessary deaths or cause trauma to the public. However, the PM confirmed that the F-FDTL/PNTL Joint Operation would be in full military force after Easter to capture outstanding rebels.

Related to accusations that Joint Operation members have conducted themselves irresponsibly, the Prime Minister said that people should report such actions to the authorities in order for them to be investigated.

Print Coverage

Lasama: Attempts against State greatest crime: In a dialogue with the population of Lete-Foho, Ermera, Acting President Fernando Lasama de Araujo said that the attempts against the State made by the rebel groups of Alfredo Reinado and Gastão Salsinha can be considered as the greatest crime and should be resolved through the court system. President Lasama has appealed to the public to help convince Salsinha and other rebels to surrender.

Related to the rumours that Alfredo’s death was the result of a foreign-led conspiracy, PR Lasama said that the only people responsible were Timorese. “Never falsify and blame others. All the mistakes are ours and it’s time to solve these problems,” said PR. Lasama. (TP)

Ed: Four rebels surrender: The positive impacts of PR Ramos-Horta’s appeal on Wednesday (19/3) to Salsinha and his group were felt on Saturday (22/3) with the surrender of four rebels and their weapons to the state through the Prosecutor General, Longuinhos Monteiro. The surrenders were a good step towards resolving the issue and it a step that Salsinha should also take. Salsinha once said that he will only surrender once PR Horta returns to Timor-Leste- this is Salsinha’s right, but as PR Horta may still need to be in Darwin for a long time, Salsinha may need to rethink his decision. We cannot know his mind. The whole matter rests on Salsinha. As the PM once said, it is Salsinha’s decision whether to surrender, or die. (TP)

Lasama asks public to convince Salsinha to surrender: The Acting PR, Fernando de Araujo ‘Lasama,’ has asked the people of Lete-Foho to convince Salsinha to surrender, if they know where he is currently hiding. (DN)

TMR to pay close attention to soldiers who torture people: The Apprehension Operation’s General-Commander, Brigadier-General Taur Matan Ruak, has asked the public to report any cases of violations or torture from soldiers under the Joint Command. “Any of the victims who receive such treatment from the soldiers should report their case to the police so that the cases can be investigated and not just publicized thorough the Media,” said TMR on Wednesday (19/3) at Palacio da Cinzas, Dili. (DN and STL)

Lieutenant Colonel Filomeno Paixao says Apprehension Operation will not kill Salsinha: Lieutenant Colonel Filomeno Paixão has said that the Apprehension Operation currently operating in Lete-Foho, Ermera, is not out to kill Salsinha and his men, but to convince them to surrender. “The Apprehension Operation forces consider Salsinha and his men as brothers and not enemies, because they also contributed to the independence of this nation. Therefore we are here to call Salsinha and his men to surrender and submit themselves to justice,” he said. (DN)

Four of Salsinha’s men surrender: Four of Gastao Salsinha’s men have surrendered themselves along with one machine gun and two AK33 rifles. The men were received by the Prosecutor-General, Longuinhos Monteiro in Maubesse sub district on Saturday (16/3). The men were also presented to the Prime Minister, Xanana Gusmao, and Brigadier-General Taur Matan Ruak at the Government Palace. (DN)

Government and Timor Energy work together to build houses for IDPs: The Secretary of State for Solidarity and Natural Disasters, Rigoberto Gomes, said that the Government is currently working together with Timor Energy to provide 416 transitional houses for IDPs currently living at the compound of the National Hospital. “These houses are now ready for the IDPs. This is a temporary solution until their problems can be resolved," he said. (DN)

‘Lasama’ visits Lete-foho sub-district, Ermera: The Acting PR, Fernando de Araujo ‘Lasama’ has visited the Apprehension Operation forces in Lete-foho sub-district, Ermera on Saturday (22/3). The visit was aimed at seeing directly the conditions of the Apprehension Operation forces based in Lete-foho and to also listen to the community about the Apprehension Operation. “My objective here is to listen and see directly what people think about the Apprehension Operation during this time. It seems that there has been good collaboration and good cooperation among the operation and the community,” he said. (STL)

Justice Minister and State Secretary of Defence sign Accord to establish military prison: The Minister of Justice, Lucia Lobato, and the State Secretary of Defence, Julio Tomas Pinto, have signed an Accord regarding the establishment of a military prison in Timor-Leste.

“I would like to inform the public that starting from now if our military commits crimes they will be imprisoned in the military prison. The military prison is established following the cases of violence committed by the F-FDTL in 2006,” said Minister Lobato.

The State Secretary of Defence, Julio Tomas Pinto, said that the military prison is currently based in the F-FDTL HQ in Tasi Tolu, Dili and that four F-FDTL members are imprisoned there. “According to the mandate of the constitution, we do need to establish the military prison in our country,” said Mr Pinto. (TP)

National News Sources:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Nacional (DN)

Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Segunda-feira, 24 Março 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e do seus conteúdo não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Não houve Cobertura de Notícias

RTL Cobertura de Notícias

Lasama anuncia prolongamento do ‘Estado de Sítio’ e ‘Estado de Emergência’: O Presidente interino Fernando Lasama de Araújo declarou oficialmente o prolongamento do Estado de Sítio nos Distritos de Aileu, Ainaro, Manufahi, Covalima, Bobonaro, Liquica e Ermera. O PR Lasama disse que a decisão foi tomada a pedido do Governo e com a autorização do Parlamento Nacional.

O Presidente Lasama disse que depois de consultar o Conselho de Defesa e Segurança, tomou a decisão de prolongar o Estado de Sítio nesses distritos por 30 dias. “Durante o Estado de Sítio, estão temporariamente suspensos os direitos das pessoas de se juntarem e reunirem ,” disse o PR Lasama.

O PR Lasama decidiu também implementar o Estado de Emergência nos distritos de Baucau, Dili, Lospalos, Viqueque, Manatuto por um período de 30 diass. Oecusse e o sub-distrito de Dili Atauro não terão nem Estado de Sítio, nem Estado de Emergência porque não são considerados em risco de segurança. O Estado de Sítio e o Estado de Emergência serão implementados de 23 de Março a 22 de Abril 22, 2008.

O deputado do PD, Adriano de Nascimento, aceitou a implementação do Estado de Sítio e do Estado de Emergência em apoio à Operação Conjunta F-FDTL/PNTL. Contudo o deputado da Fretilin, Francisco Brancos disse que o Estado de Sítio está a demorar tempo demasiado e está a expor a fraqueza do Estade. Sugeriu mesmo que isso pode pôr a nação na via da ditadura. Contudo, a Fretilin continua a apoiar a Operação Conjunta.

Sobre isto, a ASDT pediu ao Governo para continuar a dar atenção extra aàs acções da Operação Conjunta dado que receia que alguns membros possam tirar vantagens das suas posições para resolver queixas pessoais.

Amotinados rendem-se com as suas armas em Maubisse: Quatro amotinados renderam-se e entregaram as armas ao Chefe do Estado [PM Gusmão] no Sábado (22/3) em Maubisse, Distrito de Ainaro. O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão disse que esta acção dos amotinados é muito positiva e que é o caminho para resolver os problemas enfrentados pelo país. Um dos amotinados, Paulo Neno, disse que sente que contribuiu para o processo da justiça ao entregar-se.

PM: Operação Conjunta vagarosa a obter resultados numa tentativa para evitar morte e traumatismo: Em resposta a críticas feitas contra o PM Gusmão por deputados que disseram que a Operação Conjunta não produziu quaisquer resultados, o PM respondeu que a Operação Conjunta tem sido vagarosa a obter resultados porque têm tentado evitar mortes desnecessárias e causar traumatismo à população. Contudo o PM confirmou que a Operação Conjunta F-FDTL/PNTL estará na sua força total depois da Páscoa para capturar amotinados importantes.

Em relação a acusações de membros da Operação Conjunta se terem conduzido de forma irresponsável, o Primeiro-Ministro disse que as pessoas devem reportar tais acções às autoridades para serem investigadas.

Cobertura Impressa

Lasama: Tentativas contra o estado o maior crime: Num diálogo com a população de Lete-Foho, Ermera, o Presidente interino Fernando Lasama de Araújo disse que as tentativas contra o Estado feitas pelos grupos de amotinados de Alfredo Reinado e Gastão Salsinha podem ser consideradas os crimes maiores e devem ser resolvidas através do sistema judicial. O Presidente Lasama apelou à população para convencerem Salsinha e outros amotinados a renderem-se.

Em relação a rumores de a morte de Alfredo ter sido o resultado duma conspiração liderada por estrangeiros, o PR Lasama disse que as únicas pessoas responsáveis eram Timorenses. “Nunca digam falsidades ou acusem outros. Todos os erros são nossos e é tempo de resolver estes problemas,” disse o PR. Lasama. (TP)

Ed: Quatro amotinados entregam-se: Os impactos positivos do apelo do PR Ramos-Horta na Quarta-feira (19/3) a Salsinha e ao seu grupo foram sentidos no Sábado (22/3) com a rendição de quatro amotinados e as suas armas ao Estado através do Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro. As rendições foram um bom passo para se resolver a questão e um passo que Salsinha também devia dar. Salsinha disse uma vez que apenas se entrega quando o PR Horta regressar a Timor-Leste- esse é um direito de Salsinha, mas como o PR Horta pode precisar de ficar em Darwin durante um prazo longo, Salsinha pode precisar de repensar a sua decisão. Não podemos conhecer a sua mente. Toda a questão é da responsabilidade de Salsinha. Como disse uma vez o PM, é decisão de Salsinha entregar-se ou morrer. (TP)

Lasama pede à população para convencer Salsinha a entregar-se: O PR interino, Fernando de Araújo ‘Lasama,’ pediu à população de Lete-Foho para convencer Salsinha a entregar-se, se souberem onde ele está escondido correntemente. (DN)

TMR vai prestar atenção de perto a soldados que torturarem pessoas: O Comandante-Geral da Operação Apreensão, Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, pediu à população para reportar quaisquer casos de violações ou de tortura de soldados sob o comando conjunto. “Qualquer das vítimas que receber tal tratamento de soldados deve reportar os seus casos à polícia para que os casos possam ser investigados e não apenas publicados nos media,” disse TMR na Quarta-feira (19/3) no Palácio das Cinzas, Dili. (DN e STL)

Tenente Coronel Filomeno Paixão diz que Operação Apreensão não matará Salsinha: O Tenente Coronel Filomeno Paixão disse que a Operação Operação a operar correntemente em Lete-Foho, Ermera, não é para matar Salsinha e os seus homens, mas para convencê-los a entregarem-se. “As forças da Operação Apreensão consideram Salsinha e os seus homens como irmãos e não inimigos, porque eles contribuiram também para a independência desta nação. Por isso estamos aqui a apelar a Salsinha e aos seus homens para se entregarem e sujeitarem-se à justiça,” disse. (DN)

Quatro dos homens de Salsinha entregaram-se: Quatro dos homens de Gastão Salsinha renderam-se juntamente com uma metralhadora e duas espingardas AK33. Os homens foram recebidos pelo Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro no sub-distrito de Maubesse no Sábado (16/3). Os homens foram também apresentados ao Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, e Brigadeiro-General Taur Matan Ruak no Palácio do Governo. (DN)

Governo e Timor Energy trabalham juntos para construir casas para deslocados: O Secretário do Estado da Solidariedade e Desastres Naturais, Rigoberto Gomes, disse que o Governo está correntemente a trabalhar juntamente com Timor Energy para providenciar 416 casas transitórias para deslocados a viverem correntemente no complexo do Hospital Nacional. “Essas casas estão agora prontas para os deslocados. Esta é uma solução provisória at+e se poderem resolver os seus problemas," disse. (DN)

‘Lasama’ visita sub-distrito de Lete-foho, Ermera: O PR interino, Fernando de Araújo ‘Lasama’ visitou as forças da Operação Apreensão no sub-distrito de Lete-foho, Ermera no Sábado (22/3). A visita visava ver directamente as condições das forças da Operação Apreensão baseadas em Lete-foho e ouvir também a comunidade acerca da Operação Apreensão. “O meu objectivo aqui é ouvir e ver directamente o que as pessoas pensam acerca da Operação Apreensão durante esta altura. Parece que tem havido boa colaboração e boa cooperação entre a operação e a comunidade,” disse. (STL)

Ministra da Justiça e Secretário de Estado da Defesa assinam Acordo para estabelecer prisão militar: A Ministra da Justiça, Lúcia Lobato, e o Secretário de Estado da Defesa, Júlio Tomas Pinto, assinaram um Acordo sobre o estabelecimento duma prisão militar em Timor-Leste.

“Quero informar a população que a começar agora se os nossos militares cometerem crimes serão presos na prisão militar. A prisão militar foi estabelecida no seguimento dos casos de violência cometidos pelas F-FDTL em 2006,” disse a Ministra Lobato.

O Secretário de Estado da Defesa, Júlio Tomas Pinto, disse que a prisão militar está correntemente baseada no Quartel General das F-FDTL em Tasi Tolu, Dili e que quatro membros das F-FDTL estão presos lá. “De acordo com o mandato da constituição, precisamos de estabelecer a prisão militar no nosso país,” disse o Sr Pinto. (TP)

Fontes de Notícias Nacionais:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Nacional (DN)

Bloody Easter in Atambua

03/24/08 02:06

Kupang, E Nusa Tenggara (ANTARA News) - Chaos broke out in Atambua, capital of Belu regency in the East Nusa Tenggara - Timor Leste border region, on Easter Sunday, following the killing of Paulino Lopes, a resident and former East Timorese refugee by allegedly drunk youths on the eve of Easter.

East Nusa Tenggara Police spokesman Commissioner Marthen Radja on Sunday night confirmed the incident, but he said he did not know exactly how it happened, as he was still contacting the Belu police chief for details.

In the meantime, ANTARA learnt from various sources in Atambua that when Lopes was going home from church on the eve of Easter, he was stopped by a group of drunk youngsters, who asked him for some money to buy more alcoholic drinks, but he refused. They then clubbered and kicked him, but Lopes managed to break lose from their grip and ran away to his family in Atambua.

Earlier, near the church on that Saturday evening, the youngsters made all kinds of noises, and Lopes told them to stop.

It appeared that they were not satisfied with what they had done to Lopes, whom they described as "big shot" when he told them to stop all the noises on that evening.

The unfinished fight was continued on Sunday (Easter), and being outnumbered, Lopes was several times hit with an iron rod on his head, and eventualy stabbed in the neck with a knife.

The helpless and profusely bleeding victim was rushed to a hospital by local residents, but he eventually succumbed to loss of blood when medical personnel were trying to close the gaping wound on his neck.

His relatives did not accept this fact, and launched a counter attack on the perpetrators in Motabuik, where they set fire to at least 11 houses.

The dead victim was a resident of Naibonat in East Kupang.

He went to Atambua to celebrate Easter with his relatives from Timor Leste who are living in the Belu regency capital.

Tradução:

Páscoa sangrenta em Atambua

03/24/08 02:06

Kupang, E Nusa Tenggara (ANTARA News) – No Domingo de Páscoa rebentou o caos em Atambua, capital da regência de Belu em East Nusa Tenggara – região de fronteira com Timor-Leste, após o assassinato de Paulino Lopes, um residente e refugiado Timorense por alegados jovens embriagados na véspera da Páscoa.

O porta voz da Polícia de East Nusa Tenggara Police Comissário Marthen Radja confirmou no Domingo à noite o incidente, mas disse que não sabia o que tinha acontecido exactamente, dado que estava ainda a contactar a polícia de Belu para conhecer detalhes.

Entretanto, ANTARA soube de várias fontes em Atambua que quando Lopes estava a ir para casa vindo da igreja na véspera da Páscoa, que foi travado por um grupo de jovens embriagados, que lhe pediram dinheiro para comprar mais bebidas alcoólicas, mas que ele recusou. Então agrediram-no e pontapearam-no, mas Lopes conseguiu libertar-se e correu para a sua família em Atambua.

Antes, perto da igreja nesse Sábado à noite, os jovens fizeram todo o tipo de barulho e Lopes disse-lhes para pararem.

Parece que não ficaram satisfeitos com o que fizeram a Lopes, que descreveram como "chefão" quando ele lhes disse para acabarem com o barulho naquela noite.

A luta interrompida continuou no Somingo (Páscoa), e estando em menor número, Lopes foi várias vezes agredido com barras de ferro na cabeça, e acabou de ser esfaqueado com uma faca no pescoço.

A vítima sem saída e a sangrar profusamente foi levada à pressa para o hospital por residentes locais, mas acabou por sucumbir por perda de sangue quando o pessoal médico tentava fechar o ferimento no pescoço.

Os familiares não aceitaram este facto, e lançaram um contra-ataque contra os perpetradores em Motabuik, onde deitaram fogo a pelo menos 11 casas.

A vítima morta era residente de Naibonat em East Kupang.

Foi a Atambua para celebrar a Páscoa com os seus familiares de Timor-Leste que estão a viver na capital da regência Belu.

Entrevista 4 - Experiências brasileiras podem ajudar no combate ao desemprego

Agência Brasil
23 de Março de 2008

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na quarta e última parte da entrevista exclusiva à Agência Brasil, o diplomata Édson Monteiro, que no próximo dia 25 assume a Embaixada do Brasil no Timor Leste, fala sobre um dos principais desafios do único país asiático que tem o português como língua oficial: o desemprego.

ABr - O desemprego é um problema grave entre os jovens timorenses. O que pode ser feito?

Monteiro - 40% dos jovens entre 18 e 25 anos estão desempregados. Muitos estão pelas cidades sem ter o que fazer, vítimas fáceis de campanhas, e aí começam as brigas que resultam em mais destruição, colocam fogo em casas e prédios públicos. É preciso que o país comece a gerar oportunidades de emprego para esta gente. Eles têm recursos, o petróleo já está gerando recursos que estão sendo investidos em um fundo enquanto o país não têm condições econômicas, sociais e até administrativas de usá-los. Eles sabem que não são capazes, ainda, de gerenciar um grande programa de desenvolvimento.

ABr - O Brasil pode ajudar?

Monteiro - Experiências como as que o Ministério do Desenvolvimento Agrário faz no Brasil, de criação de cooperativas, de melhoria de qualidade de sementes, de ajuda na comercialização... tudo isso pode ser feito lá como cooperação técnica ou como trabalho de governo. Pequenas indústrias poderiam fazer o aproveitamento destes produtos agrícolas que eles têm, quem sabe com a ajuda do Sebrae [Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], por exemplo. O Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial] já está lá mas também é preciso criar capacidade empresarial. O Banco Mundial e o Bando da Ásia já propuseram uma série de atividades emergenciais para criar emprego, como as frentes de trabalho. Não precisamos inventar a pólvora.

ABr - Como seriam estas frentes?

Monteiro - Há todo um trabalho de reconstrução do país, de reconstrução de estradas, de limpeza, que pode ser feito com dois, três meses de trabalho intenso. O que se pagar a um jovem ou chefe de família nestes três meses pode ser suficiente parta mantê-lo o ano inteiro. Com pequenos projetos deste tipo pode-se criar condições de sobrevivência para uma grande quantidade de pessoas. E o governo tem recursos. Seria a forma mais rápida de gerar emprego enquanto não se criam as condições para investimentos, para criação de empresas... as coisas que serão uma solução permanente. Mas isto ainda está sendo pensado.

ABr - O investimento estrangeiro é necessário?

Monteiro - Há porto, eletricidade, matéria-prima e pessoas. Por que não investimento estrangeiro, aproveitando-se que há uma infra-estrutura sendo criada? Os australianos, os chineses, os indonésios, os malásios, os japoneses poderiam fazer.

ABr - Não há empresas brasileiras no Timor. Por que? Não vale o investimento?

Monteiro - Precisamos levar empresas brasileiras para lá. É um país distante que ainda tem uma atividade econômica muito pequena. A maior parte das pessoas vive do que produzem, 80% ainda dependem da agricultura de subsistência, portanto não há renda., não há um mercado. Quem vai lá? As empresas vizinhas da Indonésia, da China, da Malásia, da Austrália. Eles têm custos menores, fazem investimentos menores e podem ser lucrativos. Para as empresas brasileiras será sempre uma empreitada muito mais onerosa. Acho que é possível, mas é uma outra área que até agora não foi trabalhada. A essência do que fazemos lá é cooperação.

Entrevista 3 - Embaixador defende aumento da presença militar brasileira no Timor

Agência Brasil
23 de Março de 2008

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na terceira parte da entrevista à Agência Brasil, o novo embaixador brasileiro no Timor Leste, Édson Monteiro, defende a participação brasileira na Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (Unmit) e a manutenção das tropas militares no país. O diplomata também comenta a presença militar australiana no país.

O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, teve alta esta semana depois de mais de um mês internado em um hospital da Austrália. Nas próximas semanas, deve reassumir o comando de seu país.

ABr - O Brasil mantém contingentes militares no Timor Leste, como faz no Haiti?

Monteiro - Temos apenas alguns policiais do Exército e policiais militares treinando policiais timorenses, e quatro observadores militares brasileiros dentro da estrutura das Nações Unidas. Num primeiro momento, quando saiu a independência, o Brasil teve o maior contingente de tropa, cerca de 180, que ficaram lá até a independência. Eu adoraria realmente que se aumentasse a presença brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso aqui ao presidente Ramos-Horta, disse que o Brasil também estava disposto a cooperar mais na área de segurança e na área militar. Ainda não sei como isso vai ser traduzido, mas tenho esperança.

ABr - Até quando será necessária a presença de tropas militares no Timor Leste?

Monteiro - O Timor vai ter que criar novas Forças Armadas. Não sabemos quanto tempo isso vai levar. Eles ainda não têm o projeto, mas já nos disseram que vão criar uma força terrestre moderna, despolitizada, para cuidar apenas da segurança, e já nos disseram que gostariam muito de contar com o apoio brasileiro para isso.

ABr - A Missão Integrada das Nações Unidas (Unmit), que está no Timor Leste desde 2002, acaba de ser estendida até fevereiro de 2009...

Monteiro - Nossa posição é de que esse mandato tem que ser prorrogado por prazo ainda indefinido. Não adianta sair correndo se não tiver certeza de que há uma estrutura que possa funcionar sozinha. A situação é avaliada a cada ano por um grupo de países do qual o Brasil faz parte. Nossa palavra tem sido sempre de que é preciso manter.

ABr
- A Austrália mantém no Timor um contingente militar maior que o das Nações Unidas. Essa presença maciça não pode atrapalhar a criação de uma identidade nacional?

Monteiro - Criou-se essa situação, que não é a ideal. O Brasil preferiria que houvesse tropas das Nações Unidas para atender as necessidades de segurança, mas o governo se sentiu ameaçado com o conflito de 2006 porque havia dissidências de militares, pessoas armadas e treinadas. O governo do Timor então fez um apelo emergencial à Austrália, país mais próximo, e também à Nova Zelândia e a Portugal para que enviassem tropas. Não há dúvida de que a ajuda era necessária, mas a quantidade de militares, o tipo de armamento que levaram nos deixa muito preocupados porque são militares de ataque. O que havia era uma situação de insegurança, deveriam ter sido enviados policiais militares, como fez Portugal. Enviaram o Exército, e está lá. Deixa uma impressão preocupante, deve estar causando uma reação negativa no povo, não temos como medir. Isso acabou resultando em uma cordo entre Austrália, o Timor e as Nações Unidas pelo qual ficou reconhecida a cooperação australiana nos moldes em que ela foi oferecida. Não podemos dizer que isso significa uma tutela, um controle, o governo do Timor atua de forma independente. Mas traduz, certamente, uma preocupação estratégica da Austrália com a situação do Timor, que é o país mais próximo de seu território. É óbvio que a Austrália vai continuar mantendo, tanto quanto possível, uma presença muito forte lá.

ABr
- O interesse maior da Austrália é político ou econômico?

Monteiro - A Austrália faz a exploração do petróleo, mas acho que é mais do que isso. O Timor é uma área que estava conturbada e é muito próxima. Não pode haver ali um governo que seja hostil à Austrália.

ABr - Há uma aliança entre o governo de Ramos-Horta e a Austrália?

Monteiro
- Não podemos dizer que seja uma aliança. É um reconhecimento, de fato, de que este parceiro é incontornável, é necessário. Mas Ramos-Horta também está buscando parceria com a Indonésia. A primeira visita que fez depois de eleito foi à Indonésia, onde levou uma mensagem muito clara de que é preciso apagar o passado, fazer a reconciliação e entender a realidade de que eles estão juntos, umbilicalmente ligados, e a parceria entre os dois é muito natural.

Entrevista 2 - Brasil ajuda na reconstrução do Timor desde o ensino à Constituição

Agência Brasil
23 de Março de 2008

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na segunda parte de entrevista exclusiva à Agência Brasil, o novo embaixador do Brasil no Timor Leste, Édson Monteiro, fala sobre o que ainda falta para a estabilização do país asiático, enumera as área de cooperação brasileira e comenta o papel do Brasil e da comunidade internacional no processo de construção do país.

ABr - O Brasil apoiou o processo de independência do Timor-Leste e comprometeu em colaborar na elaboração da Constituição de um estado timorense democrático e estável. O que falta para a estabilização do país?

Monteiro - O essencial é o fortalecimento da capacidade de governança do país. As Nações Unidas estão no país desde 1999. O país partiu praticamente do zero. Nove anos depois muita coisa já está feita, já há um Parlamento funcionando, já há um governo com vários ministérios estabelecidos, mas nem esse Parlamento nem este governo dispõem de todos os quadros até para se administrar. O Ministério da Agricultura precisa ter quadros para que possa planejar e executar todos os programas agrícolas. O Ministério das Finanças precisa ser capaz de conceber programas, orçamentos, distribuir recursos, acompanhar a execução orçamentária. Eles, francamente, não têm capacidade de fazer isso, e o país fica sem condições de executar programas que são necessários para se desenvolver, incorporar pessoas ao mercado de trabalho, criar infra-estruturas, criar oferta dos produtos e serviços que são necessários. Eles sabem o que precisam fazer, até têm pessoas preparadas, mas ainda precisam de muita contribuição até que possam ser capazes de se administrar sozinhos. A idéia é sempre que se forme alguns técnicos e que estes venham a formar outros. Mas é uma tarefa muito grande e ainda há necessidade de incorporação de pessoas para irem trabalhando enquanto os timorenses aprendem.

ABr - Em que áreas o Brasil já coopera com o Timor Leste?

Monteiro - O regimento interno do Parlamento, o plano nacional de educação e o primeiro projeto de criação de um sistema tributário foram feitos por brasileiros. Outra área interessantíssima é o Judiciário. Até hoje não há uma Suprema Corte no Timor e os timorenses não têm juízes, promotores e defensores em número suficiente para operar o Judiciário. Há juízes de outros países, inclusive brasileiros, julgando. Temos quatro juízes presidindo tribunal, decidindo casos. Advogados timorenses estão sendo submetidos a concursos, a treinamento, e se espera que em dois ou três anos possam também exercer o cargo de juízes, mas decorrerá algum tempo até que tenham esta capacidade. E há 40 professores brasileiros lá. Foram para fortalecer o conhecimento específico de professores timorenses, foram ensinar um pouco mais de matemática, de biologia, de história, de química para que eles melhorassem a sua capacidade. E alguns foram lecionar português. É um programa de três anos que está sendo renovado e novos professores devem chegar lá ainda no final deste semestre.

ABr - O ensino do português é a principal frente de cooperação do Brasil com o Timor?

Monteiro - Essa é uma frente estruturante. Isso é importante porque o Timor tomou a decisão de adotar o português como língua oficial, é uma decisão política. Um percentual muito pequeno fala português, mas o governo atual vê no português um elemento de unificação. Há 16 dialetos no Timor e é preciso criar uma língua. Poderia ser o inglês, o indonésio. Mas isso, para o governo do Timor, seria um elemento quase de perda de identidade nacional. No período da luta pela independência, constaram que em todas as partes do Timor havia pelo menos algumas pessoas falando português, e estas pessoas acabaram sendo o núcleo da luta contra as tropas indonésias. Criou-se, aí, um simbolismo, o português foi a língua da luta pela independência, eles querem manter isso, e o Brasil tem todo o interesse em ajudar, assim como Portugal e os outros países de língua portuguesa.

ABr - E a área de previdência?

Monteiro - O governo do Timor pediu uma grande contribuição brasileira para criação de um sistema de previdência social, que não existe. Outro pedido que foi feito foi a criação de um programa de transferência de renda para pessoas de maior idade, semelhante a um programa que existe no Ministério do Trabalho. Isso são promessas eleitorais do presidente Ramos-Horta. Eles têm recursos, o fundo de petróleo está crescendo muito, há quem fale em US$ 1,5 bilhão, outros já falaram que está em US$ 3 bilhões. Com estes recursos eles podem fazer um programa, ainda limitado de aposentadoria para um número pequeno de pessoas, de transferência de renda para um grupo pequeno de pessoas, e de previdência também. Este embrião vai crescer.

ABr - Também há entendimentos na área agrícola. Como está essa cooperação?

Monteiro - Já tivemos uma primeira atuação para melhorar a produção de café do Timor. O café é o produto tradicional, era o grande produto de exportação. Com o abandono durante a rebelião contra a Indonésia, o café perdeu muito de sua produtividade. Já mandamos equipes da Embrapa para treinar pessoas no manejo das plantações. Eles têm um café de excelente qualidade, orgânico, com preço altíssimo no mercado internacional e uma ajuda dessa pode ter uma grande repercussão sobre a situação econômica deles.

ABr - Existe um projeto na área de reflorestamento, não?

Monteiro - O Ramos-Horta pediu ao Brasil um projeto de reflorestamento para tentar recuperar o que foi destruído ao longo da colonização. É um projeto trilateral, com o apoio da Indonésia. Técnicos indonésias foram conosco ao Timor em uma primeira missão, em janeiro. Estamos agora trabalhando no texto de um projeto.

ABr - O Brasil tem algo a ganhar com essa cooperação ou é uma via de mão única?

Monteiro - Cooperação é sempre de duas vias. Consideramos a cooperação técnica um conceito mais moderno que assistência técnica. Se pode até dizer que neste momento é basicamente assistência, mas as pessoas da Embrapa que lá foram ajudar a cuidar do café orgânico também aprenderam. Lá o café é cultivado à sombra de grandes árvores, por exemplo. Também trouxemos alguma mudas dos tipos de café que são cultivados lá para serem objeto de experiência. Pode haver uma reciprocidade, alguma coisa sempre se aprende. Mas é claro que em um projeto conjunto, a maior parte dos recursos tem que sair do Brasil.

Nota de Rodapé:

"O Brasil apoiou o processo de independência do Timor-Leste e comprometeu em colaborar na elaboração da Constituição de um estado timorense democrático e estável".

Obviamente isto trata-se de um lapso do jornalista ou de quem editou a notícia e fez o título da mesma. A "constituição" aqui não é de certeza a Constituição Timorense, mas a consolidação do Estado...



Entrevista 2 - Brasil ajuda na reconstrução do Timor desde o ensino à Constituição

Entrevista 1 - Estabilidade no Timor só será alcançada se o governo acalmar dissidências, diz embaixador

Agência Brasil
23 de Março de 2008


Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, teve alta esta semana depois de mais de um mês internado em um hospital da Austrália. Nas próximas semanas, deve reassumir o comando de seu país.

A concertação com as forças de oposição e a resistência em busca da união nacional será o principal desafio de Ramos-Horta na avaliação do novo embaixador do Brasil no Timor Leste, Édson Monteiro.

Ramos-Horta foi atingido a tiros no dia 10 de fevereiro, em sua residência, em Dili. O ataque foi comandado pelo major Alfredo Reinado, que morreu em troca de tiros com os seguranças do presidente. Em 2006, o major liderou um movimento rebelde de militares demitidos, que resultou em uma onda de violência pelo país.

O embaixador brasileiro - que assume a representação diplomática no Timor Leste no próximo dia 25 - acredita que a desejada estabilidade só será alcançada se o atual governo acalmar as dissidências nas Forças Armadas e entrar em acordo com a Frente Revolucionária de Timor Leste Independente - Freitilin, grupo que comandou a luta pela independência do país e hoje tem a maior bancada no Parlamento timorense, mas está fora do poder.

Colonizada por portugueses, a parte oriental da ilha de Timor foi abandonada pelo governo de Lisboa em 1975, após a Revolução dos Cravos. Até 1999, a região foi dominada pelo governo da Indonésia. Em 1999, em referendo organizado pela Organização das Nações Unidas, 98% dos timorenses decidiram pela independência.

Milícias contrárias à independência e as próprias tropas indonésias promoveram atos de violência e a destruição do país. Com a retirada da Indonésia, até a independência, em 2002, o Timor Leste ficou sob administração transitória das Nações Unidas, a cargo do brasileiro Sérgio Vieira de Melo, então subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU.

O Brasil participa desse processo desde o princípio. Em 1999, logo após o plebiscito, foram definidas áreas com potencial para cooperação técnica. Em 2000, o governo brasileiro assinou um protocolo de cooperação com a administração transitória das Nações Unidas. Em 2005 foi promulgado o acordo básico, que dá sustentação aos projetos de cooperação bilateral.

Hoje, o Brasil apóia iniciativas de reconstrução e estabilização e monta projetos de cooperação técnica para transferência de conhecimento.

O regimento interno do Parlamento timorense, o plano nacional de educação do Timor Leste e o primeiro projeto de criação de um sistema tributário no país foram elaborados por profissionais brasileiros.

O Timor- Leste é o terceiro país no qual o Brasil mais investe. Não há transferência de recursos, mas custos de projetos. Dos US$ 22,97 milhões destinados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) à cooperação Sul-Sul até 2006, US$ 2,1 milhões foram gastos em projetos no país asiático – montante inferior apenas aos investimentos no Haiti (US$ 2,7 milhões ) e em Cabo Verde (2,2 milhões).

“É a maior atividade conjunta de organismos internacionais em qualquer lugar do mundo: Nações Unidas, Banco Mundial, Banco da Ásia. Há um grande programa de cooperação, porque o país precisa de quase tudo em termos de organização como país”, resume o novo embaixador do Brasil no Timor-Leste.

“Tem que se organizar governo, o Parlamento, os planos e os currículos para educação, a maneira de cobrar imposto, de refazer uma infra-estrutura, que foi quase inteiramente destruída no período de luta pela independência”, enumera.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Édson Monteiro cita as áreas de cooperação atual e futura do Brasil com o único país asiático de língua portuguesa, faz uma análise do atual contexto político timorense e fala sobre o papel do Brasil e da comunidade internacional no processo de reconstrução e estabilização do país.

Agência Brasil - Os recentes atentados contra o presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, demonstram que ainda falta muito para o Timor-Leste se estabilizar politicamente? Ainda há forças de resistência à independência?

Édson Monteiro - Existem dissensões dentro do país. Se pode imaginar as tensões que se criaram em 24 anos de ocupação indonésia. Uns se revoltaram completamente, outros se conformaram e alguns aderiram. Muitos dos que aderiram efetivamente e até participaram da repressão e do controle do país se refugiaram na parte indonésia da ilha do Timor, mas muitos ficaram. Há um processo de reconciliação que precisa ser feito, que ainda não está completo, ainda há desconfianças. É até geográfico, há uma tensão entre a parte mais a leste da ilha, longe da Indonésia, e a parte mais próxima. É nesta área que se concentrou boa parte da atividade dos membros da Fretilin [Frente Revolucionária de Timor Leste Independente] que lutavam contra a Indonésia. E essa tensão também e manifesta dentro das Forças Armadas. Este é um dos motivos da briga de 2006. Alguns militares acharam que estavam sendo prejudicados. E há um problema geral que é o reconhecimento do que os guerrilheiros fizeram na luta pela independência, eles têm que ter algum tipo de prêmio, de pensão, de título. Isso é uma coisa que vinha sendo discutida de uma forma muito indecisa. Depois de 2006, tornou-se um tema premente e o governo tem a determinação de realmente atender a essas reivindicações. Aquele militar que estava rebelado simbolizava estas dificuldades, mas que não são incontornáveis. O que o presidente Ramos-Horta estava fazendo, e disse isso aqui no Brasil, era negociar uma saída. Ele antecipou seu retorno ao país dizendo que as negociações estavam avançando e precisava estar no Timor.

ABr - Que tipo de negociação, em qual direção? Isso inclui a oposição?

Monteiro - No sentido de trazer o militar rebelde de volta, deixar claro para ele que seriam atendidas as reivindicações consideradas justas e também fazer um acordo político com a oposição. Essa oposição é fundamentalmente a Fretilin, que foi a força que comandou a luta pela independência. É uma situação politicamente complicada. O grupo que comandou a luta pela independência hoje está fora do poder. Eles têm o maior número de deputados, mas os outros se uniram e elegeram o presidente do Parlamento, o que deixou alguma insatisfação. Em seu livro, Ramos-Horta diz que depois da independência seria necessário um governo de união nacional, todas as forças do país deverão estar juntas em um projeto de reconstrução nacional.

ABr - Esse é o ideal de qualquer governante...

Monteiro - Na prática a coisa não é tão fácil, mas é necessário.

ABr - Mas é possível? Qual o papel da comunidade internacional?

Monteiro - A contribuição internacional deve ser no sentido de estimular todos os grupos políticos do Timor a se aproximarem, a deixarem de lado as diferenças e trabalharem juntos em um projeto nacional. Toda vez que eu me encontrar com um deputado timorense terei este mesmo discurso: vocês precisam se entender, precisam se unir, colocar o interesse do país acima destas diferenças.

ABr - Isso não terá um preço, como em qualquer país?

Monteiro - A Fretilin poderá dizer que só faz isso se ganhar um ministério. Aí se vê isso aqui no Brasil, se vê em todos os lugares. É preciso negociar e encontrar uma fórmula que preserve o interesse de um lado e atende ao desejo de outro.

ABr - Há disposição do atual governo de fazer este tipo de negociação, de ceder espaço a todos os grupos?


Monteiro - Acho que sim, toda a comunidade internacional está dizendo isso a eles. Não há outra saída, eles não podem isolar a Fretilin, ela tem uma força enorme, é realmente o partido mais organizado. Acho que eles têm consciência. Como acomodar isso é uma decisão que os timorenses terão que tomar com o nosso incentivo e o nosso apoio. Quando será? Espero que em breve, espero que o presidente volte e quem sabe volte reforçado para convencer os seus partidários de que é preciso acomodar o outro lado. Não vejo como encontrar outra forma de contornar esses conflitos internos que realmente existem.

Ramos-Horta thanks Australia at mass

March 23, 2008 03:58pm
Article from: AAP

EAST Timor President Jose Ramos-Horta has attended Easter Sunday mass in Darwin, his first outing since he was critically injured in an assassination attempt in Dili last month.

Dr Ramos-Horta was flown to Darwin for emergency treatment after rebels shot him near his home on February 11.

He attended Easter mass at Darwin's Catholic cathedral, ABC Radio reported.

"I made a point in coming to the cathedral today, and to thank the people of Australia, the people of Darwin and thank God for saving my life," he said.

Airlifted to Darwin in a critical condition, Dr Ramos-Horta underwent several operations in Royal Darwin Hospital for at least two bullet wounds and is now on the road to recovery.

Dr Ramos-Horta was discharged from Darwin Private Hospital last week, but will remain in the city for several weeks for further treatment.

He is living in a private home in Darwin and is expected to return to Dili in the coming weeks.

Tradução:

Ramos-Horta agradece à Austrália na missa

Março 23, 2008 03:58pm
Artigo de: AAP

O Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta atendeu a missa de Domingo de Páscoa em Darwin, a sua primeira saída desde que ficou ferido com gravidade numa tentativa de assassínio em Dili no mês passado.

Dr Ramos-Horta foi aero-transportado para tratamento de emergência depois de amotinados o terem baleado perto da sua casa em 11 de Fevereiro.

Atendeu a missa de Páscoa na catedral católica de Darwin, noticiou a ABC Radio.

"Vim de propósito hoje à catedral, e para agradecer ao povo da Austrália, ao povo de Darwin e agradecer a Deus por me ter salvo a vida," disse.

Aero-transportado para Darwin em estado grave, o Dr Ramos-Horta sofreu várias operações no Royal Darwin Hospital a pelo menos dois ferimentos provocados por balas e está agora a caminho da recuperação.

O Dr Ramos-Horta teve alta do Darwin Private Hospital na semana passada, mas ficará na cidade mais algumas semanas para mais tratamentos.

Está a viver numa casa particular em Darwin e é esperado que regresse a Dili nas próximas semanas.

Professores portugueses ensinam práticas agrícolas em Timor Leste

Expresso
Castelo Branco
Agrária a caminho de Timor Leste

João Carrega/ Reconquista
19:30 Quinta-feira, 20 de Mar de 2008

A Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA) está a colaborar com a Universidade Nacional de Timor Leste, ministrando naquele país asiático disciplinas na área das ciências agrárias.

A colaboração que nasceu em 2003 está integrada no Plano de Cooperação do Conselho de Reitores da Universidades Portuguesas e da Fundação das Universidades Portuguesas com Timor Leste. A presença da ESA em Timor tem sido assegurada pelos docentes Pedro Sequeira, Celestino Almeida, João Pedro Luz, Luís Peças, Luís Pinto de Andrade e João Pedro Várzea.

"A partir de 2003 consegui os contactos certos e lancei os desafios aos meus colegas", afirma Pedro Sequeira, docente na Superior Agrária e natural de Timor Leste. "A resposta foi afirmativa e o trabalho desenvolvido é feito em quatro bimestres, num curso de Ciências Agrárias que tem a duração de quatro anos. Neste momento temos lá um docente - Luís Peças - que regressa no início de Março", explica.Quase de malas feitas para o território que o viu nascer, para mais dois meses de aulas na Universidade de Nacional de Timor Leste, Pedro Sequeira mostra-se motivado.

"Na semana da Páscoa parto para lá", diz enquanto lembra que um outro professor da escola, Manuel Vicente, o acompanhará no próximo bimestre de aulas. O facto do ano escolar estar dividido em bimestres deve-se à falta de docentes disponíveis para irem para Timor. Isto porque dada a situação política nem todos os docentes estão dispostos a arriscar. Ainda assim, agora têm havido docentes suficientes".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.