domingo, abril 13, 2008

Forças timorenses investigam apoios de Reinado na "diáspora" da Indonésia

Díli, 11 Abr (Lusa) - As autoridades timorenses estão a investigar a alegada fuga para a Indonésia de uma dezena de homens ligados ao 11 de Fevereiro e a Alfredo Reinado, afirmaram à Agência Lusa fontes das forças de segurança.

O passado comum do ex-comandante de milícias pró-indonésias Eurico Guterres e do ex"gangster" Hércules Rosário Marçal, um inivíduo conhecido em Timor-Leste por controlar operacionalmente várias actividades criminosas em Jacarta.

Eurico Guterres, libertado segunda-feira da prisão de Cipinang, em Jacarta, encontra-se na capital de Timor-Ocidental, Kupang. O ex-líder das milícias Aitarak e Hércules Rosário Marçal fizeram carreiras violentas na Indonésia, um percurso que "preocupa" também as chefias militares timorenses.

Oficiais envolvidos na operação "Halibur" não excluem que o major Alfredo Reinado pudesse completar o triângulo de relações suspeitas.

Em apoio desta tese estão declarações feitas em privado por Hércules em 2007 a antigos camaradas timorenses das forças especiais indonésias, os Kopassus.

"Estamos à procura de confirmação da fuga dos dez elementos após os acontecimentos de 11 de Fevereiro", afirmou à Lusa um oficial timorense que pediu para manter o anonimato.

"Recebemos essa indicação de elementos de fontes credíveis em Jacarta com quem mantemos contacto", afirmou à Lusa o mesmo oficial, que reúne informações no âmbito da operação de captura de Salsinha, antigo líder dos peticionários das Falintil-Forças de Defesa (F-FDTL).

Reinado e Salsinha foram os protagonistas de um duplo ataque em 11 de Fevereiro contra o Presidente da República, Ramos-Horta, e contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Nesse dia, Reinado morreu, Ramos-Horta ficou gravemente ferido, Xanana Gusmão saiu ileso e Salsinha encontra-se a monte desde então, tendo sido montada a "Operação Halibur" para o capturar.

As informações sobre a alegada fuga daquele grupo e "outras pistas" sobre apoios recebidos de timorenses em Jacarta foram obtidas em contactos com ex-timorenses bem colocados no aparelho militar e de inteligência indonésios.

As F-FDTL e a Polícia Nacional (PNTL), que participam em conjunto na operação "Halibur", estão também "preocupadas" com a possibilidade de Eurico Guterres e de Hércules Rosário Marçal poderem tentar alguma aproximação ao grupo de Gastão Salsinha.

Após 1999, "Eurico Guterres e Hércules trabalharam juntos em várias actividades, e fundaram uma associação de timorenses que sempre procuraram a desestabilização de Timor-Leste", afirmaram à Lusa oficiais das F-FDTL e da PNTL que conhecem a ligação antiga entre ambos.

"Depois do referendo em 1999, os timorenses na Indonésia foram-se separando entre aqueles que querem pôr uma pedra sobre o assunto e outros que pretendem criar oportunidades para desestabilizar Timor-Leste", afirmou à Lusa um oficial que conhece pessoalmente Hércules e Eurico Guterres.

"Eles conhecem-se há muitos anos, porque alguns dos generais que os protegiam em Jacarta eram os mesmos", sublinhou a mesma fonte.

Eurico Guterres, natural de Uatulari, distrito de Viqueque (oeste), ficou órfão depois de militares indonésios matarem o seu pai, nos primeiros anos da ocupação. Ligado à resistência timorense no leste e na capital, Guterres foi detido em 1989 porque as forças indonésias descobriram que estava envolvido num plano para assassinar o Presidente Suharto durante a visita a Díli.

Foi nessa altura que chamou a atenção de Prabowo Subianto, genro de Suharto e um dos militares mais brilhantes da sua geração, que desempenhou várias missões em Timor-Leste, incluindo o de comandante do Batalhão 328 da Kostrad.

Foi Prabowo Subianto que colocou Eurico Guterres na senda de agente duplo e, depois, de fiel servidor dos indonésios no território.

"Eurico não era o mais inteligente mas era o que dava mais garantias de fidelidade e de não abrir excepções nas actividades contra os independentistas", explicou à Lusa um oficial das F-FDTL sobre a posição de destaque que lhe foi atribuída a partir do final de 1998 na formação das milícias autonomistas.

Durante esses anos, Hércules Rosário Marçal, ou Hércules como é apenas conhecido, fazia nome em Jacarta como um dos chefes do submundo da capital indonésia.

Hércules, natural de Ainaro, a sul de Díli, ficou órfão de pai e mãe, mortos num bombardeamento indonésio em 1978, segundo apurou a Comissão de Acolhimento Verdade e Reconciliação timorense.

"É um 'gangster' muito popular", resumiu, em declarações recentes à Lusa, o antigo governador de Timor sob a ocupação, Mário Viegas Carrascalão.

"Era um homem altamente perigoso, protegido dos generais no tempo de Suharto. Em 1999, quando eu vivia em Jacarta, soube que Hércules estava a preparar a minha eliminação. Foi por isso que fugi da Indonésia para Macau e depois para Portugal", contou Mário Viegas Carrascalão à Lusa.

A base para as actividades de Hércules, incluindo extorsão e agressão, foi o bairro de Tanah Abang em Jacarta, centro do maior mercado têxtil do Sudeste Asiático, uma área muito rentável e disputada por diferentes grupos.

No final dos anos 1990, Hércules vivia em casa do general Zacky Anwar Makarim, representante militar indonésio na comissão criada para colaborar com as Nações Unidas na organização do referendo pela independência, em 1999.

O general Zacky Anwar foi posteriormente acusado de crimes contra a humanidade pelo seu papel na direcção da violência que caiu sobre o território em 1999.

Ian Wilson, um especialista da Universidade de Perth que entrevistou Hércules no âmbito da sua tese sobre o mundo do crime indonésio, avança como provável a ligação de Hércules também a outros generais, como Prabowo Subianto, numa entrevista recente ao jornal australiano "The Sunday Age".

Eurico Guterres, por seu lado, foi um dos peões do general Zacky Anwar na orquestração da violência em 1999.

Guterres é suspeito de estar ligado ao massacre de Liquiçá, a 06 de Abril de 1999, e incitou, numa manifestação em Díli transmitida pela rádio e televisão, ao massacre que ocorreu em seguida na casa da família Carrascalão, a 17 de Abril.

A vitória da independência aproximou "naturalmente" Eurico Guterres e Hércules.

O antigo "gangster" de Jacarta visitou Díli em final de Janeiro deste ano, integrado numa delegação empresarial indonésia, e manteve um encontro de grande visibilidade com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Mário Viegas Carrascalão lançou há dias, no Parlamento, um pedido inflamado de explicações sobre este encontro.

Para alguns oficiais da "Halibur", no entanto, a preocupação com Hércules é outra: "Em 2007, ele mandou uma mensagem a um amigo do Kopassus em Díli, dizendo que 'é preciso ajudar o Alfredo (Reinado), nem que isso custe muito dinheiro'".

Na quinta-feira, a página online do semanário Expresso noticiou a existência de registos telefónicos, no final de 2007, dando conta de contactos entre Salsinha e Reinado com interlocutores localizados na Indonésia.

"A análise pelo Expresso dos registos telefónicos feitos desde o final de 2007 por Reinado e pelo tenente Gastão Salsinha, que sucedeu ao major à frente do grupo de rebeldes, e o confronto das chamadas e de SMS para números de telefone indonésios com alguns dos seus proprietários provam que existiu apoio material", escreve o semanário, acrescentando que há também "indícios de uma forte contribuição financeira e de uma influência directa na decisão do líder rebelde em atacar Ramos-Horta e Xanana Gusmão, o actual primeiro-ministro".

PRM.
Lusa/fim

Entrevista a Ramos-Horta sobre o envolvimento da Indonésia

Sábado, 12 de Abr de 2008

Crise em Timor-Leste
Exclusivo Expresso

"Os indícios são muitos fortes"

O presidente da República timorense aponta o dedo a militares indonésios da ala dura e acusa-os de terem apoiado o grupo do rebelde Alfredo Reinado que atacou Ramos-Horta a 11 de Fevereiro, quase lhe custando a vida.

Micael Pereira


Tem conhecimento de alguma ligação entre grupos a actuar em Timor-Leste e grupos a actuar na Indonésia?

Temos conhecimento - quer a presidência da República quer os nossos serviços de informação - de que o senhor Alfredo Reinado, assim como o grupo do senhor Gastão Salsinha, tentava aliciar apoios na Indonésia, junto de certos elementos militares da Indonésia, assim como do sector privado indonésio, que tem fortes ligações com os militares.

Sabe se algum desse apoio foi dado ou fornecido?

Acreditamos que todo o equipamento que o senhor Alfredo Reinado tinha na sua posse - fardamento, telefones, outros meios de comunicação - vinha da Indonésia.

Acredita que isso possa incluir uma ligação a militares ou empresários indonésios?

Militares e empresários indonésios. Militares na sua qualidade individual e não a instituição TNI - e muito menos o Estado indonésio.

Mas de que militares é que está a falar?

Militares que tiveram ligações com Timor-Leste mas na sua capacidade individual e não enquanto instituição das forças armadas.

Sabe algum nome desses militares?

Ainda não. As investigações estão a decorrer. Os indícios são muito fortes e enquanto as investigações decorrem esperamos colaboração das autoridades indonésias. O Estado timorense tem óptimas relações com o Estado indonésio, ao mais alto nível, e sei que haverá total colaboração por parte das autoridades indonésias para investigar e punir as pessoas privadas ou militares ou ex-militares que tenham estado envolvidos no apoio ao senhor Reinado.

E o que sabe das ligações de Alfredo Reinado com Hércules, uma figura conhecida em Jacarta?

Tiveram ligações. Se o senhor Hércules o apoiou financeiramente ou não, não sei, mas o senhor Hércules é conhecido como sendo hoje um homem abastado, com muito dinheiro na Indonésia. Começou a sua carreira como líder de gangues e afirmou-se muito nos bas-fond de Jacarta e tem fortes ligações com militares.

O senhor presidente não recebeu o senhor Hércules em Janeiro, numa visita oficial a Timor?

Não, não o recebi. Soube de uma possível visita dele mas não o recebi. Estive com ele apenas uma única vez, na visita oficial que eu fiz a Jacarta. Ele estava entre 100 convidados timorenses, num encontro comigo. Ele lá compareceu. E identificaram-no como senhor Hércules. Foi apenas um aperto de mão. Nem sequer conversei com ele.

Estes factos de que estamos a falar - das ligações do grupo de Reinado a militares indonésios - podem afectar as relações diplomáticas com o actual governo indonésio?

De forma alguma. Eu tenho uma relação pessoal muito forte com o presidente Susilo Bambang Yudhovono. As relações são de total confiança e qualquer envolvimento de um cidadão indonésio não tem o aval do estado indonésio. Tenho a certeza que as autoridades máximas indonésias não estavam a par e se houver mesmo provas conclusivas de que estiveram envolvidos (militares) eu sei que o Estado indonésio vai tomar medidas. Porque a Indonésia não é um país do tipo da Birmânia, que se permite a fazer coisas dessas - conluio para destronizar outro país. É membro do conselho de segurança, é um país com muito orgulho de si próprio. E no passado, mesmo durante a nossa luta pela independência, a Indonésia nunca optou por tácticas como países como o Iraque, o Irão, a Síria fizeram - de assassinarem dissidentes fora do próprio país. Embora liquidasse internamente os seus opositores, nunca uma única vez o regime de Suharto se envolveu em actividades que visassem liquidar oponentes fora do país. Portanto, eles tinham muita preocupação em não fazer acções que possam ser consideradas acções terroristas. Mais ainda com o actual regime democrático. Mas a Indonésia é um país com 240 milhões de habitantes. Há pessoas indonésias com ligações a Timor-Leste que vêm do passado da ocupação e alguns deles podem ter estado envolvidos no apoio ao senhor Alfredo Reinado.

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http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/291729

O dia em que Timor voltou a sangrar

Histórias de mal-entendidos, traições e mulheres “fatais”, que reabriu as feridas em Timor mesmo à beira de um acordo

Sol, 12/04/08
Felícia Cabrita, em Díli

A reunião convocada por Ramos-Horta com todos os partidos políticos de Timor-Leste e com o primeiro-ministro, xanana Gusmão, está na base do atentado que quase vitimou o Presidente.

Um dos assuntos prioritários do encontro era descobrir uma solução para a situação dos 'peticionários'.

Em 2006, cinco centenas de militantes, liderados pelo tenente Gastão Salsinha, tinham saído dos quartéis em protesto contra a discriminação existente entre os militares oriundos da zona da resistência e os que foram submetidos à influência indonésia durante a ocupação.

Em entrevista ao SOL em Março, Ramos-Horta admitiu que esta era uma questão urgente: “Estávamos a tratar de uma amnistia que seria promulgada em Maio e que permitiria integrar os 'peticionários' de novo no exército ou, caso não quisessem voltar aos seus postos, saírem com um subsídio para reconstituir as suas vidas”.

Mas o problema mais delicado levantado na reunião – e que não reunia o consenso – dizia respeito ao major Alfredo Reinado que, ao contrário de Salsinha, era acusado de vários homicídios. Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, garantiu ao SOL que a Lei da Amnistia tinha de ser muito bem pensada. “Nunca votarei numa lei em que as pessoas que praticaram crimes de sangue possam ter um perdão e voltar a integrar as forças armadas ou a polícia sem serem submetidas a julgamento”.

Segundo Ramos-Horta, o chefe do Estado-Maior das F-FDTL (Forças de Defesa de Timor-Leste), brigadeiro-general Matan Ruak, tinha uma posição ainda mais dura e avisou-o de que Reinado e Salsinha “nunca poderiam regressar às Forças Armadas”.

Solução para Reinado

Mas Ramos-Horta encontrara uma solução conciliatória: “O major Reinado tinha um contrato por quatro anos com as F-FDTL que estava a terminar. Ele voltaria, resignava e depois saía elegantemente com uma compensação monetária. Mas penso que alguém deturpou o que se passou na reunião para os envenenar”.

Outro dos temas discutidos deixou amargos de boca a alguns dos intervenientes. Mari Alkatiri explicou ao SOL: “O meu partido sempre disse que este Governo era inconstitucional. Apesar de Xanana ter tido apenas 24% dos votos e nós 29, fez uma aliança com três partidos para formar Governo. Eu não me sentiria com legitimidade democrática para governar.” Alkatiri não fica por aqui e faz a ligação ao atentado: O Presidente andava em negociações com eles e tudo parecia bem encaminhado. O Reinado não tinha razões para matar Ramos-Horta. Na reunião este assunto estava praticamente decidido e as eleições seriam em 2009. Quem tinha mais a perder?”

O resultado desta reunião, na íntegra ou deturpado, espalhou-se rapidamente nas montanhas onde se abrigavam os homens de Salsinha e de Reinado. O SOL teve acesso a todas as listagens telefónicas, que foram encontradas em dois papéis na posse de Reinado e de Leopoldino Exposto, o seu braço direito.

Feito o cruzamento das chamadas, pode concluir-se que Reinado foi traído em várias frentes e por aqueles que lhe eram mais próximos.

Um deles, Gastão Salsinha. Desde o dia da reunião no Palácio das Cinzas que o volume de chamadas feita por ele triplicou. A notícia da reunião chegara às montanhas e Salsinha – em relação a quem não havia suspeitas de crimes de sangue, ao contrário do que acontecia com Reinado -, ao saber que não iria ser integrado nas forças armadas, virou-se contra Reinado.

Preparação do golpe

Em entrevista ao SOL, Salsinha separa as águas: “Os 'peticionários' não podem ser envolvidos nas coisas de Reinado, eu nem sei qual era o plano dele quando foi a casa do Presidente”.

Nessa noite, mal dorme. Desfaz-se em contactos para a Austrália e Indonésia, mas a maioria das chamadas é para o interior do país. Várias delas para Assanku, que integraria o grupo que foi com Reinado à residência de Ramos-Horta no dia do atentado. Contactado pelo SOL, Assanku negou: “Não tenho nada a ver com isso. Trabalho numa empresa de segurança e não conheço ninguém ligado ao Salsinha ou ao Reinado.”

No dia 9 de Fevereiro, Assanku contacta Albino Assis, um dos militares que presta segurança na residência de Ramos-Horta. A armadilha estava montada. No dia seguinte, Assanku encontra-se com Leopoldino, braço direito de Reinado, que está na capital, e alugam dois jipes.

Na noite de 10 de Fevereiro, Reinado passa pela casa de Vítor Alves, membro do Conselho de Estado e seu pai adoptivo. Este revela: “Reinado disse-me que tinha uma reunião com Ramos-Horta e que no dia 14 haveria uma grande festa em Ermera”. O que cola com o discurso de Horta: “Na reunião antes do atentado eu estava de partida para o Brasil. Mas como estávamos quase a chegar a um acordo em relação ao Reinado, os líderes dos partidos pediram-me para vir mais cedo e anunciar o acordo antes de dia 14. E em Abril anunciaria a Lei da Amnistia que os contemplava, porque não se tratava de crimes de delito mas de uma situação política”.

Amante faz jogo duplo

Nesse dia, Ângela Pires, ex-assessora do procurador-geral da República, regressa com Reinado a Ermera. Faz-se passar por sua assessora jurídica, mas a história amorosa entre eles é pública.

Durante os dois dias que esteve com Reinado, a mulher mantém-se em ligação com Salsinha. Nos últimos dias, levantara da sua conta uma razoável quantia de dinheiro. Ramos Horta considera-a, a “grande responsável” pelo que aconteceu. “A Ângela foi sempre um travão nas negociações com Reinado. Deve ter muita gente na sua rectaguarda”.

Enquanto Reinado preparava o arranque para Díli, Ameta, uma mulher com quem vivia, tenta em vão falar com ele. Por fim, deixa-lhe uma mensagem alertando-o, aparentemente, para uma cilada: “Tenha cuidado mor (amor) não é preciso ires a este seminário (reunião) se não te sentires bem. Não te esqueças de seguir o ritual daquilo que acreditamos. Amo-te sempre”.

Contactada pelo SOL, a mulher (que tem uma filha de Reinado ainda bebé) garante não ter conhecimento do que se passou: “Eu era a sua mulher, era normal falarmos ao telefone ou mandar-lhe mensagens, mas nunca participei em nada. Estava em casa, cozinhava, limpava e cuidava da nossa filha”.

Nessa madrugada, pelas três da manhã, Reinado e Leopoldino, mais nove homens, rumam a Díli em jipes diferentes. A leitura das listagens telefónicas mostra que a partir desse momento estão dois chefes, mas que é Salsinha quem gere os acontecimentos. Seriam 6H17 quando Reinado entrou na casa do presidente. Sem as cautelas próprias de quem prepara um atentado, o grupo estaciona os jipes em frente à residência. Mal saem dos carros, a sentinela aponta-lhes a arma mas é desarmado.

Sete homens de Reinado ficam na estrada, entre eles Assanku, que sempre fez a ponte com o segurança de Ramos Horta, Albino Assis.

Reinado pergunta à sentinela pelo presidente, ao que ele responde que tinha ido “para a ginástica”.

Reinado e Leopoldino entram, com dois homens atrás. Três minutos depois ouvem-se tiros, seguidos de rajadas. A partir deste momento as versões deixam de coincidir.

O autor das mortes

Francisco Marçal, militar das F-FDTL, diz que foi o único a disparar contra Reinado e Leopoldino.

Eram 6H30 quando foi acordado por Tadeus Gabriel, um miúdo de 14 anos. Este, com grande precisão, relatou ao SOL, que se deparou com “nove homens de máscaras no rosto”. Acrescenta que só reconheceu Reinado por vê-lo na televisão.

Ai aproximou-se da tenda onde dormiam os militares Francisco Marçal e Albino Assis. Ao ouvir o grito do garoto – “Está aqui o major Reinado” -, Francisco esgueirou-se pelas traseiras. Durante 15 minutos seguiu os passos de Reinado e Leopoldino.

Depois preparou a metralhadora: “Não fiz rajada, foi tiro a tiro. Disparei um na cabeça de Leopoldino e outro na cara de Reinado”.

A esta hora os telemóveis de Salsinha continuam em uso e a informação da morte de Reinado passa a circular. E a informação da morte de Reinado passa a circular. Ramos Horta, apesar de ter ouvido os tiros, dirige-se para casa. Eram quase sete da manhã quando um homem escondido entre os arbustos se ergue e o atinge por duas vezes. Os militares da sua segurança mantiveram-se no quintal. As forças internacionais não se mexem, e se não fosse a GNR e o enfermeiro do INEM que chegaram ao local uns vinte minutos depois, Ramos Horta estaria morto.

Enquanto o presidente segue para o hospital, Assanku recolhe informações com Assis. Uma hora depois, será a vez de o carro de Xanana ser baleado a 500 metros de casa.

Mistério envolve Xanana

Também aqui as coisas correm de forma insólita. Salsinha garante que estava lá “só para lhe pregar um susto, porque a situação dos “peticionários” nunca mais se resolvia”. Enquanto os seus homens se vão entregando, Salsinha ainda não decidiu o seu futuro: “Os meus homens agora estão divididos em quatro grupos e eu não sei se me entregue ou se lute até morrer”.

Mas foi após a morte de Reinado que os traidores se revelaram com mais desfaçatez. O telemóvel dele esteve a funcionar até ao dia 28. E Ângela e Salsinha, entre outros, mantiveram-se em conversações com os militares que o mataram.

À caça de Salsinha nas montanhas de Ermera

** Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa **

Díli, 11 Abr (Lusa) - Noventa por cento dos efectivos das Forças de Defesa timorenses andam atrás de Gastão Salsinha. Todos os ramos estão envolvidos. É natural cruzar com um comandante de Marinha na estrada de Letefoho, a 1 700 metros de altitude.

"Começámos em Letefoho as buscas às 05:00 da manhã. Acabámos e já vamos para as rusgas no suco Estado", explica o major Higino das Neves.

Em Timor-Leste, não se foge para fora. Foge-se para cima.

O suco (conjunto de aldeias reunidas sob a autoridade de um chefe) de nome Estado fica na montanha em frente, numa estrada sem saída.

É nestas alturas da cordilheira do Ramelau, frequentemente com névoa e chuva, que a operação "Halibur" persegue Salsinha e os seus homens.

"É um terreno difícil mas para nós, timorenses, não é", diz à Agência Lusa o major Neves.

Higino das Neves é o comandante da Componente Naval timorense, o mesmo cargo que pertenceu, em tempos, ao major Alfredo Reinado, até ser demitido por usar as duas lanchas para cruzeiros pessoais.

É em Reinado, ex-marinheiro, que começa a história da perseguição a Salsinha.

Reinado atacou, a 11 de Fevereiro, a casa do Presidente da República. Morreu.

O ex-tenente Salsinha atacou, de seguida, o primeiro-ministro. Fugiu.

Salsinha tem as armas e os homens que estavam com Reinado, incluindo alguns cadastrados e alguns peticionários. Cerca de metade do grupo rendeu-se, a conta-gotas, ao comando conjunto.

Os rendidos descem da montanha e desaguam no quartel-general da operação, junto ao farol que sinaliza a baía de Díli, onde são submetidos a sessões suaves de interrogatório, bolinhos e café.

Polícias e militares dão caça, em conjunto, aos restantes fugitivos, que o tenente-coronel Filomeno Paixão, comandante da "Halibur", calcula em 15 homens, depois de mais seis rendições nas últimas 48 horas.

A entrega de homens não tem sido acompanhada da entrega de armas e os fugitivos dispõem ainda de várias armas de cano longo, HK33, FNC, SKS, M16.

Com este perigo em mente, e mantendo a preferência por uma captura de Salsinha vivo, as regras operacionais da "Halibur" subiram de tom há dois dias.

"Se Salsinha quiser, vamos disparar. Se ele não quer render-se… Ele é que escolhe. As Falintil estão preparadas para isto", garante o major Neves num português correcto, com um sotaque correcto de um adulto que aprendeu a língua de Camões num curso da Cooperação Militar portuguesa.

"As populações estão avisadas para não ir às plantações a partir de hoje", dizia à Lusa, na quinta-feira, o major Neves.

"Vamos dispersar então. O tempo é ouro para nós", despede-se o major Neves, sumindo na estrada do suco Estado navegando a sua coluna de viaturas do exército e viaturas civis alugadas pela operação "Halibur".

A "Halibur" dura há oito semanas. Como ficou claro na última reunião das chefias militares com os titulares políticos, a percepção do êxito da operação está dependente da captura de Salsinha.

Outro factor de urgência é o regresso do Presidente Ramos-Horta ao país, a 17 de Abril.

"Certamente, nós queremos ter o problema já resolvido antes do termo do estado de sítio", admitiu, no domingo, o tenente-coronel Filomeno Paixão, aludindo à data de 23 de Abril.

"Ai, o governo de Timor. Não tiveram pressa quando resolver era fácil", comenta, em Gleno, capital do distrito de Ermera, um homem que deu apoio logístico e político a Alfredo Reinado e, agora, a Salsinha.

"Agora, que é mais difícil, querem andar". E ri-se.

"Mandaram avisar para não irmos às hortas nem aos cafezais. Mas esqueceram-se que vem aí a colheita e é preciso entrar pelas plantações".

Quando será isso? "Lá para Maio…"

A última promessa de Salsinha, através de uma carta de que este homem foi portador, é a que se apresenta apenas a José Ramos-Horta, depois de ele voltar ao país.

Chega-se a suco Estado por um desvio na estrada que sobe de Gleno. Há uma via-sacra de cruzes de pau, uma curva ascendente e, de repente, uma clareira com vista para Letefoho.

Do lado direito, um homem vem descendo a escadaria da igreja com a cautela de quem pisa água turva. É cego.

Do lado contrário, uma grande árvore sagrada, com caveiras humanas num nicho das raízes, marca o sítio do antigo tribunal dos reinos da montanha.

Ali ao lado, num alpendre, dorme há mais de um mês um pelotão das forças conjuntas. Não há soldados, mas há mochilas verdes durante o dia.

"A população está calma. Sentem-se satisfeitos com a presença das forças conjuntas. A 'Halibur' está a dar mais segurança à população e as pessoas não têm medo de nada", conta o chefe de suco, António Maia.

"Sentimos que não podemos ir ver as hortas mas percebemos que a situação é diferente. Esperamos que Salsinha se entregue o mais rápido possível para voltarmos às hortas e aos cafezais", diz António Maia.

O chefe do suco assegura que "a tropa ainda não fez mal a ninguém, sobretudo tortura". Em Díli, no parlamento, uma líder de bancada acusou as forças timorenses de espancarem civis em Ermera.

Estas montanhas e cafezais são o terreno onde Reinado e Salsinha forjaram a sua aliança fatal e onde a rebeldia sempre contou com apoio popular.

"Todos sabem que, há dois anos, Alfredo e Salsinha com os seus homens tinham actividades no distrito de Ermera. É normal que a população lhe ofereça um prato de comida", admite, lacónico, o chefe do suco Estado.

"As rusgas em casas vão começar", anunciou o major Neves antes de desaparecer com as suas fardas verdes e azuis.


Lusa/fim

Eurico Guterres em Timor Ocidental para "confraternizar"

Díli, 11 Abr (Lusa) - Eurico Guterres, ex-comandante das milícias timorenses pró-autonomia em 1999, chegou hoje a Timor Ocidental para “cerimónias de confraternização”, afirmou à agência Lusa um oficial da polícia indonésia.

O líder da milícia Aitarak foi libertado da prisão de Cipinang, em Jacarta, segunda-feira à noite, e saiu em liberdade empunhando uma bandeira vermelha e branca da Indonésia.

Eurico Guterres chegou a meio do dia de hoje à capital de Timor indonésio, confirmou à Lusa um elemento da polícia, próximo do ex-comandante das milícias, que pediu o anonimato.

“O Eurico está em Kupang para participar numa missa, na igreja de Santa Maria Assunta, sábado de manhã, e para confraternizar com os colegas do PAN”, afirmou à Lusa o mesmo oficial da polícia.

O Partido do Mandato Nacional (PAN), um partido nacionalista laico e moderado fundado após a queda do Presidente Suharto por Amien Rais, pretende incluir Eurico Guterres nas próximas eleições ao Parlamento nacional.

“Estou pronto. Estou pronto para isso. Eu pertenço a esse mundo. O que vou fazer é candidatar-me abertamente e deixar as pessoas decidir quem vão escolher. Vou concorrer pela província de Timor Ocidental”, anunciou Eurico Guterres num café de Jacarta pouco depois da sua libertação.

Ao seu lado, na roda de amigos, estava o secretário-geral do PAN, Zulkifi Hasan.

“Eurico Guterres vai voltar a Jacarta na próxima segunda-feira. Não viaja para Atambua porque as autoridades pediram-lhe isso. Ele poderia causar novos problemas em Atambua”, afirmou o oficial da Polícia, contactado por telefone a partir de Díli.

Eurico Guterres, líder da milícia integracionista Aitarak em 1999, foi absolvido há uma semana pelo Supremo Tribunal indonésio, que deu parecer favorável a um recurso.

O juiz Iskandar Kamil declarou mesmo que Eurico Guterres “tinha direito à reabilitação do seu nome e a receber indemnização do Estado”.

Eurico Guterres foi condenado em 2002 a 10 anos de prisão pelo envolvimento na violência contra apoiantes da independência timorense. Comandava não apenas a milícia Aitarak em Díli como era também o comandante da milícia de juventude indonésia PPI.

Guterres é suspeito de estar ligado ao massacre de Liquiçá, a 06 de Abril de 1999, e incitou, numa manifestação em Díli transmitida pela rádio e televisão, ao massacre que ocorreu em seguida na casa da família Carrascalão, a 17 de Abril.

Eurico Guterres, protegido do chefe da contra-inteligência indonésia, Prabowo Subianto, desde 1989, conheceu nos anos seguintes Hércules Rosário Marçal, um outro timorense ligado às patentes superiores das Forças Armadas indonésias.

Após 1999, “Eurico Guterres e Hércules trabalharam juntos em várias actividades, e fundaram uma organização de timorenses que sempre procuraram a desestabilização de Timor-Leste”, afirmaram à Lusa oficiais das forças de segurança timorenses que investigam a ligação entre ambos.

Hércules, definido pelo ex-governador sob a ocupação indonésia Mário Viegas Carrascalão como “um gangster muito popular em Jacarta”, esteve em Timor-Leste no início do ano, integrado numa delegação empresarial indonésia.

Com a libertação de Eurico Guterres, ficam em liberdade todos os 18 acusados pela violência antes, durante e após o referendo de 1999 em Timor-Leste.


PRM
Lusa/fim

"Os direitos não são apenas das vítimas" - Eurico Guterres

Díli, 12 Abr (Lusa) - Eurico Guterres, o ex-comandante das milícias autonomistas em Timor-Leste em 1999, declarou que "os direitos não são apenas das vítimas", numa entrevista telefónica às agências Lusa e Inter Press Service.

"Por falar em direitos das vítimas, é uma responsabilidade do governo a forma de as ajudar. Os direitos não pertencem apenas àqueles que foram vítimas e morreram, mas também àqueles que ainda estão vivos", afirmou Eurico Guterres.

O ex-líder das milícias, libertado há uma semana da cadeia de Cipinang, em Jacarta, Indonésia, respondia a uma questão sobre as vítimas da violência pró-integracionista antes e depois do referendo pela independência, em 1999.

A violência sistemática, em que Eurico Guterres foi acusado de desempenhar um papel central, causou mais de um milhar de mortos e devastação generalizada no território.

Eurico Guterres, que sexta-feira regressou a Kupang, na parte ocidental da ilha de Timor, respondeu em língua indonésia a questões da Lusa e da Inter Press Service (com sede em Roma, Itália), num telefonema feito a partir de Díli pelo jornalista indonésio Setyo Budi, correspondente da IPS em Díli.

"Quando se trata de uma luta, é normal que isso exija também algum sacrifício e isso não aconteceu apenas em Timor-Leste, mas noutros países também", sublinhou Eurico Guterres, que foi recebido em apoteose em Kupang.

Eurico Guterres confirmou a intenção declarada à saída de Cipinang, de se candidatar à Câmara dos Representantes pelo PAN (Partido do Mandato Nacional), o movimento nacionalista e secular fundado por Amien Rais após a queda do Presidente Suharto, em 1998.

"Tenho muitos apoiantes, sobretudo entre timorenses que vivem em Timor Ocidental e se tornaram cidadãos indonésios, e também o apoio de indonésios", explicou Eurico Guterres na entrevista à Lusa e IPS.

Eurico Guterres atacou, entretanto, os que o acusaram "sem provas".

"Estou livre porque não há provas contra mim. Essa é a verdade. Portanto, os que argumentam em contrário, fazem apenas uma acusação que nunca foi provada no Supremo Tribunal" indonésio, insistiu Eurico Guterres.

"De qualquer forma, respeitei a opinião dos que me acusaram. Mas não é justo falarem apenas nos incidentes de 1999 e não falarem noutras violações de direitos humanos que ocorreram em 1959 e em 1975", salientou Eurico Guterres.

"Os direitos humanos são universais: não pertencem apenas àqueles que são pela autonomia mas também àqueles que são a favor da independência", acrescentou o ex-comandante da milícia Aitarak.

"Quando falo de futuro, falo de reconciliação. É o melhor que há a fazer, porque em 1959 houve muitos timorenses mortos pelos portugueses e em 1975 houve muitos timorenses mortos pela Fretilin em Aileu. Xanana (Gusmão, primeiro-ministro timorense) sabe disso. E, em 1999, porque foi isso que se passou", afirmou Eurico Guterres.

"Por isso precisamos de ver caso a caso na sua devida proporção. Depois apanharemos os criminosos. Não apenas os integracionistas, mas também aqueles que apoiaram a independência. Caso contrário, os ideais timorenses estarão longe de ser atingidos", disse Eurico Guterres na entrevista telefónica.

"Recolhamos, por esse motivo, os restos mortais num local e olhemos para eles como heróis de Timor-Leste e da Indonésia e demos as mãos para construir o futuro em conjunto", pediu Eurico Guterres.

"Se, no entanto, houver pessoas que não consigam aceitar isto, a reconciliação que está a ser construída pelos dois líderes de Timor-Leste e da Indonésia estará longe de se materializar", adiantou.

Eurico Guterres, principal rosto da campanha violenta contra os independentistas em Timor-Leste, afirma que após a sua libertação pelo Supremo Tribunal indonésio teria direito "a compensação, porque não existiam provas daquilo de que fui acusado".

"Esta decisão do Supremo Tribunal também me deu a oportunidade de reabilitar o meu nome, a minha dignidade e a minha perda durante dois anos na prisão", frisou Eurico Guterres, acusado, no ano 2000, de crimes contra a humanidade por um tribunal em Díli.

"Mas não vou exigir isso. Os meus amigos em Timor-Leste, por isso, se puderem, não devem turvar a situação. Olhemos para o futuro", insistiu o ex-comandante da Aitarak.

Sobre a Comissão da Verdade e Amizade (KPP), criada por Timor-Leste e a Indonésia para analisar os acontecimentos de 1999, Eurico Guterres considera que "ninguém deve ser influenciado" pelo relatório final, a ser publicado em breve.

"O que é importante é a boa-vontade dos timorenses em unir-se. Não devemos confiar noutros. Se, no final, a KPP recomendar a amnistia, essa é a opinião dos dois líderes" de Timor-Leste e da Indonésia, sublinhou Eurico Guterres na entrevista Lusa/IPS.

Com a libertação de Eurico Guterres, ficam em liberdade todos os 18 acusados pela violência antes, durante e após o referendo pela independência em Timor-Leste, em 1999.

PRM.
Lusa/fim

Ramos-Horta to return to East Timor

The Australian

April 12, 2008
EAST Timor's President Jose Ramos-Horta will return to the tiny country next week for the first time since he was gunned down outside his Dili home.

The Nobel Laureate was evacuated to Darwin on February 11 after he was shot by armed intruders, many of whom are still on the run.

East Timor Prime Minister Xanana Gusmao escaped uninjured from an attack on his convoy a short time later.

The president's office today confirmed he would return to East Timor next week.

"After 65 days of medical treatment in Darwin, Australia, following the incident on February 11th, President Dr Jose Ramos-Horta will return to Timor-Leste on 17th April,'' it said in a statement.

Mr Ramos-Horta, 58, is recovering in a private house in Darwin, following his release from hospital.

He plans to hold a press conference immediately on his return, and also plans to attend Sunday Mass and address the national parliament.

His return comes after speculation he was preparing to quit the presidency, which was later rejected by his office.

Mr Ramos-Horta took over as East Timor's prime minister amid a wave of violence in 2006 which killed 37 and forced thousands to flee their homes for refugee camps.

He was elevated to the presidency of East Timor in a landslide election win a year ago, and has been key in efforts to stabilise and develop the tiny nation.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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