quinta-feira, junho 15, 2006

Mais um blogue

http://frenterevolucionaria.blogspot.com/

East Timor: when nation-building destroys

Spiked
Thursday 15 June 2006

Philip Cunliffe


On 14 June 2006, United Nations secretary-general Kofi Annan announced that UN peacekeepers had to return to East Timor, only a year after they were withdrawn. Nearly 2,000 Australian troops – more than the Australian force in Iraq – are already patrolling the streets of the capital Dili (1). They were called in to help restore order after the country began to spiral into strife earlier this year, following the sacking of striking soldiers.

By all accounts, the situation is grave. Over 100,000 people have fled Dili and scores have been killed in the unrest. Disturbing as it is, the violence alone cannot account for the level of attention that it has attracted, when compared with the situation in Iraq or Sudan. So what is it about this tiny Pacific state that makes it so important?

East Timor is one of the world’s newest states, having become independent on 20 May 2002. But what made this ‘independence’ different is that it was granted by the UN. From October 1999 to 2002, East Timor was ruled by a UN governor-general, Sergio Vieira de Mello (later killed in Iraq), as part of the United Nations Transitional Administration in East Timor. UNTAET was established after immense Western pressure on Indonesia to hold a referendum on East Timorese independence in August 1999.

UNTAET was widely hailed as an example of successful nation-building, as indicated by the fact that it was Vieira de Mello who was despatched to represent the UN in Baghdad. In addition, the arrival of an Australian-led intervention force in East Timor in 1999 was seen by many as a timely intervention to defend the Timorese from the wrath of retreating Indonesian forces.

East Timor was held up as a shining example of successful humanitarian intervention, in contrast to the perceived failure to react to the conflicts of the early and mid-1990s (notably Rwanda and Bosnia). ‘Never before has the world united with such firm resolve to help one small nation establish itself’, Kofi Annan proclaimed on the day the UN granted East Timor its independence. Only weeks before the conflict erupted earlier this year, World Bank President Paul Wolfowitz described the country as a ‘vibrant democracy’ (2).

The BBC’s Jonathan Head retrospectively admits the extent to which compassion for the Timorese infected the media coverage back in 1999: ‘Journalists are supposed to stay detached from their stories but, of course, that is a myth. Back in 1999 every journalist was gunning for [East Timor] during its heroic bid for independence. East Timor was unusual for a “country in crisis” story because of the extraordinary levels of sympathy it aroused ... it was a story which had a happy ending.’ (3) With the current TV pictures from Dili reminiscent of 1999, but with no Indonesians to revile, it seems that the foreign correspondents’ and international dignitaries’ picture-postcard ‘happy ending’ has gone horribly wrong.

Many commentators have claimed that the incompetence and divisiveness of the Timorese leadership are responsible for the crisis (4). In truth, the crisis exposes the failure of UN nation-building, and the emptiness of the independence that it purported to offer.

Jarat Chopra, head of district administration in the UNTAET operation until 2000, wrote: ‘The organisational and juridical status of the UN in East Timor is comparable with that of a pre-constitutional monarch in a sovereign kingdom.’ (5) Even after independence, the UN presence continued in the country ‘to provide assistance to core administrative structures critical to the viability and political stability of East Timor’ (6). The overweening power wielded by UN viceroy Vieira de Mello effectively stifled Timorese self-determination. In 2000, one of the key figures of the Timorese anti-Indonesian resistance, Xanana Gusmão, denounced the UN for building a ‘banana republic’ in Timor and for blaming Timorese leaders for problems that were entirely out of their control. Even as it wielded supreme power over Timor, UNTAET criticised the Timorese leadership for its authoritarianism (7).

Today, many analysts point to Timor’s grinding poverty as a cause of the current violence. But East Timor’s dependence on the international community is more than economic; it is political. The UN nation-building project in the country cultivated a leadership whose authority and power derived from their relationship with the international community more than it did from their own people. The end result is the bizarre spectacle of former guerrilla leaders like Timorese President Gusmão, who resisted the Indonesian army for decades, now pleading for foreign troops and the UN to re-occupy the country he fought so long to free (8).

East Timor now joins the growing list of societies wrecked by nation-building throughout the world: Iraq, Afghanistan, Kosovo, Haiti, Bosnia. The tragedy of East Timor brutally illustrates the futility of relying on external forces to win self-determination on one’s behalf.

Philip Cunliffe is co-convenor of the Sovereignty And Its Discontents working group. Email him at philip.cunliffe@kcl.ac.uk.

(1) BBC News, ‘Australia beefs up E Timor force’, 28 May 2006

(2) John Aglionby, ‘Back to square one’, Guardian, 6 June 2006

(3) Jonathan Head, ‘No happy ending for East Timor’, BBC News, 3 June 2006

(4) Linda Polman, ‘Trappings of State’, Guardian, 31 May 2006

(5) Jarat Chopra, ‘The UN’s kingdom of East Timor’, Survival 42:3, 2000, p.29

(6) See the UNTAET homepage

(7) See pages 140-142 in Simon Chesterman, You, The People: The United Nations, Transitional Administration, and State-Building (Oxford University Press, 2004)

(8) BBC News, ‘Gusmao “shaken” by E Timor unrest’, 14 June 2006

Será hoje ou amanhã?

Xanana Gusmão encontrou-se com líder dos militares rebeldes


Díli, 15 Jun (Lusa) - O Presidente Xanana Gusmão encontrou-se hoje com o líder dos militares rebeldes timorenses, major Alfredo Reinado, disse à Lusa outro oficial rebelde, major Marcos Tilman, contactado telefonicamente na sua base em Gleno, 30 quilómetros a sudoeste de Díli.

O encontro, realizado na residência particular de Xanana Gusmão, em Balibar, arredores de Díli, foi confirmado à Lusa por fonte do gabinete do chefe de Estado, que disse enquadrar-se "nos esforços de `confidence building' (criar um clima de confiança)".

O objectivo é preparar um "encontro entre todas as partes envolvidas" para a resolução da crise político-militar, conforme disse à Lusa outra fonte ligada ao processo.

O anúncio da realização do encontro ocorre horas depois do comandante das forças australianas, brigadeiro Mick Slater, citado pela Associated Press, ter comunicado que os militares rebeldes estão prontos a entregar as suas armas.

A informação do brigadeiro Mick Slater foi feita cerca de 24 horas depois do Presidente Xanana Gusmão ter anunciado em mensagem ao Parlamento que tinha chegado a hora de se passar à segunda fase da presença das forças militares internacionais no país, com o seu desdobramento para o interior do país.

Este movimento representa a ampliação da missão de manutenção da ordem pública pelos efectivos da GNR, por enquanto circunscritos ao bairro de Comoro.

Efectivos militares e policiais da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, num total de cerca de 2 mil, começaram a chegar no passado dia 25 de Maio a Timor-Leste, correspondendo a um pedido das autoridades timorenses para ajudarem a restabelecer a lei e ordem públicas, face à desintegração da Polícia Nacional e às divisões no seio das forças armadas timorenses.

Entretanto, o major Marcos Tilman confirmou à Lusa que os seus homens, cujo total se escusou a precisar, entregam sexta-feira as armas aos militares australianos.

"Os militares australianos vão ficar a controlar as armas. Nós vamos deixar de andar com elas", garantiu.

Questionado sobre a decisão do major Alfredo Reinado sobre a entrega da suas armas aos militares australianos que o acompanham em Maubisse, Tilman manifestou-se convicto que também o grupo do major Reinado "vai respeitar o compromisso".

A decisão de entregar as armas aos militares australianos correspondeu a um pedido nesse sentido do Presidente Xanana Gusmão, precisou Marcos Tilman.

Quanto ao ex-tenente Gastão Salsinha, porta-voz dos cerca de 600 indivíduos que subscreveram uma petição a denunciar alegadas práticas discriminatórias no seio das forças armadas timorenses, o major Marcos Tilman asseverou que "eles não têm armas nenhumas".

"Eles não têm armas. Quem as tem somos nós, eu, major Tara e os nossos homens e o grupo do major Alfredo Reinado", acrescentou.

EL.

Por acaso perdeu o avião e ainda não chegou.

Lisboa, 15 Jun (Lusa) - O duque de Bragança está em Timor- Leste a pedido do ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Ramos Horta, e do bispo de Baucau, D.Basílio do Nascimento, disse hoje à Lusa fonte do gabinete de D.Duarte Pio.

D.Duarte chegou terça-feira a Díli, tendo-se já encontrado com José Ramos Horta e com o bispo de Baucau, com quem esteve em contacto desde o início do mais recente conflito timorense.

Segundo a mesma fonte, D.Duarte viajou para Timor-Leste a partir da China, onde se encontrava no âmbito do prémio Duque de Edimburgo.

O duque de Bragança está há já muitos anos ligado à questão de Timor-Leste e sempre acompanhou a situação no país, mantendo contactos com várias personalidades.

D.Duarte Pio desenvolveu actividades como presidente da Campanha "Timor 87", campanha nacional de apoio a Timor e aos timorenses residentes em Portugal e noutros países, iniciativa que teve o mérito de dar um maior destaque à Causa Timorense.

...

IG.
.

Da Margarida. Obrigado.

Andando à cata de mais informação e principalmente sobre os despedimentos dos militares descobri no site da UNOTIL, este interessante texto feito com base nos relatos da imprensa timorense de 18 e 20 de Maio de 2006 que traduzi mas que pode ser lido em inglês neste link:

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/dcf3acbbadb0c7c7492571370034ec82?OpenDocument


Tradução:

Revista dos media diários
Sábado & Segunda-feira, 18-20 March 2006
Relatos dos Media Nacionais

Não Compromisso na Decision: Ruak

O Brigadeiro General das F-FDTL Taur Matan Ruak alegadamente disse aos media que não há mais comprometimentos no seguimento da decisão de despedir os 591 soldados mesmo que o Presidente Gusmão, Supremo Comandante das F-FDTL, discorde. Taur disse que a decisão de não os aceitar de volta é para evitar abrir um mau precedente no futuro. “Reparem nas condições dos veteranos da guerra; muitos deles estão ainda mal. Se os admitíssemos de regresso, podiam repetir o mesmo. É melhor não os re-admitir, porque a nossa intenção é, seja quem for que se incorpore nas F-FDTL é para servir a nação e o povo. A posição nos altos cargos das F-FDTL não é adequada para quem quer enriquecer,” disse Ruak. E sublinhou que os oficiais foram expulsos por terem saído do quartel-general da instituição e não por terem assinado a petição, acrescentando que as forças armadas são compostas por voluntários. O brigadeiro general das F-FDTL explicou que em 11 de Janeiro recebeu uma petição anónima à qual o Presidente Gusmão por carta respondeu que o assunto devia ser resolvido tão cedo quanto possível. De acordo com Rauk, em 2-3 de Feverero ele convocou um encontro com soldados e sargentos no quartel em Baucau para discutir a petição mas quando o assunto foi levantado alguns dos soldados disseram que era um assunto que somente o Presidente tinha competência para resolver. O Chefe das Forças Armadas insistiu que o assunto fosse tratado no interior da instituição mas acrescentou que depois do seu regresso a Dili em 4 de Fevereiro, muitos dos membros tinham fugido do quartel de Baucau e do Centro de Treino de Metinaro para se encontrarem com o Presidente Gusmão em 8 de Fevereiro. E acrescentou que desde então, ele fez várias propostas para os que tinham assinado a petição tais como estabelecer um batalhão ou um programa.

Ruak disse que eles recusaram cooperar com o processo de investigação e que quando foram autorizados a sair dos quartéis em 18 de Fevereiro e escalados para regressar em 20 de Fevereiro eles não regressaram. STL relata o Brigadeiro General como tendo dito que os que foram demitidos devem evitar usar qualquer tipo de medidas para lhe porem pressão porque isso não resultará. Em vez disso, sugeriu que seria melhor que dessem ideias para uma solução.

Noutro artigo, o Primeiro Ministro Alkatiri alegadamente disse que não acredita que os 591 soldados criem instabilidade. “O Governo controla a situação. O partido actualmente no poder é um grande partido e portanto tem o poder de ir à base para controlar a situação. Enquanto este partido estiver no poder não haverá instabilidade,” dclarou Alkatiri. Ele disse que além do mais a situação criará uma desvantagem para o Governo porque já gastou muito dinheiro com os soldados e mais será necessário para os novos recrutas, acrescentando que os que saíram aprenderam muito nos anos em que estiveram nas Forças Armadas.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros José Ramos-Horta alegadamente disse que não há democracia no interior das Forças Armadas porque é esperado deles que somente sigam as ordens do comando. Ramos-Horta disse que Timor-Leste está a tentar organizar uma força de defesa profissional para servir a nação e o povo e que não é expectável que os soldados se comportem como estudantes que vão para as ruas protestar se discordam com o Governo. Ele concorda com a demissão (dos soldados) dizendo que é uma decisão dura mas justa.

O deputado Riak Leman (PSD) disse que o abandono dos soldados do quartel das F-FDTL revelou uma falta de capacidade de liderança. Leman apontou que de acordo com os regulamentos militares, é incorrecto para um soldado abandonar o quartel sem justificação e a decisão para os despedir é correcta apesar de poder vir a ter repercussões. “A decisão não resolve o problema, e pode criar muitos outros problemas. Por exemplo, quando as F-FDTL começarem com o processo de recrutamento, os jovens do oeste podem ter relutância em concorrerem, com base nestes eventos recentes,” Riak Leman disse. E acrescentou que os problemas com a instituição das F-FDTL começou em Aileu, Remexio e noutros sítios, mas que nenhum problema nunca foi examinado e resolvido.

Adérito de Jesus, advogado dos direitos humanos, tem a opinião que o Presidente Gusmão como Supremo Comandante das Forças Armadas Nacionais está inteirado (do assunto) e de acordo com o Brigadeiro General Taur Matan Ruak no despedimento dos soldados.
(STL, TP, DN)

.

Dos leitores

Lista de cargos em Timor-Leste a preencher por cidadãos australianos:

1 - Primeiro Ministro
2 - Segundo Ministro
3 - Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (o das Forças Desarmadas pode ser um timorense, de preferência de cabelo "à ecovinha" e óculos escuros...)
4 - Chefe da Polícia Marítima
5 - Chefe da Polícia mais Civil que Militar
6 - Chefe da Polícia mais Militar que Civil
7 - Chefe da Polícia nem uma coisa nem outra, i.e., da GNR e da polícia Malaia
8 - Responsável da "Quarentine" (já se sabe quem é: é o cão da "Quarentine" do aeroporto de Darwin)
9 - Chefe (de qualquer coisa; tanto faz; é mesmo para não fazer 'nenhum' como os soldados australianos...)
10 - Controlador dos referidos acima para que o Howardinho possa dormir descansado --- embora com os pés a cheirar a petróleo

.

Dos colegas do Timor Verdade

Ate quando senhor presidente Xanana Gusmão, até quando vai permitir este circo australiano?

É tempo de dizer basta, por Timor-Leste, pela Soberania!

Sem ser por solidariedade ao timor-online, mas porque de facto a tristeza da realidade de todo este processo nos remete para a irracionalidade, apresentamos aqui neste espaço votos para que o políticamente correcto termine em definitivo.

Só há uma saída para tudo isto, dizer aos australianos que regressem aos barbecues e à cerveja, mas em território deles. Timor-Leste é independente e já chega de intromissões nojentas.Estão lá porque preparam o caminho para entrar com a ajuda de uns quantos timorenses mortos de ambição pelo Poder - petróleo e gás natural.

A cena de hoje, do sândalo é mais um escândalo australiano. Quem sabe se o mesmo que foi roubado não sairá por porto seguro (COM) dirigindo-se para a Oceânia...

.

Dos leitores

Estanislau da Silva lamentou que as tropas australianas "nada façam para impedir estes assaltos" e fez votos... "

E eu faço votos de que o Governo denuncie de forma séria e institucional a actuação dos militares australianos. Em nome do povo que sofre não podem continuar calados e optar pelo caminho do politicamente correcto.

Chega de violações grosseiras!

Obrigado, Margarida.

Niagara Gazette15.06.2006
By ROD McGUIRK
The Associated Press
DILI, Timor-Leste
Doutor Americano sofre por Timor-Leste
Dan Murphy veio ajudar o povo de Timor-Leste quando construíam uma nação e ver o regresso do país à violência e ao caos tem sido doloroso.

O doutor nascido em Iowa abriu uma clínica médica em Dili em 1999, no ponto alto do período de terra queimada que se seguiu à votação pela independência de Timor-Leste. Isso deu-lhe um ponto de vantagem único para seguir os progressos do país depois de décadas sob as ordens dos Indonésios."Costumava dizer que as coisas tinham melhorado;

Já não tratava mais nenhumas feridas por balas," contou o magro de 61 anos de idade à Associated Press enquanto examinava um doente com dores no peito. "Mas agora vimos mais feridas por balas nas duas últimas semanas, o que é um tanto desconcertante."

Murphy usa um boné de baseball quando examina os seus doentes na sua clínica, agora a mais ocupado em Timor-Lesye com 300 pacientes por dia.

Apesar do seu comportamento relaxado e o modo informal de atender os doentes, Murphy tem estado espantado com o surgimento da violência no último mês com choques entre soldados despedidos e forças leais a que se seguiram lutas de gangs. Pelo menos 30 pessoas foram mortas e dezenas de milhares foram forçadas a fugir.

O graduado da Universidade de Iowa tem esperança que a violência seja uma aberração, mas não pode ter a certeza."Desejava que isto não tivesse acontecido. Isto é um grande recuo para Timor-Leste," disse Murphy. "Quando se conhece as pessoas, isso dói. São pessoas que já sofreram bastante.""É doloroso porque esperamos que não se torne um padrão estabelecido," disse.

Murphy desistiu da sua prática médica de tratar viciados de heroína, trabalhadores fabris imigrantes e outros pacientes pobres em Cedar Falls, Iowa, em 1998 depois da queda do ditador Indonésio Suharto lhe dar esperança para a mudança em Timor-Leste, uma província Indonésia desde a invasão sangrenta em 1975.

A sua instituição de caridade, a Clínica Bairo Pite foi construída num bairro arrazado pelos militares indonésios em retirada e pelas suas milícias numa fúria de violência depois do voto pela independência em 1999.A vizinhança tem sido bastante atingida pela violência recente, muita da qual entre gangs de jovens do leste do país contra os do oeste.

A resposta do governo à crise tem também picado o Presidente Xanana Gusmão contra o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, enquanto muitos têm culpado o primeiro ministro por ter detonado a violência ao despedir 600 soldados que reivindicavam descriminações e mais tarde pegaram nas armas.

Murphy acredita que as divisões regionais em Timor-Leste não são mais amargas do que as mesquinhas rivalidades paroquiais de todo o mundo.

Mas ele suspeita que as tensões têm sido exploradas para fins políticos. E também acredita que as reservas de petróleo e de gás debaixo do fundo do mar entre Timor-Leste e a Austrália explicam parcialmente o interesse internacional em encontrar uma solução."

O petróleo excita toda a gente," diz Murphy.

O doutor escolhe não culpar ninguém, mas diz que o país necessita duma boa liderança para evitar que a violência se torne um problema sem remédio.

"Queremos que Timor-Leste seja um exemplo para o resto do mundo em como as pessoas podem conviver," diz Murphy.

"É o sonho de pessoas como eu que vieram para um lugar como este."

© 2005 Associated Press.

Crise timorense na agenda da reunião Xanana com homólogo indonésio

Díli, 15 Jun (Lusa) - A crise político-militar em Timor-Leste é o principal ponto da agenda da reunião que os presidentes timorense e indonésio manterão sábado na ilha indonésia de Bali, disse hoje o porta-voz de Xanana Gusmão à Lusa.
Agio Pereira acrescentou "ser natural que quando um Estado entra em crise converse com os seus vizinhos sobre as medidas tomadas para a resolução dessa crise".
Xanana Gusmão parte no sábado para Bali, regressando no dia seguinte a Díli.
Quanto a outros pontos da agenda do encontro, Agio Pereira disse ser previsível que "outros assuntos de interesse mútuo sejam abordados".
Na passada quarta-feira, durante a mensagem que dirigiu ao Parlamento Nacional, o Presidente timorense salientou que iria aproveitar o encontro com Susilo Bambang Yudhoyono para lhe agradecer o "gesto magnífico de nos dar a mão, para aliviarmos o sofrimento do nosso povo".
Xanana Gusmão referia-se ao envio de ajuda humanitária no valor de 700 mil dólares (cerca de 550 mil euros), em resposta a um pedido seu.
A ajuda humanitária indonésia, constituída por bens alimentares e água, foi enviada em dois aviões de carga Hércules, que chegaram a Díli no passado dia 08.
Na sua mensagem ao Parlamento, Xanana destacou a importância da resposta indonésia ao seu pedido de ajuda, por coincidir com os trabalhos de apoio das autoridades de Jacarta às populações dos seu país vitimas de um sismo em Yogyakarta, que causou a morte de dezenas de milhar de pessoas.
Na sequência da violência que desde finais de Abril se regista em Timor-Leste, a Indonésia anunciou o encerramento da fronteira como medida preventiva para evitar o alastrar da instabilidade.
"A Indonésia fez o seu melhor, incluindo fechando as fronteiras para prevenir o piorar da situação em Timor-Leste", explicou quarta-feira Prayono Atiyanto, ministro-conselheiro da Missão Diplomática indonésia nas Nações Unidas.
A Indonésia invadiu Timor-Leste em Dezembro de 1975 e anexou a antiga colónia portuguesa, no ano seguinte, como a 27ª província do país, decisão que nunca foi reconhecida por Portugal, pela ONU e pela generalidade da comunidade internacional.
Num referendo organizado pela ONU em 30 de Agosto de 1999, a maioria dos timorenses optou pela independência, alcançada a 20 de Maio de 2002.
Segundo um relatório recente, pelo menos 183 mil timorenses morreram durante os 24 anos de ocupação, devido à acção das forças armadas indonésias ou a situações de fome.
Após o referendo de 1999, milícias timorenses apoiadas por militares indonésios mataram cerca de 1.500 pessoas e destruíram cerca de 80 por cento das infra-estruturas de Timor-Leste, numa campanha de violência que só terminou com a intervenção de uma força internacional liderada pela Austrália, sob mandato da ONU.
EL.

Ver para crer

Rebeldes prontos a entregar armas - comandante australiano

Díli, 15 Jun (Lusa) - Os militares rebeldes timorenses estão prontos a entregar as suas armas, anunciou hoje em Díli o comandante das forças australianas, brigadeiro Mick Slater.
"Estamos no processo de acertar a maneira de eles entregarem as suas armas, e há indicações que eles vão respeitar esse compromisso", adiantou aquele militar, citado pela Associated Press.
"Estou confiante que devemos iniciar o processo de recolha de algumas armas ainda hoje ou então amanhã (sexta-feira)", acrescentou.

O número o tipo de armas em poder dos rebeldes, liderados pelo major Alfredo Reinado, que se encontra nas montanhas em Maubisse, a cerca de 60 quilómetros de Díli, é desconhecido.
Os rebeldes, entre os quais cerca de 600 que protagonizaram em finais de Abril uma manifestação na capital timorense, abandonaram a cadeia de comando na sequência de combates opondo efectivos das forças armadas contra civis, e que se seguiram confrontos entre grupos de civis armados em vários bairros de Díli, que forçaram dezenas de milhar de pessoas a procurar refúgio em dezenas de campos de acolhimento espalhados pela cidade.

Na passada semana, em declarações à Lusa, o major Alfredo Reinado reconheceu que preferia o diálogo à força, remetendo para os políticos a resolução da crise político-militar.

O anúncio do brigadeiro Mick Slater é feito cerca de 24 horas depois do Presidente Xanana Gusmão ter anunciado em mensagem ao Parlamento que tinha chegado a hora de se passar à segunda fase da presença das forças militares internacionais no país, com o seu desdobramento para o interior do país.

Este movimento representa a ampliação da missão de manutenção da ordem pública pelos efectivos da GNR, por enquanto circunscritos ao bairro de Comoro.

Efectivos militares e policiais da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, num total de cerca de 2 mil, começaram a chegar no passado dia 25 de Maio a Timor-Leste, correspondendo a um pedido das autoridades timorenses para ajudarem a restabelecer a lei e ordem públicas, face à desintegração da Polícia Nacional e às divisões no seio das forças armadas timorenses.
EL.

Obrigado, Margarida.

Tradução:

The Australian — News
Um Australiano pode ser feito chefe de polícia de Timor-Leste
David Nason, New York
Junho 15, 2006
O antigo polícia de topo Mick Palmer pode vir a tomar conta da força de polícia de Timor-Leste devastada pelas facções, como parte de um plano da ONU para restaurar o sistema de justiça da nação com problemas.
O nome do antigo comissário da Polícia Federal Australiana dos Territórios do Norte circulou depois do Embaixador Australiano da ONU, Robert Hill, ter dito numa sessão especial do Conselho de Segurança que havia um caso para colocar um estrangeiro com a responsabilidade da polícia de Timor-Leste.
O comentário de Mr Hill veio quando o SG da ONU Kofi Annan disse que levaria pelo menos seis meses antes de uma força de manutenção da paz da ONU pudesse estar pronta para substituir a força multilateral liderada pelos Australianos que interveio em Timor-Leste.
Mr Annan disse que a Austrália antecipou deixar as suas forças militares em Timor-Leste de seis a 12 meses. E também atacou as nações que urgiram a uma retirada antecipada dos peacekeepers nos últimos quatro anos.
Em reparos dirigidos primeiramente aos USA, Japão e Austrália, Mr Annan disse que a violência em Timor-Leste reflectia insuficiências não só da liderança Timorense mas também da parte da comunidade internacional em sustentar inadequadamente o processo de construção da nação.
"Há aqui uma lição para todos," disse. "Nós (o Secretariado da ONU) tínhamos indicado que a ONU devia permanecer em Timor-Leste um pouco mais, mas os governos – alguns governos – estavam bem entendidos em que saíssemos tão rapidamente quanto possível."
.

No velho da montanha


No blog O velho da Montanha aparecem uma série de posts interessantes sobre Timor-Leste e uma fotografia do Alfredo com os seus guarda-costas australianos.

.

Dos leitores

A NOVA GUERRA FRIA e a ARTE DO FAZER
SUGESTÃO

Sugiro que se faça uma análise profunda deste importante artigo de opinião, que coloca várias questões geoestratégicas, como pontos chaves deste desassossego.
Pela minha observação directa e presencial dos ultimos anos em Timor, pelos elementos que recolhi, investiguei e li - suspeito que o triângulo que tem como vértices: a China, a USA e a Austrália é o centro da luta que se trava em Timor Leste.

Não acredito que os serviços secretos destes países e de outros incluíndo Portugal, não estejam activos em Timor Leste ... aliás a precisão da actuação atenta do nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros evidência estar bem informado.

Por isso a NOVA GUERRA FRIA emerge desta realidade que abraça Timor Leste.
Por esta razão e conhecendo a força e o desejo de mundança cultural, comportamental e disciplinar que o governo quer ver implementado no terreno em Timor Leste, o pragmatismo das decisões e a preocupação de possuir um modelo sustentado a longo prazo para os fundos do petróleo, mostram que estamos em presença de uma governação que não quer vender Timor, nem hipotecar o seu futuro...existem defeitos quem não os tiver que atire a primeira pedra.
Mas é esta postura governativa de rigor que incomoda a Austrália e os Estados Unidos, que estão em pânico face ao plano estratégico bem evidênciado pela governação de Timor e a sua aproximação ao factor China, ao factor Cuba, ao factor Portugal (modelo da justiça e educacional) que conta como o factor Brasil e que põe em perigo a hegemonia anglo-saxónica na area.

Por isso a tese da anarquia das ilhas Salomão, a transformação de Timor no Haiti australiano, poderão fazer luz sobre o minar das instituições do Estado e do desassossego que se vive neste momento em Timor Leste ... claro se não existir desassossego, como é poderemos controlar e justificar uma intervenção militar (de ajuda?!...).

Sinto que a aproximação de contra balanço à Indónesia e a força e estímulo que o Presidente Xanana nos próximos passos e de forma muito pensada (como é seu timbre) der ao Dr. Mari Alkatiri, será uma atitude de um grande líder que defacto a situação militar, política e social reclama e que os estrategas do golpe não estavam à espera ... mas Xanana na sua bondade e amor ao povo é inteligente e sabem muito bem quando deve emergir.

Depois, virão as eleições de 2007 e aí ordeiramente o Povo decidirá com o seu voto secreto.
Para terminar, façamos votos que não hajam interferências, a ONU acabe com o caos (encomendado e estimulado)...e apoie de forma inequívoca e deixe ver afinal onde está o tal estado falhado.

Haja esperança...conciliação, entendimento e inteligência para suportar a ofensiva externa e investimento interno, a todo o vapor, para dar alento, motivação e alimentar a esperança do Povo.
É preciso não esquecer que quando se falava de esperança em 1999, o Povo olhava os seus dirigentes nos olhos e hoje quando se fala de esperança olham para o chão e isto nós vimos no dia a dia...

São necessários e urgentes resultados visíveis e no terreno ... que justifique e dê corpo aos elogios do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

Neste particular do fazer obra, penso também pela minha observação, que Timor Leste, precisa que as empresas estrangeiras agregadas preferencialmente aos débeis empresários locais se fixem em Timor Leste ... pois há dinheiro...mas o dinheiro é um burro para a gente montar ... o dinheiro é um meio, ajuda mas não faz obras, as obras são feitas pela capacitação dos técnicos e dos empresários... o governo ao fazer aprovar o orçamento para 2006-2007, foi nesta optica, isto é criar as condições para o muitos casamentos entre os empresários locais e os empresários internacionais ...

agora meus amigos esperam-se bons casamentos (sem manipulações e sem vigarices) que Portugal e a Europa consiga responder a este desafio ... pois é não é só de professores, militares e GNRs que salva Timor Leste.

Olhemos o futuro...
Ficamos assim.

Mais uma vez, não chegaram a tempo...

Assalto a armazém do governo pode render milhares de dólares

Díli, 15 Jun (Lusa) - O assalto a um armazém do governo, onde estavam 30 toneladas de madeira de sândalo de boa qualidade, pode ter rendido centenas de milhares de dólares aos assaltantes, disse hoje o ministro da Agricultura à Lusa.

Estanislau da Silva, que testemunhou parte do assalto hoje de manhã, bem como a inoperacionalidade dos militares australianos chamados ao local, calcula que a madeira de sândalo roubada "pode render centenas de milhares de dólares", para além das alfaias agrícolas e fertilizantes, que também foram saqueadas do local.

"Eu e o primeiro-ministro deslocámo-nos ao local (atrás do Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas) e ainda vimos um camião carregado, que foi intimado a parar, tendo os seus ocupantes sido entregues ao Procurador-Geral da República", para posterior apresentação a um juiz, acrescentou Estanislau da Silva à Lusa.

Dada a ausência de militares australianos, o ministro telefonou para o comando australiano, que fez deslocar alguns efectivos, "que apenas ficaram a observar, sem fazerem o que quer que fosse para impedir o roubo".

A Lusa contactou o porta-voz das forças militares internacionais, o major australiano James Baker, que disse não ter conhecimento do incidente, mas que iria solicitar informações sobre o mesmo, reservando para mais tarde uma declaração sobre o caso.

O major James Baker acrescentou que desde o passado dia 25 de Maio, dia em que chegaram a Díli os primeiros efectivos militares australianos, "foram já detidas 130 pessoas" por envolvimento em confrontos ou saques a bens públicos e privados.

Relativamente ao assalto ao armazém do governo, este incidente vem na sequência de outras iniciativas semelhantes, primeiro contra dois armazéns do Programa Alimentar Mundial, em que uma multidão aproveitou para se apropriar de dezenas de milhar de sacos de arroz e fertilizantes, julgando neste caso tratar-se de milho para consumo doméstico.

Posteriormente, ainda no bairro do Fomento, atrás do Ministério da Agricultura, os armazéns do governo com material de escritório, entre móveis e computadores, foram igualmente alvo de saque e vandalismo.

Estanislau da Silva lamentou que as tropas australianas "nada façam para impedir estes assaltos" e fez votos que os efectivos da GNR estacionados em Díli, por enquanto com a missão de assegurarem a ordem pública no bairro de Comoro, tenham a sua área de acção alargada a toda a capital timorense.

"Tenho a certeza absoluta que, quando isso acontecer, pelo prestígio e forma de actuação que deram provas no passado, vão por cobro a este tipo de assaltos", garantiu.

O governante timorense referiu ainda à Lusa que "há dois ou três dias, os australianos solicitaram ao governo autorização para inspeccionarem o armazém assaltado quarta-feira e hoje de manhã, alegando que tinham informações sobre a existência de armas no local".

"Eles foram lá e, naturalmente, não encontraram nada do que estavam à procura. Só lá estava o sândalo, as alfaias agrícolas e os adubos e fertilizantes", disse.

A madeira de sândalo que se encontrava armazenada era produto de apreensões efectuadas no passado, e que o Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas se preparava para vender, uma vez concluído o processo judicial que conduziu à sua apreensão.

Segundo Estanislau da Silva, o quilograma de madeira de sândalo de boa qualidade, como era o caso do que foi roubado, poderia ser vendido a 13 dólares, pelo que as 30 toneladas poderiam render cerca de 390 mil dólares (cerca de 305 mil euros).

EL.
Lusa/Fim

Armazém por detrás do Ministério da Agricultura está a ser saqueado

Passaram militares australianos e foram-se embora... os militares, claro.

Já decidiram tudo, não?

The Australian — News
Australian may be made E Timor police chief

David Nason, New York
June 15, 2006

FORMER top cop Mick Palmer could take over East Timor's faction-ravaged police force as part of UN plans to restore the troubled nation's justice system.

The name of the former Northern Territory and Australian Federal Police commissioner was being circulated after Australia's UN ambassador, Robert Hill, told a special session of the Security Council there was a case for putting a foreigner in charge of East Timor's police.

Mr Hill's comments came as UN Secretary-General Kofi Annan said it would take at least six months before a UN peacekeeping force would be ready to take over from the Australian-led multinational force that intervened in East Timor.

Mr Annan said Australia anticipated keeping its military forces in East Timor for six to 12 months. He also attacked nations that had urged an early withdrawal of peacekeepers over the past four years.

In remarks directed primarily at the US, Japan and Australia, Mr Annan said the violence in East Timor reflected shortcomings not only on the part of the Timorese leadership but also on the part of the international community in inadequately sustaining the country's nation-building process.

"There is a lesson here for all of us," he said. "We (the UN Secretariat) had indicated that the UN should remain in East Timor a bit longer, but governments - some governments - were quite keen that we scale back as quickly as possible."

.

Obrigada, Margarida

Tradução:

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Mensagem do Presidente da Fretilin

Aos membros do Partido e ao Povo

Hoje, em 12 de Junho, eu, Lu Olo, Presidente da FRETILIN, através desta mensagem transmito a todos os membros e simpatizantes da FRETILIN espalhados pelos 13 distritos de Timor-Leste, que:

Timor-Leste está a atravessar uma enorme crise. Por esta razão, a FRETILIN a maior organização politica em Timor-Leste com o apoio de membros individuais deve examinar cuidadosamente,

a) porque é que ocorreu esta crise?

b) como é que ela ocorreu?

c) e como é que todos nós juntos nos podemos livrar desta aflição de modo a que nos possamos unir mais uma vez para estabelecer e desenvolver a paz e a estabilidade – a única condição que pode garantir a redução da pobreza e da ignorância de modo a potenciar o desenvolvimento em Timor-Leste.

Em relação à situação corrente, a FRETILIN mantém que:

1) Do Sul ao Norte, do Oeste para o Leste, somos todos Timorenses do Leste.

2) O Povo Maubere foi o único povo responsável pela condução das tarefas diferentes na frente clandestina, na frente armada e na frente diplomática e para que tivéssemos sido capazes de restaurar a nosso independência em 20 de Maio de 2002. Quando lutámos pela nossa independência nacional e restaurámos o nosso Estado – a República Democrática de Timor-Leste, todos nós mostrámos ao mundo inteiro a nossa determinação, a nossa unidade nacional e a nossa identidade como um Povo.

3) Como a maior força política em Timor-Leste, a FRETILIN está consciente da sua responsabilidade e dever de manter e promover a democracia em Timor-Leste em harmonia com a Constituição da RDTL. No seu segundo Congresso, a FRETILIN ensinou aos seus membros para observar maneiras diferentes de eleger delegados e os líderes do partido em linha com a lei dos partidos políticos e o Estatuto da FRETILIN. O Congresso fortaleceu a vida institucional da FRETILIN e teve o maior valor porque consentiu processos democráticos importantes e contribuiu para o reforço da democracia no nosso país. As decisões tomadas no segundo Congresso são válidas por cinco anos.

Durante o Congresso, 97% dos delegados re-instalaram o camarada Lu-Olo como Presidente e o camarada Mari Alkatiri como Secretário-Geral. O Congresso também elegeu os membros do Comité Central da FRETILIN que superintenderão as tarefas do partido durante os próximos cinco anos. No Domingo passado, dia 4 de Junho de 2006, o CCF instituíu a Comissão Política Nacional, um órgão com os poderes de tomar decisões e levar à prática as directivas do Comité Central.

De acordo com a lei dos partidos políticos, a FRETILIN tem o direito de eleger os seus próprios líderes. Assim, cada Timorense do Leste, individuais ou membros doutros partidos políticos devem aceitar as decisões da FRETILIN.


De modo a encontrar uma solução para esta crise a FRETILIN apela:

Primeiro a todos os seus membros:

- Que continuem a apoiar a liderança da FRETILIN – o Presidente, Camarada Lu Olo e o Secretário-Geral, Camarada Mari Alkatiri;

- Que criem e fortaleçam as estruturas da FRETILIN para fazerem a vigilância no âmbito das suas vizinhanças;

- Que evitem cair em manipulações cometidas por outros com o objectivo de depor o nosso Governo Constitucional através de petições, demonstrações ou outras manobras contrárias à Constituição da RDTL.

Ao povo:

Primeiro que tudo, a FRETILIN transmite as suas melhores saudações porque mesmo se vivemos na amargura, a vasta maioria do Povo Maubere sabe melhor viver em paz e continua a trabalhar para promover o desenvolvimento no nosso país. Eles continuam a estar alertas e a serem tolerantes.

- a FRETILIN apela ao Povo para não acreditar em rumores que estão a ser espalhados por indivíduos irresponsáveis para criar a confusão e instalar medo no seio do povo.

Também queremos garantir a cada um dos Timorenses do Leste que a FRETILIN, um partido político legalmente estabelecido, nunca distribuiu armas aos seus membros ou simpatizantes para intimidar as pessoas ou para matar alguém. A FRETILIN está confiante que vencerá as próximas eleições gerais e portanto não precisa de distribuir armas para ganhar o poder. A FRETILIN não tem nenhumas armas e não precisa de armas para fazer política.

A FRETILIN tem a sua própria história quando resistiu contra as forças de ocupação indonésias para que nos pudéssemos tornar independentes. Durante a resistência, a FRETILIN tomou ela própria a decisão de separar as FALINTIL da FRETILIN. Como resultado, hoje a FALINTIL são as Forças Armadas do povo de Timor-Leste. Deste modo, a FRETILIN nunca acolheria qualquer intenção, fosse qual fosse, para usar a violência para intimidar o povo.

A FRETILIN apela a todas as pessoas que tenham armas em seu poder para as entregarem às autoridades de acordo com as instruções do Presidente da República e do Primeiro-Ministro.

Quando toda a gente tiver entregue as suas armas, o povo sentir-se-à seguro, regressará às suas casas e viverá em paz.

Para os outros partidos politicos:

- A FRETILIN apela aos seus líderes e aos seus membros para respeitarem a legalidade constitucional que vem da Constituição da RDTL de modo a podermos desenvolver a democracia e a paz no nosso país.

- A FRETILIN também apela aos outros partidos políticos para desenvolverem as suas responsabilidades com paz de modo a que todos possamos contribuir para as eleições gerais democráticas que serão realizadas no nosso país em 2007.

.

Dos leitores. E nós apoiamos.

Obrigado pelo esforço Margarida. Timor agradece e a comunidade lusófona em particular.Timor tem de caminhar o caminho...
Bem haja.
O Caminhante


E nós aproveitamos, para uma vez mais agradecer à Margarida que tem traduzido muitos artigos.

OBRIGADO, MARGARIDA!
.

American Doctor Feels Pain of East Timor

Niagara Gazette
15.06.2006
By ROD McGUIRK The Associated Press
DILI, East Timor

Dan Murphy came to help East Timor's people as they built a nation, and watching the country's return to violence and chaos has been painful.

The Iowa-born doctor opened a medical clinic in Dili in 1999, at the height of the scorched-earth aftermath of East Timor's independence ballot. It has given him a unique vantage point to follow the country's progress after decades of Indonesian rule.

"I used to say things have improved; I'm not doing any more bullet wounds," the lanky 61-year-old told The Associated Press while examining a patient for a chest complaint. "But now we've seen more bullet wounds over the last couple of weeks, so that's a little bit disconcerting."
Murphy wears a baseball cap as he sees patients in his clinic, now the busiest in East Timor with 300 patients a day.

Despite his relaxed demeanor and informal bedside manner, Murphy has been dismayed as violence surged in the last month with clashes between dismissed soldiers and loyalist forces that gave way to gang warfare. At least 30 people have been killed and tens of thousands have been forced to flee.

The University of Iowa graduate hopes the violence is an aberration, but he can't be sure.
"I wish that this hadn't happened. This is a big setback for East Timor," said Murphy. "When you know the people, it hurts. These are people who have suffered enough."

"It's painful because you hope that doesn't become an established pattern," he said.

Murphy gave up his medical practice treating heroin addicts, immigrant factory workers and other poor patients in Cedar Falls, Iowa, in 1998 after the fall of Indonesian dictator Suharto gave him hope for change in East Timor, an Indonesian province since a bloody invasion in 1975.
His charity Bairo Pite Clinic was built in a neighborhood razed by the retreating Indonesian military and their proxy militias in a frenzy of violence after the U.N. independence ballot in 1999.

The neighborhood has been hit hard by the recent violence, much of it between gangs of young men from the country's east against those from the west.

The government's response to the crisis has also pitted President Xanana Gusmao against Prime Minister Mari Alkatiri, as many have blamed the prime minister for sparking the violence by firing 600 soldiers who claimed discrimination and later took up arms.

Murphy believes the regional divides in East Timor are no more bitter than petty parochial rivalries around the world.

But he suspects that the tensions have been exploited for political purposes. And he also believes the oil and natural gas reserves under the sea bed between East Timor and Australia partly explain the international interest in finding a solution.

"Oil drives everybody," Murphy said.

The doctor chooses not to blame any individual, but he says the country needs good leadership to keep the violence from becoming an intractable problem.

"We want East Timor to be an example for the rest of the world of how people can get along," Murphy said. "That's the dream of people like me who come into a place like this."

© 2005 Associated Press.

Obrigada, Margarida

Tradução:

Calorosa recepção a RAMOS-HORTA em SAME e ALAS

O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Dr José Ramos-Horta, acompanhado pelo Secretário Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nelson Santos, visitou hoje as cidades de Same e Alas onde foi calorosamente recebido pelas autoridades locais e populações.
Os funcionários do Ministério dos Estrangeiros, Licínio Branco e Roberto Nunes, viajaram para essas localidades no dia anterior, para ajudar a organizar a visita.

Em Same, uma região rica em café com enorme potencial agrícola, ele encontrou-se com o Administrador do Distrito Filomeno Tilman e membros locais de partidos políticos chave.
Dadas as tensões políticas correntes a nível nacional, é compreensível que haja alguma tensão a nível local entre os membros dos partidos Fretilin, PD e PSD, que levam a acusações mútuas de conduta inconveniente,” disse o Ministro Ramos-Horta.

Um assunto particular, foi a alegação contra alguns membros da Fretilin que tinham recebido armas durante o Congresso da Fretilin que teve lugar em Dili e que as trouxeram para Manufahe (Same).

O Dr Ramos-Horta que é também o fundador da Fundação Paz e Democracia (PDF) uma organização não-governamental, não-partidária, atribuiu ao coordenador do PDF do distrito, Quintano Massa, um respeitado membro da comunidade na região, a tarefa de facilitar a discussão entre as autoridades do Estado, os Chefes Tradicionais e os partidos políticos locais.

A seguir ao encontro com funcionários e membros dos partidos, o Ministro Ramos-Horta dirigiu-se mais de mil pessoas que, como em todo o lado que ele tem visitado em tempos recentes, deram-lhe as boas-vindas entusiasticamente.

Na sua intervenção o Ministro apelou à unidade nacional, à rejeição das acções de alguns com o objectivo de dividir a sociedade Timorense e congratulou as autoridades locais, incluindo a PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) por manter o funcionamento dos serviços e em geral a tranquilidade da área.

“Só um diálogo permanente, especialmente nesta fase critica, permitirá clarificar dúvidas, dissipar rumores e aliviar tensões no interior da sociedade de Same,” Dr Ramos-Horta sublinhou à multidão.
Depois da visita a Same, o Ministro viajou para o sub-distrito de Alas, uma das regiões mais isoladas e bonitas de Timor-Leste. As boas-vindas em Alas foi entusiastica e dada com muita genuína afeição humana.

“Pode ser a primeira vez na minha vida que visitei esta localidade, mas não será a última e prometo regressar em breve,” o Ministro disse ao povo.

O Ministro Ramos-Horta disse que tanto em Same como em Alas as preocupações levantadas foram idênticas.
“As pessoas estão preocupadas com a situação em Dili, querem que a verdade seja dita, e querem que as pessoas assumam a responsabilidade para o que está a acontecer,” Dr Ramos-Horta said.

Na sua intervenção ele explicou o processo para o diálogo inclusivo; o estabelecimento de uma Comissão Especial de Inquérito independente pela ONU para investigar e relatar sobre alegações de violações criminais e de direitos humanos durante o período de Abril, Maio, com referência aos incidentes particulares de 28-29 Abril, 23-24-25 Maio; a presença de forças militares internacionais em Timor-Leste e a próxima nova missão da ONU a seguir à da UNOTIL.

O Dr Ramos-Horta disse que como em todos os lugares que visitou como Ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro da Defesa, a população deu as boas-vindas calorosas às forças internacionais militares e policiais e que aconteceu o mesmo em Same e Alas.

Na sua chegada a Dili, a meio da tarde, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, visitou as novas instalações do jornal Suara Timor Lorosae para observar as condições de segurança pedidas pela administração do jornal.

Esta manhã o Ministro Ramos-Horta encontrou-se com um grupo de comandantes da força conjunta, a que também assistiu o Ministro do Interior Alcino Barris para acompanhar a situação em certas áreas de Dili e discutir algumas iniciativas operacionais.

Obrigada, Margarida

Tradução:

A Austrália rejeita o controlo de Timor pela ONU
The Sydney Morning Herald

Mark Coultan Herald Correspondent in New York and agencies
June 15, 2006

A Austrália assinalou a sua oposição a uma força da ONU que tome o lugar da missão de manutenção de paz das quatro-nações mas defendeu que um oficial de polícia internacional tome o comando do policiamento no país com problemas.
O Embaixador da Austrália na ONU, Robert Hill, disse ao Conselho de Segurança que seria melhor para a ONU focalizar-se noutros assuntos, tais como as necessidades de longo–termo de Timor-Leste, enquanto que a força multinacional, liderada pela Austrália, tomaria conta da segurança.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Jose Ramos Horta, num dicurso que foi lido em seu nome no Conselho de Segurança, disse que uma força da ONU era essencial para "reduzir tensões politicas e diplomáticas ".
E disse que devia haver mais países envolvidos, tais como as Ilhas Fiji, Singapure e a Tailândia.
O SG da ONU, Kofi Annan, disse que havia uma lição para ser aprendida na recente violência acerda da retirada demasiado cedo de democracias frágeis.
Washington tinha pressionado o Conselho de Segurança para reduzir as suas operações de manutenção de paz em Timor-Leste.
"Para o médio termo, temos de co-habitar o teatro com as forças internacionais de quatro países e nós, e eventualmente trabalhar um arranjo onde uma força transformada da ONU tome a liderança," disse Mr Annan.
Ele disse que a Austrália tinha indicado que " provavelmente ficaria lá de seis meses a um ano ", mas com os Timorenses a indicar que tal seria requerido por ao menos essa duração, a Austrália viu a necessidade para um " limite de tempo para [a sua] estadia".
Mr Annan disse que, em termos militares, não esperava ver forças da ONU no terreno por outros seis meses.
Mr Hill disse que em vez de liderar uma força de segurança, a ONU deveria concentrar-se em tentar uma reconciliação entre facções em guerra, investigando as mortes que ocorreram e tentando restaurar a confiança do povo, particularmente dos que estão nos campos de refugiados.
A longo termo, as forças de segurança terão que ser reformadas, com consideração cuidadosa dado que uma força de polícia liderada pela ONU terá que interagir com a força local.
Ele disse que era um caso para nomear um estrangeiro como chefe da polícia e ter a ONU a gerir o sistema prisional.
No seu primeiro discurso no parlamento desde que Timor-Leste foi atingido por violência de rua, o Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pareceu distanciar-se da campanha para afastar o seu rival politico, o Primeiro Ministro, Mari Alkatiri, comprometendo-se a sustentar a constituição até o seu mandato expirar no próximo ano. [Mas lá tinham que insistir que PR e PM são rivais políticos...]
Mr Gusmão declarou que como Presidente ele era "um guardião da constituição".
"Continuarei a exercer o dever sagrado de salvaguardar o Estado democrático, com base na regra da lei, até ao fim do meu mandato em Maio de 2007, e fá-lo-ei sem hesitações, e o povo pode estar certo disso," disse.

Dos leitores

Post no Arre Macho. Abraço para todos vós.

Pois é meus amigos, ainda "há mais vida" para além do Mundial de futebol, ainda há Timor...
As coisas vão-se esclarecendo:

1 - Uma linha de força é dizerem mal do Alkatiri. Mesmo entre os jornalistas com mais pruridos, fica bem dizer que no mínimo Alkatiri não teve jeito, não soube lidar com a situação e não tem apoio popular...

Pois bem, de uma forma directa: Alkatiri é culpado de ter negociado as questões do petróleo sem corrupção, sem tirar nenhum proveito pessoal, apenas a pensar no seu povo. É culpado de ter defendido o mar de Timor e o governo da Austrália não gostou. É culpado de ter feito um concurso público para a concessão das explorações petrolíferas (que foi elogiado pelo Banco Mundial... pasme-se!) mas esse concurso não atribuiu nenhuma concessão às companhias petrolíferas australianas e estas não gostaram...

Em 2005, durante semanas houve manifestações organizadas pelos católicos, com apoio do bispo de Dili, contra o Alkatiri, foram no máximo 5.000 pessoas. Nessa altura também se dissse "Abaixo Alkatiri" e também se perguntou onde estava o apoio ao Governo e à Fretilin e ao Alkatiri. Quando acabaram essas manifestações realizou-se um comício da Fretilin (em 20 de Maio de 2005 - há fotos) de apoio ao Governo e a Alkatiri. QUANTOS ERAM? 40.000. Porque não foi mais cedo? para evitar confrontos...

2 - a segunda questão é que a Austrália se assume como força ocupante!
Não é novo, já o fez no passado nas Ilhas Fiji e há bem pouco tempo nas Ilhas Salomão, mas está lá tão longe da Europa que nem reparamos e as notícias dão o que dão... por exemplo ainda alguém se lembra da intervenção americana em Granada e alguém ouviu falar em eleições depois disso?

A Austrália sempre apoiou a ocupação pela Indonésia e com a Indonésia discutia a partilha do petróleo até... que tudo mudou...

A Austrália quer decidir o futuro de Timor, substituir o Governo e o Parlamento, suspender parte da Constituição, liderar todas as forças militares dos diversos países que aí se encontram...
Já se sabe que as tropas Australianas protegem os chamados rebeldes...

Já se sabe que as tropas Australianas queriam pôr em respeitinho a GNR de Portugal...
Já se sabe que agora as tropas australianas invadiram uma casa onde estavam médicos... cubanos...

Já se sabe que querem um outro tipo de leis em Timor... A Austrália, mais a Inglaterra e os Estados Unidos têm um tipo de justiça diferente do resto do mundo (os juristas que expliquem), não têm o direito romano... e Timor seguiu os critérios da justiça internacional, fez a sua constituição, está a fazer os seus códigos, civil, penal, etc...mas não é à moda da Austrália, também por isso (mas não só) o governo australiano quer "substituir o aparelho judicial em Timor", os tribunais em Timor e juristas (que por acaso até estão lá em missão da ONU e são portugueses e brasileiros...e etc.)...

O Tribunal de Recurso e os outros Tribunais de Timor foram destruídos e vandalizados, o que não foi furtado foi destruído! E por exemplo foram roubados os PROCESSOS DOS CRIMES DE 1999 que ocorreram após o referendo! e a tropa australiana deixou ocorrrer esse saque e destruição... porquê? adivinhem!

Acho que a questão essencial que agora se decide é se as tropas internacionais vão ficar sob a direcção da ONU ou sob a direcção da tropa que já está no terreno, isto é Austrália - há uma grande diferença e uma profunda influência quanto ao futuro...

Antes de terminar quero ainda referir duas notas:

- o profundo apreço pelos portugueses que estão em Timor e que nenhum saiu voluntariamente! Mas queriam que saissem, reparem que logo nos primeiros incidentes os Estados Unidos fizeram deslocar um avião para retirar os americanos e ofereceram lugares à embaixada portuguesa para saírem portugueses...depois eram as imagens dos australianos a sair... e os portugueses aguentaram bem. Parabéns para o pessoal que está por lá!

- os jornalistas estão a baralhar muitas notícias, por exemplo dizia o Público que alguns rebeldes tinham ocupado a fazenda Algarve "de Mário Carrascalão", bem a fazenda é do João Carrascalão ( a quem foi assassinado um filho em 1999 e está enterrado nessa herdade), o seu irmão Mário foi o último Governador pelos Indonésios, e os dois irmãos nem se falavam por esse motivo. Será por acaso essa confusão entre Mário e João? O João não é Fretilin mas tem cooperado com o Governo, por exemplo foi nomeado Presidente do Comité Olímpico de Timor...

O texto vai longo, acho que vale a pena continuar a esclarecer e a denunciar o que se passa em Timor, se acharem que o texto vale alguma coisa, divulguem por favor.

Um abraço.
Vasco Paiva

Obrigada, Margarida

Tradução:
O rapinanço de Timor-Leste

AGORAVOX
14.06.2006

Se foi alguma vez a Timor-Leste sabe como o país é pobre.

Eu fui lá depois de passar algumas semanas na hedonistica Kuta, e o choque cultural é quase tanto se voar de Singapura para Jakarta.

Colonizado pelos Portugueses e depois mais tarde pelos Indonésios, os Timorenses sobrevivem basicamente da agricultura de subsistência. Não há indústria de que se possa falar. O GDP per capita é somente de US$400, e isso vê-se. A maioria dos Timorenses vestem-se com farrapos e pode-se ver má-nutrição em todo o lado.

E depois há US$30 biliões sentados no Mar de Timor que separa Timor-Leste e a Austrália.

Mas adivinhem?

Timor-Leste não vai obter a parte justa que lhe compete.

E porquê? Porque os Australianos reivindicam que a fronteira marítima entre os dois países está muito mais perto de Timor-Leste do que da Austrália.

Mas como é que isso pode ser justo? Certamente que qualquer pessoa com o mínimo de senso concordaria que a fronteira marítima deve ser traçada equidistantemente entre os dois países de acordo com a lei internacional

Mas Howard não segue tal lógica. E então o governo Australiano reconhece Timor-Leste como uma nação soberana mas só aceita a fronteira marítima que traçou com a Indonésia em 1972.

E porquê?

Por causa do petróleo, obviamente.

Porque somente 20.1 por cento da reserva chave da Greater Sunrise cai dentro da conjunta área de desenvolvimento petrolífero inserida no acordo interino de 2002 do Tratado do Mar de Timor entre a Austrália e Timor-Leste. Os outros 79.9 por cento é a parte do Mar de Timor sobre o qual a Austrália reclama jurisdição exclusiva.

Agora dê uma olhada ao mapa outra vez, e pode ver que se a fronteira marítima fosse desenhada equidistantemente entre os dois países então a reserva de Greater Sunrise devia na verdade pertencer a Timor-Leste.

Portanto os Aussies estão basicamente a roubar dos Timorenses empobrecidos.

Até aonde pode ficar doente?

.

Obrigada, Margarida

Timor-Leste deixado ao abandono

AnnanHerald Sun

Adam Harvey
New York15jun06

A comunidade internacional não devia ter saído tão depressa de Timor-Leste, disse ontem o SG da ONU Kofi Annan.

Antes, Mr Annan anunciou planos para uma maior nova missão para a nação com problemas

Mas uma missão da ONU maior do que a força de 2000 guiada pela Austrália levará pelo menos seis meses a preparar, disse Mr Annan.

"Os tristes eventos das recentes semanas reflectem insuficiências não só da parte da liderança Timorense, mas também da parte da comunidade internacional em ter inadequadamente sustentado o processo de construção da nação de Timor-Leste," disse Mr Annan ao Conselho de Segurança da ONU.

Estes comentários vieram quando o governo Timorense deixou claro que não aceita a missão de manutenção de paz guiada e dominada pela Austrália, urgindo em vez disso que peacekeepers doutros países vizinhos sejam enviados para a jovem nação com problemas.

Num discurso lido ao Conselho de Segurança, Jose Ramos-Horta, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa de Timor-Leste, disse que uma força de manutenção da paz da ONU deve substituir a força guiada pelos Australianos, dizendo que tal acção é essencial para reduzir tensões políticas e diplomáticas.

Mr Ramos-Horta disse que a força deve ser alargada para incluir outras nações da Ásia e do Pacifico, tais como as Ilhas Fiji, Singapura e Tailândia.

A sua declaração urgindo um papel mais pequeno dos Australianos chegou quando o nosso Embaixador na ONU, Robert Hill, disse ao Conselho de Segurança que a Austrália esperava "ter um papel chave na liderança " numa futura missão da ONU.

No final de ontem o Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pareceu ter-se distanciado duma campanha para afastar o seu rival político, o Primeiro Ministro Mari Alkatiri.

Mr Gusmão disse ao parlamento que suportaria a constituição até o seu mandato expirar no próximo ano.

Obrigada, Margarida

Tradução:

Gusmão bloqueia pedidos para a remoção do PM
ABC
PM – 4ª feira, 14 Junho , 2006 18:25:13
Reporter: Anne Barker

MARK COLVIN: O Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmao parece ter bloqueado pedidos para a remoção do Primeiro Ministro Mari Alkatiri.

O Presidente Gusmão tem resistido a pressões para suspender a constituição do país, para dissolver o Parlamento e instalar um governo de transição.

Numa declaração no Parlamento da nação esta manhã, o Presidente declarou que sustenta a constituição para salvaguardar a democracia, pelo menos até ao fim do seu termo no próximo ano.Como relata Anne Barker, o anúncio chega quando Timor-Leste começa as suas próprias investigações criminais nas muitas mortes das recentes semanas.

(som de Xanana Gusmão a falar)ANNE BARKER: Foi somente uma curta declaração ante o Parlamento de Timor-Leste, mas as palavras de Xanana Gusmão podem ter implicações de muito maior alcance para esta pequena e frágil nação.

Em Português, ele dirigiu-se aos 88 parlamentares pela primeira vez desde que Timor-Leste caiu no caos mais de um mês atrás.O Presidente Gusmão comparou a crise ao derramamento de sangue de 1999, apesar de numa menor escala.

Ele disse que as semanas de violência tinham causado inaceitável sofrimento e medo e tinham paralisado as instituições do Estado. Mas ficou claro que o Presidente não suporta os que acreditam que a única solução é suspender a constituição de Timor-Leste e dissolver o Parlamento.(som de Xanana Gusmão a falar)

"Incube-me a mim ser o guardião da constituição," disse, "e ser o guardião da constituição significa basicamente salvaguardar o Estado democrático baseado na regra da lei."

"Para a felicidade de alguns e o descontentamento de outros, continuarei a cumprir este dever sagrado até ao fim do meu mandato em Maio de 2007. E fá-lo-ei," disse, "sem receio, e o povo pode ter a certeza disso."

A decisão de Xanana Gusmão será, nas suas próprias palavras, a causa de descontentamento para os muitos oponentes de Mari Alkatiri. (esqueceram-se de dizer que o PR também disse "e contententamento para outros!)

Há alargado ressentimento na comunidade pelo modo como o Primeiro Ministro tem conduzido a crise, e continuadas alegações de que ele esteve envolvido nalgumas das mortes.

Os seus oponentes podem agora só arranjar conforto nas notícias de investigadores da ONU começaram uma investigação criminal às várias mortes.

O Representante Especial da ONU em Timor-Leste, Sukehiro Hasegawa, diz que quatro investigadores ligados ao Gabinete do Procurador-Geral de Timor-Leste examinarão as circunstâncias que rodeiam as mortes de 10 oficiais da polícia num tiroteio no mês passado, e pelo menos de cinco manifestantes em 28 de Abril.

SUKEHIRO HASEGAWA: E eles começaram as suas investigações criminais. Eles fá-lo-ão com o objectivo de estabelecer a responsabilidade dos que são responsáveis.

ANNE BARKER: O que é que acontecerá aos que se descobrir serem os responsáveis pela violência?

SUKEHIRO HASEGAWA: Penso que não podemos presumir o resultado número um das investigações. Penso que a ONU está totalmente comprometida com o princípio da justiça, portanto não me incumbe colocar hipóteses sobre o que poderá acontecer.

ANNE BARKER: Serão julgados?

SUKEHIRO HASEGAWA: Penso que a justiça terá que seguir o seu curso; este é um país com princípios democráticos.

ANNE BARKER: A Comissão de Direitos Humanos da ONU, baseada em Geneva, está a montar o seu próprio inquérito às mortes, e parece (parece? onde é que ele diz isso?) que Mr Hasegawa confirmou hoje que haverá uma investigação às alegações contra Mari Alkatiri de que ele esteve por detrás deste surto de assassinatos.

MARK COLVIN: Anne Barker.

.

Obrigada, Margarida.

Tradução:

Singapura espera que a ONU guie a Missão em Dili

The AustralianPatrick Walters
Junho 15, 2006

SINGAPURA considerará alinhar com qualquer nova operação de manutenção de paz da ONU para ajudar à reconstrução das forças de segurança de Timor-Leste.

Mas em conversações com John Howard ontem, o Primeiro Ministro de Singapura Lee Hsien-Loong deixou claro que qualquer compromisso depende do alcance do mandato da ONU, incluindo o número de países contribuintes para a missão de manutenção de paz.

Não se espera que Singapura contribua para o destacamento liderado pelos Australianos em Timor-Leste, preferindo considerar a participação da ONU.

...

Singapore awaits UN lead on Dili mission

The Australian
Patrick Walters
June 15, 2006

SINGAPORE will consider signing up to any new UN peacekeeping operation to help rebuild East Timor's security forces.

But in talks with John Howard yesterday, Singaporean Prime Minister Lee Hsien-Loong made it clear that any commitment would depend on the scope of the UN mandate, including the number of countries contributing to the peacekeeping mission.

Singapore is not expected to contribute to the Australian-led military deployment in East Timor, preferring to consider participation under the UN.

...

Gusmao blocks calls for PM's removal

ABC
PM - Wednesday, 14 June , 2006 18:25:13
Reporter: Anne Barker

MARK COLVIN: East Timor's President Xanana Gusmao appears to have stymied calls for the removal of the Prime Minister Mari Alkatiri.

President Gusmao has resisted pressure to suspend the country's constitution, to dissolve the Parliament and install a transitional government.

In an address to the nation's Parliament this morning, the President declared he would uphold the constitution to safeguard democracy, at least until his term ends next year.

As Anne Barker reports, the announcement comes as East Timor begins its own criminal investigations into the many violent deaths over recent weeks.

(sound of Xanana Gusmao speaking)

ANNE BARKER: It was only a short address before East Timor's Parliament, but Xanana Gusmao's words could have far-reaching implications for this tiny fragile nation.

In Portuguese, he addressed the nation's 88 parliamentarians for the first time since East Timor descended into chaos more than a month ago.

President Gusmao compared the crisis to the bloodshed of 1999, albeit on a smaller scale.

He said the weeks of violence had caused unacceptable suffering and fear and paralysed state institutions. But it's clear the President did not support those who believe the only solution is to suspend East Timor's constitution and dissolve the Parliament.

(sound of Xanana Gusmao speaking)

"It is incumbent on me to be the guardian of the constitution," he said, "and to be a guardian of the constitution basically means to safeguard the democratic state based on the rule of law."

"To the happiness of some and to the discontent of others, I will continue to fulfil this sacred duty until the end of my mandate in May 2007. And I will do so," he said, "unwaveringly, and the people can be sure of that."

Xanana Gusmao's decision will, in his own words, be a cause of discontent to the many opponents of Mari Alkatiri. There's widespread resentment in the community at the way the Prime Minister has handled the crisis, and continuing allegations that he was involved in some of the deaths.

His opponents can now only take solace in news that United Nations prosecutors have begun a criminal investigation into the various killings.

The UN's Special Representative in East Timor, Sukehiro Hasegawa, says four investigators attached to the Office of East Timor's Prosecutor-General will examine the circumstance surrounding the deaths of 10 police officers in a gunfight last month, and at least five protesters on April the 28th.

SUKEHIRO HASEGAWA: And they have commenced their criminal investigations. They will do so with the view to establishing the accountability of those who are responsible.

ANNE BARKER: What will happen to those who are found to be responsible for the violence?

SUKEHIRO HASEGAWA: I think we cannot presume the outcome of number one the investigations. I think United Nations is totally committed to the principle of justice, therefore it is not incumbent on me to hypothesise what would happen.

ANNE BARKER: So would they be tried?

SUKEHIRO HASEGAWA: I think the course of justice has to take place; this is a democratically principled country.

ANNE BARKER: The United Nations Human Rights Commission, based in Geneva, is setting up its own separate inquiry into the deaths, and Mr Hasegawa appeared to confirm today that there will be an investigation into the allegations against Mari Alkatiri that he was behind the spate of killings.

MARK COLVIN: Anne Barker.

.

Onde é que o Hasegawa diz isso?!

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Timor-Leste: Uma Nova Guerra Fria
por: Maryann Keady
4ª feira 14 Junho 2006

‘Novo Vizinho, Novo Desafio,’ um documento emitido pelo Austrálian Strategic Policy Institute em 2002, sublinha a importância da Austrália para a segurança de Timor-Leste. Também reflecte a importância de Timor-Leste para a segurança da Austrália, e fornece um prisma para ver os últimos desenvolvimentos:

A Austrália tem muito em jogo no futuro do nosso novo vizinho. Altruisticamente desejamos que o povo de Timor-Leste possa ter um futuro próspero e pacífico. Considerando mais os interesses próprios, o seu sucesso ou falhanço afectará directamente as próprias prospectivas da Austrália sobre a segurança. Sérios problemas em Timor-Leste minarão os interesses estratégicos actuais da Austrália na estabilidade da nossa vizinhança próxima.

No momento, o que preocupa a Austrália são as rotas marítimas e as reserves marítimas de petróleo e de gás à volta de Timor-Leste, bem como a entrada visível de um jogador regional: a China.

Quando o aliado da Austrália, os USA, colocaram a Asia Pacific no topo da sua prioridade estratégica no seu Quadrennial Defence Review de 2001, ficou claro para todos os analistas de defesa que o ‘competidor principal’ era a China.

O recentemente emitido relatório annual do Pentagono sobre o poder militar da China diz que o reforço militar da China ‘já alterou o equilíbrio militar na Asia-Pacifico e pode ser uma ameaça para as forças armadas regionais.’ O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês, Liu Jianchao, acusou os USA de exagerar a força militar da China dizendo que é baseada numa ‘mentalidade de Guerra Fria’

E uma ‘Nova Guerra Fria’ é exactamente o que emergiu.

Timor-Leste é apenas um dos países da região apanhados no fogo-cruzado entre dois competidores estratégicos poderosos: China e os USA. Infelizmente para Timor-Leste, está na vizinhança de algumas das rotas marítimas mais cruciais do Pacifico – a mais notável das quais o Estreito de Ombei Wetar Straits, uma passagem de águas-profundas entre os Oceanos Índico e Pacífico, importante para a passagem submarina, que será um vital ‘ponto de estrangulamento’ marítimo em qualquer conflito futuro.

Politicos e comentadores de todos os cambiantes têm sido cândidos acerca do que vêem como dilemas de Timor-Leste em tentar equilibrar-se entre dois gigantes. Da mudança rápida de aliança da China para Taiwan em Kiribati, ao alvo dos habitantes de etnia Chinesa nos distúrbios de Abril em Honiara, o ‘factor China’ está a causar o caos na região. Os locais receiam que as potências hegemónicas regionais - China, USA e Austrália – jogam um papel maior nesta instabilidade do que qualquer desassossego civil orgânico.

Os media Australianos escolheram ignorar a maior, questão estratégica até muito recentemente, permitindo que o Governo Australiano ‘interferisse’ no Pacifico com muito pouco criticismo ou análise independente.

A Austrália continuará a afirmar-se no Pacifico — e dum ponto de vista de defesa racional, isto parece perfeitamente aceitável. O que pode ser contestado é a sabedoria de não interferir antes do conflito, mas somente depois de os chamados “Estados falhados” caírem no caos. Ambas as missões, RAMSI nas Ilhas Solomão e a Operação Astute em Timor-Leste reflectem isso.

Muitas dessas comunidades do Pacifico são pequenas, e é fácil encontrar mãos cheias de testemunhas (ou no meu caso, ser uma testemunha) de distúrbios que podiam ter sido facilmente contidos e tratados. É impossível no caso de Timor-Leste compreender como um gang de jovens desempregados desordeiros protestando contra o seu despedimento das forças armadas puderam emergir como dois gangs rebeldes (com conselheiros da ONU e Australianos presentes durante a confusão) exigindo a remoção do Primeiro Ministro.

Muito tem sido dito na imprensa Australiana acerca de divisões étnicas entre o Leste e o Oeste de Timor-Leste que inflamaram a violência — uma divisão conveniente se se quer usar o caos civil como um pretexto para mandar forças militares e deixar o país debaixo da sua esfera de influência Mas pouco se ouviu acerca desta ter sido a terceira vez que forças internacionais falharam em evitar o povo de Timor-Leste de ser aterrorizado por uma terceira parte. Primeiro, houve o ataque Indonesio em 1999. O Segundo, os distúrbios de 4 de December de 2002 (que levaram aos primeiros apelos da imprensa Australiana para a demissão de Alkatiri, imediatamente antes das negociações do petróleo e do gás). E agora, o caos civil em 2006.

Imediatamente depois do desassossego de 2002, entrevistei testemunhas locais bem como o líder da ONU e das forças Australianas acerca de queixas de que nada tinham feito para parar o caos. Depois de muita investigação, foi-me dito que um representante da ONU foi ‘não-oficialmente’ ao gabinete do Primeiro Ministro Alkatiri pedir-lhe para se demitir, uma resposta interessante a distúrbios civis – e uma que faz uma anedota dos pretensos e apolíticos esforços humanitários da ONU.

Desta vez, a ONU disse que enviará Ian Martin (que foi o Representante Especial da ONU em 1999 quando o pessoal internacional foi evacuado, deixando os Timorenses nas mãos dos militares Indonésios). A questão que não tem sido respondida é como é que a situação pôde ter escalado até aqui? Irão os Timorenses outra vez ouvir palavras vazias dos burocratas acerca de ‘limitações’ para ‘assegurar a sua segurança’?

A grande questão é se a Austrália escolhe permitir que Timor-Leste caia na anarquia ao estilo das ilhas Salomão, possibilitando assim que as suas tropas sejam depois destacadas para este local estratégico.

Richard Woolcott, que foi o Embaixador Australiano em Jakarta na altura da invasão de Timor-Leste em 1975, disse recentemente na ABC Radio que um membro sénior da Administração Bush Administration lhe contou em 2000, que ‘Timor será o vosso Haiti.’

Graças a Sean Leahy.

Muito tem sido escrito acerca de Haiti e da demonização pela imprensa Americana do Presidente Jean-Bertrand Aristide em 2004. A Austrália embarcou numa campanha similar contra Alkatiri. A imprensa Americana chamou a Aristide e ao seu Partido esquerdistas não-reconstruídos cujo modelo era a Revolução Cultural Chinesa. Alkatiri é acusado de ser um ‘Marxist Moçambicano’ – e o seu partido Fretilin ‘comunista’ – apesar do seu modelo ser mais o do Primeiro Ministro da Malásia, Mahathir bin Mohamad do que de mais alguém.

No Haiti, a Oposição teve o apoio do International Republican Institute (IRI) apoiado pelo governo dos USA. O papel dos USA em Timor-Leste não é menos interessante. O IRI, o National Endowment of Democracy e o National Democratic Institute, criaram todos eles programas de ‘democracy’ que financiam a oposição local em Timor-Leste — a mesma oposição que tem boas relações com a Austrália.

A Igreja Católica uma corpo influente em Timor-Leste, também tem estado por detrás da campanha anti-Alkatiri. Os seus protestos em 2005 contra as tentativas de Alkatiri para tornar não-obrigatória a instrução religiosa foram uma indicação perigosa de quanto poderosas essas forças se tinham tornado.

O comentário de Richard Woolcott sobre o Haiti chegou ao mesmo tempo de relatos de testemunhas de tropas Australianas falharem em assegurar a segurança dos locais e inflamou acusações que a Austrália é um actor importante no caos. Fontes locais relatam que antes do pedido de ajuda à Austrália, chegaram dois aviões com pessoal Australiano em roupas não-civis. Conselheiros Australianos foram vistos em encontros com rebeldes e os seus conselheiros locais. Estas acusações requerem mais investigação se se quiser dissipar a suspeita do envolvimento Australiano.

Enquanto que muitos Timorenses compreendem as preocupações de defesa da Austrália na Asia-Pacifico, preocupa-os também que a ‘defesa da Defesa’ permitirá à Austrália dominar esses pequenos países — no caso de Timor-Leste, um país com substanciais reservas de petróleo e de gás que foram o foco de difíceis negociações bilaterais.

Em 7 de Maio, Marí Alkatiri chamou ao recente desassossego um ‘golpe’ — dizendo que ‘os estrangeiros estavam a vir para controlar e dividirTimor-Leste outra vez’ com ‘conselheiros estrangeiros a reunir-se com políticos e a irem às montanhas’ para encontros com os rebeldes. Ele acusou os media Australianos de espalharem rumores de que ele já não era Primeiro Ministro. Numa entrevista comigo na semana passada, ele reiterou-me outra vez que não havia dúvidas que forças ‘no interior e no exterior’ de Timor-Leste estavam por detrás da agitação, e que ninguém o ia forçar a demitir-se com métodos violentos. Ele afirmou que 200,000 o apoiariam nas ruas.

Desde 2002, que a retórica de Alkatiri tem sido ‘eles que tentem’ e ‘não sem o acordo da Fretilin’ Em entrevistas, ministros do seu Gabinete têm declarado abertamente que outros países ‘querem levantar uma outra bandeira sobre esta nação.’ A implicação tem sido sempre dirigida à Austrália.

Mas quando funcionários dos USA começaram a encontrar-se com funcionários judiciários de Timor-Leste em 2003, ficou claro que maiores esforços internacionais vinham a caminho. O Primeiro Ministro disse na altura que os funcionários judiciários estavam a interferir ‘politicamente’ no país. Privadamente, oficiais de Alkatiri declararam no mês passado: ‘eles tentaram com os protestos da Igreja, agora estão a tentar desalojá-lo via Fretilin. Isso não vai resultar. Eles não conhecem este país.’

Os media Australianos não fizeram segredo do que acreditavam devia acontecer em Timor-Leste — em editoriais e em comentários tanto na imprensa como na rádio e televisão pediram a resignação de Alkatiri. Contudo pouco se ouviu da imprensa ou dos apoiantes dos “direitos humanos” de Timor-Leste sobre as consequências de desalojarem Alkatiri inconstitucionalmente.

No interior de Timor-Leste, as pessoas estão cientes dos jogos políticas que estão a ser jogados e o Presidente Xanana Gusmão é visto como um ‘homem da Austrália.’ Se Alkatiri é desalojado através de meios violentos, Gusmão ficará com a indesejável herança de ter expulsado inconstitucionalmente o primeiro líder de Timor-Leste, com o apoio tácito da Austrália.

Isso seria um desastre para Timor-Leste, porque se podia seguir uma guerra política do tipo da do Haiti. Timor-Leste então tornar-se-ia na verdade parte do ‘arco da instabilidade,’um rótulo conveniente para líderes políticos internacionais que esconde a devastação do sofrimento dos locais.

Se a luta actual de Timor-Leste faz parte das políticas da Nova Guerra Fria, então os povos da Asia-Pacifico têm muito a recear — e Canberra tem muito para responder.
.

Díli a uma só voz defende GNR e critica a Austrália

DN
14.06.06
Cadi Fernandes

Díli quer "reduzir as tensões políticas e diplomáticas" causadas pela força militar liderada pela Austrália.

Nesse sentido, defende a presença de um contingente das Nações Unidas, com 870 membros, durante 12 meses, pelo menos, em vez dos soldados australianos. Neste contexto, Portugal terá um papel preponderante, através da GNR.

Estas são, segundo o Financial Times, as principais ideias da mensagem de Ramos-Horta, ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, dirigida ao Conselho de Segurança da ONU (lida, ontem, pelo embaixador José Luís Guterres) e, também, da carta enviada ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu-Olo".

Numa súmula dos dois textos, a ONU (que administrou o país entre 1999 e 2002) e a GNR (que lá tem 127 agentes) são as entidades mais elogiadas pelos responsáveis timorenses, ao contrário das forças australianas. As respectivas presenças são apontadas como imprescindíveis para "manter a lei e a ordem".

Lisboa já respondeu "presente" a este repto. Como disse António Costa, ministro da Administração Interna português: "Caso venha a ser criada uma missão da ONU, estamos disponíveis para reforçar os efectivos da GNR em Timor-Leste."

Ou seja, após uma fase em que a GNR estava como que subalternizada perante os soldados australianos, é agora elogiada unanimemente em Díli. A comprová-lo, também, refira-se que os deputados timorenses adoptaram uma moção, ontem, defendendo que as forças australianas, malaias e neozelandesas devem retirar-se para um perímetro de segurança à volta da capital, deixando que a GNR actue em toda a Díli "de forma eficiente e sem impedimentos". Tudo porque, como disse o embaixador Guterres, a GNR é "uma força efectiva que a população respeita".

Comissão de inquérito

Numa altura em que, no terreno, os ânimos estão mais aplacados, a ONU encarregou a Alta Comissária para os Direitos do Homem, Louise Arbour, de criar uma comissão de inquérito independente sobre a violência que assolou Timor. Este um pedido de Ramos-Horta e do enviado especial da ONU, Ian Martin, a que Kofi Annan deu, ontem, luz verde.

.

East Timor left in the lurch: Annan

Herald Sun
Adam Harvey
New York
15jun06

THE international community should not have pulled out of East Timor so quickly, UN Secretary General Kofi Annan said yesterday.

Mr Annan earlier announced plans for a major new mission to the troubled nation.
But a UN mission substantially larger than the 2000-strong Australia-led force would take at least six months to prepare, Mr Annan said.

"The sad events of recent weeks reflect shortcomings not only on the part of the Timorese leadership, but also on the part of the international community in inadequately sustaining Timor-Leste's (East Timor's) nation-building process," Mr Annan told the UN Security Council.

Those comments came as the Timorese Government made it clear it would not accept a peacekeeping mission led and dominated by Australia, urging instead that peacekeepers from other neighbouring countries be sent to the troubled young nation.

In a speech read to the Security Council, Jose Ramos-Horta, East Timors foreign and defence minister, said a UN peacekeeping force must replace the Australian-led force, calling such a move essential to reduce political and diplomatic tensions.

Mr Ramos-Horta said the force should be broadened to include other nations from Asia and the Pacific, such as Fiji, Singapore and Thailand.

His statements urging a smaller Australian role came as our ambassador to the UN, Robert Hill, told the Security Council that Australia was looking forward to "undertaking key leadership roles" in a future UN mission.

Late yesterday East Timor's President, Xanana Gusmao, appeared to distance himself from a campaign to oust his political rival, Prime Minister Mari Alkatiri.

Mr Gusmao told parliament he would uphold the constitution until his term expired next year.

.

The East Timor rip-off


AGORAVOX
14.06.2006

If you’ve ever been to East Timor you’ll know what a poor country it is.
I went there after spending a few weeks in hedonistic Kuta, and the culture shock is almost as much as flying from Singapore to Jakarta.

Colonized by both the Portuguese and then later the Indonesians, the Timorese basically survive from subsidence agriculture. There is no real industry to speak of. Per capita GDP is only US$400, and it shows. Most Timorese dress in rags and malnourishment is everywhere to be seen.

And then there is US$30 billion sitting in the Timor Sea separating East Timor and Australia.

But guess what?

East Timor ain’t gonna get its fair share.

And why is that? Because the Australians claim that the maritime boundary between the two countries is a lot closer to East Timor than it is to Aus.

But how can that be fair? Surely any reasonably minded person would agree that the maritime boundary should be drawn equidistant between the two countries in accordance with international law.

But Howard ain’t having any logic. So the Aussie governmentt does acknowledge East Timor as a sovereign nation but will only accept the maritime boundary it drew up with Indonesia back in 1972.

And why is that?

Because of the oil of course.

Because only 20.1 percent of the key Greater Sunrise reservoir falls within the joint petroleum development area set out in the 2002 Timor Sea Treaty interim agreement between Australia and East Timor. The other 79.9 percent is in a part of the Timor Sea over which Australia claims exclusive jurisdiction.

Now take a look at the map again, and you can see that if the maritime boundary were drawn equidistant between the two countries then the Greater Sunrise reservoir should indeed belong to East Timor.

So the Aussies are basically stealing from the impoverished Timorese.

How sick can you get?

.

Declarações de José Luís Guterres

O embaixador junto das Nações Unidas, José Luís Guterres, que desistiu de concorrer à liderança da Fretilin no Congresso, agradece a ajuda humanitária da Indonésia e diz que a demissão de Mari Alkatiri não contribuiria para resolver a situação de Timor-Leste.

Ver artigo no Antara News.

(não é possível fazer copy/paste deste artigo)
.

Dos leitores

"I wish to place on public record a sincere thank you to the SRSG H.E. Sukehiro Hasegawa, for his good work during the current crisis. Mr. Hasegawa has also served the people of Timor-Leste in an exemplary and selfless manner and he has a special place in our hearts, as indeed do our friends from Japan, Mr. Hasegawa’s home country, who have made a great contribution to our country."

Não será um pouco excesivo depois dos "afirmados sucessos" pelo Sr. Hasegawa na formação da PNTL?!

O próprio Kofi Annan admite que a ONU tem que reconhecer a parte da sua responsabilidade no falhanço do funcionamento das Instituições?

Ou o Sr. Ministro está a tentar tapor o sol com a peneira e assegurar o "lugarzito" do Senhor Hasegawa?

A permanência do Senhor Hasegawa como SRSG em Timor talvez inspire a designação da nova missão que mais uma vez será INUTIL!

.

Austrália rejeita capacetes azuis para Timor-Leste

Australia rejects UN Timor control
The Sydney Morning Herald
Mark Coultan Herald Correspondent in New York and agencies
June 15, 2006

AUSTRALIA has signalled its opposition to a United Nations force taking over the four-nation peacekeeping mission but has called for an international police officer to take over the running of policing in the troubled country.

Australia's ambassador to the UN, Robert Hill, told the Security Council it would be better for the UN to focus on other issues, such as East Timor's longer-term needs, while the multinational force, led by Australia, took care of security.

East Timor's Foreign Minister, Jose Ramos Horta, in a speech read on his behalf to the Security Council, said a UN force was essential to "reduce political and diplomatic tensions".

He said there should be more countries involved, such as Fiji, Singapore and Thailand.

The UN Secretary-General, Kofi Annan, said there was a lesson to be learnt in the recent violence about withdrawing too early from fragile democracies.

Washington had pressured the Security Council to scale back its peacekeeping operations in East Timor.

"For the medium term, we will have to cohabit the theatre with the international forces from the four countries and us, but eventually work out an arrangement where a transformed UN force takes over," Mr Annan said.

He said Australia had indicated it would " probably be there for about six months to a year", but with the East Timorese indicating it would be required for at least that long, Australia saw a need for a "time limit for [its] stay".

Mr Annan said that, in military terms, he did not expect to see UN forces on the ground for another six months.

Mr Hill said that instead of leading a security force, the UN should concentrate on attempting a reconciliation between warring factions, investigating the deaths that had occurred and trying to restore the confidence of the people, particularly those in refugee camps.

In the longer term, the security forces had to be reformed, with careful consideration given to how a UN-led police force would interact with the local force.

He said there was a case for appointing a foreign national as police chief and having the UN run the prison system.

In his first speech to parliament since East Timor was hit by street violence, East Timor's President, Xanana Gusmao, appeared to distance himself from a campaign to oust his political rival, the Prime Minister, Mari Alkatiri, vowing to uphold the constitution until his term expired next year. [Mas lá tinham que insistir que PR e PM são rivais políticos...]

Mr Gusmao declared that as President he was "a guardian of the constitution".

"I will continue to fulfil the sacred duty of safeguarding the democratic state, based on the rule of law, until the end of my mandate in May 2007, and I will do so unwaveringly, and the people can be sure of that," he said.

.

Dos leitores

Vamos lá a ver se nos entendemos.

Estamos em Timor-Leste, há que compreender o meio.

Toda a gente fala ao telefone, toda a gente manda SMSs, que logo à partida podem ser forjados.(*)

E toda a gente é de algum modo familiar de alguém.

Passamos a rectificar.

A fazenda onde estava (ou ainda está) o grupo do Rai Los é a fazenda Abrantes que pertence ao Mário Carrascalão, e não a fazenda Algarve, que pertence a todos os irmãos Carrascalão.

O irmão de Mari Alkatiri não forneceu armas ao governo, como diz a reportagem da RTP.Quem forneceu armas ao governo, (por ter ganho o respectivo concurso público) foi um sobrinho do Mário Carrascalão (Presidente do PSD), João Carrascalão (Presidente da UDT), Natália Carrascalão (ex-deputada em Portugal do PSD) e Ângela Carrascalão(semanário Lia Fon e militante da UDT) e dos outros irmãos e irmãs Carrascalão.

Este sobrinho é noivo (ou já marido) da filha do dono do restaurante Maubere, que é irmão da Lígia de Jesus, que é chefe de gabinete do Ministro Ramos-Horta.

Confuso? Não.

Mas aqui há muito fumo nem fogo, infelizmente ao contrário do que se passa em muitos bairros de Dili.

São é todos parentes o que não se presta a conclusões fáceis como as da RTP...

(*) Para se alterar o remetente de uma mensagem de SMS basta utilizar o serviço de alguns sites menos escrupulosos. Ou então utilizar no corpo da mensagem de texto um código. *XXX# seguido do nº que se quer que apareça como remetente.

(por razões óbvias e para evitar o caos que seria, omito o código correcto.)

.

Comunicado à Imprensa - MNE

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO
MEDIA RELEASE
13 June 2006


WARM WELCOME FOR RAMOS-HORTA IN SAME AND ALAS

The Minister for Foreign Affairs and Cooperation, Dr José Ramos-Horta, accompanied by the Secretary General of the Ministry of Foreign Affairs, Nelson Santos, today visited the cities of Same and Alas where he was warmly received by the local authorities and populations.

Foreign Ministry Officials, Licínio Branco and Roberto Nunes, travelled to those localities the previous day, to help organise the visit.

In Same, a coffee-rich region with enormous agricultural potential, he met with the District Administrator Filomeno Tilman and local members of key political parties.

“Given the current political tensions at national level, it is understandable there was some tension at local level between the party members of Fretilin, PD and PSD, which led to mutual accusations of unbecoming behaviour,” Minister Ramos-Horta said.

One particular issue, was the allegation against some Fretilin members that they had received weapons during the Fretilin Congress held in Dili and took them back to Manufahe (Same).

Dr Ramos-Horta who is also the founder of the non-government, non-partisan, Peace and Democracy Foundation (PDF), assigned the district PDF coordinator, Quintano Massa, a well respected community member in the region, to facilitate discussion between State authorities, Traditional Chiefs and the local political parties.

Following the meetings with officials and party members, Minister Ramos-Horta addressed more than one thousand people who, like everywhere where he has visited in recent times, enthusiastically welcomed him.

In his address the Minister appealed to national unity, rejection of actions by some designed to divide the Timorese society and congratulated the local authorities, including PNTL (National Police of Timor-Leste) for maintaining the services functioning and in general tranquility in the area.

“Only a permanent dialogue, specially in this critical phase, will be able to clarify doubts, dissipate rumours and clear tensions in the midst of the Same society,” Dr Ramos-Horta stressed to the crowd.

After the visit to Same, the Minister traveled to the sub-district of Alas, one of the most isolated and beautiful regions of Timor-Leste. The welcome in Alas was enthusiastic and given with much genuine human affection.

“It might be the very first time in my life that I have visited this locality, but it won’t be the last and promised to return soon,” the Minister told the people.

Minister Ramos-Horta said that in both Same and Alas the concerns raised were identical.

“People are concerned about the situation in Dili, they want the truth to be told, and they want people to assume responsibility for what is happening,” Dr Ramos-Horta said.

In his addresses he explained the process for the all inclusive dialogue; the establishment of an independent Special Inquiry Commission by the UN to investigate and report on allegations of criminal and human rights violations during the period of April, May, with reference to particular incidents of 28-29 April, 23-24-25 May; the presence of the international military forces in Timor-Leste and the next new mission of the UN following on from UNOTIL.

Dr Ramos-Horta said that as in all places he has visited as Minister for Foreign Affairs and Minister for Defence, the population has warmly welcomed the international military and police forces and it was the same in Same and Alas.

On his arrival at Dili, mid afternoon, the Minister for Foreign Affairs, visited the new headquarters of the newspaper Suara Timor Lorosae to observe the security conditions required by the management of the newspaper.

This morning Minister Ramos-Horta met with a group of commanders from the joint task force, also attended by Interior Minister Alcino Barris to assess the situation in certain areas of Dili and to discuss some operational initiatives.

.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.