segunda-feira, agosto 21, 2006

Dos leitores

Da Margarida:

A democracia passa por eleições periódicas mas passa principalmente por as minorias respeitarem as decisões da maioria e de quem foi eleito para governar - critiquem-nas, apresentem alternativas nas instituições – mas não tentem fora das instituições e ao arrepio da lei e da ordem subvertê-las como aconteceu.

Pergunta como é que foi possível o PM Alkatiri ter permitido que o então Ministro dos Estrangeiros e da Defesa o criticasse na praça pública e não o tivesse demitido? Ele na altura explicou isso até com uma certa piada dizendo que RH tem três personalidades, a de ministro dos Estrangeiros, Nobel da Paz e da pessoa e que apreciava mais a de Nobel da paz.

E lembra-se perfeitamente que essas críticas começaram em finais de Maio, quando Ramos Horta se multiplicou em declarações – a órgãos de comunicação estrangeiros, em especial australianos –, garantindo que o executivo de Alkatiri “praticamente não está a funcionar” e que “muitos” desejavam o afastamento do primeiro-ministro. Isto é quando ele e o PR já estavam com as costas bem protegidas pelos soldados Australianos exactamente os mesmos que permitiram que mais de mil residências dos Timorenses fossem queimadas bem como sedes da Fretilin e quando Xanana se multiplicava em provocações nomeadamente contra o então PM e não escondia que pretendia a sua remoção do cargo e só a conseguiu com a chantagem do ou resignas tu, ou resigno eu. E chama agora a esta atitude responsável e tolerante de Alkatiri de “não séria”? Irresponsáveis, provocatórias e inflamatórias foram as atitudes do Ramos-Hosta e do Xanana, mas o então PM tinha que segurar o barco, manter as instituições democráticas a funcionar e evitar que o poder caísse na rua e conseguiu-o: o governo da Fretilin e o Parlamento Nacional ambos continuam em função.

Quanto ao Plano de Desenvolvimento Nacional (como sabe até pelo Banco Mundial foi elogiado em Abril deste ano) é o documento base de definição da política do Governo da Fretilin, (o seu objectivo é a redução do número de pobres em 2020) foi com base nele que o Orçamento para o ano fiscal de 2006/07 foi elaborado e aprovado na semana passada somente com os votos contra do PD e a abstenção da UDC/PDC além da ausência do PSD. Isto é, o reconhecimento da sua importância ultrapassada largamente as bases da Fretilin e as fronteiras de TL.

Quanto ao objectivo da dívida zero, se perguntasse a opinião aos argentinos, brasileiros e mexicanos talvez eles lhes explicassem os malefícios dos empréstimos externos, mas como sabe e graças à notável negociação de Alkatiri no Mar de Timor e ao Fundo de Petróleo, para investimentos (400 obras no ano fiscal de 2006/7) felizmente há dinheiro, houve até um aumento de 122% da verba disponibilizada num total de 315 milhões de dólares no Orçamento acabado de aprovar.

Quanto às relações internacionais, o PM Alkatiri seguiu rigorosamente o que a Constituição preconiza, os princípios da independência nacional, da soberania dos povos sobre as suas riquezas e recursos naturais, da integridade territorial, da igualdade entre Estados e da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados. Manteve laços privilegiados com os países de língua portuguesa e laços especiais de amizade e cooperação com os países vizinhos da região.

E por isso mesmo negociou de boa fé com a Austrália a revisão de Tratados absolutamente essenciais para a soberania de TL. E não conheço um único conflito – estéril ou não – que tenha desencadeado com alguém, nomeadamente com a Austrália.

.

De um leitor, e nos apoiamos

VIVAM AS FALINTIL-FDTL!!!

VIVA O GENERAL TAUR MATAN RUAK!!!

VIVA O PASSADO GLORIOSO DAS FALINTIL!!!

VIVA TIMOR-LESTE!!!

.

De um leitor

Meu caro e honrado Mau Seren,

As suas palavras são tão magnânimas exprimindo de toda a sua alma a verdadeira magnanimidade do general Taur Matan Ruak.

Nem ele, nem os combatentes das FALINTIL, nem as próprias F-FDTL como as forças armadas garante da SOBERANIA do país merecem tudo o que lhes está a acontecer!

A sua luta, persistência, abnegação esacrifício com o apoio da população timorense, mostraram ao longo de 26 anos ao mundo que lutar vale a pena e ganharam assim a independência para Timor-Leste. Como então hoje não servem para resolver problemas INTERNOS do país? Só porque existia lá dentro uma meia dúzia de ovos podres para enxovalhar todas as forças armadas? Como as F-FDTL que tão bem conhecem o país, a população, os hábitos e modo de pensar desta já não são suficiententemente boas para resolverem o problema, esperando alguns que uma tropa estrangeira resolva problemas na sua própria casa? Foi por isso que as F-FDTL ficaram acantonadas, para não poderem defendeer a SOBERANIA do país?

Que grande tristeza fizeram vocês, alguns líderes, juntamente com aqueles ignorantes que vos aconselharam a isso. Tristeza!

Vocês, os supra-citados devem muito bem lavar a vossa cara, talvez a água límpida consiga tirar manchas de sangue dos militares, dos polícias e das populações mortas e victimizadas! Ou melhor, consultem um padre, que vender a sua própria patria não é apenas um crime gravíssimo, mas significa também a vossa própria NULIDADE e miserabilismo!

.

Dos leitores

O que se passa afinal?
Porque é que não aconteceu o "milagre" após a queda de Alkatiri?!
E então onde estão os que se assumiram como "salvadores da pátria" e do povo martirizado?

...

A opinião era unânime, estavam todos de acordo (PR, Ramos Horta, oposição, Igreja, Austrália, Hasegawa) - A crise seria resolvida com a queda de Alkatiri.

E agora? A que se deve a crise?

.

25 held in Timor after Aussie assault

Herald Sun

From correspondents in Dili

August 21, 2006 07:36pm
Article from: Agence France-Presse

INTERNATIONAL police in East Timor said today they had detained 25 people after an Australian police officer was assaulted and six homes were burned in the latest unrest in the capital.

“The trouble at Fatuhada on Saturday included an incident where an Australian police officer was cornered and kicked by local gang members,” Australian Federal Police superintendent Tim Dahlstrom said.

Twenty-five people were detained for carrying weapons and rioting, including a government worker who was arrested for assaulting the officer.

The weapons included slingshots, darts, spears and knives, he said.

Supt Dahlstrom rejected local reports that 50 houses were burned and some 1500 youths were involved, saying six houses and a shed were torched while 200 people at most had caused the trouble.

“I can assure the people of Dili that the situation has not dramatically deteriorated,” he said.

“There were other isolated incidents in other parts of Dili on Saturday, however most of Dili was peaceful and the public were going about their normal business.”

Supt Dahlstrom said 268 arrests had been made by international police since they were deployed as part of a 3200-strong peacekeeping force tasked with restoring calm in the strife-torn capital in May.

Infighting among factions in East Timor's tiny military and police, triggered by the dismissal of some 600 deserting soldiers, led to at least 21 deaths and degenerated into ethnic warfare on the streets.

The communal violence pitched youths from East Timor's eastern districts against those from the west.

Saturday's unrest came a day after the United Nations warned of an upsurge of violence in refugee camps, where up to 150,000 people have been seeking shelter in both the capital and outside districts since the violence in May.

Jovens enlouquecidos queimam casas em Timor-Leste

Tradução da Margarida.

The Peninsula
Web posted at: 8/20/2006 3:34:23
Fontes: Agencies
DILI • jovens queimaram várias casas até aos alicerces na capital Timorense ontem, ao mesmo tempo que as tropas tentaram conter o último ataque de desassossego que atingiu o país dividido por disputas, disseram testemunhas.

“Houve cerca de 50 casas queimadas. Havia cerca de 1,000 pessoas que vieram da área do mercado de Comoro e Lurumata,” disse Marito, um residente de 46 anos do bairro de Comoro onde houve batalhas de gangs mais cedo este ano.

Contudo, um polícia Português de declinou identificar-se disse que somente uma mão cheia de casas tinham sido queimadas. “Somente umas quatro ou cinco casas foram queimadas esta manhã, talvez houvesse umas dez desde ontem.”

Ontem à tarde, dois gangs de cerca de 100 jovens armados com projécteis e pedras desceram as ruas de Comoro, partindo as janelas de pelo menos um carro.

Polícias Australianos, Malaios e Portugueses tentaram acalmar a multidão e evitar que os gangs fossem a um campo de deslocados perto do aeroporto, onde milhares se abrigam disse o repórter. Cerca de 150,000 pessoas têm vivido em campos de deslocados, desde Maio, quando residentes em Dili fugiram das suas casas para escapar à violência que destruiu a capital Timorense.

Lutas entre facções dos militares e da polícia desencadearam a violência, que matou pelo menos 21 pessoas e degenerou em luta étnica nas ruas, levando ao destacamento de cerca de 3,200 tropas internacionais. A violência étnica colocou jovens de distritos do leste de Timor-Leste contra os do oeste.

Contudo, Marito disse que não estava claro se os ataques incendiários de ontem visavam um grupo étnico particular. Cerca de 70 membros de forças de segurança Malaios, Australianos e Portugueses patrulharam o bairro procurando jovens armados.

Um oficial de polícia Malaio disse que pelo menos dois jovens, um com uma catana tradicional, tinham sido detidos. “Foram detidas duas pessoas — um por nós, outro pela polícia Australiana,” disse o Sargento Redzuan. A polícia Australiana disse que era difícil antecipar tais ataques.

“A polícia não pode guardar cada casa,” disseTim Dodd, um porta-voz do contingente da polícia Australiana. Ontem a violência veio no dia a seguir à ONU ter avisado dum surto de violência nos campos de deslocados, que levaram milhares dos deslocados a fugirem dos abrigos temporários nas semanas recentes.

Contudo a polícia internacional defendeu a decisão de não colocar tropas em cada um dos campos de deslocados.

“Não faz parte do plano, nunca se pensou posicionar polícias e militares nos campos,” disse Dodd. A ONU disse que estava alarmada pelo número de incidentes violentos recentes nos campos.

Entretanto o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, numa entrevista na Sexta-feira reclamou que Timor-Leste estava no caminho para a estabilidade depois de meses de tumultos políticos e as eleições marcadas para o ano que vem devem realizar-se no calendário previsto. “A calma regressou largamente ao país depois duma vaga de violência, fogo posto e pilhagem de Abril a Junho ter matado pelo menos 20 pessoas. A maioria do caos ocorreu em Dili e à sua volta, a capital da antiga colónia Portuguesa com metade do tamanho da Bélgica,’’ disse.

Mais de 100,000 do país com um milhão de pessoas fugiram das suas casas para campos de deslocados onde a maioria permanece. Tropas e polícias internacionais lideradas pela Austrália com elementos da Malásia, Nova Zelândia e Portugal têm estado a trabalhar para restaurar a ordem.

“Diria que a situação de segurança estabilizou muito, muito, quando comparada com as cenas dramáticas do fim de Maio e Junho apesar de ainda termos bolsas ocasionais de incidentes,” disse Ramos-Horta, de 56 anos.

Previu mais melhorias quando falava no seu gabinete no complexo do governo de estilo colonial frente ao mar. “Tenho esperança de no final de Setembro termos um destacamento completo de polícia internacional com alguns polícias Timorenses, e então podemos pôr mais segurança nalgumas das zonas problemáticas em Dili,” disse Ramos-Horta. Sukehiro Hasegawa, o representante especial do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste disse, por sua vez, na Sexta-feira que era importante tentar tirar as pessoas dos campos antes da estação das chuvas começar. “A chuva começa a cair em Novembro, e estes campos ficarão debaixo de água,” disse.

Tradução da Margarida.

Casas incendiadas em Dili
Posted at 6:04pm on 20 Aug 2006

Várias casas foram queimadas até aos alicerces em Dili, a capital de Timor-Leste, no Sábado.

Centenas de casas em Dili têm estado desocupadas desde Maio quando 150,000 pessoas fugiram dos campos de deslocados para escapar à violência que destruiu a capital Timorense.

Lutas entre facções de militares e polícias desencadearam o desassossego que matou pelo menos 21 pessoas e degenerou em luta étnica nas ruas; levando ao destacamento de cerca de 3,200 tropas internacionais.

Cerca de 70 elementos das forças de segurança Malaios, Australianos e Portugueses patrulharam os bairros, em busca de jovens armados. A polícia Australiana disse que era difícil antecipar tais ataques.

O desassossego veio no dia em que a ONU avisou do ressurgir da violência nos campos de deslocados, levando milhares a fugirem dos abrigos temporários nas últimas semanas.

Copyright © 2006 Radio New Zealand

Dos leitores

...it is completely non sense trying to draw a logic like you did. Lere and others don't look at political parties but only to secure a genuine independence for T-L. They brought in the independence of the territory, Mari was working hardly towards economic, legal, political independence. These are the reasons for Australia to invade T-L and continue pushing for an australia led force, meaning military ocupation. Mr Alexandre Gusmao failed as a statesman, became fragile e trhougt him the invaders and occupiers came.

.

PR Xanana Gusmão convoca Conselho de Estado para terça-feira

Díli, 21 Ago (Lusa) - O presidente timorense convocou o Conselho de Est ado para terça-feira, para analisar a necessidade de prorrogar as medidas de eme rgência decretadas em Maio para tentar travar a violência no país, disse hoje à Lusa fonte da presidência.

De acordo com a mesma fonte, os conselheiros de Xanana Gusmão vão discu tir, a partir das 15:00 de terça-feira, a continuação das medidas decretadas a 3 0 de Maio pelo presidente, na fase mais violenta da crise que afecta Timor-Leste .

Em Julho, o Conselho de Estado pronunciou-se a favor da prorrogação das medidas de emergência até domingo passado (20 de Agosto), prazo que coincidiria com o fim do mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste (UNOTIL).

No entanto, o Conselho de Segurança da ONU decidiu, sexta-feira passada , adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão das Nações Uni das em Timor-Leste, devido a divergências sobre a respectiva componente militar, que a Austrália pretende comandar.

Face ao adiamento da votação, o mandato da UNOTIL foi prolongado até se xta-feira.

As medidas de emergência foram decretadas inicialmente a 30 de Maio, na sequência da grave crise político-militar em Timor-leste, marcada pela desinteg ração da polícia nacional, divisões nas forças armadas e confrontos entre grupos civis rivais, que provocaram três dezenas de mortos e mais de 150 mil deslocado s.

A aplicação das medidas de emergência foi feita com a ajuda de uma forç a militar e policial enviada pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, chamada pelas autoridades timorenses para restaurar a lei e a ordem.

As medidas de emergência prevêem o desarmamento de civis, identificação de pessoas e a garantia da segurança de edifícios públicos e entidades.

JCS.

Dos leitores

The President is out of touch with the people of Timor Leste.

I remember at the beginning of the crisis the President was a proactive figure. He was able to visit various IDP’s, he was brave to come out and meet with pro-FRETILIN supporters and later alongside Ramos Horta both visited Metinaro. The international media reports failed to report the fact that in many of those visits the President there were signs that the President that people began to lose faith in him.

The President fails to console the people who are at living in the camps. He is unable or unwilling to visit them. Those living in the camps are being harrased and as reported even molotov cocktails were thwrown into the camps in front of Obrigado barracks. The longer the President does not act on resolving the Internally Displaced People’s issue he faces greater resentment because he has been unable to ensure the security of the people. Ramos Horta also faces the same predicament as he too has been unable to establish security which was a significant drawcard for the removal of Mari Alkatiri from power.

His non participation at Metinaro is just an example of the continual deterioration of the Presidents influence and trust amongst the people in particular the Military which is a respected institution amongst the people in Timor Leste.

.

Comemorações das FALINTIL

Ontem em Metinaro estiveram presentes nas comemorações das Falintil, ao lado do General Matan Ruak e do Coronel Lere, o Primeiro-Ministro Ramos-Horta, Vice-Primeiro-Ministro Estanislau da Silva, Ministra Ana Pessoa, Ministro José Teixeira, Minsitro dos Transportes, Vice-Ministro dos Transportes e do Interior, assessores militares portugueses e australianos e outros convidados.

Não esteve presente o Presidente da República, o corpo diplomático, nem o representante da UN, Hasegawa.

.

LUSA de novo, informa

A LUSA tem feito um excelente trabalho nos últimos dias. De dia ou de noite somos informados pelo jornalista JCS com o mesmo rigor e profissionalismo de antigamente.

Obrigado, LUSA.

.

Rampaging youths burn down houses in East Timor

The Peninsula
Web posted at: 8/20/2006 3:34:23
Source ::: Agencies
DILI • Youths burnt several houses to the ground in the East Timorese capital yesterday, as peacekeepers tried to contain the latest outbreak of unrest to hit the strife-torn country, eyewitnesses said.

“There were around 50 houses burnt. There was about 1,000 people who came from the Comoro market area and Lurumata,” Marito, a 46-year-old resident of the Comoro neighbourhood where gang battles raged earlier this year said.

However, a Portuguese policeman who declined to give his name said only a handful of houses had been burnt. “Only four to five houses were burnt this morning, so maybe there were 10 houses burnt since yesterday.”

Yesterday afternoon, two gangs of around 100 youths armed with slingshots and rocks descended on the streets of Comoro, smashing the windows of at least one car.

Australian, Malaysian and Portuguese police tried to calm the mob and prevent the gangs from heading towards a nearby airport refugee camp, where thousands are sheltering said the reporter. Up to 150,000 people have been living in refugee camps, since May, when Dili residents fled their homes to escape violence which wracked the East Timorese capital.

Infighting among factions in the military and police sparked the violence, which killed at least 21 people and degenerated into ethnic warfare on the streets, prompting the deployment of around 3,200 international peacekeepers. The ethnic violence pitched youths from East Timor’s eastern districts against those from the west.

However, Marito said it wasn’t clear if yesterday’s arson attacks were targetting a particular ethnic group. Around 70 Malaysian, Australian and Portuguese security forces patrolled the neighbourhoods, searching for armed youths.

A Malaysian police officer said at least two youths, one carrying a traditional long knife, had been detained. “Two people have been detained—one man was just detained by us, and another man was just detained by Australian police,” Sergeant Redzuan said. Australian police said it was difficult to anticipate such attacks.

“Police can’t be guarding every house,” said Tim Dodd, a spokesman for the Australian police contingent. Yesterday’s unrest came one day after the United Nations warned of an upsurge of violence in the refugee camps, causing thousands of refugees to flee the temporary shelters in recent weeks.

However international police defended their decision not to place troops at each of the refugee camps.

“It’s not part of the plan, it’s never been the case that police and military are positioned at the camps,” said Dodd. The UN said it was alarmed by a number of recent violent incidents at the camps.

Meanwhile, Prime Minister Jose Ramos-Horta, in an interview on Friday claimed East Timor was on track towards stability after months of violence and political turmoil, and elections due next year would occur on schedule. “Calm has largely returned to the country after a wave of violence, arson and looting from April to June killed at least 20 people. Most of the chaos occurred in and around Dili, the capital of the former Portuguese colony half the size of Belgium,’’ he said.

More than 100,000 of the country’s million people fled their homes to displaced persons camps where most remain. International troops and police led by Australia with Malaysian, New Zealand and Portuguese elements have been working to restore order.

“I would say that the security situation has much, much stabilised when compared with the dramatic events of end of May and June although we still have occasional pockets of incidents,” Ramos-Horta, 56, said.

He forecast more improvements as he spoke in his office in the colonial-style government complex facing the sea. “I hope that towards the end of September we would have a full deployment of international police, with some Timorese police, and by then we can better secure some of the trouble spots in Dili,” Ramos-Horta said. Sukehiro Hasegawa, the special representative of the UN Secretary-General in East Timor said separately on Friday that it was important to try to get people out of the camps before rainy season starts. “Rain starts falling in November, and these camps will be underwater,” he said.

Dili houses set on fire

Posted at 6:04pm on 20 Aug 2006

Several houses were burned to the ground in the East Timorese capital, Dili, on Saturday.

Hundreds of houses in Dili have been unoccupied since May when 150,000 people fled to refugee camps to escape violence which wracked the East Timorese capital.

Infighting among factions in the military and police sparked unrest, which killed at least 21 people and degenerated into ethnic warfare on the streets; prompting the deployment of around 3,200 international peacekeepers.

Around 70 Malaysian, Australian and Portuguese security forces patrolled the neighbourhoods, searching for armed youths. Australian police said it was difficult to anticipate such attacks.

The unrest came one day after the United Nations warned of an upsurge of violence in the refugee camps, causing thousands of refugees to flee the temporary shelters in recent weeks.

Copyright © 2006 Radio New Zealand

Dos leitores

Só perde esperança quem nunca a teve companheiro, só perde a esperança quem sempre foi guiado pela inêrcia, companheiro, a esperança é algo que nunca nos vão roubar de nós timorenses companheiro…

Quanto aos ‘rasgos de ousadia’ houve um que assim o fez e o mostrou, e foi exactamente por causa disso que os ‘polícias do pacífico’ ou melhor os polícias pacíficos, (já que deixam pilhar, roubar e queimar o que tanto custou a construir) muito fizeram para desmoronar um governo, eleito pelo povo…

Sobre o governo virado para a gestão corrente, isso irmão tem muito a haver com a demagogia e popularismo barato que alguns, (que hoje esfregam o cu na cadeira do poder) sera que é preciso citar nomes? Demagogia?....Popularismo? Um quem não os conhece que os compre, (como fizeram os midia na Austrália).

“ Eles preferem um país pobre, em constante caos, inseguro, sem esperança, porque acreditam que um país assim, eles terão mais chances de o poder dominar.”

Sim irmão, são eles, os que querem que nos transformemos num ‘backyard’, onde nos roubam os recursos naturais e nos dão palmadinhas nas costas, lições de moral e pagam workshops sobre Direitos Humanos, enquanto os verdadeiros donos do seu país morrem esfomeados, embriagados se passeiam pelas ruas, snifando o petróleo que de nós timorenses roubam….

E então companheiro, quem ganha com a instabilidade de Timor? Quem ganha o poder das forças no terreno amigo? Quem tem mais um trunfo na mão nas próximas eleições na Austrália?

GNR deteve quatro jovens que enfrentaram patrulha portuguesa

Díli, 20 Ago (Lusa) - Um grupo de quatro jovens que hoje atacou com pedras, catana e gás de pimenta uma patrulha da GNR foi detido pelos militares portugueses quando se registavam confrontos nas imediações da embaixada dos Estados Unidos em Díli.

De acordo com informações reveladas à agência Lusa pelo capitão Gonçalo Carvalho, comandante da força portuguesa estacionada na capital de Timor-Leste, os quatro jovens "atacaram as viaturas da GNR com pedras, depois fizeram frente à patrulha com uma catana e por fim lançaram gás pimenta", razão pela qual foram detidos e, depois de instaurado o processo, levados para o Centro de Detenção.

Os quatro rapazes, que se envolveram em confrontos nas imediações da embaixada americana, cujo portão principal fica na Avenida de Portugal, a marginal de Díli, serão agora presentes à Justiça timorense que irá decidir as medidas a aplicar.

As detenções feitas pela GNR tiveram lugar antes da polícia australiana ter chegado ao local para tomar conta da situação.

Com notícias de incêndios em pelo menos duas residências no bairro de Comoro - onde sábado foram queimadas pelo menos sete casas - , Gonçalo Carvalho explicou "não ter sido possível ainda confirmar o fogo".

"Não nos foi possível ainda confirmar a veracidade da informação recebida mas estamos a trabalhar no caso", disse ao explicar também que muitas vezes são os próprios moradores das várias zonas a "atear fogo a pneus para proteger o bairro, enquanto outras pessoas pensam tratar-se de mais fogo-posto em casas e dão o alerta para as polícias".

Além dos confrontos entre grupos rivais de jovens, o comandante do sub-agrupamento Bravo da GNR confirmou ainda pelo menos o ataque com pedras a uma viatura de uma organização das Nações Unidas.

Desde que as notícias de confrontos e de fogo-posto foram conhecidas continua a passagem de helicópteros a sobrevoar a zona dos incidentes.

Habitualmente, é durante a noite e a coberto da escuridão das ruas de Díli que os grupos de jovens praticam actos de violência quer atirando pedras a carros quer incendiando casas tentando aproveitar a escuridão para fugirem rapidamente dos locais.

Já no sábado tinham sido registados vários incidentes que se saldaram em pelo menos sete casas queimadas e alguns vidros de viaturas partidos.

Desde o final de Abril, foram mortas três dezenas de pessoas em confrontos entre grupos rivais.

A violência provocou ainda mais de 150 mil deslocados, que vivem em campos improvisados em Díli e fora da capital.

Os novos actos de vandalismo ocorrem numa altura em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas discute ainda o formato da nova missão da ONU em Timor-Leste, que incluirá uma força de segurança.

Sexta-feira passada, o Conselho de Segurança decidiu adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor- Leste, por a Austrália reivindicar o comando da respectiva componente militar, exigência que enfrenta a oposição de alguns países.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, terminava hoje, mas o Conselho de Segurança decidiu prolongá-lo também por uma semana.

Na sequência da crise, Mari Alkatiri, líder do partido maioritário, a FRETILIN, demitiu-se e foi substituído na chefia do Governo por José Ramos-Horta, que exercia no executivo anterior o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

JCS.

Mais casas queimadas em Comoro e pedradas junto a embaixada EUA

Díli, 20 Ago (Lusa) - Grupos de jovens voltaram hoje a queimar pelo menos duas casas e apedrejaram diversos automóveis em Díli mas até ao momento não se registaram vítimas ou detenções, disse à Lusa o comandante da força da GNR em Timor-Leste.

O capitão Gonçalo Carvalho, que se encontra no bairro de Comoro a comandar as operações de busca na tentativa de deter os autores dos incêndios, afirma que há indicações de duas habitações queimadas, mas "só mais tarde será possível" apurar toda a extensão de mais uma noite em que a violência regressou às ruas da capital timorense.

Junto à embaixada dos Estados Unidos, cuja entrada principal fica na Avenida de Portugal, a marginal de Díli, grupos de jovens alegadamente lorosai e loromono entraram em confronto com o lançamento de pedras, uma situação que está a ser apurada pelas forças australianas.

Ainda de acordo com o comandante da força da GNR em Díli, pelo menos uma viatura de uma organização das Nações Unidas foi esta noite apedrejada por desconhecidos.

Desde que as notícias de confrontos e de fogo-posto foram conhecidas é habitual a passagem de helicópteros a sobrevoar a zona dos incidentes.

Habitualmente, é durante a noite e a coberto da escuridão das ruas de Díli que os grupos de jovens praticam actos de violência quer atirando pedras a carros quer incendiando casas tentando aproveitar a escuridão para fugirem rapidamente dos locais.

Já no sábado tinham sido registados vários incidentes que se saldaram em pelo menos sete casas queimadas e alguns vidros de viaturas partidos.

Desde o final de Abril, foram mortas três dezenas de pessoas em confrontos entre grupos rivais.

A violência provocou ainda mais de 150 mil deslocados, que vivem em campos improvisados em Díli e fora da capital.

Os novos actos de vandalismo ocorrem numa altura em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas discute ainda o formato da nova missão da ONU em Timor-Leste, que incluirá uma força de segurança.

Sexta-feira passada, o Conselho de Segurança decidiu adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor- Leste, por a Austrália reivindicar o comando da respectiva componente militar, exigência que enfrenta a oposição de alguns países.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, terminava hoje, mas o Conselho de Segurança decidiu prolongá-lo também por uma semana.

Na sequência da crise, Mari Alkatiri, líder do partido maioritário, a FRETILIN, demitiu-se e foi substituído na chefia do Governo por José Ramos-Horta, que exercia no executivo anterior o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

JCS.

PM Ramos-Horta apela à "unidade e cerrar de fileiras" dos militares

Díli, 20 Ago (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, apelou hoje "à unidade e ao cerrar de fileiras" dos militares no dia em que é as sinalado o 31º aniversário da criação das Falintil (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste).

Criadas pela FRETILIN a 20 de Agosto de 1975, durante a guerra civil no país, as Falintil assumiram, sob o comando de Nicolau Lobato, a luta de guerril ha contra a Indonésia, depois da invasão da antiga colónia portuguesa por tropas de Jacarta, em Dezembro desse ano.

Já sob o comando do actual presidente timorense, Xanana Gusmão, as Fali ntil tornaram-se apartidárias e congregaram à sua volta toda a oposição contra a ocupação indonésia, que durou até 1999.

Em Fevereiro de 2001, a antiga guerrilha foi desmantelada e deu origem às forças armadas timorenses, sob a designação de Falintil-Forças de Defesa de T imor-Leste (F-FDTL).

O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, último líder das Falintil, é o co mandante da F-FDTL.

Com os militares envoltos em polémica, já que foi por problemas nos qua rtéis que Timor-Leste viveu nos últimos meses um clima de instabilidade instituc ional e de violência - que provocou três dezenas de mortos, mais de 150 mil desl ocados, a demissão de Mari Alkatiri da chefia do governo e a presença de uma for ça internacional no país -, Ramos-Horta aproveitou a efeméride para lançar um ap elo à unidade.

"Não esquecendo o patriotismo e heroísmo dos combatentes e a crise em q ue se encontram por causa dos incidentes de Abril e Maio, venho apelar à unidade , ao cerrar de fileiras da família das Forças de Defesa de Timor-Leste", disse a os militares.

Ramos-Horta sublinhou também que o Governo irá trabalhar para "procurar modernizar as forças de defesa e corrigir as falhas do passado para que as forç as voltem a ser o orgulho nacional".

O dia das Falintil foi celebrado nas quatro unidades militares de forma descentralizada e sem grandes festejos, com o ponto alto a decorrer no quartel- general de Tacitolo, em Díli, no qual participaram o primeiro-ministro e o coman dante das F-FDTL.

Nicolau Lobato comandou as Falintil desde 1975 até à sua morte em 1978, tendo sido sucedido por Xanana Gusmão, que acabou por ser preso pelas forças ar madas indonésias em 1992, em Díli, e condenado a uma pena de prisão que cumpriu na cadeia de Cipinang, em Jacarta, até ser libertado em 1999.

Depois de Xanana Gusmão, comandaram as Falintil Mau-Huno, que também fo i preso pelos indonésios alguns meses depois de assumir a liderança da guerrilha timorense, Konis Santana, morto num acidente em 1998, e Taur Matan Ruak.

A partir das montanhas de Timor-Leste, as Falintil conduziram operações militares e tornaram-se um símbolo da resistência do país.

JCS.

PM Ramos-Horta apela à "unidade e cerrar de fileiras" dos militares


Díli, 20 Ago (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, apelou hoje "à unidade e ao cerrar de fileiras" dos militares no dia em que é as sinalado o 31º aniversário da criação das Falintil (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste).

Criadas pela FRETILIN a 20 de Agosto de 1975, durante a guerra civil no país, as Falintil assumiram, sob o comando de Nicolau Lobato, a luta de guerril ha contra a Indonésia, depois da invasão da antiga colónia portuguesa por tropas de Jacarta, em Dezembro desse ano.

Já sob o comando do actual presidente timorense, Xanana Gusmão, as Fali ntil tornaram-se apartidárias e congregaram à sua volta toda a oposição contra a ocupação indonésia, que durou até 1999.

Em Fevereiro de 2001, a antiga guerrilha foi desmantelada e deu origem às forças armadas timorenses, sob a designação de Falintil-Forças de Defesa de T imor-Leste (F-FDTL).

O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, último líder das Falintil, é o co mandante da F-FDTL.

Com os militares envoltos em polémica, já que foi por problemas nos qua rtéis que Timor-Leste viveu nos últimos meses um clima de instabilidade instituc ional e de violência - que provocou três dezenas de mortos, mais de 150 mil desl ocados, a demissão de Mari Alkatiri da chefia do governo e a presença de uma for ça internacional no país -, Ramos-Horta aproveitou a efeméride para lançar um ap elo à unidade.

"Não esquecendo o patriotismo e heroísmo dos combatentes e a crise em q ue se encontram por causa dos incidentes de Abril e Maio, venho apelar à unidade , ao cerrar de fileiras da família das Forças de Defesa de Timor-Leste", disse a os militares.

Ramos-Horta sublinhou também que o Governo irá trabalhar para "procurar modernizar as forças de defesa e corrigir as falhas do passado para que as forç as voltem a ser o orgulho nacional".

O dia das Falintil foi celebrado nas quatro unidades militares de forma descentralizada e sem grandes festejos, com o ponto alto a decorrer no quartel- general de Tacitolo, em Díli, no qual participaram o primeiro-ministro e o coman dante das F-FDTL.

Nicolau Lobato comandou as Falintil desde 1975 até à sua morte em 1978, tendo sido sucedido por Xanana Gusmão, que acabou por ser preso pelas forças ar madas indonésias em 1992, em Díli, e condenado a uma pena de prisão que cumpriu na cadeia de Cipinang, em Jacarta, até ser libertado em 1999.

Depois de Xanana Gusmão, comandaram as Falintil Mau-Huno, que também fo i preso pelos indonésios alguns meses depois de assumir a liderança da guerrilha timorense, Konis Santana, morto num acidente em 1998, e Taur Matan Ruak.

A partir das montanhas de Timor-Leste, as Falintil conduziram operações militares e tornaram-se um símbolo da resistência do país.

JCS.

Português vai liderar reactivação da polícia - PM Ramos-Horta

Díli, 20 Ago (Lusa) - O comissário da PSP Antero Lopes, ao serviço das Nações Unidas, vai liderar o processo de reactivação da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), disse hoje à agência Lusa o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta.

"Ainda não falamos de comando", frisou Ramos-Horta, ao salientar que a "reactivação" da PNTL "ficará sob a responsabilidade do ministro do Interior e do comissário Antero Lopes da ONU".

Fonte da ONU em Díli contactada pela Lusa admitiu que Antero Lopes "assumirá interinamente o comando" da próxima missão policial das Nações Unidas em Timor-Leste.

Ramos-Horta referiu que Antero Lopes tem a "total confiança das autoridades de Timor-Leste" e definiu o comissário português como um "profissional competente e dos melhores ao serviço das Nações Unidas".

Antero Lopes integrou a missão da ONU que assegurou a administração temporária de Timor-Leste antes da independência do país, a 20 de Maio de 2002, tendo participado na formação da PNTL e na criação da Academia de Polícia de Timor-Leste.

Depois da missão em Timor-Leste, Antero Lopes passou a integrar o Departamento de Operações de Manutenção de Paz da ONU, em Nova Iorque.

A desagregação da PNTL foi uma das consequências da grave crise que afectou Timor-Leste a partir do final de Abril deste ano, tendo vários agentes daquela força sido mortos em confrontos com militares timorenses.

O Conselho de Segurança da ONU adiou para dia 25 a aprovação da resolução sobre a nova missão das Nações Unidas em Timor-Leste, que deveria ter sido votada sexta-feira passada.

Divergências entre a Austrália e diversos países sobre o comando da força militar da nova missão estiveram na base do adiamento da votação.

JCS.

PM Ramos-Horta desagradado com adiamento votação na ONU

Díli, 20 Ago (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, manifestou-se hoje desagradado com a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste.

"Não me agrada nada, não é do interesse de Timor-Leste que haja mais adiamentos e espero que o mais tardar, no dia 25, uma decisão seja tomada", declarou Ramos-Horta à Agência Lusa em Díli.

Ao criticar o adiamento, o chefe do Governo timorense salientou que já existe um acordo sobre a força policial da futura missão, pedindo aos membros do Conselho de Segurança da ONU que se "debrucem sobre esse ponto".

"Se chegaram a um consenso sobre a força policial que se debrucem sobre esse aspecto, porque não existindo acordo sobre a força de paz, este não deve ser o motivo para adiar o acordo sobre a força policial, já que se podia deixar para um pouco mais tarde uma decisão sobre a componente militar", disse.

José Ramos-Horta defendeu também que enquanto não houver uma decisão sobre a componente da missão de paz, a "actual força deve continuar no terreno".

O primeiro-ministro timorense salientou, contudo, que é "essencial" a missão policial chegar ao terreno o mais rapidamente possível para evitar que novos incidentes continuem a ter lugar em Díli, como os ocorridos sábado, quando grupos de jovens incendiaram sete casas e apedrejaram diversos automóveis.

"Obviamente que a força policial é essencial para acabar com este tipo de acções, porque a força policial actualmente existente é limitada porque tem apenas cerca de 400 homens", explicou ao salientar que a estabilidade em Timor-Leste precisa de uma "força profissional, móvel, competente e bem equipada", quer ao nível de meios quer de homens.

Uma força policial e militar de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia encontra-se em Timor-Leste desde Maio, a pedido das autoridades timorenses, para garantir a segurança, na sequência da violência ocorrida no país, que provocou três dezenas de mortos e mais de 150 mil deslocados.

Na sexta-feira, quando se esperava uma decisão sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste, que iria substituir a UNOTIL, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adiou, por uma semana, a votação da resolução por continuar a não existir um entendimento sobre a composição e atribuições das forças internacionais em Timor-Leste.

A Austrália, que tem o apoio dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Japão, quer continuar a liderar as operações militares.

Segundo o embaixador australiano nas Nações Unidas, Robert Hill, a ONU deve apenas concentrar-se "nos papéis que pode desempenhar eficientemente" e deixar a parte militar entregue às actuais forças no terreno, lideradas pela Austrália.

Os australianos gostariam de ver a sua missão enquadrada nos termos do Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que permite o uso da força para a manutenção da paz.

A maioria do Conselho de Segurança apoia, contudo, a proposta feita no relatório do secretário-geral, Kofi Annan, recomendando a constituição de uma força militar das Nações Unidas, de apoio a um maior contingente policial internacional.

Segundo Annan, um contingente limitado a 350 militares apoiaria uma força policial de 1.608 elementos.

O embaixador britânico junto da ONU, Emyr Jones Parry, defendeu que a constituição de uma nova força seria uma desnecessária perda de tempo, dada a presença militar australiana já existente.

Rosemary Banks, embaixadora na ONU da Nova Zelândia (outro dos países que têm tropas em Timor-Leste), alinha com a Austrália contra a internacionalização do contingente, alegando que a formação da nova polícia timorense deve ser entregue a um único país.

Portugal e a Malásia gostariam de ver as forças que presentemente estão em Timor-Leste substituídas por um contingente das Nações Unidas.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, estabelecido no ano passado, deveria terminar hoje, mas foi prorrogado por mais uma semana, até à nova votação da resolução.

JCS/MRF.

"Obrigado Barrack" acolhe milhares à espera de melhores dias

Por José Costa Santos, da Agência Lusa Díli, 20 Ago (Lusa) - Quem olhar de fora não percebe que estão ali cerca de cinco mil pessoas que fugiram da violência nas ruas de Díli.

Só o pó levantado pela correria das crianças e os guardas à porta do perímetro nos indicam que ali estão deslocados à espera de dias melhores.

"Obrigado Barrack", um dos campos de deslocados de Díli, fica do outro lado da rua da sede das Nações Unidas, e está calmo depois de mais uma noite em que muitos não dormiram, pois há que "ficar alerta para possíveis ataques", como explica Matilde de Jesus, 21 anos, moradora do bairro de Comoro, há quatro meses a vive no centro de deslocados com outras 12 pessoas da sua família.

A casa onde vivia Matilde foi queimada, tal como muitas em Díli, mas aqui quase ninguém quer recordar os acontecimentos, apesar destas famílias se identificarem sempre como "lorosai", os naturais da ponta Leste do país.

Durante o dia, muitos aproveitam para dormir porque não conseguem descansar durante a noite. São poucos os timorenses que andam nas "ruas" do campo entre as cordas esticadas que seguram as lonas de diversas cores, que fazem agora a vez dos telhados, e das chapas de zinco muito utilizadas na construção das casas em Timor.

Depois de identificados perante a segurança do campo, os visitantes percorrem sem problemas os caminhos entre as tendas, algumas das quais já servem também de mercearia para venda de produtos de higiene, alguns bens alimentares e guloseimas para os mais pequenos.

Recebem quatro quilos de arroz por pessoa a cada duas semanas, óleo para cozinhar e outros bens alimentares.

Apesar das condições precárias em que vivem, preferem "ficar no campo a voltar para casa enquanto a segurança não estiver mesmo garantida", diz Maria Julieta, 40 anos, que vive no centro há três meses com os cinco filhos.

Sem nada para fazer, além de contar os dias em que permanece no campo rodeada por crianças irrequietas que parecem indiferentes à instabilidade, Maria Julieta recorda que chegou ao local vinda do bairro da Vila Verde, que fica ao lado do perímetro protegido pelas Nações Unidas.

"Fugiram todos e tive de vir também porque tinha medo do que me podia acontecer", disse Maria Julieta, acrescentando que sente alguma insegurança quando a noite cai em Timor-Leste.

Diz ter receio dos ataques que têm sido desferidos contra o campo nos últimos dias, visto que a zona foi alvo da violência de jovens que atiraram pedras e "coktails molotov" que, no entanto, não fizeram danos ou feridos.

Com cerca de cinco mil pessoas, o campo é um amontoado de tendas, cartões, plásticos e outros materiais inflamáveis. Um rastilho perfeito caso as bombas incendiárias tivessem cumprido a sua missão.

Por isso, e depois de dois ataques seguidos, muitos dos que lá estavam - três mil segundo as Nações Unidas - foram embora para local incerto.

Os guardas do campo evitam falar com os jornalistas e querem apenas saber ao que vamos e quem somos. Têm que zelar pela segurança mas acreditam que a situação está controlada enquanto as forças internacionais estiverem nas imediações a guardar o perímetro, como foi solicitado pelas Nações Unidas.

Lá dentro, a vida continua. Alguns não estão porque foram trabalhar, outros dormem, vêem televisão, jogam às cartas ou cantam em grupo.

Aqui e ali, onde a água chega, uns lavam a roupa, e esperam por melhores dias para regressarem normalmente à escola. Salvador Viana, 17 anos, e Matilde Jesus estão incluídos no grupo dos estudantes, ele a acabar o secundário e a "fazer exames noutras escolas", ela à espera de regressar à universidade onde estuda economia e contabilidade.

Salvador, que tem os pais em Manatuto, está no campo com mais seis pessoas entre tios e primos e chegou ao campo a 22 de Maio, devido aos conflitos entre lorosai e loromono.

"Só voltamos para casa, que sabemos tem alguns estragos nas portas e janelas, quando a situação estiver calma e a segurança for garantida", diz sublinhando que tem "medo" dos ataques a coberto da noite a partir das ruas mal iluminadas.

Já a família de Matilde de Jesus só poderá abandonar o campo se alguém das "Nações Unidas ou do Governo ajudar a reconstruir a casa que ardeu nos ataques e garantir a segurança que é necessária".

"Vamos ficar por aqui enquanto não tivermos a garantia de segurança e de um sítio para ficar, porque não podemos ir para a rua", afirma.

Casas queimadas e automóveis apedrejados em Díli

Díli, 20 Ago (Lusa) - Grupos de jovens queimaram pelo menos sete casas e apedrejaram diversos automóveis em Díli, sábado, mas sem que se registassem vítimas ou detenções, disse hoje à Lusa o comandante da força da GNR em Timor-Leste.

O capitão Gonçalo Carvalho referiu que vários grupos de jovens colocaram "quase em simultâneo" fogo em sete casas no bairro de Comoro, leste da cidade, ao final da tarde, enquanto que durante a noite se registaram pequenos incidentes de "apedrejamento de automóveis".

"Sem dúvida nenhuma que a moda agora é atirar pedras a carros", disse o comandante do sub-agrupamento Bravo da GNR, adiantando que alguns dos apedrejamentos foram feitos a partir de campos de deslocados.

Segundo o oficial português, os grupos que continuam a actuar em Díli "estão cada vez mais organizados" e muitas vezes "comunicam entre si com rádios".

Com a melhor organização dos grupos que praticam actos de vandalismo, a Guarda Nacional Republicana está a "concentrar esforços" na identificação dos líderes dos grupos de forma a conseguir provas que incriminem os seus responsáveis e desmembrar a organização.

No âmbito da actividade de investigação, a GNR tem vindo a identificar várias pessoas e a procurar pistas que conduzam aos mentores dos grupos de jovens que lideram os ataques às casas, acrescentou.

A GNR integra uma força policial e militar de mais de 3.000 efectivos que se encontra em Timor-Leste desde Maio, a pedido das autoridades timorenses, para garantir a segurança no país, depois da crise político-institucional do final de Abril.

Além dos 120 efectivos portugueses, a força internacional integra elementos da Austrália, Nova Zelândia e Malásia.

Desde o final de Abril, foram mortas três dezenas de pessoas em confrontos entre grupos rivais.

A violência provocou ainda mais de 150 mil deslocados, que vivem em campos improvisados em Díli e fora da capital.

Os novos actos de vandalismo ocorrem numa altura em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas discute ainda o formato da nova missão da ONU em Timor-Leste, que incluirá uma força de segurança.

Sexta-feira passada, o Conselho de Segurança decidiu adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor- Leste, por a Austrália reivindicar o comando da respectiva componente militar, exigência que enfrenta a oposição de alguns países.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, terminava hoje, mas o Conselho de Segurança decidiu prolongá-lo também por uma semana.

Fonte oficial em Díli disse à Lusa, sábado, que o Presidente da República, Xanana Gusmão, e o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, vão analisar segunda-feira a necessidade de prorrogar as medidas de emergência decretadas pelo chefe de Estado, em Maio, para tentar travar a violência no país.

As medidas de emergência decretadas por Xanana Gusmão deveriam estar em vigor até hoje, coincidindo com o novo mandato da missão da ONU em Timor-Leste.

"Inicialmente tudo foi enquadrado na perspectiva de uma nova missão da ONU a partir do dia 21 de Agosto", disse a fonte contactada pela Lusa em Díli.

A mesma fonte, que solicitou o anonimato, acrescentou, no entanto, que hoje Timor-Leste "tem um Governo a funcionar no pleno das suas capacidades e pode chegar-se à conclusão que não se justificam as medidas decretadas pelo presidente".

Na sequência da crise, Mari Alkatiri, líder do partido maioritário, a FRETILIN, demitiu-se e foi substituído na chefia do Governo por José Ramos-Horta, que exercia no executivo anterior o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

JCS/PNG.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.