sexta-feira, agosto 03, 2007

Ramos Horta 'will ask Gusmao to govern'

August 3, 2007 - 7:54PM

East Timor's president Jose Ramos Horta has said he will ask a coalition led by his predecessor, Xanana Gusmao, to form a government on Monday if rival parties fail to end a deadlock over who should govern the tiny country.

Timor's former ruling party, Fretilin, and an alliance led by Gusmao have both claimed the right to rule the deeply divided nation after the June 30 legislative elections produced no clear winner.

Ramos Horta told state-run East Timor Radio and Television that a government led by Gusmao's coalition would be more sustainable because it formed a majority in parliament.

"Based on my interpretation and based on the will of the people and my assessment in national parliament, Grand Alliance can form a government because they will approve the national budget," he said late on Thursday.

"The decision comes from my conscience, not from any pressure," the president, a close ally of Gusmao, said.

The former ruling party, Fretilin, which led East Timor's 24-year struggle against Indonesian rule, has rejected Ramos Horta's proposal and threatened to boycott parliament.

It says it has the right to form a government because it won most votes in the elections.

The party has proposed the appointment of an all-inclusive government with an independent prime minister as a way to end the stalemate.

Factional bloodshed broke out in the impoverished country of about one million people last year, forcing tens of thousands of people to flee their homes.

The mayhem, during which 37 people were killed, was triggered by a government decision to sack 600 soldiers.

Ramos Horta urged Fretilin supporters not to resort to violence if the party was left out of the government.

"Fretilin out of the government doesn't mean that they are ignored. Fretilin has 21 deputies in national parliament, and most of the public service are from Fretilin so the new government will need them, I don't want to see any discrimination toward them," he said.

"My appeal to the people, don't get involved in criminal acts. If you're involved in criminal acts, your party will not be trusted by the international community," Ramos Horta said.

Fretilin won 21 seats in the 65-member parliament in the June poll, far short of the majority required to rule.

The CNRT, a party founded this year by Gusmao, won 18 seats. It has declared a coalition with other parties to form a majority in parliament.

Ramos Horta had said previously he would give politicians until Friday to reach an agreement.

© 2007 Reuters

«Escolha do Primeiro-ministro deverá traduzir aposta na estabilidade»

Notícias Lusófonas
3.08.2007

A escolha do novo primeiro-ministro de Timor-Leste, a anunciar na próxima terça-feira pelo Presidente José Ramos-Horta, deverá traduzir "uma aposta na estabilidade", defendeu hoje o antigo chefe da diplomacia portuguesa António Martins da Cruz.

"Penso que o Presidente Ramos-Horta é seguramente um dos timorenses com maior experiência política e é incontornável a sua preocupação em encontrar uma solução de estabilidade", salientou Martins da Cruz, referindo-se ao impasse na escolha do futuro chefe do governo timorense.

O Presidente José Ramos-Horta adiou voltou hoje a adiar, agora para terça-feira, o anúncio sobre quem convidará para a formar o novo governo de Timor-Leste, culminando múltiplos contactos com dirigentes políticos dos partidos com assento parlamentar e dirigentes religiosos para encontrar uma solução de governação que inclua a Fretilin e a oposição.

A Fretilin venceu as legislativas de 30 de Junho passado, mas sem maioria absoluta, e os quatro maiores partidos da oposição formalizaram uma coligação pós-eleitoral, garantindo mais de metade dos assentos parlamentares.

"Timor-Leste precisa de estabilidade ao nível político e institucional e essa é a única forma de manter o equilíbrio estratégico com a Austrália e a Indonésia que, no fundo, garante a verdadeira independência política", frisou Martins da Cruz, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros no XV Governo Constitucional de Portugal, liderado por José Manuel Durão Barroso.

No mesmo sentido se pronunciou Rui Marques, Alto Comissário para a Imigração e Diálogo Cultural (ACIDI), que destacou a "capacidade negocial política" do chefe de Estado timorense.

"Creio que o Presidente Ramos-Horta não podia ter um início de mandato mais complexo, mas está a confirmar o bom senso e a capacidade negocial que era expectável no seu exercício do cargo", disse.

Segundo Rui Marques, Ramos-Horta tem nas mãos uma "situação particularmente complexa que decorre do pior resultado possível das eleições legislativas".

"Ramos-Horta tem feito bem em tentar criar uma solução de consenso muito alargado na sociedade timorense, o que demonstra a sua capacidade negocial. Este adiamento traz viva a esperança de ser possível obter um acordo, seja ele qual for", acrescentou.

Rui Marques, que em 1992 foi o principal impulsionador do malogrado projecto "Lusitânia Expresso", navio que pretendia aportar a Díli, em plena ocupação indonésia, considera que a solução que venha a ser adoptada por Ramos-Horta deverá ser apoiada pela Fretilin e pela coligação pós-eleitoral, formada pelo CNRT, PD, PSD e ASDT.

"Será grave se decisão não for do consenso das duas partes. Uma decisão política que não seja pacífica e consensual pode ter consequências graves e não dar paz a Timor-Leste", vincou.

Nesse sentido, Rui Marques considera que o que Ramos-Horta está a fazer "é fundamental".

"É tentar obter um consenso, o que vem na linha do bom senso que o caracteriza e não embarcar em simplismos, seja convidando a Fretilin, correndo o risco do novo governo chumbar no parlamento, ou a Aliança para a Maioria Parlamentar (AMP)", concluíu.

DECISION TO FREEZE ALL SECURITY AND POLICE ACTIONS AGAINST MR. ALFREDO REINADO AND HIS MEN REMAINS IN FORCE

Palacio das Cinzas, August 3, 2007

At yesterday’s High Level meeting, chaired by H.E. the President, it was unanimously agreed that the decision taken by the Head of State and Supreme Commander of the Armed Forces, Dr. José Ramos-Horta, on June 18, 2007, remains in force.

In that meeting (June 19) it was agreed that all security and police actions aimed at arresting Mr. Alfredo Reinado and his armed elements be frozen in order to create the appropriate conditions for a meaningful dialogue leading to the surrender of all weapons in possession of Mr. Alfredo Reinado and his men and his surrender to justice.

Yesterday’s meeting was attended by the newly elected President of National Parliament, Mr. Fernando Araujo Lasama; the Prime Minister, Eng Estanislau da Silva; the Minister for the Interior, Dr Alcino Baris; the Prosecutor General, Dr Longuinhos Monteiro; the Commander of the Armed Forces of Timor-Leste, F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak; the Special Representative of the Secretary General (SRSG), Dr Atul Khare; the Deputy SRSG, Security Sector Support and Rule of Law, General Eric Tan; and the Commander of ISF (International Security Forces), Brigadier John Hutchinson.

In the course of the meeting H.E. the President of the Republic explained that he has given the green light to the Geneva-based Centre for Humanitarian Dialogue and MUNJ (Movimentu Unidade Nacional ba Justiça) in coordination with the Prosecutor General, Dr Longuinhos Monteiro, to continue to establish contacts with Mr. Alfredo Reinado.

H.E. Presidente Ramos-Horta added that he was ready to meet with Mr. Alfredo Reinado in the near future if such a meeting can be meaningful in order to expedite the resolution of this case.
The President explained his willingness to meet Mr Alfredo Reinado by stating: “It might be unusual for a Head of State to travel into the mountains to meet an individual but I’m always inspired by the lessons of humility and generosity of Jesus Christ who taught us that the sheppard must always go and look for the lost sheep.” - ends

Timor-Leste: PR adia decisão de governo para a próxima semana

Lusa - 2 de Agosto de 2007, 14:18

Díli - O Presidente da República, José Ramos-Horta, anunciou hoje à noite (princípio da tarde em Lisboa) que tomará uma decisão sobre o novo governo apenas na próxima semana.

Numa comunicação ao país através da televisão pública TVTL, o chefe de Estado anunciou que vai aguardar até segunda-feira para tomar uma decisão final sobre o IV Governo Constitucional.
No seguimento da comunicação oficial, a TVTL emendou para "terça-feira" o dia provável do anúncio pelo Presidente da República.

A Fretilin, vencedora das eleições sem maioria absoluta, e a Aliança para Maioria Parlamentar, que reúne os quatro maiores partidos da oposição, não conseguiram chegar ainda a acordo para a formação de um governo de grande inclusão, como proposto pelo chefe de Estado timorense.
PRM-Lusa/Fim

CPA 224/07: Change Of Command In Timor Leste

Department of Defence - Thursday, 2 August 2007

Brigadier John Hutcheson has (31 July, 2007) taken over command of the Australian-led International Stabilisation Force in Timor-Leste from Brigadier Mal Rerden who held the appointment since October 2006.

Based in Dili, Brigadier Hutcheson commands around 1100 Australian and New Zealand Defence Force personnel deployed in support of the Government of Timor-Leste and the United Nations Police. The role of the Australians and New Zealand troops known as the International Stabilisation Force - is to assist local authorities and the United Nations to provide peace and stability in the country following last year’s civil unrest.

Brigadier Hutcheson arrives at a critical time in Timor-Leste as the nation forms a new government following the peaceful and successful presidential and parliamentary election process which concluded in July.

Brigadier Hutcheson, an infantry officer, previously served in Timor-Leste in 2001 as an advisor to the East Timor Defence Force as part of Australia’s Defence Cooperation Program. In 2004, he commanded the military component of the Australian-led Regional Assistance Mission in the Solomon Islands.

Under Brigadier Rerden’s leadership, the Australian and New Zealand troops in Timor-Leste have worked hard and effectively to create an improving security situation in Dili and the surrounding districts. These efforts have been exemplified by the successful and peaceful presidential and parliamentary election process between April and July this year.

The Australian contribution to the International Stabilisation Force is comprised of the ANZAC Battle Group based on the Townsville-based 1st Battalion of the Royal Australian Regiment. Supporting elements include Army aviation, logistics, armour, military police and engineers. About 170 New Zealand Defence Force personnel round out the force, including an infantry rifle company (attached to the ANZAC Battle Group) and Iroquois helicopters from the Royal New Zealand Air Force’s No 3 Squadron.

- Media contact: Defence Media Liaison (02) 6265 3343 or (0408) 498 664

Speech of the president-elect of the National Parliament

President of the National Parliament - Fernando Lasama de Araujo

The inaugural speech of the president-elect of the National Parliament for the period of 2007 - 2012 made before the National Parliamentary Assembly in Dili on 30 July 2001,

[From scanned text - John/ETAN]

Ladies and Gentlemen,

President of the Republic,

President of the Court of Appeal,

Members of Parliament,

Chief of UNMIT,

Bishops,
The Commander of F-FDTL and the Commander General of PNTL,

Ambassadors and representatives of diplomatic corps,

Representatives of national and international agencies,

The media and

Other honorable guests,

Firstly, I bow down in deep respect for the almighty god and express my gratitude for the blessing he has bestowed on us all to enable us to gather here together in this Parliament of Timor Leste, for this historical moment.

I also thank the Timorese community, who are living in difficult times, but still managed to participate en masse in the recent parliamentary elections, to enable this National Parliament to form a new government and commence the execution of its duties for the next five years.

I also thank the President of the Republic, the Government, UNMIT, UNPOL and the International Stabilization Forces, CNE, STAB, F-FDTL/PNTL, the Catholic Church, other religious denominations, the media and other national and international agencies.

Everyone worked really hard to make the recent elections a success and to ensure the smooth implementation of democracy in this nation.

I have not forgotten to thank the former President of the National Parliament, members of the chair and members of the National Parliament who during a truly difficult period were able to perform their duties and successfully fulfill their mandate.

Members of parliament and other honorable guests,

As prescribed in the RDTL Constitution, the National Parliament is the organ of supreme sovereignty which has been entrusted to carry out the challenging and demanding task of establishing a legislative framework for the nation and monitoring the performance of the government.

The National Parliament must ensure that this duty is carried out as a matter of utmost importance. In discharging this duty and developing the prosperity of this nation, the National Parliament shall act as a sovereign organ that represents the people, and shall not cater to a particular party or group, For this reason, as the President of the National Parliament, I will do my utmost to guarantee that this duty is properly discharged. To guarantee the proper functioning of the National Parliament, I will continue the good work left behind by the former members of parliament. For matters yet to be addressed, or matters that have been dealt with inadequately, I shall make improvements by guaranteeing the following:

* The National Parliament shall be a truly dignified organ, which represents national interests over the interests of parties, groups or individuals. The National Parliament will not be the mouthpiece of the government.

* The National Parliament shall be a forum that represents plurality, democracy and respect for freedom of speech. Therefore, as President of the Parliament, I shall act as a fair and impartial moderator to ensure the smooth functioning of numerous parliamentary processes.

* I shall uphold the rights of opposition leaders and furnish them with adequate facilities to carry out their duties as members of the shadow administration to enable them to control the actions of the government.

* Uphold the authority bestowed upon members of parliament by the Constitution

* Create sound mechanisms that will enable members of parliament to maintain. permanent contact with the community. These conditions shall guarantee effective. interaction between the community and the National Parliament in order to place the interests of the community as a top priority that shall be given maximum attention.

* Guarantee the separation of powers between the sovereign organs to prevent them from interfering with one another, in order to uphold respect for the independence of state institutions.

Members of parliament and other honorable guests,

I hereby accept the role of Parliamentary President which has been bestowed upon me by the distinguished members of parliament, even though it constitutes a substantial and has lived amongst the community, I will not abandon this onerous duty. I accept this important responsibility as a privilege bestowed upon me by the people, and will act as a conduit for the people's aspirations towards this nation and the world as a whole.

As a member of the younger generation, I accept this responsibility because I understand that the people of Timor Leste really want the prosperity of this nation to change. The onerous responsibility. As I myself am one of the impoverished and ordinary people who people see the younger generation as a symbol of change.

Therefore, with God's blessing, fire and earth, and the spirits of our ancestors, together with my fellow parliamentarians I will do my utmost to encourage the new government to fulfill the aspirations of the people who desire to live in peace and harmony, To achieve this, we truly desire to bring change to this nation, a desire expressed by the voters, for example, to resolve the political, social and military crises which are currently shackling this nation.

However before we can fulfill the aspirations of the people, we first need to reform the following fundamental mechanisms to allow change to take place:

* Revise legislation that is not conducive to national development

* Ensure that the National Parliament produces legislation that will guarantee improvements in the life of the people. The establishment of a national legal framework that will protect the prosperity of the people must be achieved through an all encompassing process of mutual consensus.

* Support improvements to the justice system which is currently seen by the community as a big disappointment.

Members of parliament and other honorable guests,

All of these aspirations will remain unfulfilled if this nation continues to be plagued by political instability, or if' social and political entities continue to turn their backs on one another.

Therefore, the National Parliament will endeavor to create mechanisms that support . cooperation with other sovereign organs (President of the Republic, Government and the Court of Appeal) to ensure that problems confronting the nation and the community can be resolved quickly.

The National Parliament will do its utmost to support the government to improve cooperation with national and international agencies. In this way, development, which is the only path to free the people, will become a reality for the people.

This nation truly needs the active involvement of other institutions such as NGOs, the church etc. Thus, as the President of the National Parliament, I will guarantee good relationships between the National Parliament and NGOs, the media, the Catholic Church, other religious denominations, etc.

I would also like to mention the United Nations and International Stabilization Forces who have carried out a significant role in training, stabilization and development within Timor Leste, who have been doing so since the beginning up until this very day. Therefore I request the ongoing commitment of the United Nations to help guarantee stability in this nation and to help the development process.

As the President of the National Parliament who is a member of the younger generation, I will do my very best to implement the ideas of the President of the Parliament regarding the establishment of a Youth Parliament which is essential to the democratic life of this nation.

Members of parliament and other honorable guests, Before I end this speech, I wish to say one thing. Today, when the election of the Parliamentary President is concluded, my compatriot Aniceto Guterres, who is a Fretilin candidate, and I, will approach one another, shall take each others hand and will embrace one another.

As members of the younger generation, parliamentarian Aniceto Guterres and I will prove ourselves to be honorable adversaries, and not enemies. We want to send out a positive message that politics should not make enemies out of us, but rather we should continue to respect one another, even though we share different views.

Through such a gesture, I hope that parliament will be free from any such animosity.

Moreover, this is how we should all behave in the performance of our political duties outside of parliament and amongst the community. In this way, we will ensure peace, stability and development in Timor Leste.

My fellow brothers and sisters, we will only improve ourselves when we offer our hand to one another in peace even though we hold differing political opinions.

One foundation, one origin, one people.

One Timor.

Thank you.

Ramos-Horta reúne-se com Xanana e Alkatiri

Diário de Notícias – 2 de Agosto de 2007

Armando Rafael
Presidente tenta, uma Mari Alkatiri e Xanana Gusmão, tentando, pela última vez, viabilizar a formação de um governo de unidade nacional que obtenha o apoio da Fretilin e do CNRT, os dois maiores partidos do país.

Ao que o DN apurou, foi a realização desta reunião que levou Ramos-Horta a adiar para amanhã o anúncio do nome do novo primeiro-ministro, numa altura em que a ONU já tinha reforçado o seu dispositivo de segurança na capital timorense.

Apesar dos esforços que já foram empreendidos por Ramos-Horta, na sequência das legislativas de 30 de Junho e que não conduziram a nenhum resultado, o DN sabe que nem Alkatiri, nem Xanana fecharam ontem as portas a um entendimento.

Isto apesar de o CNRT e de Xanana Gusmão contarem, neste momento, com o apoio de 37 dos 65 deputados do Parlamento, graças à plataforma criada com o PD, PSD e ASDT, e à qual podem ainda ser somados os três parlamentares eleitos pelo PUN.

Como se viu esta semana pela eleição de Fernando Lasama Araújo, que lidera o PD, para a presidência do parlamento timorense, a que se seguiu a escolha dos dois vice-presidentes e dos secretários da mesa, escrutínios que excluíram qualquer representante da Fretilin ou dos partidos que apoiam a formação liderada por Mari Alkatiri: KOTA/PPT e Undertim.

Só que a Fretilin parece contar com as regras do regimento a seu favor, tendo conseguido bloquear, desde já, o processo de designação dos presidentes das várias comissões parlamentares, paralisando por essa via os trabalhos do próprio Parlamento timorense, o que inviabiliza a nomeação do novo Governo. Razão pela qual os próximos dias serão decisivos para desbloquear este processo.

Timor-Leste: «Eu sou o alvo», garante Mário Carrascalão

Diário Digital / Lusa
02-08-2007 14:12:00

O presidente do Partido Social Democrata, Mário Viegas Carrascalão, desistiu hoje de integrar um governo da Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) e, em declarações à Lusa, acusou a Fretilin de o ter como «o alvo a atingir».

O ex-governador de Timor-Leste durante a ocupação indonésia insistiu que o candidato da AMP a primeiro-ministro é o ex-chefe de Estado Xanana Gusmão.

«Se não for, o PSD não fará parte da AMP, o que não irá acontecer, garanto-lhe», respondeu Mário Carrascalão quando confrontado com a hipótese de a Aliança aceitar um governo chefiado por um independente.

O presidente do PSD anunciou hoje em conferência de imprensa, acompanhado por outros líderes da oposição, que desistiu de integrar um possível governo da AMP.

«Tomei a decisão para não ser Mário Carrascalão lamentou as «mentiras» inscritas nos cartazes afixados quarta-feira na vedação do Comité Central da Fretilin, em Comoro, na avenida principal de Díli, em antecipação do convite do Presidente da República a outro partido que não a Fretilin para formar o IV Governo Constitucional.

«Andam a repetir falsidades e eu sei ler as intenções das pessoas. Eu sou o alvo a atingir porque eles sabem que, se estivesse no governo, limpava os corruptos todos da administração. Assim, têm o caminho livre», afirmou o presidente do PSD.

«Eu nunca assinei a integração» de Timor-Leste na Indonésia, declarou Mário Carrascalão à Lusa reagindo a acusações lançadas por apoiantes da Fretilin na quarta-feira.

«Havia um cartaz que dizia que eu fui pró-integração em 1976, pró-autonomia em 1999, pró-federação em 2006 e, em 2007, pró-cadeira no governo», explicou o líder do PSD, que foi governador de Timor-Leste durante a ocupação indonésia.

«Vou escrever hoje ou amanhã uma carta ao Provedor de Justiça e Direitos Humanos para que peça responsabilidades à Fretilin sobre essas falsas acusações», declarou Mário Viegas Carrascalão.

Ao lado de Mário Viegas Carrascalão estavam Francisco Xavier do Amaral, da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), Mariano Sabino, do Partido Democrático (PD) e Dionísio Babo, do Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT).

Os quatro partidos, juntos na AMP, pretendem formar um governo alterantivo à Fretilin, que venceu as eleições de 30 de Junho sem maioria absoluta.

Mário Carrascalão explicou que a sua decisão de não integrar um governo da AMP não significa que o PSD deixe de estar representado num executivo da Aliança.

«O PSD tem candidatos ao governo e eu ficarei no Conselho de Presidentes da AMP», esclareceu Mário Carrascalão.

Timor: PR adia decisão de governo para a próxima semana

Diário Digital / Lusa
02-08-2007 14:18:00

O Presidente da República, José Ramos-Horta, anunciou hoje à noite (princípio da tarde em Lisboa) que tomará uma decisão sobre o novo governo apenas na próxima semana.

Numa comunicação ao país através da televisão pública TVTL, o chefe de Estado anunciou que vai aguardar até segunda-feira para tomar uma decisão final sobre o IV Governo Constitucional.
No seguimento da comunicação oficial, a TVTL emendou para «terça-feira» o dia provável do anúncio pelo Presidente da República.

A Fretilin, vencedora das eleições sem maioria absoluta, e a Aliança para Maioria Parlamentar, que reúne os quatro maiores partidos da oposição, não conseguiram chegar ainda a acordo para a formação de um governo de grande inclusão, como proposto pelo chefe de Estado timorense.

Timor: Fretilin usa arma do «lock-out» para formar governo

Diário Digital / Lusa
02-08-2007 11:30:00

A Fretilin decidiu bloquear o funcionamento do parlamento timorense, a que chamou «lock-out», como «arma» para obrigar à formação de um governo escolhido por consenso com a oposição, anunciou hoje em Díli o secretário-geral do partido.

Em conferência de imprensa na sua residência, Mari Alkatiri explicou que a decisão de bloquear as sessões do plenário foi tomada quarta-feira à tarde, após o Presidente da República, José Ramos-Horta, ter anunciado à direcção da Fretilin a intenção de convidar a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) a formar o novo governo.

«Até ontem [quarta-feira], ainda estávamos convencidos que o Presidente ia convidar a Fretilin a formar governo e a sujeitar-se depois a todos os procedimentos e processos de aprovação do programa e orçamento pelo parlamento», explicou Mari Alkatiri.

«Isso não aconteceu» e José Ramos-Horta comunicou a Mari Alkatiri e a Francisco Guterres «Lu Olo», presidente da Fretilin, que o convite à AMP «tinha justificação clara no resultado das votações para presidente e vice-presidentes do parlamento», ganhas pela oposição.

Alkatiri explicou que a última proposta do seu partido é um governo chefiado por um independente, com dois vice-primeiro-ministros, um escolhido pela Fretilin e outro pelos partidos da oposição.

O ex-primeiro-ministro afirmou que «nada vai funcionar no país» se não houver acordo sobre esta questão, porque o «lock-out» do Parlamento Nacional terá como consequência a falta de um Orçamento de Estado e a paralisação a curto prazo das instituições públicas, incluindo a Polícia e as Forças Armadas.

Mari Alkatiri alertou para esta situação de «crise» pela qual responsabilizou a oposição.
«Um governo da Fretilin não teria o programa aprovado no parlamento. Agora, um governo da AMP não tem parlamento para aprovar programa», resumiu Mari Alkatiri sobre a posição de força do partido maioritário.

A Fretilin e a Aliança para Maioria Parlamentar, com os quatro maiores partidos da oposição, disputam o direito de ser chamados a formar governo na sequência das eleições de 30 de Junho.
«Se o problema é usar de uma arma para influenciar o parlamento, também temos uma arma a usar na Fretilin, que é deixar de comparecer às sessões plenárias», explicou Mari Alkatiri.
«Todos sabem que a Comissão Permanente [do Parlamento Nacional] ainda não está constituída e as comissões especializadas também não», recordou.

«O Regimento Interno torna claro que as comissões devem ter representação proporcional das bancadas. Sem a nossa presença, as comissões não funcionam», sublinhou o líder da Fretilin.
Alkatiri rafirmou que o entendimento da Fretilin sobre o direito de formar governo é de que «o voto de que a Constituição fala é o voto popular nas eleições directas e não o voto dos deputados».

O secretário-geral da Fretilin afirmou ainda que a AMP «não tem existência legal» e que «as duas únicas coligações que se apresentaram a sufrágio popular foram a Aliança Democrática KOTA/PPT e a ASDT/PSD».

«São apenas essas coligações que foram reconhecidas pelo Tribunal de Recurso e pela Comissão Nacional de Eleições».

«Agarra-se na ambiguidade da [expressão] "aliança com maioria parlamentar" [no artigo 106º da Constituição] para manipular o voto popular e evitar que o partido mais votado seja convidado», afirmou Mari Alkatiri.

«Na prática, convidou-se o segundo partido mais votado para formar o governo. Isto é inconstitucional», concluiu o ex-primeiro-ministro.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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