domingo, fevereiro 17, 2008

Emitidos mais mandados hoje

Angela Pires detida

Segundo a RTP, Angela Pires, apoiante de Alfredo Reinado encontra-se detida.

Angela Pires trabalhava na secretaria da Procuradoria Geral da República, tendo deixado de exercer funções há cerca de um ano.

RTP não passa reportagem feita por jornalistas a apoiantes de Reinado

No Jornal da Tarde, às 13:00, a RTP não transmitiu a reportagem feita por Paulo Dentinho em Timor-Leste, onde entrevista em Gleno apoiantes de Alfredo Reinado.

Esta reportagem passou na RTPN, o canal de notícias da RTP no noticiário das 12:00.

Em Gleno, conhecidos apoiantes de Alfredo Reinado, dizem-se perplexos com a teoria de que Reinado quisesse matar ou raptar Ramos-Horta.

Não acreditam igualmente que o grupo de Reinado tenha atacado a comitiva de Xanana Gusmão.

CENSURA ou incompetência?

TIMOR VAI SER A HOLLYWOOD DO SUDESTE ASIÁTICO?

BLOG Timor Lorosae Nação
AS OPERAÇÕES DE MARKETING DE KIRSTY SWORD
António Veríssimo

Para muito de nós a fiabilidade das “narrações” de Kirsty Sword sobre aquilo que se passou segunda-feira é praticamente nula. Isso deve-se à sua propensão para se imiscuir, rodeada de folclore, em assuntos de Estado que só ao seu marido dizem respeito. Aliás, na posição em que se encontra actualmente e na que se encontrava – quando Xanana era PR – aquilo que devia observar era contenção e descrição. Nunca o fez, sabemo-lo, antes pelo contrário. Por essas e por outras denominam-na de agente australiana com um casamento por interesses pátrios cifralhados.

Pode muito bem ser, se recordarmos o comportamento da Austrália em todo este processo do Mar de Timor, da ocupação, etc. A Austrália é capaz disso e de muito mais e há pessoas que também.Por via dos comportamentos da senhora temos de correr o risco de pecar por excesso, se é que assim se pode considerar.

Não deixa de ser curioso e lamentável que a nossa RTP – digo nossa porque também contribuo para a empresa como todos os outros portugueses – se preste a acção de marketing político sem nos anunciar, como manda a lei de publicidade ou de tempo de antena.Vimos uns GNRs, para quem também contribuímos, a serem “enrolados” numa operação de sustento de ego e intenções promocionais da dona Kirsty. O que lhes fica mal por sempre deverem afastar-se destas acções de propaganda que só servem aos que a pretendem usar, ou usam – como foi o caso.

Se a dona Kirsty tinha por ambição moldar o coração dos portugueses que a viram, pode tirar o cavalinho da chuva porque por cá já não caímos nessas patranhas.

Se a dona Kirsty queria realmente agradecer aos “bravos” da GNR, sem dar motivos para que prosas e comentários destes existissem, só tinha de ser discreta e fazer o que fez sem publicidades. Aliás, a própria GNR devia ter solicitado a devida contenção e não se deixar enlevar nas operações de marketing de quem “a sabe toda”.

Outro aspecto demonstrativo de “non sense” prende-se com o facto de até as criancinhas terem servido para amolecer corações, neste marketing selvagem e forçado. Compreende-se, quando vem de alguém que não olha a meios para atingir os seus fins…

A ser verdade, o pavor por que a mulher e filhso do primeiro-ministro Xanana Gusmão passou na manhã de segunda-feira, deve ter sido terrível. Por isso até é muito compreensível que esteja bastante reconhecida e agradecida à GNR, mas… não que se aproveite da situação.

Já agora, perguntou-se a dona Kirsty porque motivo os militares seus compatriotas não a protegeram? Aliás, nem ao PR, nem ao seu marido, – a ser verdade que não foi uma encenação.Díli é pequeno, Balibar é perto, quinze a vinte minutos dá para chegar onde se quiser, e uma hora depois de o PR ter sido vítima de um atentado ainda a dona Kirsty e Xanana não tinham segurança reforçada? Compreende-se? Admite-se? Que pensar?

Não têm os seres humanos pensantes de admitir que aqui há “coisa”? Que toda esta história está muito mal contada?Ao que parece, em Timor vamos ter o Hollywood do Sudeste Asiático, com esquina para a Oceânia.Adivinham quem o vai dirigir?

Dos leitores

Comentário na sua mensagem "Mari Alkatiri confirma que o acordo estava por dia...":

Eu assumo que tenho uma mente muito perversa o que até vejo como uma qualidade.
Já nem sequer estou em Timor, não tenho filiação politica nem simpatizo particularmente com o Mari nem com as suas ideias mas de duas coisas tenho a certeza:

1 - Timor estava muito melhor com o Mari como PM do que com o Sr. Xanana. Parece que de facto como guerrilheiro tem provas dadas mas como gestor, meu deus...

2 - O Sr. Xanana está envolvido até à pontinha dos cabelos nos acontecimentos que atingiram Timor desde 2006

E já agora, não ouvi o Salsinha falar em nenhuma "tentativa de assassínio político na pessoa do PR e PM", isso deve ter sido fabricado por outra mente preversa qualquer...

Timor-Leste

Diário Económico, 14/02/08

A jovem democracia de Timor tem sido muito sofrida. Um processo difícil e, em alguns momentos, dramático.

Apesar do empenhamento e da ajuda internacional, designadamente das Nações Unidas, os timorenses confrontam-se com problemas internos difíceis de ultrapassar.

A geração da “resistência” – política e militar – digladia-se. Há uma forte clivagem nas organizações partidárias. Militares que devem deixar as armas, revoltam-se e desencadeiam acções violentas.

Por último, a geração seguinte, constituída por um elevado número de jovens, essencialmente nas maiores cidades, não encontra emprego nem referências.

Não é um impasse, mas é uma conjuntura muito difícil de ultrapassar e que vai precisar de um maior empenhamento da comunidade internacional.

Há pouco mais de um ano a conflitualidade parecia ter a ver com o petróleo.

Hoje, confirma-se que a situação é mais complexa.

Sabemos ainda pouco, a confusão da informação é imensa, mas para o povo de Timor e para a Comunidade Internacional é vital chegar até ao fundo, nas investigações e punir os responsáveis sejam eles quais forem, senão…
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Jorge Coelho, Membro do Conselho de Estado

Horta e Reinado

Público, 17.02.2008

Quatro semanas antes dos acontecimentos de 11 de Fevereiro, o Presidente José Ramos-Horta esteve em Maubisse, a 80 quilómetros de Díli, a almoçar cabra, cordeiro e galinha com o major Alfredo Reinado, que andava então a monte, contou ontem ao Sydney Morning Herald o ministro timorense da Economia e Desenvolvimento, João Gonçalves.

No encontro, o chefe de Estado e o fora-da-lei teriam estabelecido um acordo para dar novo alento à frágil nação.

Ramos-Horta comunicou ao Governo e a "Lula" da Silva que ia convocar eleições antecipadas

Díli, 17 Fev (Lusa) - José Ramos-Horta pretendia convocar eleições legislativas e presidenciais antecipadas e comunicou essa intenção ao Governo timorense e ao Presidente "Lula" da Silva na sua viagem ao Brasil, disseram hoje à Lusa fontes diplomáticas.

O Presidente da República de Timor-Leste pretendia convocar eleições antecipadas, quer houvesse ou não acordo político entre os partidos da Aliança para Maioria Parlamentar (AMP), actualmente no poder, e a Fretilin, partido vencedor das legislativas de 2007 e maior partido da oposição.

Isso mesmo foi transmitido por José Ramos-Horta ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, antes da recente visita oficial do chefe de Estado timorense ao Vaticano e ao Brasil, e também ao presidente "Lula" da Silva.

Fontes diplomáticas brasileiras confirmaram à Lusa que o próprio José Ramos-Horta comentou ao seu homólogo brasileiro, "Lula" da Silva, que tinha planeado convocar eleições antecipadas para 2009.

"Essa conversa foi mantida em Brasília e estavam algumas pessoas presentes, incluindo o embaixador do Brasil em Timor-Leste", disse a fonte diplomática, que solicitou o anonimato.

José Ramos-Horta foi ferido a tiro segunda-feira, num ataque à sua residência em Díli em que foi morto o major Alfredo Reinado.

O presidente timorense encontra-se hospitalizado em Darwin, norte da Austrália.

Pouco depois do ataque contra a residência do presidente timorense, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, escapou ileso a uma emboscada quando se dirigia da sua residência em Balíbar para Díli.

PRM/JCS/ASP
Lusa/fim

Governo entrega às forças timorenses "todas as operações" contra grupo de Salsinha

Díli, 17 Fev (Lusa) - O Governo de Timor-Leste decidiu hoje que "todas as operações policiais e militares" associadas à perseguição do grupo do ex-tenente Gastão Salsinha serão conduzidas pelas Forças Armadas e a Polícia Nacional timorenses.

Em Conselho de Ministros, hoje reunido em Díli, foi aprovada uma proposta do primeiro-ministro e ministro da Defesa, Xanana Gusmão, que entrega o controlo das operações de busca e captura do grupo de Gastão Salsinha a forças de segurança internas.

O comando das operações é, pela mesma decisão, entregue ao Chefe do Estado-Maior General das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), brigadeiro-general Taur Matan Ruak.

Ficam, assim, afastadas do controlo das operações as forças internacionais no país, nomeadamente a Polícia das Nações Unidas (UNPol) e as Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Gastão Salsinha liderou segunda-feira uma emboscada à coluna onde seguia o primeiro-ministro, numa estrada de acesso a Díli, hora e meia depois de um ataque à residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, liderado pelo major Alfredo Reinado.

O militar fugitivo e um dos seus homens foram mortos no ataque, no qual ficou gravemente ferido o chefe de Estado.

PRM/JCS
Lusa/fim

Ramos-Horta deve voltar a ser operado terça-feira - irmã

Lisboa, 17 Fev (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste continua estável, mas deverá ser submetido a uma nova intervenção cirúrgica na terça-feira, disse hoje a irmã de José Ramos-Horta, contactada telefonicamente pela agência Lusa em Darwin, Austrália.

"Os médicos dizem que ele continua na mesma", afirmou Romana Horta.

"De vez em quando abre os olhos", mas continua muito sedado, até porque os médicos não querem que acorde e fique agitado, numa altura em que tem ferimentos internos, explicou a irmã de Ramos-Horta.

Segundo o último boletim do Royal Darwin Hospital, José Ramos-Horta continua em estado grave, sedado e a respirar por um ventilador, mas a recuperar satisfatoriamente.

Na próxima terça-feira à tarde, Ramos-Horta será sujeito a uma nova cirurgia, a quinta desde que foi ferido a tiro em Díli, a qual deverá servir para "tentar tapar o buraco nas costas" causado pelas balas, disse Romana Horta.

Na segunda-feira, Ramos-Horta foi gravemente ferido a tiro na sua residência em Díli, num ataque em que foi morto o major Alfredo Reinado.

O presidente timorense foi operado de urgência na segunda-feira em Timor-Leste e transferido no mesmo dia para a cidade australiana de Darwin, onde já fez várias intervenções cirúrgicas.

Os médicos australianos têm-se mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitindo que venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

IRE
Lusa/Fim

Substituição de Ramos-Horta na chefia do Estado sem limite temporal

Díli, 17 Fev (Lusa) - A substituição de José Ramos-Horta na Presidência de Timor-Leste pode prolongar-se no tempo, sem prazo, até que esteja completamente restabelecido dos ferimentos sofridos no ataque de segunda-feira contra a sua residência, disse à Lusa um jurista em Díli.

De acordo com a Constituição da República timorense, a substituição do chefe de Estado pelo presidente do Parlamento Nacional não está limitada no tempo e uma eventual eleição intercalar teria de ser precedida de um processo de declaração de incapacidade permanente por parte do Supremo Tribunal de Justiça do país, explicou o jurista.

No artigo 82º da Constituição, referente à morte, renúncia ou incapacidade permanente do Presidente da República, está estipulado um prazo de 90 dias para a eleição de um novo chefe de Estado, que conta a partir da "verificação ou declaração" de incapacidade.

Excepcionalmente, como refere o artigo 83º apontando um caso em que a morte, renúncia ou incapacidade permanente ocorram na "pendência de situações excepcionais de guerra ou emergência prolongada" ou por "insuperável dificuldade de ordem técnica ou material, a definir por lei, que impossibilitem a realização da eleição", o novo chefe de Estado é escolhido entre os membros do Parlamento Nacional, mas apenas cumpre o "tempo remanescente" do mandato interrompido, podendo, contudo, candidatar-se nas novas eleições.

No caso de Ramos-Horta, aplica-se então o artigo 84º referente a casos de impedimento temporário, em que o Presidente da República é substituído pelo presidente do Parlamento Nacional, a segunda figura do Estado, ou no caso de impedimento deste - como aconteceu com Fernando "La Sama" de Araújo que se encontrava de visita oficial a Lisboa - pelo seu substituto.

Ao assumir interinamente a chefia do Estado, o mandato do presidente do Parlamento Nacional fica "automaticamente suspenso durante o tempo que exerce por substituição ou interinamente o cargo de Presidente da República".

Desde quarta-feira, dia em que regressou a Díli, Fernando "La Sama" de Araújo é o Presidente da República interino de Timor-Leste, em virtude de José Ramos-Horta estar temporariamente incapacitado devido aos ferimentos provocados pelo ataque à sua residência pelo grupo liderado por Alfredo Reinado.

Ramos-Horta está internado num hospital de Darwin, norte da Austrália, para tratamento dos ferimentos e segundo os médicos australianos, a sua completa recuperação poderá demorar cerca de seis meses.



JCS/PRM.

Lusa/fim

Atentado em Timor

Blog Lorocae
Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008

por Hernâni Carvalho

Ajudar não é intrometer. Na primeira declaração do primeiro-ministro australiano, após o atentado ao presidente Ramos Horta, a prioridade foi afirmar o envio de mais tropas e polícias australianas para Timor. Ainda mais?

Falar na morte de Alfredo Reinado é falar de um homem leal. O major foi sempre leal a quem o alimentou, sustentou e introduziu na tecitura timorense. Morreu ao serviço de quem sempre lhe deu cobertura. Provavelmente de forma inglória. Mas foi um agente leal...

A história há-de encarregar-se de o explicar. Timor sofreu apenas mais uma das dores de parto do nascimento de um país. Os que em Lisboa, no passado distante, disseram que a independencia de Timor era um disparate e que num passado mais recente se engalanaram para tirar dividendos políticos da dita independência, tornam hoje, nos corredores da política, a dizer à boca pequena que “aquilo nunca teve viabilidade”.

Aquilo é um Povo. E se tem tido mais dores de parto é porque todos querem meter a colher e daí tirar o que melhor houver. Há petróleo e gás natural a mais em Timor. É a ganância de muitos actores internacionais que mais mal tem feito a Timor. Ajudar não é intrometer.

Na primeira declaração do primeiro-ministro australiano, após o atentado ao presidente Ramos Horta, a prioridade foi afirmar o envio de mais tropas e polícias australianas para Timor. Ainda mais? É interessante cruzar esta afirmação com o lamento do coronel timorense Lehere que afirmou no próprio dia do atentado que as suas forças militares foram impedidas pelos militares australianos de avançar para os locais estratégicos de protecção à cidade. O relatório internacional feito pelo enviado especial da ONU a Timor falava há meses da urgente necessidade da organização da segurança nacional no território. Falava de uma polícia timorense menorizada e de umas forças armadas sem poder efectivo.

Afinal a quem é que mais interessa que as coisas se mantenham assim em Timor?

Hernâni Carvalho

LOROCAE - Centro de Apoio aos Jovens em Timor

“Pela 1ª vez, liguei a Xanana”

Expresso
16.02.2008

Alkatiri, líder da Fretilin e ex-primeiro-ministro, revela que o caso Reinado ia ser discutido esta semana entre todos os partidos


Foi num momento extremo, a seguir a tomar conhecimento dos atentados contra o Presidente da República e o primeiro-ministro na segunda-feira, que o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, resolveu quebrar o gelo com o seu maior rival político. “Pela primeira vez, desde 2006, telefonei ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, para lhe reafirmar o nosso apoio e solidariedade. Disse-lhe que o ataque foi contra o Estado e que nós estamos prontos a defender o Estado”.

Mari Alkariti diz ao Expresso que para essa mesma segunda-feira e para os dois dias seguintes estava prevista uma discussão entre o Presidente da República, a Fretilin e os partidos sobre o caso Alfredo Reinado. Desde o início que a Fretilin defendia a captura, detenção e julgamento do major e dos seus homens, ao contrário de Ramos-Horta e de Xanana, que foram optando sempre por manter o diálogo.

O antigo primeiro-ministro, que saiu do cargo com a eclosão da crise político-militar em 2006, adianta: “Tudo indicava que esta semana chegaríamos a acordo com o Presidente e com a aliança de outros partidos liderada por Xanana Gusmão para uma política de inclusão, com a criação de mecanismos de alto nível para resolver as questões dos peticionários (desertores do exército), dos deslocados, da reforma do sector de defesa e segurança e do sector da justiça. Não deve ser do interesse de algumas pessoas deste país um entendimento generalizado”.

Concordando com Taur Matan Ruak, chefe de Estado-Maior das forças armadas timorenses, nas acusações às forças internacionais (“são as principais responsáveis pelo que aconteceu”), Alkatiri acredita que o major Alfredo Reinado foi o autor não de um golpe de Estado mas de “um acto aventureiro”: “Ele era instável, presunçoso e sentiu-se muito acima do que podia ser. Quando alguém lidera um grupo com uma causa forte e cai, a causa mantém-no vivo. Alfredo não tinha uma causa. Para mim, morreu duplamente”.

M.P.

Ramos-Horta teria se encontrado com líder rebelde em janeiro

Globo.com
16/02/2008 - 10h33

Investigações sobre o ataque ao presidente de Timor Leste ganharam novo rumo.

Ramos-Horta recupera-se do ataque no Hospital de Darwin, na Austrália.

As investigações sobre o atentado contra o presidente de Timor Leste, José Ramos-Horta, ganharam um novo rumo depois que o ministro da economia do país, João Gonçalves, afirmou que Ramos-Horta teria participado de uma reunião secreta com o líder revolucionário Alfredo Reinado em 13 de janeiro.

Segundo o ministro, o encontro entre Ramos-Horta e Reinado teria sido "descontraído e amigável", e serviria para trazer, finalmente, a paz e a democracia ao país.

Gonçalves afirmou que, durante o almoço, Ramos-Horta e Reinado teriam chegado a um acordo profícuo para ambas as partes. O revolucionário teria concordado em se entregar às tropas neozelandesas nos próximos meses. Em troca, Ramos-Horta teria prometido uma anistia para 20 de maio, quando será comemorado o 6º aniversário de independência de Timor Leste.

Mas o ministro da economia teria conseguido convencer o revolucionário a se entregar tão logo fosse possível. Dessa forma, quando a anistia chegasse, Reinado poderia dizer que foi julgado pelas leis timorenses, segundo informou Gonçalves. O acordo, no entanto, nunca chegou a acontecer de fato.

Especula-se que uma terceira pessoa teria convencido o revolucionário a atacar a residência do presidente, provavelmente em troca de uma alta soma de dinheiro. Ainda não foi confirmado se o objetivo de Reinado era assassinar ou seqüestrar o presidente timorense.

Com o encontro secreto de Reinado e Ramos-Horta vindo a público, parece ser mais convicente a hipótese de que o presidente teria retornado à sua residência, mesmo sabendo que ela estava sendo atacada, porque achava que ainda poderia convencer o revolucionário a se entregar.

O ataque

José Ramos-Horta, de 58 anos e Nobel da Paz de 1996, foi submetido a quatro intervenções cirúrgicas, desde que na segunda-feira (11) recebeu três tiros ao ser atacado, em Díli, por um grupo de militares rebeldes liderados pelo ex-comandante Alfredo Reinado.

O ex-comandante morreu no tiroteio com os seguranças do presidente.

Na quarta-feira (13), a equipe médica que atende o presidente disse que o paciente só deve recuperar a mobilidade em algumas semanas, e que em cerca de seis meses poderia estar recuperado dos ferimentos.

A intimidade de Reinado com a ONU

Expresso

19:05 Sexta-feira, 15 de Fev de 2008
Micael Pereira

Um vídeo divulgado em exclusivo pelo Expresso e pela SIC mostra o major rebelde que quase matou o presidente Ramos-Horta a ser acolhido - armado - por um oficial internacional numa esquadra de polícia da ONU (UNPOL) em Same, no Verão de 2007. Nas imagens vê-se uma visita guiada oferecida a Reinado e aos seus homens.
Micael Pereira

(veja o filme aqui)

Na altura em que a cena foi filmada pendia sobre o antigo comandante da polícia militar timorense um mandado de captura por homicídio, posse de armas e crime de rebelião, meses depois de se ter envolvido num confronto sangrento com militares australianos. Alfredo Reinado morreu na segunda-feira passada, quando atacou a casa de Ramos-Horta. Meia hora mais tarde, um dos seus homens acabaria por balear com gravidade o presidente timorense.

Uma hora, 14 homens e três viaturas para salvar família Gusmão - GNR

08h51 16/02/08

Uma hora, 14 homens e três viaturas foram o tempo, pessoal e meios utilizados segunda-feira pela GNR para colocar a salvo a família de Xanana Gusmão, depois do cerco à residência pelo grupo rebelde fiel a Alfredo Reinado.

Depois de terem recebido pelas 07:03 (hora local) um telefonema de aviso de que o presidente timorense estava a ser atacado, o primeiro grupo de militares da GNR saiu do quartel de Caicoli, em Díli, e percorreu os cerca de três quilómetros que separam o local da residência de José Ramos-Horta sob as ordens do capitão Martinho.

Já no final da operação de limpeza da zona, é "recebido um novo alerta", desta vez sobre a emboscada a Xanana Gusmão e o pedido para salvar a família do chefe do Governo que estaria cercada por um grupo que, na altura, não se sabia liderado pelo ex-tenente das forças armadas timorenses Gastão Salsinha.

Com 14 homens e três viaturas, duas das quais blindadas, João Martinho partiu em direcção à residência particular de Xanana Gusmão, em Balíbar, num percurso que em condições normais seria feito em 20 minutos mas que, desta vez, demorou mais devido ao "que foi encontrado no trajecto".

"A meio do caminho encontrámos um dos carros da comitiva do primeiro-ministro que apresentava pelo menos dois buracos de bala. Parámos, verificámos a zona e seguimos em frente já que não havia ninguém", explicou.

Com os populares a apontarem para a montanha e com algumas dificuldades na identificação do caminho, João Martinho decidiu socorrer-se de um popular para lhe indicar a casa do primeiro-ministro, mas só depois de desarmar e identificar um grupo de homens que desciam a encosta e que faziam parte do corpo de seguranças de Xanana Gusmão.

Entre um e dois quilómetros à frente, outra viatura da coluna do chefe do Governo foi encontrada, desta vez caída numa ravina.

"Mais uma paragem, mais uma operação de abordagem ao carro e mais uma vez não estava ninguém. Seguimos para a casa", contou.

"Quando chegámos à residência (cerca das 09:15 segundo o relato da mulher da Xanana Gusmão) havia muita tensão, os guardas estavam nervosos fora da casa, apontavam para as montanhas onde estariam os atacantes e é enviada uma patrulha bater o terreno mas ninguém é encontrado", explicou.

Com alguns momentos de tensão à mistura, a mulher e os filhos de Xanana Gusmão foram colocados nos blindados da GNR bem como algum pessoal da casa, mas os seguranças, que também pretendiam "boleia", acabaram por permanecer na residência.

Entre o alerta para irem à casa de Ramos-Horta e o regresso a Díli, o capitão João Martinho conta cerca de uma hora mas "não estava preocupado com o relógio, mas sim com a missão delicada" onde cada abordagem a uma viatura encontrada "implica sempre" a tomada de medidas de forte segurança para se efectuar a verificação do terreno.

Para agradecer o trabalho da GNR, Kirsty Sword-Gusmão, que classificou o dia de segunda-feira como o "mais perigoso" da sua vida, e os três filhos estiveram hoje em Caicoli, onde está aquartelado o subagrupamento Bravo.

NOTA DE RODAPÉ:

Os dois tiros num dos carro da comitiva foram no capot. Não viram mais furos de bala.

Quem terá planeado a emboscada para assassinar Alfredo Reinado?

Blog Alto Hama
Quinta-feira, Fevereiro 14, 2008


Alfredo Reinado é um herói ou um criminoso? Há, como em tudo na vida, teses que sustentam qualquer um dos veredictos. Mais do que saber qual o epíteto que lhe deve ser dado, seria importante saber o que de facto se passou. O major Reinado liderou uma emboscada a Ramos Horta e a Xanana Gusmão ou, pelo contrário, foi atraído a uma emboscada?

As versões oficiais e politicamente correctas indicam que Alfredo Reinado quis decapitar Timor-Leste, matando o presidente da República e o primeiro-ministro. Perante a constatação de que o major fora morto uma hora antes de Ramos Horta ser alvejado, as versões foram retocadas e aventada a hipótese de a ideia ser raptar Horta e Xanana.

Chamados, como sempre acontece, a descobrir o que se passara num país a quem chamam o seu quintal, os australianos sustentam a tese de tentativa de rapto por ser, reconheço, a mais verosímil com os dados conhecidos e mais fácil de digerir por comunidade internacional que alinha na “diabolização” de Alfredo Reinado.

Há, contudo, outras possibilidades de leitura para o que se passou, goste-se ou não de Alfredo Reinado. Fontes timorenses acreditam que o major não queria nem matar nem raptar Horta e Xanana .

Reinado, embora armado e protegido pelos seus homens, ter-se-á dirigido à casa do presidente para, com o seu conhecimento, falar com ele e tentar resolver a questão da sua eventual entrega à Justiça timorense. Lá chegado, a segurança de Ramos Horta terá atirado primeiro para perguntar depois ao que vinha o major. Matou-o.

Considerando que tinham sido traídos, os homens de Reinado viram o seu líder assassinado e esqueceram ao que iam. Responderam na mesma moeda, avisaram o grupo de Gastão Salsinha, e começaram a caça a Ramos Horta que foi atingido, recorde-se, uma hora depois de Reinado estar morto.

Salsinha ao saber que Reinado fora morto mandou homens à casa do primeiro-ministro e, dada a sua ausência, tentaram bloquear a caravana em que Xanana Gusmão seguia.

Colherá esta tese? Provavelmente não. É a mais incómoda quer para o poder instituído em Timor-Leste quer, ainda, para as forças australianas que não dizem o que sabem.

A tese oficial, seja a de assassinato ou rapto, tem de facto muitas pontas soltas. Reinado lideraria um golpe para matar Horta dirigindo-se à casa sem saber que, como o presidente fazia todos os dias, aquela hora ele fazia sempre exercícios nos terrenos limítrofes? Mandaria os seus homens à casa de Xanana sem cuidar de saber se ele lá estaria?

Não vale a pena, contudo, aguardar pelos próximos episódios. Reinado foi morto e enterrado e às instituições internacionais falta coragem para ir a fundo nas investigações.

Publicada por Orlando Castro

O QUE IA ASSASSINANDO HORTA FOI UMA ACÇÃO INTENCIONAL OU FOI UM ERRO HUMANO?

Blog PORTUGAL DIRECTO
Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008

O GOLPISTA CONTINUA A TER CRÉDITO?


Se não fosse tão trágico dava para rirmos a bandeiras despregadas. Infelizmente o que se está a passar em Timor não é uma anedota mas sim um enorme pesadelo. Pesadelo em que os timorenses vão continuar a viver pelo simples facto de Xanana, com Kirsty e com Horta terem escancarado as portas ao vizinho australiano que a partir de agora jamais deixará de ocupar o país que anteriormente era ocupado pela Indonésia. Lá virá o tempo em que tudo se tornará claro para os timorenses mas nessa altura já será tarde para recuperarem a posse do país por que tantos têm lutado.

Logo na segunda-feira de manhã em Timor-Leste pudemos assistir a confusões peculiares da dupla Xanana-Kirsty com mais uns quantos personagens que vêm compondo o ramalhete, entre os quais podemos apontar um Leandro Isac digno do seu master Xanana. É aquilo que podemos concluir de inúmeras contradições que logo pela manhã o maior trapalhão entre mil botou boca fora em conferência de imprensa e naquilo que foi fazendo constar.

As noticias rodopiaram ao ponto de nos causarem tonturas apesar da distância. Que Xanana tinha sofrido um atentado na estrada de Balibar para Díli. Que a sua viatura ficara completamente destruída e inoperacional. Que os seus seguranças tinham desaparecido. Que chegara a Díli em transporte público como qualquer maubere ou buibere. Que fora Salsinha e seus apaniguados que lhe fizeram um atentado. Que…

Vai daí, posteriormente, Kirsty Sword, conta que afinal tudo aconteceu ali junto à casa e que etc, e que etc…

Assim não dá. Afinal em que ficamos? Foi na estrada ou junto à casa? Viram distintamente Salsinha? É que Salsinha diz que não!

Pois, o problema é que são todos uns grandes aldrabões e não sabemos em quem acreditar.

Pelo dito, contado e recontado, Ramos Horta foi atingido por dois tiros, ou três, quase com uma hora de antecedência, junto à sua residência – como rezam as crónicas.

Estranhamente, Xanana de nada sabia. Digo, estranhamente o primeiro-ministro de nada sabia. Para ele aquela era uma normalíssima manhã de catatuas e louricos a esvoaçar pelos cumes de Balibar, convidativa para um PM despreocupado se entreter com umas assobiadelas reprodutivas da Ópera do Malandro, só por acaso interrompidas pelo metralhar de tentados pelo mafarrico que decidiram fazer-lhe um atentado aos carros e… a que mais?

Então não seria normal, ali como na China ou no Altiplano da América Latina, que o PM fosse imediatamente informado sobre o que se estava a passar com o PR? Não há telefones?

Não seria normal em situação anormal que redobrassem a segurança ao PM? Não seria normal contactá-lo para lhe assegurar essa protecção extra?

Ah, não convinha que estranhos assistissem ao atentado! Compreendido.

Poderá Xanana Gusmão fundir os pés num – de tão juntos - e jurar que as suas versões são mesmo verdadinha… Mas quem é que acredita? Só se for em Timor, onde ainda há muito boa gente iludida e que não sabe nem sonha aquilo que é possível fazer para se apoderarem das riquezas de um país.

Em tudo isto o que suscita muita preocupação é se há mesmo quem se esteja nas tintas para matar a eito, até mesmo um Presidente da República, para conseguir os seus intentos, e se houver esse tal animal, a infernal besta, quem será?

Era importante que chegassem a conclusões nas investigações que dizem já ter começado a fazer…

Pois é, lembrei-me agora que Longuinhos Monteiro e outros mais também não são de fiar. Ora bolas.

Bem, mas ao menos haverá uma equipa internacional que indagará sobre como tudo se passou…
Pois, mas será composta por especialistas interessados em interesses que poderão nada ter a ver com a verdade dos acontecimentos…

É que presume-se à partida que tudo não foi mais do que uma acção desesperada de Alfredo Reinado e é bem provável que esse seja o caminho que convém para as verdades oficiais mas que nada têm a ver com a verdadeira verdade.

Um militar por mais burro que seja sabe como comportar-se ante uma acção de sua iniciativa. Ele, Reinado, é o factor-surpresa, não são os outros. Ele está mais que atento para actuar, não são os outros… Então e como é que ele leva um tiro na cara e à queima-roupa?

Então e não disseram que ele entrou em casa de Horta e partiu portas?

Mas como, se Reinado não chegou a entrar na casa, estava na rua e foi onde o mataram?
Já agora. Como se compreenderá que Horta tenha sido atingido quase uma hora depois de Reinado ter sido morto?

Sabem, é que há quem defenda a teoria de que Reinado caiu numa cilada ao ser atraído para a casa do PR Horta para dialogar porque havia novos dados a serem introduzidos em todo o confuso processo dos acontecimentos Xanana-Reinado-golpe-militar-crise…

Assim, tanto lhe podia dar um tiro na cara como no cú! O homem estava em paz!

Tudo isto pode ser meras especulações, mas só o são porque bem sabemos o que esperar das trafulhices xananistas. Viu-se em 2006. Tem-se visto.

Resta saber – TUDO – se o que ia assassinando Ramos Horta foi uma acção intencional ou foi um erro humano. É que parece que o PR também estava muito descontraído e a sua predisposição seria outra que não a de temer atentados por parte de Reinado ou dos seus acompanhantes…

Então quem disparou contra o presidente?

Ele há coisas… Pois… Golpadas…

Postado por Mário Motta

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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