quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Quinta-feira, 22 Fevereiro 2007
NAÇÕES UNIDAS

Relatos dos Media Nacionais:
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisão de Timor-Leste


250 Toneladas de arroz para as Sub-aldeias

O Ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária e o Ministério do Desenvolvimento planeia distribuir hoje um total de 250 toneladas de arroz para pessoas vulneráveis em 24 sub-aldeias de Dili. Entretanto, é relatado que o Vice-Primeiro-Ministro Estanislau da Silva disse que o arroz importado chegará ao país algures esta semana. Da Silva disse não haver nenhuma indicação de alguém ter morrido como resultado da carência alimentar e sublinhou que o problema não se resolve com apedrejamentos. (DN, STL)

Estudantes rejeitam o programa CVA

Estudantes universitários da UNTL, ARY, UNDIL, Dom Martinho e UNPAZ fizeram uma reunião e chamaram a atenção aos líderes do país que a recente audição pública do program da Comissão Verdade e Amizade (CVA) em Bali não reflecte as vontades das vítimas e tem sido uma manipulação fazer a audição em Bali em vez de Timor-Leste. Os estudantes apelaram ao governo e ao Parlamento para prestarem mais atenção às preocupações das pessoas e aos problemas afirmando que a altura não é adequada para discutir os pedidos da CVA mas a amizade no interior do país para parar a violência aqui e que para a justiça prevalecer lá não deve haver amnistias. Os órgãos de soberania devem focar-se nas necessidades básicas da população. Pediram também a abolição das pensões para os membros do Parlamente o lamentaram a acção da UNPOL na detenção e tortura a dois dos seus colegas da UNPAZ. O porta-voz do grupo disse que rejeitavam a audição pública da CVA em Bali porque não querem o envolvimento das vítimas e das suas famílias, acrescentando que o grupo continuará a lutar por justiça para as vítimas num espírito de nationalismo e patriotismo. O grupo diz que não está filiado com nenhum partido político. (DN)

Barris: pessoas têm questionado as operações da UNPOL

O Ministro do Interior Alcino Barris disse que algumas acções da UNPOL têm levantado algumas questões na população por deterem membros de um grupo e não de outros. Com base nisto, Barris disse que se reúne muitas vezes com a UNPOL e tem levantado o assusto à sua atenção, acrescentando que ambos o MI e a UNPOL discutirão estratégias de operação e que tem esperança que as coisas se processerão adequadamente a longo prazo.

O presidente do Partido Democrático (PD) Fernando Lasama disse que a UNPOL já está a discriminar em relação à segurança quando dá segurança a Mari Alkatiri que já não é Primeiro-Ministro. Lasama quer saber porque é que tantos membros da UNPOL deram segurança a Alkatiri durante uma actividade política no Distrito de Gleno. Disse que se for caso disso então requisitará segurança à UNPOL para a campanha política do PD mas sublinhou que se o seu partido pedir segurança isso criará uma percepção entre a comunidade que os líderes têm medo do seu próprio povo. Por isso, pediu à UNMIT para analisar essa questão dado que não é adequada. Disse que se esse for o caso então todos os partidos têm direito à segurança e não unicamente a Fretilin.

O presidente do PMG, Hermenegildo “Kupa” Lopes disse que o seu partido considera as acções da polícia discriminatórias porque Mari Alkatiri não é membro do governo ou primeiro-ministro. Disse que o governo é também responsável por não ter removido os bens que Mari ainda usa, como a casa onde se aloja, o carro e os guarda-costas. (DN, STL)

Impacto da crise do arroz

O impacto da crise do arroz no país levou a estragos no Ministério do Desenvolvimento e em carros do governo e da UNMIT. Dois carros do governo foram queimados e sete carros da ONU foram danificados com apedrejamentos. (TP)

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Coluna: comissão de reconciliação não é suficiente
Collegiate Times - Fevereiro 21, 2007

Brett Morris, colunista regular online

Na Segunda-feira, uma comissão montada pela Indonésia e Timor-Leste começou a sua primeira audição para mais reconciliação entre os dois países sobre a violência que ocorreu durante 1999 quando Timor-Leste votou num referendo para declarar a independência da Indonésia. A Comissão da Verdade e Amizade consiste em 10 membros, incluindo peritos de ambos os países. Contudo, a nova comissão pouco fará para trazer justiça aos responsáveis pelos crimes perpetrados durante o referendo de 1999, dado que não tem qualquer poder real.

Uma boa razão pela qual os Americanos deviam preocupar-se com Timor-Leste e a procura de justiça para as vítimas no país é que os USA foram cúmplices directos — e por extensão os cidadãos Americanos são cúmplices —não somente nos massacres que ocorreram em 1999, mas em mais de duas décadas de genocídio contra o povo Timorense. Somente quando os cidadãos dos USA compreenderam o que tem acontecido pode ser administrada justiça verdadeira e exercida pressão adequada para promover a reconciliação com significado.

Em 1965, um general Indonésio chamado Suharto tomou o poder na Indonésia e instalou uma ditadura. Prosseguiu assassinando centenas de milhares, talvez milhões de camponeses sem terra e aniquilou o partido comunista inserido nas massas que tinha sido dirigido por camponeses. A CIA descreveu isso como "um dos piores casos de assassínio em massa do século 20," comparável aos de Hitler e Estaline, apesar de estarem contentes ao entregar listas de suspeitos (de serem) comunistas às forças militares Indonésias.

Os media, sempre disponíveis para demonstrar a sua subserviência ao poder, descreveu o massacrecomo "um brilho de luz na Ásia" e que "quase toda a gente está satisfeita com as mudanças que estão a ser forjadas " (New York Times). Suharto foi elogiado até através de 1990s nos media dos USA — como um "moderado," "de bom coração," "moderado, enigmático" e um "homem profundamente espiritual." A administração Clinton declarou que Suharto era "o nosso tipo de homem." As Corporações, sempre os principais clientes dos governos, mexeram-se rapidamente para fazer negócios com o regime de Suharto, que foi descrito como um "paraíso dos investores." A Chevron e a Texaco tiveram um anúncio de página inteira no New York Times com o título "Indonésia: Um Modelo do Desenvolvimento Económico."

Em 1975 a Indonésia invadiu Timor-Leste, substituindo os colonialistas Portugueses. Os Estados Unidos e a sua aliada Austrália sabiam que a invasão estava para vir e autorizaram-se em essência. Os Estados Unidos e a Austrália consideraram que era possível terem um melhor acordo sobre as reservas de petróleo em Timor-Leste com uma Indonésia no poder apoiada pelos Estados Unidos em vez de permitires a independência Timorense. Nessa altura, a Indonésia estava a receber mais de 90 por cento das suas armas dos Estados Unidos em nome de "auto-defesa " para a Indonésia. Depois da invasão, aumentou o fluxo das armas ao mesmo tempo que foi declarado publicamente uma suspensão das armas.

O Conselho de Segurança da ONU ordenou à Indonésia para sair de Timor-Leste. Isto falhou como o então Embaixador na ONU Daniel Patrick Moynihan explicou nas suas memórias que ele orgulhou-se de tornar a ONU "completamente ineficaz em qualquer medida que tomou " porque os Estados Unidos "obrigaram as coisas a acontecer como aconteceram." Apesar de admitir que por essa altura já tinham sido massacrados 60,000 Timorense na invasão com armas dos USA, "quase a proporção de baixas experimentadas pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial." O fluxo das armas teve o seu ponto mais alto durante a administração Carter, com a última contagem de mortes de Timorenses a chegar a cerca de 200,000, no pior caso de genocídio relativo à população desde o Holocausto.

Finalmente, em 1999, Timor-Leste realizou um referendo sobre se se devia tornar independente da Indonésia. A população foi muito corajosa e votou que desejavam ser independentes. Forças de milícias Indonésias apoiadas por Jacarta entraram e mataram mais de 1,400 pessoas e deixaram mais de 250,000 deslocadas. A administração Clinton insistiu que Timor-Leste é "da responsabilidade do Governo da Indonésia, e não queremos tirar essa responsibidade deles," apesar do facto de a Indonésia ser um Estado apoiado pelos USA e sob controlo dos USA. Isto ficou evidente poucos dias mais tarde quando Clinton, sob enorme pressão internacional e doméstica, mudou o apoio de mais de duas décadas aos crimes da Indonésia em Timor-Leste e informou os militares Indonésios que os Estados Unidos não mais apoiariam os seus crimes. A Indonésia obedeceu rapidamente e retirou-se imediatamente de Timor-Leste. Timor-Leste tornou-se um Estado oficialmente reconhecido em 2002.

Com a grandeza de tais crimes, é necessário assegurar a justiça através de procedimentos cuidadosos e deliberados. A comissão corrente não tem poder para fazer prossecuções e não terá qualquer ramificação legal. Só pode dar conselhos. De facto, a comissão é muito provavelmente uma tentativa para evitar quaisquer investigações reais aos crimes. Um painel de peritos da ONU descreveu a comissão actual como inadequada. Grupos de direitos humanos e a Igreja Católica em Timor-Leste descreveram a comissão como uma "tentativa para enterrar o passado em vez de prosseguir a justiça."

A ONU devia estabelecer um tribunal de crimes de guerra para de verdade garantir que os perpetradores sejam levados à justiça em Timor-Leste. Tal órgão teria poder suficiente para levar os criminosos à justiça. Contudo, não deve ser esquecido, que se não fosse o apoio dos Estados Unidos e a sua cumplicidade com a Indonésia durante mais de duas décadas, o massacre inicial e a invasão eventualmente podiam ter sido facilmente paradas antecipadamente com uma simples ordem do controlador.

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A comissão da verdade pode trabalhar se a “verdade” é pública
Meidyatama Suryodiningrat, The Jakarta Post, Sanur, Bali

Às vezes fazer a coisa certa não é fazer a coisa melhor. Assim (é) o predicamento da Comissão Conjunta Indonésia-Timor-Leste da Verdade e Amizade (CTF).

Quando concluiu a primeira fase das audições aqui na Quarta-feira, a comissão foi carregada com o peso de expectativas não invejáveis: cínicos afastam-na como uma fraca desculpa para preservar a impunidade de perpetradores da violência de 1999 em Timor-Leste, ao mesmo tempo que outros lhe consignam esperanças exageradas como se as audições fossem o penúltimo capítulo de “quem é que fez isso”.

Quando entramos no processo de audições é importante lembrar que as comissões de verdade não (lidam) com prossecuções. Elas não são feitas para enfatizar o passado nem são instrumentos de justiça punitiva.

O foco principal está na cura e no perdão.

É esperado que se sirva a justiça com a revelação da verdade e o reconhecimento da responsabilidade. É um processo (que está) a ganhar reconhecimento na esfera internacional, como foi evidenciado pelo relatório de 2005 do Tribunal Criminal Internacional de Darfur que afirma que “mecanismos tradicionais de resolução de disputas podem também preencher a necessidade da justiça".

Membros da CTF descrevem isso como justiça restauradora, que permite a todos os envolvidos ultrapassar o trauma dos eventos e evitar um estado de negação colectiva.

As comissões da Verdade à volta do mundo são estabelecidas para ajudar sociedades em transição a enfrentar o futuro ao resolverem o passado, sem a agitação que um processo acusatório pode trazer.
África do Sul, Guatemala e Marrocos estão entre os muitos países que seguiram um curso similar.

Outros como o Cambodja e Moçambique decidiram, por agora, não olhar para o seu passado com receio de agitar o presente e pôr em perigo o futuro.

Em suma, o que todas estas sociedades, todas elas a emergir de um passado escuro, estão a fazer é um processo de transformação social através da reconciliação.

As comissões da Verdade são uma catarse, que purga tensões sócio-políticas e emocionais.

Respondendo aos que censuravam a Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sul por se focar na absolvição em vez da prossecução, o Bispo Desmond Tutu respondeu: "Os aliados puderam fazer a mala e voltar para casa depois de Nuremberg, nós na África do Sul tivemos de viver uns com os outros."

Para os governos da Indonésia e de Timor-Leste, a comissão foi a “melhor” solução viável.

Deu uma plataforma para olhar para o futuro a duas administrações emergentes democráticas que sabem bastante bem que a prossecução no contexto político presente não será atingível.

Líderes de ambos os países, em particular de Timor-Leste, perceberam que sem algum tipo de fechamento a bagagem histórica da violência de 1999 na antiga província Indonésia se tornaria numa carga psicológica a obstruir o crescimento das relações bilaterais.

"Em vez de olhar para o passado com o coração pesado, é melhor olhar para o futuro com um coração puro," disse o Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão na cerimónia de lançamento da comissão em 2005.

Olhando para a frente, há várias medidas em que a comissão se deve engajar e preparar para antes do fim do seu mandato dentro de seis meses.

Primeiro é a necessidade de melhor socializar e promover o processo.

Um dos elementos chave das comissões de verdade é o apoio e ter atrás de si a população em geral. As investigações e as audições são terapia colectiva.

Esta tarefa não é da obrigação exclusiva da CTF. Ambos os governos devem continuar a dar o mais elevado grau de importância na promoção do trabalho da comissão.

Uma falta de apoio público, mesmo de conhecimento, do seu trabalho pouco fará para fechar este capítulo da nossa história. Olhando para o que transpirou do ano passado, muito do trabalho da comissão manteve-se tristemente desconhecido para a população.

O sucesso desta comissão pode também ser um bom prenúncio bem para a instalação da comissão interna de verdade da própria Indonésia para analisar os abusos sob o regime da Nova Ordem de Soeharto.

Apesar da CTF terminar oficialmente o seu mandato mais tarde este ano, o processo de cura não deve terminar aí.

A comissão deve propor, e o governo apoiar, o estabelecimento de órgãos que possam ajudar vítimas com assistência a traumas e talvez mesmo reparações.

Exemplos similares podem encontrar-se na África do Sul, que fez seguir as conclusões da sua comissão da verdade com um Comité de Reparação e Reabilitação e no Chile, que fundou uma Corporação Nacional para Reparações e Reconciliações.

Mais importante, a comissão deve providenciar um registo confiável do que aconteceu, mesmo se de facto não processar ninguém.

É essencial que o relatório final submetido a Jacarta e a Dili detalhe a espiral de violência que transpirou.

Esses documentos podem fornecer a mais duradoura e importante contribuição para esta nação: uma base para lançar mudanças estruturais e procedimentais para assegurar que tais violências não re-ocorram.
Qualquer coisa de menos só confirmará as suspeitas de que a comissão não passa de uma desculpa para evitar um tribunal internacional.


NOTA:

Tudo isto parece muito razoável, quando feito por pessoas razoáveis. Mas ainda ontem, uma vítima timorense que se queixava de ter sido espancado e ferido em 1999, depois de assistir à morte de outros que não tiveram tanta sorte, queixou-se de que foi obrigado no hospital a cantar o hino da Indonésia antes de ser tratado. Esta testemunha foi imediatamente humilhada pelos comissários indonésios que se mostraram indignados (!) porque ele não "achava normal" cantar o hino indonésio em território indonésio...

Isto é intolerante. Como é intolerante a impunidade que se verifica desde então até agora, a qualquer crime que se comete em Timor-Leste.

Reconciliação sim, mas haja coragem também para a Justiça.

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ALGUMA RELAÇÃO COM A ESPECULAÇÃO/FALTA DE ARROZ EM TIMOR-LESTE?...:
The Jakarta Post – Quinta-feira, Fevereiro 22, 2007

Editorial: Segurança de arroz um alvo móvel

De cada vez que um episódio de aumento de preços atinge o mercado, como tem acontecido nas últimas semanas, ressurge a questão básica da segurança alimentar da Indonésia, com a questão da necessidade de importações de arroz desencadearem debates infindos, sem conclusões.

Tal como durante a vaga anterior de aumentos de preços do arroz nas duas primeiras semanas de Dezembro último, o governo mais uma vez, veio com uma grande lista do que irá fazer para aumentar a produção de arroz. Mas mais uma vez, tal como as suas promessas de Dezembro passado, ficará no papel a expansão considerável de produção de arroz logo que os preços baixarem nas próximas semanas dado que vai começar a colheita em várias áreas importantes de produção de arroz.

A segurança alimentar é sempre uma questão emocional, dado que as carências alimentares e aumentos bruscos nos preços dos alimentos mobilizam o sentimento público. Seja como for definida, económica ou politicamente, a segurança alimentar é claramente um bem público que o governo deve garantir.

Contudo, a corrente abordagem política para estimular o crescimento da produtividade através de políticas de preços e de importações sem impostos de entrada está cheia de dificuldades. Há mesmo bastante confusão acerca do nível dos preços de arroz dado que muitos analistas, organizações de investigação privadas e representantes dos agricultores se queixam sobre preços baixos.

Mesmo com os incentivos dados por preços de arroz doméstico elevados, os agricultores falharam em aumentar significativamente a produtividade porque não têm acesso a novas tecnologias. De facto, como Peter Timmer, um perito na produção de arroz Indonésio, concluiu num estudo em 2004, preços de arroz mais elevados produziram um resultado de soma zero – qualquer aumento nos rendimentos dos agricultores de arroz será perdido dado que os consumidores de arroz vão pagar preços mais altos.

Permitir que os preços de arroz continuem a subir para dar mais receitas aos agricultores, como muitos políticos e analistas têm sugerido, é totalmente contra o senso comum e em vez disso só prejudicará a maioria das pessoas, 80 por cento das quais são consumidores líquidos de arroz. De facto, como mostram dados da Agência Central de Estatística, mais de 75 por cento dos cultivadores de arroz são eles próprios consumidores líquidos de arroz. E preços altos atingem com mais dureza os segmentos mais pobres da sociedade, porque quase 25 por cento das suas despesas domésticas vai para o arroz.

Além do mais, por causa da longa e porosa linha de costa do país, próximas de vários dos mais importantes portos exportadores de arroz, é quase impossível para a Indonésia manter os preços domésticos de arroz muito mais altos do que os preços na fronteira sem disso resultar no contrabando de arroz para o país.

Fazedores de política parecem teimosamente pensar que os agricultores de arroz precisam de preços mais altos para estimular a produção, e assim melhorar a segurança alimentar da Indonésia, uma política que a administração de Soeharto abraçou durante mais de três décadas. Mas o governo corrente parece esquecer que a infra-estrutura que Soeharto construiu para a sua estratégia de auto-suficiência em arroz é agora agudamente desadequada.

A infra-estrutura de apoio envolve enormes investimentos em irrigação e em fertilizantes subsidiados, ao mesmo tempo que a poderosa Agência de Logística do Estado (Bulog), que tinha o monopólio de importação de arroz, trigo, açúcar e vários outros produtos de consumo alimentares, operava unidades de armazenamento de arroz em todo o país e tinha acesso quase ilimitado a crédito financeiro subsidiado.

O Bulog corrente não só é fraco sob o ponto de vista financeiro como também foi convertido numa entidade comercial que tem de financiar as suas próprias operações sem canais de rendimentos estáveis de lucrativos monopólios de importações.

Por isso, se o governo decidir continuar a sua política actual de controlar os preços do arroz no interior de uma categoria periodicamente revista de preços máximos e mínimos para assegurar a justiça para ambos consumidores e produtores, deverá haver um novo consenso político para reforçar os recursos do Bulog, para o capacitar para construir grandes acumulações de arroz através de garantias domésticas ou importadas para operações em mercado para estabilizar os preços.

Contudo, à distância e na ausência de corta-caminhos de nova tecnologia e de qualquer expansão significativa em áreas de arroz fora de Java devido à falta de redes de irrigação, parece não haver nenhuma melhor política alternativa para o governo, excepto avançar com programas de diversificação alimentar.

Como tantas vezes temos argumentado nesta página, será virtualmente impossível garantir a segurança alimentar com base somente num único produto – o arroz – para a quarta maior nação do mundo, com uma população de 230 milhões. A auto-suficiência de arroz através deste vasto arquipélago é simplesmente um alvo móvel, dado que os factores chave que influenciam estão completamente fora do nosso controlo.

O programa de revitalização da agricultura do governo deve por isso encorajar a diversificação de culturas ao embaratecê-las para os agricultores, que diversificarem em culturas de maior valor tais como frutas, para comprarem arroz do mercado. Entretanto, as importações de arroz devem manter-se abertas como um dissuassor para o comércio especulativo de arroz e para responder a défices domésticos no evento de falhas de colheitas resultantes de condições climatéricas desfavoráveis.

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AKI – Fevereiro 21, 2007

Pacto de energia com a Austrália é 'suspeito' diz perito

Dili – O acordo entre a Austrália e Timor-Leste para o desenvolvimento conjunto de campos de gás e de petróleo no Mar de Timor, mantém-se "suspeito", de acordo com Warren Wright, um representante do Serviço Legal de Informação de Timor-Leste. "Tenho a opinião que qualquer acordo em relação à divisão de rendimentos do petróleo e do gás no Mar de Timor sem uma determinação justa das fronteiras marítimas de acordo com as regras aplicáveis da lei pública internacional é sempre suspeito," disse Wright numa entrevista com a Adnkronos International (AKI).

O acordo que foi ratificado pelo Parlamento de Timor-Leste em Dili na Terça-feira estipula que Timor-Leste e a Austrália dividirão igualmente os rendimentos derivados do campo de gás do Greater Sunrise. O acordo tem base nas negociações de fronteiras entre a Austrália e a Indonésia, a antiga potência ocupante de Timor-Leste.

Essas fronteiras colocaram os campos de gás entre os dois países, mas de acordo com a lei internacional, 80 por cento dos campos de gás estão nas águas territoriais de Timor-Leste. As leis internacionais contudo não se podem aplicar porque a Austrália retirou-se da Convenção da Lei do Mar da ONU (UNCLOS) em 2002.

De acordo com Wright, o acordo "não seria tão mau ", se pelo menos desse a possibilidade de ajustar a divisão de rendimentos entre os dois países no futuro, depois fronteiras serem renegociadas por lei internacional.

Contudo isto é quase impossível porque uma clausula no pacto estipula que os países não podem renegociar as fronteiras durante pelo menos 50 anos.

Está estimado que os rendimentos dos campos de gás valerão cerca de 20 biliões de dólares para Timor-Leste nos próximos 20 anos.

Timor-Leste é um dos países mais pobres na Ásia. Um relatório da ONU afirma que nove por cento das crianças do país não chegam ao primeiro ano de vida, metade da população não tem acesso a água potável, a iliteracia é extrema e mais de 40 por cento da população está desempregada e vive com menos de 50 cêntimos por dia.

Column: Reconciliation commission not enough

Collegiate Times - February 21st, 2007

Brett Morris, regular online columnist

On Monday, a commission set up by Indonesia and East Timor began its first hearing to further reconciliation between the two countries over the violence that occurred during 1999 when East Timor voted in a referendum to declare independence from Indonesia. The Commission of Truth and Friendship consists of 10 members, including experts from both countries. However, the new commission will do little to bring justice to those responsible for the crimes perpetuated during the 1999 referendum, as it lacks any real power.

One good reason Americans should care about East Timor and the pursuit of justice for victims in the country is that the U.S. government is directly complicit — and by extension American citizens are complicit —in not only the slaughter that occurred in 1999, but in a more than two-decade-long genocide against the East Timorese people. Only when U.S. citizens understand what has happened can true justice be administered and proper pressure be exerted to promote meaningful reconciliation.

In 1965, an Indonesian general named Suharto took power in Indonesia and installed a dictatorship. He proceeded to murder hundreds of thousands, perhaps millions, of landless peasants and wiped out the mass-based communist political party that had been run by the peasants. The CIA described this as "one of the worst mass murders of the 20th century," comparable to the likes of Hitler and Stalin, though they were happy to hand over lists of suspected communists to the Indonesian military.

The media, always willing to demonstrate their subservience to power, described the slaughter as "a gleam of light in Asia" and that "almost everyone is pleased by the changes being wrought" (New York Times). Suharto was praised right up through the 1990s in the U.S. media — as a "moderate," "at heart benign," "soft-spoken, enigmatic" and a "profoundly spiritual man." The Clinton administration declared that Suharto was "our kind of guy." Corporations, always the government's main constituents, quickly moved in to do business with Suharto's regime, which was described as an "investors' paradise." Chevron and Texaco ran a full page ad in the New York Times titled "Indonesia: A Model for Economic Development."

In 1975 Indonesia invaded East Timor, replacing the colonialist Portuguese. The United States and its ally Australia knew the invasion was coming and essentially authorized it. The United States and Australia reasoned that it may be possible to get a better deal on oil reserves in East Timor with a United States-backed Indonesia in power instead of allowing East Timorese independence. At this time, Indonesia was receiving over 90 percent of its arms from the United States in the name of "self-defense" for Indonesia. After the invasion, the arms flow increased at the same time that an arms suspension was declared publicly.

The United Nations Security Council ordered Indonesia to leave East Timor. This failed as then-U.N. Ambassador Daniel Patrick Moynihan explained in his memoirs that he took pride in making the United Nations "utterly ineffective in whatever measures it undertook" because the United States "wished things to turn out as they did." Although he admits that by this time 60,000 Timorese had been slaughtered in the invasion with U.S. arms, "almost the proportion of casualties experienced by the Soviet Union during the Second World War." The arms flow peaked during the Carter administration, with the ultimate death toll of East Timorese standing at about 200,000, in the worst case of genocide relative to population since the Holocaust.

Finally, in 1999, East Timor held a referendum on whether to become independent of Indonesia. The population was very courageous and voted that they wished to be independent. Indonesian militia forces backed by Jakarta moved in and killed over 1,400 people and left more than 250,000 displaced. The Clinton administration insisted that East Timor is "the responsibility of the Government of Indonesia, and we don't want to take that responsibility away from them," despite the fact that Indonesia is a U.S.-backed state under United States control. This was made evident a few days later when Clinton, under enormous international and domestic pressure, reversed the more than two-decades-long support for Indonesia's crimes in East Timor and informed the Indonesian military that the United States would no longer support their crimes. Indonesia quickly complied and immediately withdrew from East Timor. East Timor became an officially recognized state in 2002.

With the magnitude of such crimes, it is necessary to ensure justice through careful and deliberate proceedings. The current commission has no power to bring prosecutions and will have no legal ramifications whatsoever. It can only offer advice. In fact, the commission is most likely an attempt to forestall any real investigations of the crimes. A panel of experts from the United Nations has described the current commission as inadequate. Human rights groups and the Catholic Church in East Timor have described the commission as an "attempt to bury the past rather than pursue justice."

The United Nations should establish an international war crimes tribunal to truly make sure that justice is brought to the perpetrators of crimes in East Timor. Such a body would have enough power and clout to bring criminals to justice. However, it should not be forgotten, that if it was not for United States support and complicity of Indonesia for over two decades, the initial slaughters and eventual invasion could have been easily halted beforehand with a simple command from the master.

Três maiores partidos da oposição anunciam coligação

Díli, 22 Fev (Lusa) - Os três maiores partidos da oposição parlamentar em Timor-Leste anunciaram hoje a criação de uma coligação para a formação de Governo após as eleições legislativas.

Os presidentes do Partido Democrático (PD), Fernando Lasama de Araújo, do Partido Social-Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão, e da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), Francisco Xavier, anunciaram a assinatura de um acordo para vigorar "depois das legislativas".

A decisão de "tirar o máximo proveito das capacidades intelectuais dos quadros e dos militantes" dos três partidos resulta, segundo a declaração dos três líderes, do "actual estado da nação".

"A realidade não está a corresponder ao sonho timorense de um país moderno, solidário, próspero, justo e democrático", afirma o documento fundador da coligação.

Em vez disso, "existe uma crise social, de segurança, política, económica e militar que parece não ter fim".

As eleições legislativas ainda não estão marcadas e o Presidente da República, Xanana Gusmão, anunciará uma data logo após a realização das eleições presidenciais, agendadas para 09 de Abril próximo.

Cada um dos partidos fará campanha por si, mas a coligação formará Governo se qualquer dos integrantes vencer as eleições legislativas ou se a votação dos três partidos permitir uma maioria parlamentar, explicou o presidente do PSD , Mário Viegas Carrascalão.

As legislativas de 2001 foram ganhas pela Fretilin, que obteve 57,4 por cento dos votos. O PD obteve 8,7 por cento e foi o segundo partido mais votado.

O PSD, com 8,2 por cento dos votos, e a ASDT, com 7,8, vieram a seguir.

Em conjunto, PD, PSD e ASDT conseguiram 89.901 votos em 2001. A Fretilin recolheu 208.531 votos.

Os três partidos pretendem "manter a sua independência" dentro da coligação, que é criada para "ser uma alternativa viável ao actual Governo".

PRM-Lusa/Fim

Pontos de venda de arroz

O Governo e as comissões dos sub-distritos de Díli organizaram pontos de venda de arroz a partir de amanhã, dia 23 de Fevereiro às 10:00.

Cada pessoa só pode comprar 5 Kg de arroz que custam 2,00 USD.

Não precisam de levar documentos de identificação ou preencher qualquer formulário.

Serão disponibilizadas para venda 120 toneladas de arroz, 30 para cada centro de venda.

CENTROS DE VENDA:
Nain Feto
Sede do suco Bemori
Vera Cruz
Edíficio do antigo Mercado Municipal / Mercado Lama
Cristo-Rei
Armazém Batara Indra - Bécora
D. Aleixo
Igreja Aimutin


As comissões sub-distritais vão organizar as filas de espera e a segurança será também assegurada pela UNPOL.

ALGUMA RELAÇÃO COM A ESPECULAÇÃO/FALTA DE ARROZ EM TIMOR-LESTE?...:

The Jakarta Post - Thursday, February 22, 2007

Editorial: Rice Security a Moving Target

Every time a bout of price rises hit the market, as they have done over the last few weeks, the basic issue of Indonesia's food security resurfaces, with the question of the need for rice imports setting off endless, fruitless debate.

As during the previous wave of rice price hikes in the first two weeks of last December, the government has again come out with a long list of what it will do to increase rice production. But again, like with its promises last December, the pronounced rice production expansion will remain on paper as soon as prices come down in the next few weeks as the harvest begins in several major rice producing areas.

Food security is always an emotional issue, as local food shortages and sudden hikes in food prices mobilize public sentiment. However defined, economically or politically, food security is clearly a public good the government must provide.

However, the current political approach to stimulating productivity growth through price policies and non-tariff barriers to imports is fraught with difficulties. There is even a great deal of confusion about the level of rice prices as many analysts, private research organizations and farmer representatives complain about low prices.

Even with the incentives provided by high domestic rice prices, farmers have failed to significantly raise productivity because they do not have access to new technologies. In fact, as Peter Timmer, an expert on Indonesian rice production, found in a study in 2004, higher rice prices have produced a zero-sum outcome -- any increase in rice farmers' incomes will be lost as rice consumers must pay higher prices.

Allowing rice prices to continue rising to give higher earnings to farmers, as many politicians and analysts have suggested, is entirely against common sense and will instead only hurt the majority of the people, 80 percent of whom are net rice consumers. In fact, as data at the Central Statistics Agency show, more than 75 percent of rice growers are themselves net rice consumers. And high prices hit the poorest segments of society hardest, because almost 25 percent of their household spending goes to rice.

Moreover, because of the country's long and porous coastline, close to several major rice exporting ports, it is nearly impossible for Indonesia's domestic rice prices to be kept much higher than border prices without resulting in the smuggling of rice into the country.
Policy-makers seem to stubbornly think that rice farmers need higher prices to stimulate production, and hence to improve Indonesia's food security, a policy the Soeharto administration embraced for more than three decades. But the current government seems to forget that the infrastructure that Soeharto built for his rice self-sufficiency strategy is now acutely inadequate.

The support infrastructure involved huge investments in irrigation and subsidized fertilizers, while the powerful State Logistics Agency (Bulog), which held import monopolies for rice, wheat, sugar and several other food commodities, operated rice storage units across the country and had almost unlimited access to subsidized credit financing.

The current Bulog not only is financially weak but also has been converted into a commercial entity that has to finance its own operations without steady revenue streams from lucrative import monopolies.

Hence, if the government decides to continue its present policy of controlling rice prices within a periodically reviewed range of floor and ceiling prices to ensure fairness for both consumers and producers, there should be a new political consensus to strengthen Bulog's resources, to enable it to build up large rice stocks through domestic or import procurements for market operations to stabilize prices.

However, in the long run, and in the absence of new technology breakthroughs and of any significant expansion in rice acreage outside Java due to a lack of irrigation networks, there seems to be no better alternative policies for the government, except to step up food diversification programs.

As we have often argued on this page, it would be virtually impossible to ensure food security based solely on a single commodity - rice - for the world's fourth largest nation, with a population of 230 million. Rice self-sufficiency across this vast archipelago is simply a moving target, as the key factors that influence output are completely beyond our control.

The government's agricultural revitalization program should therefore aim at encouraging crop diversification by making it cheaper for farmers, who diversify into higher-value crops such as fruits, to buy rice from the market. In the meantime, rice imports should remain open as a deterrent to the speculative rice trade and to meet domestic deficits in the event of harvest failures as a result of unfavorable climatic conditions.

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "Comentário sobre a sua postagem "Condições de segu...":

O governo desde Abril passado que tem caído em quase todas as "armadilhas" que lhe têm sido montadas pela oposição (sabe-se lá paga por quem...).

Pelo que já deveriam ter adquirido alguma perspicácia e prestar mais atenção ao que realmente se passa à sua volta, não "embarcando", com a facilidade a que temos assistido, em teses de catástrofes humanitárias e temas semelhantes, que em muito têm servido para desviar a actuação do elenco governamental dos verdadeiros problemas, e de criar mecanismos sérios através da elaboração de planos, consertados para a resolução das "crises" que se têm vindo a acumular.

Podemos sempre afirmar que a fraca actuação governamental se deve à sua inexperiência política, mas atenção!! Já lá vão 9 meses de crise, já era tempo de terem aprendido alguma coisa, continuamos sempre a assistir a mais do mesmo!!!!....

Volta Mari...estás perdoado!!!

Desculpe, importa-se de repetir?

Ataques à ONU «desacreditam o país», diz chefe de missão

Díli, 22 Fev (Lusa) - Os ataques sistemáticos a veículos das Nações Unidas na capital timorense "desacreditam o país", declarou hoje o chefe da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).

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Diário Digital/Lusa 22-02-2007 9:18:30

Os ataques sistemáticos a veículos das Nações Unidas na capital timorense «desacreditam o país», declarou hoje o chefe da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).

«Estragar uma viatura não resolve o problema, exacerba-o», afirmou Atul Khare, representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, durante a conferência de imprensa semanal da UNMIT.

«Tenho vergonha», sublinhou Atul Khare num dia em que o chefe de missão usou um registo mais enfático do que é habitual.

«Nunca vi um povo que ataca os veículos da ONU», acrescentou Atul Khare, que falou da importância de «moralidade, educação cívica e boa liderança política».

A violência de rua e a escassez de arroz produziram um agravamento das condições de segurança em Díli desde segunda-feira, com ataques a viaturas da ONU e do Estado.

Em apenas 24 horas, foram danificados por apedrejamento 38 veículos da ONU, dos quais 24 da Polícia das Nações Unidas (UNPol).

Sete elementos da UNPol ficaram feridos durante operações de manutenção da ordem pública durante uma Quarta-Feira de Cinzas muito tensa.

«Isso pode ou não estar associado à criminalidade e aos grupos rivais», comentou Atul Khare, que nas últimas 48 horas visitou focos de violência «em todo o lado e a todas as horas».

As Forças de Segurança Internacionais colocaram patrulhas adicionais de soldados australianos durante as 24 horas do dia e a UNPol reforçou a sua operacionaldade com elementos adstritos a tarefas administrativas ou de treino.

A UNMIT prendeu 148 pessoas em Díli em relação aos ataques a veículos e armazéns de alimentos: 32 na segunda- feira, 79 na terça-feira, 16 durante o dia de quarta-feira e 21 à noite.
«Não são apenas crianças com pedras» com que a UNPol está a lidar, frisou Atul Khare.

«Gostava que vissem as armas que apreendemos na casa de uma única pessoa, o líder do PSHT, em 31 de Janeiro», referiu o chefe de missão, falando de «criminosos misturados nos grupos de artes marciais».

Sobre uma eventual intencionalidade política atrás da violência em Díli, Atul Khare respondeu que «em países que vivem situações de pós-conflito, as causas dos problemas são sempre complexas. Não há uma causa apenas».

O chefe da UNMIT admitiu que «a escassez de arroz está a ter um papel importante» no aumento de tensão na capital.

O Governo anunciou quarta-feira que contratou a colocação no país de 6.700 toneladas de arroz nas próximas quatro semanas e que continua em negociações com a Austrália para aquisições adicionais.

Nota:

O RESG das Nações Unidas está indiganado.

Mas indignados andamos todos nós. O que dizer da credibilidade das Nações Unidas que não é capaz, com mais de 1.300 polícias da UNPOL, de evitar uma escalada de violência na cidade de Díli, provocada por bandos de crianças com pedras (essa das armas apreendidas não tem nada a ver com a violência dos últimos dias), contra os carros das Nações Unidas, do Governo e da população em geral?

Já para não falar da credibilidade das Nações Unidas com mais de 1.300 polícias da UNPOL, de centenas de militares australianos, para executarem mandados de captura de 15 bandidecos, como o Reinado e seus muchachos, que se passeiam impunemente armados pelo país...

Relativamente às desculpas de que são bandos rivais, grupos de artes marciais, já ninguém lhes pega.

A propósito, onde andam as patrulhas da UNPOL, que ainda por cima foram reforçadas? A cidade está deserta...

Bem, verdade seja dita. Ainda se vê a GNR a escoltar camiões das tropas australianas que transportam arroz dentro da cidade...

P.S. As instalações e os carros das Nações Unidas são atacados em muitas zonas de conflicto. Vejam-se os ataques no Iraque, Afganistão, Bósnia, etc.

Conselho Segurança delibera sobre missão ONU e reforço contingente


Nações Unidas, Nova Iorque, 22 Fev (Lusa) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas delibera hoje em Nova Iorque sobre o prolongamento do mandato da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) e o reforço de efectivos estacionados no país.

A proposta de prorrogação do mandato, que termina no próximo dia 25, e do reforço policial, constam do relatório que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, remeteu no passado dia 12 àquele órgão, em que acentuava que embora a situação em Timor-Leste tivesse registado melhorias esta permanece "volátil e o clima político incerto".

Fontes diplomáticas na ONU disseram à Lusa que a missão da ONU em Timor-Leste deverá ser aprovada por mais um ano, juntamente com o pedido para o envio de mais uma unidade policial portuguesa para Dili.

O secretário-geral das Nações Unidas recomendou também o envio para Timor-Leste de uma unidade adicional de polícia para garantir a estabilidade durante as próximas eleições presidenciais, marcadas para 09 de Abril.

No debate do passado 12 os países membros do Conselho de Segurança deram, na generalidade, apoio ao pedido do secretário-geral.

A reunião do Conselho de Segurança em Nova Iorque está marcada para hoje de manhã, hora de Nova Iorque, e fontes diplomáticas disseram que deverá terminar "muito rapidamente, sem qualquer problema".

A reunião do Conselho de Segurança coincide com a deterioração da situação de segurança, marcada por confrontos entre grupos de marginais e apedrejamento de edifícios públicos e viaturas do Estado e da UNMIT.

JP/EL-Lusa/Fim

Truth commission can work if 'truth' is public

Meidyatama Suryodiningrat, The Jakarta Post, Sanur, Bali

Sometimes the right thing to do may not be the best thing to do. Thus the predicament of the joint Indonesia-Timor Leste Commission of Truth and Friendship (CTF).

As it concluded its first phase of hearings here Wednesday, the commission was burdened with the weight of unenviable expectations: Cynics brush it off as a feeble excuse to preserve the impunity of perpetrators of the 1999 violence in East Timor, while others consign it undue hope, as if the hearings were the penultimate chapter of a whodunit.

As we enter the process of hearings it is important to recall that truth commissions are not about prosecution. They are not meant to dwell on the past nor are they designed as instruments of punitive justice.

The primary focus is healing and forgiveness.

Justice, it is hoped, can be served with the unveiling of the truth and the acknowledgement of responsibility. It is a process gaining recognition in the international sphere, as evidenced by the International Criminal Court's 2005 Darfur report which stated that "traditional mechanisms of dispute resolution may also fulfill the need for justice".

CTF members have described it as restorative justice, allowing all involved to overcome the trauma of events and avoid a state of collective denial.

Truth commissions around the world are established to help transitioning societies face the future by resolving the past, without the agitation that a prosecutorial process may bring about.
South Africa, Guatemala and Morocco are among the many countries that have pursued a similar course.

Others like Cambodia and Mozambique have, for now, decided not to look at their past for fear of agitating the present and jeopardizing the future.

In essence what these societies, all of whom are emerging from a dark past, are undertaking is a process of social transformation through reconciliation.

Truth commissions are a catharsis, purging socio-political and emotional tensions.

Responding to those who rebuked South Africa's Truth and Reconciliation Commission for focusing on absolution instead of prosecution, Bishop Desmond Tutu replied: "The Allies could pack up and go home after Nuremberg, we in South Africa had to live with each other."

For the governments of Indonesia and Timor Leste, the commission was the "best" viable solution.

It provides a platform to look forward for two emerging democratic administrations who know full well that prosecution in the present political context would be unattainable.

Leaders from both countries, particular Timor Leste, realize that without some form of closure the historical baggage of the violence of 1999 in the former Indonesian province would become a psychological hurdle obstructing the growth of bilateral relations.

"Instead of looking to the past with a heavy heart, it is better to look toward the future with a pure heart," Timor Leste President Xanana Gusmao said during the commission's inauguration in 2005.

Looking ahead, there are several measures which the commission should engage and prepare for before the end of its mandate in six months' time.

First is the need to better socialize and promote the process.

One of the key elements of truth commissions is the support and backing of the general public. The investigations and hearings are collective therapy.

This task is not the obligation of the CTF alone. Both governments should continue to place the highest degree of importance in promoting the commission's work.

A lack of public support, even knowledge, of its work will do little to bring closure to this chapter in our history. Looking at what has transpired over the past year, much of the commission's work has sadly remained oblivious to the public.

The success of this commission may also bode well for the setting up of Indonesia's own internal truth commission to look at abuses under Soeharto's New Order regime.

Though the CTF will officially end its mandate later this year, the healing process should not end there.

The commission should propose, and the government support, the establishment of bodies which can help victims with trauma assistance and perhaps even reparations.

Similar examples can be found in South Africa, which followed up the findings of its truth commission with a Reparation and Rehabilitation Committee, and in Chile, which founded a National Corporation for Reparations and Reconciliation.

Most importantly the commission must provide an authoritative record of what happened, even if it does not actually prosecute anyone.

It is essential that the final report submitted to Jakarta and Dili detail the spiral of violence which transpired.

These documents may provide the most lasting and important contribution to this nation: a basis to launch structural and procedural changes to ensure that such violence does not reoccur.
Anything less would only confirm suspicions the commission is but an excuse to avoid an international tribunal.


NOTA:

Tudo isto parece muito razoável, quando feito por pessoas razoáveis. Mas ainda ontem, uma vítima timorense que se queixava de ter sido espancado e ferido em 1999, depois de assistir à morte de outros que não tiveram tanta sorte, queixou-se de que foi obrigado no hospital a cantar o hino da Indonésia antes de ser tratado. Esta testemunha foi imediatamente humilhada pelos comissários indonésios que se mostraram indignados (!) porque ele não "achava normal" cantar o hino indonésio em território indonésio...

Isto é intolerante. Como é intolerante a impunidade que se verifica desde então até agora, a qualquer crime que se comete em Timor-Leste.

Reconciliação sim, mas haja coragem também para a Justiça.

Sobre a "fome" em Timor-Leste

Lembramos que o único bem alimentar que escasseia é o arroz.

Não há falta de mandioca, farinha, batata doce, hortaliças, carne ou peixe.

É bom que se entenda que vale tudo para desestabilizar o país...

UNMIT MEDIA MONITORING - Thursday, 22 February 2007

NAÇÕES UNIDAS

National Media Reports:
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste


250 Tones of Rice to the Sub-Villages

The Ministry of Labor and Community Reinsertion and the Ministry of Development plans to distribute today a total of 250 tones of rice to vulnerable people in 24 sub-villages of Dili. In the meantime, Deputy Prime Minister Estanislau da Silva reportedly said rice import will arrive in the country sometime this week. Da Silva said there are no indications that anyone has died as a result of food shortage and stressed that the problem can not be resolved with rock attacks. (DN, STL)

Students Rejects CVA Program

University students from UNTL, ARY, UNDIL, Dom Martinho and UNPAZ held a meeting and called on the attention of the country leaders that the recent public hearing program of Comissão Verdade e Amizade (CVA) in Bali does not reflect the victims’ wishes and it has been a manipulation by holding the hearing in Bali rather than Timor-Leste. The students’ appealed to the government and the Parliament to pay more attention to the peoples concerns and problems stating that the time is not appropriate to discuss the demands of CVA but the friendship within the country to stop the violence here and that for justice to prevail there should not be amnesty. The sovereign bodies must focus on the basic necessities of the population. They also called on the abolition of the pension for members of the Parliament and lamented the action of UNPOL in detaining and torturing two of their colleagues from UNPAZ. The groups’ spokesperson said they rejected the CVA public hearing in Bali because they don’t want the involvement of the victims and their families, adding that the group will continue to fight for justice to the victims in a spirit of nationalism and patriotism. The group said it is not affiliated with any political party. (DN)

People Have Questioned UNPOL Operations: Barris

Minister of Interior Alcino Barris said the some actions of UNPOL have raised a few questions among the population for detaining members of one group and not the others. Based on this matter, Barris said he constantly meets with UNPOL and has brought the subject to their attention, adding that both the MI and UNPOL will be discussing operation strategies and he hopes that it will proceed properly in the long term.

President of Partido Democrático (PD) Fernando Lasama reportedly said UNPOL is already discriminating in relation to security by providing security to Mari Alkatiri who is no longer the Prime Minister. Lasama wants to know why so many numbers of UNPOL provided security to Alkatiri during a political activity in the District of Gleno. He said if that is the case then he would request UNPOL for security for PD political campaign but stressed that if his party would ask for security it would create a perception among the community that leaders are scared of their own people. Therefore, he asked UNMIT to look into this matter as it is not appropriate. He said that if this is the case then all parties are entitled to security and not only Fretilin.

President of PMG, Hermenegildo “Kupa” Lopes said his party considers the actions of the police discriminatory because Mari Alkatiri is not a member of the government or the prime minister. He said the government is also responsible for not removing the assets still used by Mari like the house he is staying, the car and the bodyguards. (DN, STL)

Impact of Rice Crisis

The impact of the rice crisis in the country has led to damages of the Ministry of Development building, government and UNMIT cars. Two government cars were burned and seven UN cars were damaged from rock throwing. (TP)

Comentário sobre a sua postagem "Condições de segurança agravam-se em Díli":

Em 1º lugar continuamos sem perceber bem o que a UNPOL anda por cá a fazer, à excepção do contingente da GNR (ao qual, desde a sua chegada, se tem tentado restringir a sua movimentação)que apesar de serem em número reduzido têm demonstrado grande eficácia, todas as restantes forças presentes no território têm sim, demonstrado grande incapacidade e ineficácia face às situações de violência e manutenção da ordem pública. É claro que a situação não é comparável à do Ruanda ou mesmo da Serra Leoa, no entanto a impressão que nos fica é a de que se encontram no território deliberadamente a "olhar para o lado " enquanto as situações de violência se desenrolam à sua frente (quase parece fazer parte de uma estratégia).

Em 2º lugar, porque será que quando interrogamos algum responsável da autoridade policial, sobre a falta de eficácia, nos surge sempre o mesmo discurso mais ou menos formatado sobre direitos dos cidadãos, direitos humanos, procedimentos judiciais e tretas semelhantes?...

A realidade nos países ditos do 1º mundo é bem diferente, basta assistir a qualquer noticiário para verificar que actuação policial, face a manifestações ilegais ou não e situações de distúrbios públicos, não se resume a prender indivíduos (quando conseguem) e a transportá-los para o "centro de detenção". Na realidade, o termo "carga policial" há muito deveria ter sido posto em prática, tenho a certeza que o efeito seria bastante dissuasor, assim que começassem a surgir as primeiras pernas e braços partidos, creio que os infractores, numa próxima oportunidade, pensariam no mínimo duas vezes.

Por último é fantástico que a situação relativamente à falta de arroz tenha chegado a este ponto, que, em termos de instabilidade, serve de pretexto para tudo no que se refere à actuação dos grupos organizados a soldo das facções anti-governamentais. É no mínimo inacreditável que os responsáveis governamentais e respectivos assessores, quando há mais de um mês, tendo sido confrontados com a situação, não tenham tomado medidas sérias no sentido da minimização das consequências. Creio que só poderemos pensar que existe uma estratégia de desestabilização com base na falta de capacidade "intencional" das assessorias associada à enorme ingenuidade das autoridades governamentais.

Polícias da ONU atacados em Díli

DIARIO DE NOTICIAS- Polícias da ONU atacados em Díli

Sete efectivos do contigente policial que a ONU enviou para Timor-Leste (UNPOL) ficaram ontem feridos nos confrontos registados em Díli, onde um armazém de produtos alimentares foi, pura e simplesmente, pilhado.

Na sequência desta pilhagem, as autoridades timorenses, que estão a tentar controlar a tensão que se vive em Díli desde o fim- -de-semana, decidiram reforçar os patrulhamentos nas ruas da cidade e anunciaram um plano de distribuição de arroz à população.

Sem que isso disfarce, no entanto, a reacção de quem passou os últimos dois dias a apedrejar as viaturas da ONU e até do próprio Governo timorense, num sinal claro de que as autoridades de Timor-Leste voltaram a perder parte do controlo da situação. O que poderá vir ainda a agravar-se nos próximos dias, quando o país entrar em período de pré-campanha eleitoral para as eleições presidenciais que estão marcadas para 9 de Abril.

Quanto mais não seja pelos distúrbios que já se tinham verificado na terça-feira de Carnaval, quando alguns grupos ainda não identificados de timorenses invadiram e destruíram os gabinetes dos ministros da Agricultura e do Desenvolvimento. Levando o primeiro-ministro Ramos-Horta a fechar o Palácio do Governo e a enviar os funcionários públicos mais cedo para casa, sublinhando que não aceitava trabalhar sob pressão.

Seja como for, o facto é que a situação que se vive em Díli provocou já uma reunião de emergência dos responsáveis da ONU que estão encarregues da segurança no país, tendo o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, Atul Khare, visitado depois três dos bair- ros mais problemáticos da capital timorense: Kampong Alor, Pité e Fatuhada. AR

Dos Leitores:

Seis conclusões sobre esta notícia:

1 - O único arroz roubado foi este, de 2 armazéns do PAM
2 - Os ladrões não foram identificados
3 - Estranhamente, este roubo não impressionou o Padre Maubere nem Dudu
4 - Havendo falta de arroz, com este roubo ainda falta mais
5 - 2 dias em que foram apedrejadas viaturas da ONU, do Governo e de professores portugueses e invadidos e destruídos os gabinetes de 2 ministros, culminando meses de distúrbios, homicídios e destruição de casas, não são suficientes para que o Presidente da República obrigue o 1º Ministro a demitir-se
7 - Pelo contrário, o Presidente anuncia que vai apoiar a candidatura desse 1º Ministro a Presidente da República (talvez como prémio pela sua magnífica actuação como 1º Ministro)
6 - Não há manifestações de Rai Los ou Tara pedindo a demissão deste 1º Ministro

Henrique Correia

Governo garante importação de arroz na "estação da fome"

Díli, 21 Fev (Lusa) À O Governo timorense anunciou hoje a importação de 6.700 toneladas de arroz, que chegarão a Díli nas próximas quatro semanas.
O preço máximo do arroz foi fixado em 37 cêntimos de dólar por quilo, ou 9,25 dólares por uma saca de 25 quilos, anunciaram em conferência de imprensa dois membros do Executivo.


A escassez do produto e a triplicação dos preços no mercado provocaram uma degradação sensível da situação de segurança na capital desde o início da semana.

Um armazém do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas foi atacado e continua cercado por populares. Um outro armazém do PAM sofreu uma tentativa de pilhagem dia 19, segunda-feira.

Um responsável do PAM contactado pela Lusa confirmou a situação delicada de dois armazéns da agência, que desde hoje são guardados por soldados australianos das Forças de Segurança Internacionais (ISF).

"De um dos armazéns atacados, as pessoas levaram o arroz, deixando tudo o resto. De outro, roubaram algum óleo alimentar", acrescentou o mesmo responsável do PAM.

Arsénio Bano, ministro do Trabalho e da Solidariedade, e Arcanjo da Silva, que tutela a pasta do Desenvolvimento, explicaram em conferência de imprensa as medidas com que o Governo pretende resolver a crise alimentar e atalhar a tensão crescente.

Os dois ministros pediram a colaboração e a compreensão da população, explicando que algum do atraso na distribuição do arroz nos armazéns do PAM tem a ver com a demora em embalar o produto em sacas de 25 quilos (em vez das sacas de 50 quilos do PAM, que seriam demasiado caras para a bolsa do cidadão médio).

Pelo calendário dos contratos firmados pelo Governo, 2000 toneladas de arroz chegarão a Díli até 28 de Fevereiro, mais 2000 toneladas até 14 de Março, 2500 toneladas até 19 de Março e mais 2000 toneladas até dia 24.

Até ao fim de Março, entrarão no país 11 mil toneladas de arroz, incluindo o que os importadores privados farão chegar ao porto de Díli.

Arsénio Bano explicou que, a prazo, "o Governo retira-se quando o abastecimento do arroz estiver em cima e o preço do produto estiver outra vez em baixo".

Por enquanto, a intervenção conjugada de vários ministérios é necessária para atalhar a situação explosiva provocada pela falta de arroz.

"Estamos na chamada estação da fome", analisa o especialista do PAM consultado pela Lusa, "uma vez que Timor vive sob uma seca prolongada, mesmo em estação das chuvas, e as colheitas foram pobres devido à crise do ano passado".

Com cerca de 45 mil deslocados do interior, "há mais consumo e houve menos produção" de cereais neste início de ano.

Ao mesmo tempo, as colheitas nos países produtores como a Tailândia e o Vietname estão apenas a começar agora, o que adicionou um factor regional à escassez do arroz. "Nenhum país na região pode exportar nesta época grandes quantidades de arroz".

Um outro factor pode ter contribuído para a crise: "As companhias de navegação preferem efectuar fretes para a Indonésia, onde podem carregar outros produtos para a viagem de regresso", ainda segundo o responsável do Programa Alimentar Mundial. "Em Timor, pelo contrário, os barcos descarregam o arroz e regressam vazios", disse.

Há uma semana, a distribuição de arroz pelo Governo começou em apenas quatro pontos de venda na cidade, o que originou vários incidentes e obrigou a várias intervenções da UNMIT. A rede de colocação vai ser agora alargada, usando os 24 chefes de suco (equivalente autárquico das freguesias) de Díli.

PRM Lusa/Fim

D. Basílio dos Nascimento condena clima de instabilidade em Díli

Agência Ecclesia - 21/02/2007

D. Basíllio do Nascimento, Bispo de Baucau, lamentou hoje a instabilidade criado na cidade de Díli, assegurando que alguns dos jovens responsáveis pelo clima de violência nas ruas da capital são pagos para fomentarem a instabilidade.

Numa entrevista à Renascença, a emitir amanhã, disponibilizada na edição do "Página1", D. Basílio reafirma, contudo, não ser “Timor inteiro que está assim. Felizmente! É Dili. Porque saímos de Díli e o resto de Timor vive em paz”.

Grupos de jovens atacaram hoje várias viaturas – uma delas transportava professores portugueses – mas há também relatos de saques a lojas.

O Bispo de Baucau assinala o esforço das autoridades timorenses para um maior controlo da situação e elogia o papel que o contingente português da GNR está a desempenhar: “Creio que a GNR já começou a mostrar serviço. Já estava a tardar". "Penso que começa a haver pelo menos dissuasão para que a coragem dos renitentes e sobretudo dos conflituosos não comece a aparecer assim de uma maneira muito florescente”, conclui.

(Com Rádio Renascença)

East Timor: Energy Pact With Australia Is 'Suspect' Expert Says

AKI – February 21, 2007

Dili - The agreement between Australia and East Timor for the joint development of the gas and oil fields in the Timor Sea, remains "suspect", according to Warren Wright, a representative with the East Timor Legal Information Service. "It is my view that any deal in relation to the division of the revenues from the oil and gas in the Timor Sea without a just determination of the maritime boundaries in accordance with the applicable rules of public international law is always suspect," said Wright in an interview with Adnkronos International (AKI).

The accord which was ratified by the East Timorese parliament in Dili on Tuesday, stipulates that East Timor and Australia will equally divide the revenue derived from the Greater Sunrise gas field. The agreement is based on the border negotiations between Australia and Indonesia, the former occupying power in East Timor.

Those borders placed the gas fields between the two countries, but according to international law, 80 percent of the gas fields lie in the territorial waters of East Timor. International laws however cannot be applied because Australia withdrew from the United Nations Convention on the Law of the Sea (UNCLOS) in 2002.

According to Wright, the agreement would "not be so bad", if it at least provided for the possibility of adjusting the division of revenues between the two countries in the future, after the border are renegotiated by international law.

However this is almost impossible because a clause in the pact stipulates that the countries cannot renegotiate the borders for at least 50 years.

It is estimated that the revenues from the gas fields will yield about 20 billion dollars for East Timor in the next 20 years.

East Timor is one of the poorest country in Asia. A report by the United Nations states that nine percent of the country's children do not reach their first year of life, half of the population does not have access to drinking water, illiteracy is rampant and more than 40 percent of the population is unemployed and live on less than 50 cents a day.

Novos episódios de violência em Díli

Rádio Renascença – 21-02-2007 9:47

Grupos de jovens atacaram hoje várias viaturas – uma delas transportava professores portugueses – mas há também relatos de saques a lojas. A situação é tensa, segundo relata o correspondente da Renascença.

“É uma situação muito complicada a que se vive hoje em Díli”, segundo Sérgio Tavares. O correspondente relata que muitos populares invadiram um armazém de arroz e a GNR foi chamada a intervir, fazendo algumas detenções.

No entanto, o principal problema têm sido os vários grupos de jovens espalhados pela capital, junto às estradas, e que estão a apedrejar as viaturas, principalmente as do Governo, tendo queimado algumas delas.

Sérgio Tavares diz que “uma carrinha da cooperação portuguesa, devidamente identificada e que transportava alguns docentes, foi apedrejada, mas não houve vítimas”. Ainda assim, na sequência destes problemas, as aulas foram interrompidas durante a tarde. Os espaços comerciais fecharam portas e, com o cair da noite, são esperadas mais complicações.

Têm circulado mensagens via “SMS” em inglês a aconselhar as pessoas a permanecer em casa, mas por parte da embaixada portuguesa não houve, até agora, qualquer aviso oficial nesse sentido. Não são ainda conhecidas as razões destes novos actos de violência. A polícia das Nações Unidas em Timor-Leste tem agendada para amanhã uma conferência de imprensa.

Austrália alerta para volatilidade da situação de segurança

Camberra, 21 Fev (Lusa) - O governo australiano actualizou hoje o alerta para os seus cidadãos que tencionem visitar Timor-Leste, recomendando que reconsiderem esses planos "devido à volátil situação de segurança" naquele país.

A recomendação, divulgada pelo Departamento de Negócios Estrangeiros e Comércio (DFAT), do Ministério dos Negócios Estrangeiros, adianta que a situação de insegurança "se pode deteriorar ainda mais e os cidadãos australianos poderão ser surpreendidos em actos de violência dirigidos contra terceiros".

As condições de segurança agravaram-se hoje em Díli com ataques a um armazém de alimentos e apedrejamentos a viaturas das Nações Unidas e do Governo, que causaram ferimentos em sete polícias da ONU (UNPol).

Em resposta ao aumento da tensão na capital timorense, as autoridades responderam com mais soldados nas ruas e o anúncio de um plano de importação e distribuição de arroz.

"Continuam a verificar-se incidentes entre grupos de marginais, com episódios de violência, assaltos e vandalismo em Díli", salientou o DFAT, que destaca o facto de "cidadãos australianos e de outras nacionalidades terem sido envolvidos em incidentes recentemente registados".

Nos incidentes de hoje, sete polícias da ONU (UNPol) ficaram feridos nas operações de manutenção da ordem em diferentes pontos da cidade, no segundo dia de ataques sistemáticos contra viaturas e elementos da missão internacional de paz (UNMIT).

As viaturas do Estado (identificáveis pelas matrículas oficiais, incluindo as que distinguem os membros do executivo) e várias instalações públicas continuam a ser alvo de ataques persistentes de diferentes grupos.

As Forças de Segurança Internacionais (ISF) aumentaram as patrulhas de soldados australianos nas ruas de Díli e a UNPol reforçou as suas equipas com a deslocação de pessoal normalmente adstrito a funções administrativas.

Referindo-se à situação que se vive na capital timorense, o representante especial do secretário-geral da ONU em Díli, Atul Khare, reconheceu que se registou um "aumento dos incidentes violentos" nas últimas duas semanas. "Isto implica desafios para o povo de Díli, dado que a violência interrompe a sua vida diária", acrescentou Atul Khare num comunicado distribuído a meio da tarde (hora local).

EL/PRM-Lusa/Fim

Dos leitores

Margarida deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Manifestação estudantil leva Ramos-Horta a encerra...":

Por causa de “uma pequena mas ruidosa manifestação”, de estudantes o PM amua, confessa que "Não aceito trabalhar sob pressão de quem quer que seja". "Fechei as portas e vou para casa. E vou fazê-lo mais vezes. Se durar um dia é um dia. Se durar uma semana é uma semana", ameaça encerrar "por 365 dias se for preciso", chama a ONU a pretexto de "uma manifestação que não estava autorizada", chantageia "Se querem governar o país, eu entrego as chaves", "Não gostam, eu resigno".

Este PM é a mesma pessoa que em Abril passado garantia que os desertores tinham todo o direito de se manifestarem EXACTAMENTE no mesmo local, apesar de a manifestação do dia 28 desse mês NÃO estar autorizada.

É também exactamente a mesma pessoa que em finais de Maio/princípios de Junho passado, quando do saque não só do arroz (mas também doutros bens, equipamentos, veículos, mobiliário) de vários armazéns incluindo estatais, apareceu nas redes televisivas mundiais (BBC, CNN, Sky, Euronews) escoltado pelas tropas australianas acabadas de desembarcar, de lágrima ao canto do olho, armado em humanitário a dizer “se fosse meu, dava-lhes tudo”, minando ostensivamente a autoridade do seu governo numa mistura populista de Evita&Karzai de gosto intragável.

E é também a mesma pessoa que na altura em reportagens da ABC garantia que se tivesse alguma vez 10 por cento das críticas que tinha o seu então PM resignaria sem necessidade de alguém lhe pedir para o fazer. Mas lembro que nessa altura, o então PM teve visão e capacidade para organizar e planear a distribuição de alimentação de emergência para toda a população incluindo as muitas dezenas de milhares deslocadas.

Hoje é com um misto de tristeza e de revolta que leio que afinal…não há arroz em Dili. Tanta viagem pelo mundo, tanto paleio pseudo-desenvolvimentista, tantos amigos que ele se gaba de ter no estrangeiro e afinal nem arroz conseguiu comprar? Bem diz o velho ditado: se queres conhecer o vilão mete-lhe a vara na mão! Quase oito meses depois temos a prova provada que ele é mesmo um vilão enfatuado, mal-formado e pior organizado. Um vilão-bufão! Uma trágica anedota para a população principalmente de Dili. E afinal nesta hora de aflição parece que acaba por ser a China quem vai (mais uma vez!) ajudar na solução da falta de alimentação...que venha então depressa o arroz chinês!
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UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Quarta-feira 21 Fevereiro de 2007

Relatos dos Media Nacionais

LU-Olo: “Assegurarei segurança e estabilidade”

Francisco Guterres Lu-Olo disse numa conferência de imprensa realizada na Terça-feira no CCF Comoro que ele juntamente com os outros Órgãos de Soberania vai trabalhar para garantir a estabilidade. Disse que não pode usar as leis da maneira que gosta, porque as leis estão acima de todos, e que as aplicará igualmente a todos. “ Se for eleito Presidente da República seguirei a Constituição…estamos numa democracia e aceitarei o resultado seja ele qual for, “disse Lu-Olo.
(Diario)

Alcino Barris: “Necessidade de pôr postos em áreas de conflitos”

O Ministro do Interior, Alcino Barris disse na Segunda-feira, no Ministério do Interior, ao Diário, que alguns postos de polícia já estão no lugar mas que nalgumas áreas o atraso foi devido à necessidade de reabilitação incluindo o abastecimento de água e a instalação de sanitários e electricidade. Disse que todos os dias pede à UNPOL para apressar os planos tão rapidamente quanto possível de modo a abrir os postos em áreas problemáticas como Fatuhada, Ailok laram, Bairro Pite, Matadouro e etc., para prevenir a escalade dos conflitos.

O Ministro do Interior, Alcino Barris disse que membros da UIR (Unidade de Resposta Rápida), no início da próxima semana poderão usar as pistolas quando responderem com a UNPOL a qualquer incidente. (Diario)

Sabino: “Criminoso não merece segurança”

O Secretário-Geral do Partido Democrático (PD), Mariano Sabino disse que Mari Alkatiri é um criminoso e que não merece ter segurança apertada em circunstâncias como quando a Fretilin foi ao Distrito de Ermera para a sua consolidação. Disse ao STL no Hotel Dili na Segunda-feira, que a segurança é para toda a população e não unicamente para os líderes. Acrescentou, “Mari tem medo e é por isso que tem segurança da UNPOL, GNR e das forças Paquistanesas porque foi a sua incompetência e a distribuição de armas a civis que fez escalar esta crise.” (STL)

Domingos Sarmento: O Governo não contrata juízes e procuradores da CPLP”

O Ministro da Justiça Domingos Sarmento, na Segunda-feira, no Hotel Timor, respondeu a perguntas relacionadas com os juízes e procuradores de países da CPLP que estão a trabalhar em Timor-Leste. Disse que não é o Governo que contrata os juízes e procuradores, é a ONU. “Disse que eles não estão aqui a representar países da CPLP; estão aqui como juízes e procuradores internacionais, de acordo com a lei de Timor-Leste “decreto do Código dos Magistrados Judiciais” que autoriza juízes e procuradores internacionais a virem e a trabalhar juntos com juízes e procuradores Timorenses nos Tribunais, disse Sarmento. (STL)

Estanislau: declaração do padre Maubere irresponsável

O Vice-Primeriro-Ministro e Ministro da Agricultura Estanislau da Silva falando aos jornalistas ao NP disse que considera que a declaração feita pelo padre Domingos Soares Maubere é irresponsável porque ele acusou o Governo de guardar arroz e de o vender a militantes da Fretilin. “Digo isto porque como militante da Fretilin, não comprei nenhum arroz daqui. No meu gabinete recebo gente doutros partidos políticos como João Gonçalves, Clementino Amaral, Vicente Maubusi e outros. O Governo está a fazer um esforço para ajudar a população. Já contactámos com os Governos da Tailândia, Filipinas, Austrália e Vietname em relação a esta questão e numa semana ou duas o arroz chega cá. Por isso, peço ao padre que em vez de meramente falar for que venha ao Governo para clarificação,” disse Estanislau. (Diario)

População atacou carros e o edifício do MD

Carências de arroz é a razão porque pessoas de Dili atiraram pedras ao edifício do MD, enquanto o Ministro estava a ter uma reunião com os parceiros sobre possíveis maneiras para resolver as carências na Segunda-feira de manhã. Alguns conseguiram entrar no armazém e durante a noite centenas de pessoas juntaram-se lá para ver se conseguiam arranjar algum arroz A UNPOL já lá estava destacada para obstruir e fez algumas detenções. De acordo com o TP, a presença da UNPOL lá enfureceu as pessoas que começaram a apedrejar os oficiais da UNPOL que lá estavam.

O deputado António Ximenes disse qo TP que não culpa a população por se comportar deste modo dado que a culpa é do Governo e da UNMIT e se não resolvem isto rapidamente a população entrará noutros armazéns. (TP)

UNMIT – MEDIA MONITORING - Wednesday 21 February 2007

National Media Reports

“I will assure Security and Stability”: LU-Olo

Francisco Guterres Lu-Olo said in a press conference held on Tuesday at CCF Comoro that he will together with the other Organs of sovereignty to work towards assuring stability. He said that he can’t use the law anyway he likes, because the law is above everyone, and it should be applied equally to all. “ If I become elected as President of the Republic I will follow the Constitution…it’s a democracy and I will accept whatever outcome will be, “sad Lu-Olo.
(Diario)

“Need to put post in areas of conflict”: Alcino Barris

Minister of Interior, Alcino Barris on Monday at the Ministry of Interior, told Diario that some police posts are already in place but in some areas the delay is due to the need for rehabilitation including water supply and the installation of toilets and electricity. He said that every day he requests the UNPOL to expedite plans as quickly as possible in order to put the posts in problematic areas like Fatuhada, Ailok laram, Bairro Pite, Matadouro and so on, to prevent conflicts from escalating.

The Minister of Interior, Alcino Barris said that, members of the Unit of Rapid Response (UIR), beginning next week will be able to carry pistols when responding together with UNPOL to any incident. (Diario)

“Criminal do not deserve security”: Sabino

The General-Secretary of Democratic Party (PD), Mariano Sabino said that Mari Alkatiri is a criminals and doesn’t deserve to have tight security in instances such as when the Fretilin party went to the District of Ermera for their consolidation. He said security is for the entire population and not just for leaders only, he told STL at Hotel Dili on Monday. He added, “Mari was afraid and that’s why he had security from UNPOL, GNR and the Pakistani forces because it was from his incompetence and the distribution of guns to civilians that made this crises escalate.” (STL)

Government doesn’t hire judges and Prosecutors from CPLP”-Domingos Sarmento

Minister of Justice Domingos Sarmento, on Monday at Hotel Timor, responded to the questions concerning the Judges and Prosecutes from CPLP countries that are working in Timor-Leste. He said that its not the Government that hires the judges and persecutors, its the UN. “He said they are here not representing a CPLP country; they are here as internationals judges and prosecutors, according to the law of Timor-Leste “ Code of Judicial Magistrate decree” which allows international judges and prosecutes to come and work together with Timorese judges and prosecutors in the Courts, Sarmento said. (STL)

Statement of father Maubere Irresponsible- Estanislau

Vice Primer Minister with Minister of Agriculture Estanislau da Silva talking to the journalist at the NP said that he considers the statement made by Father Domingos Soares Maubere as irresponsible because he accused the Government of keeping the rice and selling it to militants of Fretilin. “I say this because as a militant of Fretilin, I have not bought any rice from here. In my office I receive people from all other political parties such as Joao Goncalve, Clementino Amaral, Vicente Maubusi and others. The Government is making an effort to help the population. We have already contacted the Governments of Thailand, the Philippines, Australia and Vietnam regarding this matter and in a week or two rice will arrive here. Therefore, for I ask the priest instead of merely talking, to come to the Government for clarification,” Estanislau said. (Diario)

Population attacked cars and the MD building

Shortages of rice is the reason people of Dili threw stones at the MD building, while the Minister was having a meeting with the partners on possible ways to solve the shortages,on Monday morning. Some managed to break into the warehouse and by night hundreds of people where gathering there to see if they could get some rice. UNPOL was already deployed there to obstruct and made some arrests. According to TP, the presence of UNPOL there made the people angry and they started to throw stones at the UNPOL officers there.

MP Antonio Ximenes said to TP that he doesn’t blame the population for behaving in this manner as it is the fault of the Government and UNMIT and if they don’t solve this quickly the population will break into other warehouses. (TP)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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