sábado, março 03, 2007

Operação de captura em Same já começou

E ouvem-se tiros em Díli, provavelmente apenas das forças policiais, devido aos distúrbios nos bairros de Taibessi, Pité e Fatuhada.

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "SAS troops land in Dili: report":

Os SAS farão um cuidadoso trabalho de recolha de informações sobre os revoltosos: seus hábitos e movimentos, organização, número, distribuição pelo terreno, tipo de posições defensivas e respectivo poder de fogo, etc, etc. Sem estes dados não há verdadeira vantagem sobre o inimigo, por mais superioridade numérica que se tenha; seria como caçar moscas às escuras com uma bazuca.

Só assim se poderá fazer uma avaliação rigorosa deste caso, o que permitirá tomar decisões conscientes. Sobretudo, tomá-las.

Transcrição da Conferência de Imprensa da UNMIT - 1 Março 2007

(Tradução da Margarida)

Obrigado Barrcks, Caicoli, Dili

Allison Cooper, porta-vos da UNMIT: Bom dia a todos e obrigado por terem vindo. Antes de avançarmos quero dar-lhes algumas respostas sobre acreditação da imprensa que levantaram na semana passada. Há formulários que podem recolher aqui, que precisam de preencher, devolver ao Escritório de Informação Pública com uma cópia das vossas credenciais de imprensa ou uma carta do vosso editor. A partir disso vamos emitir autorizações. Pode demorar uma semana ou 10 dias a partir de agora mas isso facilitará a vossa entrada no quartel e identificará vocês como imprensa para as autoridades. A outra coisa que vos quero dar a conhecer, em nome dos meus colegas no STAE e na CNE em relação com as eleições presidenciais esta tarde, há um evento no Tribunal de Apelo, sortearão os lugares dos nomes nos boletins de voto e a CNE e o STAE convidam-vos a todos para estarem presentes. Penso que alguém da organização os contactará mas também me pediram para vos dar esta informação a vocês. Repetindo, será às três horas no Tribunal de Apelo. Agora vou passar a palavra ao SRSG Sr. Atul Khare, que fará uma declaração seguindo-se o Vice-SRSG Reske-Nielsen depois abrimos as perguntas. O Brigadeiro Rerden junta-se hoje a nós bem como o Comissário da UNPPOL Sr. Tor e estaremos todos disponíveis para responder às vossas perguntas. Obrigado.

SRSG Khare: Bom dia, obrigado Allison. A situação de segurança em Dili manteve-se estável durante a última semana.

A polícia da ONU continua a focar-se nos grupos de artes marciais e na violência relacionada com algumas tácticas incluindo números reforçados de polícias, polícia dedicada e móvel e polícia estática em áreas de alto risco.

Como anunciámos a semana passada, três novos postos estáticos de polícia abriram em Kampung Baru, Fatuhada e Bairro Pité. Estamos a negociar com o Governo instalações permanentes para mais forças estáticas da polícia.

Sobre a questão do fugitivo major Reinado compreendem que há muito pouco que posso dizer quando à saída da situação corrente e não é coisa sobre a qual gostaria de especular.

Há dias semanas atrás, em 12 de Fevereiro, disse ao Conselho de Segurança que a justiça é uma condição prévia para a reconciliação nacional. Todos os líderes de Timor-Leste me têm dito repetidamente que a impunidade não prevalecerá neste país.

Vimos a declaração do Presidente Xanana Gusmão emitida pela RTTL.

As Nações Unidas saúdam o apelo do Presidente Gusmão aos cidadãos de Timor-Leste para manterem a paz e a calma.

Agora, a prioridade das Nações Unidas é assistir o Governo de Timor-Leste com a ajuda das Forças de Estabilização Internacional (ISF) para dar segurança ao ambiente nos preparativos para a condução de eleições democráticas.

A UNMIT juntamente com o Governo de TL e a ISF pede a Reinado para se entregar às autoridades e para permitir que os Timorenses continuem a resolver as suas diferenças democraticamente, pacificamente e judicialmente.

A UNMIT, em consulta com o Governo de Timor-Leste e a ISF está correntemente a considerar opções possíveis para lidar com a situação corrente.
Claramente há questões de segurança operacionais que impedirão qualquer discussão de planos potenciais.

Quaisquer acções que possam ser tomadas serão consistentes com o apoio da ONU ao Governo de Timor-Leste, as ISF e todas as instituições relevantes para consolidar a estabilidade.

A UNPol tem oficiais destacados no distrito de Same que estão a assistir as ISF na operação. (NOTA: estão fechados dentro da esquadra da PNTL, apenas com rações de combate para comer)

As Nações Unidas também dão segurança aos membros do seu pessoal que estão a trabalhar no distrito de Same.

A UNMIT, o Governo de Timor-Leste e as ISF mantê-los-ão informados de quaisquer outros desenvolvimentos nesta matéria.

Deixem-me passar para o Vice-Representante Especial Finn Reske-Nielsen dizer algumas palavras.

Vice-SRSG Reske Nielsen: Bom dia. Queria dizer umas palavras sobre a situação humanitária no país. A carência de arroz foi um factor que contribuiu para os distúrbios em Dili na semana passada mas como sabem o governo com o apoio do Programa de Alimentação Mundiale o IOM começaram a venda de arroz em vários locais em Dili na Sexta-feira e isso continuou num período de alguns dias.

O governo adoptou uma estratégia que continuará a venda de arroz pelo país com aproximadamente 130 toneladas para o leste, 130 toneladas para a região do centro e 130 toneladas para o oeste. Esta operação está a começar mesmo agora e continuará até a distribuição estar completa. Entretanto é esperado que fornecimentos comerciais cheguem nas próximas semanas mas que a carência de arroz não ficará totalmente resolvida até ao fim do mês. Quero anotar que a carência de arroz não é exclusiva a Timor-Leste, há carências similares noutros países na sub-região.

Deixem-me dizer algumas palavras sobre a situação nos campos de deslocados. Durante o mês passado mais ou menos vimos um aumento de mais de 5000 pessoas nos campos e quatro novos campos foram estabelecidos.

As Nações Unidas estão a trabalhar com o governo de Timor-Leste de modo a responder à situação e estamos também em contacto com os dadores para ver, para pedir-lhes para fornecerem apoio humanitário adicional de acordo com o apelo que foi emitido em Janeiro deste ano. Realizaram-se várias reuniões nos últimos dias de alto nível, entre as Nações Unidas e o governo e mais reuniões se realizarão entre hoje e amanhã para alcançar um acordo em como juntos podemos responder melhor a esta situação.

Presentemente, foram prometidos aproximadamente $US 8 milhões de dólares para o apelo de Janeiro passado e isso significa que temos ainda uma desvantagem de $US 8.5 milhões. Estamos a tentar cobrir isso com mais consultas à comunidade dadora.

SRSG Khare: Obrigada. Aceitamos algumad perguntas, mas peço que quem as quiser fazer para levantar a mão e identificar-se e a que organização pertence e estaremos aqui nos próximos 20 minutes a meia hora para responder. Vi a Lusa primeiro, sim Pedro?

P: Obrigado. Sr. Reske-Nielsen pode cdetslhar quantos mais deslocados estão agora em Dili ae quantas pessoas estão a receber ajuda alimentar?

Vice-SRSG Reske-Nielsen: Obrigado. È muito difícil dar-lhe um número preciso porque a população flutua nos campos. Temos, contudo, uma estimativa dado que no princípio de Janeiro havia aproximadamente entre 25,000-29,000 pessoas nos campos em Dili. E como mencionei no mês passado, vimos um aumento de mais de 5000 e será esse o número. Em termos da distribuição da comida, durante os últimos meses, fornecemos alimentação a cerca de 70,000 pessoas por mês o que significa que nos últimos meses distribuímos alimentação a uma população maior do que a actual população nos campos.
No fim do ano passado decidimos que no início de 2007 acabaríamos com esta distribuição em Dili e que nos focaríamos somente em grupos vulneráveis. Contudo, depois dos eventos das últimas semanas achámos prudente aconselhar o governo de que continuaríamos a distribuição de alimentação de modo a estabilizar a situação.

P: Porque é que as pessoas se decidiram mudar para os campos de deslocados?

Vice-SRSG Reske-Nielsen: Quando analisamos o aumento de 5000 sobre o mês passado, vemos que o maior aumento foi de facto na semana passada e foi sem qualquer dúvida relacionado com os distúrbios que vimos no princípio da semana que foram postos sob controlo pelo fim de Quarta-feira.

P: Deram uma data-limite para Alfredo se render?

Comandante das ISF Mal Rerden: Penso que é importante nesta altura da situação com Alfredo Reinado certificarmo-nos que não especulamos com questões relacionadas com as operações.

P: Com a corrente situação e na preparação para a eleição, o governo da Nova Zelândia afirmou que estão preparados para mandar mais tropas para assistir a segurança durante as eleições. A minha pergunta é: isso é necessário? Segunda, é verdade que o Procurador-Geral está agora envolvido nas negociações com o major Alfredo?

SRSG Khare: Obrigado. Sabe que a resolução adoptada pelo Conselho de Segurança em 22 de Fevereiro a nosso pedido concordou na provisão de uma unidade adicional de polícia formada até mais 240. Esta força adicional de polícia que por recomendação nossa foi aprovada pelo General de Segurança tinha sido sancionada especificamente para os períodos pré-eleitoral, eleitoral e imediato pós-eleitoral. Estamos a fazer todos os esforços para esta gente chegar em breve. No que diz respeito às ISF peço ao Brigadeiro General Rerden para responder à mesma pergunta e também à sua segunda pergunta.

Brigadeiro General Rerden: Em relação à segurança na eleição, as Forças Internacionais têm trabalhado estreitamente com a UNPOL e o governo para desenvolver um robusto plano de segurança, que tem os ingredientes importantes de todos os aspectos de capacidades da UNPOL e as capacidades das forças de segurança. Estes foram integrados num plano, que agora foi resumido bem e com verdade ao governo. Em relação às outras perguntas relacionadas com Alfredo Reinado, as Forças Internacionais continuam a apoiar o governo de Timor-Leste e as Nações Unidas em todos os aspectos da segurança para assegurar que o povo de Timor-Leste pode gozar um ambiente seguro e resolver as suas diferenças de modo pacífico e democrático e continuaremos a fazer isso.

SRSG Khare: Associated Press seguido pela Lusa

Guido, Associated Press: A minha pergunta é para o Brigadeiro. A informação que recebi do lado de Alfredo, disse que as ISF lhe tinham dado uma data-limite até às 17:00 horas de hoje para se render. Tem algum comentário sobre isto?

Brigadier Rerden: Não há nenhuma data-limite. Só houve uma mensagem para Reinado. Que ele tem de se render, tem de entregar as armas e tem de sujeitar-se ao processo de justiça de Timor-Leste. Não há nenhuma negociação, há um requerimento que ele se sujeite ao sistema de justiça e entregue as armas.

Lusa: Numa reunião particular ontem da presidência com os media nacionais o Presidente Xanana basicamente pediu silêncio total sobre o Reinado. A missão prestou atenção a isto, e se sim, não é isto preocupante num período pré-eleitoral? Tenho uma segunda pergunta para o Brigadeiro Rerden que emitiu, se alguém emitiu a regre de evitr qye os jornalistas vão a Same. Foram as ISF, foi o governo Timorense ou ambos?

SRSG Khare: Obrigado. Obviamente não comentarei sobre reuniões particulares, que foram realizadas por autoridades deste país. Correntemente a situação em Same é difícil e desafiadora. A UNPOL tem ajudado a escoltar estrangeiros e também alguns representantes dos media para fora de Same para sua própria segurança e protecção. Continuaremos a pedir aos media para nos ajudarem em garantir que os representantes dos media não estão em perigo por movimentos na área de operações.

P: Sobre a segunda pergunta sir, não houve resposta, quem emitiu a ordem? Houve uma ordem muito precisa para impedir os jornalistas, porque isso não tem que acontecer em qualquer situação de conflito?

Brigadeiro General Rerden: Não houve nenhuma ordem emitida relacionada com movimentos de jornalistas. Houve simplesmente um pedido do governo de Timor-Leste para nós garantirmos que as pessoas não se movessem para a área de Same, a toda a gente para reduzir o risco de pôr em risco a segurança e protecção de qualquer cidadão nesta situação difícil. Como sempre e em todas estas circunstâncias a preocupação principal é a segurança e protecção dos cidadãos de Timor-Leste.

P: Brigadeiro Rerden, você disse que não quer fazer especulações. Mas está a dizer que alguma coisa está a acontecer. Assim qual é a situação em Same? Essa declaração dará oportunidade às pessoas para fazerem especulações. Pode explicar com clareza, vai prendê-lo ou não?

Brigadeiro General Rerden: A pergunta tem uma via; não há nenhuma especulação da minha parte. Estamos a assistir o governo de Timor-Leste a resolver uma situação de segurança e as circunstâncias desse plano operacional e não vou entrar em detalhes.

P: Vai tomar algumas precauções em não [inaudivel]

SRSG Khare: Nesta altura, os oficiais da polícia da ONU mantém-se em serviço ao lado dos seus contrapartes da PNTL, muitos poucos civis desarmados, funcionários da ONU que estavam a assistir no processo eleitoral foram trazidos para Dili. Algumas pessoas que pediram assistência à UNPOL para virem para Dili foram escoltados dessa maneira, como lhes disse, alguns jornalistas para sua própria protecção, foram trazidos de volta para Dili. Não há nenhuma razão para um (regresso) em grande escala de Same e continuaremos a examinar esses casos numa base de caso-a-caso conforme cheguem ao nosso conhecimento. Sim?

P: Que tal sobre as condições dos civis em relação a comida, água, por causa do bloqueio da estrada as pessoas não se podem movimentar… [inaudivel…]?

Brigadeiro General Rerden: Conhecemos a situação lá. Está a ser respondida e é tudo quanto lhe posso dizer.

SRSG Khare: Sim, o último.

P: Com as consequências…[inaudivel]… porão em perigo …[inaudivel]?

Brigadeiro General Rerden: Este é uma situação séria e penso que é importante que todos percebam que as consequências desta situação são directamente da responsabilidade de Alfredo Reinado.

As suas acções levaram a esta situação e mais ninguém. E se o povo de Timor-Leste quer compreender as circunstâncias precisam de compreender porque é que as suas acções levaram a isto. As Forças de Segurança Internacionais, o governo e as Nações Unidas estão a tentar resolver uma situação muito difícil que requer compreensão do povo. Mas as consequências são unicamente da responsabilidade de Alfredo Reinado. Ele tem uma opção. Ele pode ajudar o povo de Timor-Leste entregando-se e removendo as ameaças das suas armas do povo que ele tem agora mesmo. É da sua responsabilidade se se preocupa com o povo de Timor-Leste, se se preocupa com as pessoas que estão agora com ele, entregará as armas e render-se-à. Seja o que for que aconteça a partir de agora é da sua responsabilidade.

SRSG Khare: Sugiro que não dramatizemos a situação, ainda não há nenhuma criança a morrer sem alimentos, nada disto até agora. (ainda não há... incrível! Do género quando houver vamo-nos preocupar...)

Por isso não dramatizemos a situação porque (se o fizerem) considerarei que é desnecessariamente provocadora. Quero sublinhar outra vez o que tem sido sublinhado. Disse no Conselho de Segurança em 12 de Fevereiro que estão a ser feitos esforços para assegurar que o Reinado se submeta à justiça de modo pacífico. Podem ler a declaração que fiz no Conselho de Segurança em 12 de Fevereiro. Como indicou o próprio Presidente Gusmão, foram feitos vários esforços nos dois últimos meses para assegurar que o processo de justiça possa continuar de um modo pacífico. Como disse o Brigadeiro Rerden e como disse o Presidente Gusmão na sua declaração é de certeza da responsabilidade de Alfredo Reinado a situação que enfrentamos agora. E encorajo-o fortemente outra vez como disse na minha declaração, que tenho esperança que ele se sujeite à justiça de modo pacífico se realmente ama o povo de Timor-Leste e se realmente quer estabilidade neste país.

P: Os soldados da Nova Zelândia que estão a chegar, são forças adicionais ou substitutas?

Brigadeiro Rerden: Essa pergunta deve ser dirigida ao governo da Nova Zelândia. É decisão dele o tamanho do seu compromisso com as Forças Internacionais. Estamos muito gratos com os Neo-Zelandezes, um aliado há muito tempo da Austráliae as Forças Internacionais beneficiam grande,ente da sua inclusão nas Forças de Segurança Internacional.

SRSG Khare: Obrigado, obrigado. Paramos aqui. Obrigado por terem vindo e vêmo-nos na próxima semana.

NOTA DE RODAPÉ:

A população de Same NÃO tem nada para comer e não pode sair de Same. Estão aterrorizados pelo bando de Reinado e ninguém os protege.

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Australianos em Díli convidados a "fazer uma mala"...":


Mais uma vez, o toque a rebate e a retirada estratégica OZ.

Mais uma vez, portugueses e brasileiros continuam calmamente a fazer o seu trabalho.

Obrigado, irmãos lusófonos!

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Mais (palhaçada) do mesmo...":

Xanana tinha dito que desta vez não havia negociações, mas já está a haver...

É confrangedor ver o Procurador-Geral a servir de pombo-correio para negociar aquilo que pensávamos ser inegociável.Até onde se baixarão mais as autoridades timorenses?

Terroristas

Dos Leitores:

H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Detenção de Reinado é quebra-cabeças de processo p...":

O caso de Reinado, independentemente de não terem sido accionadas em devida altura as forças policiais com vista ao cumprimento do mandado de detenção, evoluiu para uma situação de índole militar, potencialmente ameaçadora da segurança do Estado.

Com efeito, estamos perante não apenas Reinado, mas toda uma força paramilitar formada por desertores do Exército, possuindo armas de guerra, que assalta e desarma esquadras da polícia, ameaça os participantes de um comício político, aterroriza populações e desafia a autoridade - desde o Presidente da República até ao Governo, passando pela Justiça, incitando o povo à revolta e à violência.

Isto, em muitos países, chama-se terrorismo e está sujeito às leis processuais mais restritivas do mundo...

Ouvem-se aviões a sobrevoar Díli

Ouvem-se vários aviões a hélice, provavelmente militares australianos ou neo-zelandesesa sobrevoar Díli.

Friday, 02 March 2007 - UNMIT – MEDIA MONITORING

National Media Reports

Labadain Accused of Defamation

Marcus Piedade, also known as Labadain has been summoned by the Prosecutor General’s office to give information about a letter allegedly signed by him accusing Minister of Justice Domingos Sarmento of illegal possession of two guns during the crisis. Labadain said he is not aware of such a letter. He said that he did see the Minister in Railako during the crisis with his armed close protection guards but he did not say anything due to the Minister’s high level post. In the meantime, the Minister Domingos Sarmento said the truth will be dealt with when they meet in court. (TP)

Candidates Cannot Use State Facilities

The spokesperson of National Electoral Commission/Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Fr. Martinho Gusmão asks the people contesting the presidential elections not to use State facilities or their campaign and not to insult each to avoid anarchism sentiment and unexpected crisis. He said the election campaign process is still a learning process for the population in terms of political aspects and that the candidates at a point would be required to suspend their duties to be able to be involved in their campaign. He said that candidates should avoid using the State facilities for their private campaign and should not use UNPOL police officers. The CNE spokesperson said if security is allocated, it should be for all the candidates. (STL)

Lu-Olo and Ramos-Horta Continue to Work

The President of the Court of Appeal, Claudio Ximenes, reportedly said he has made the decision for presidential candidates such as Prime Minister Ramos-Horta and President of the Parliament, Francisco Guterres, to continue function in their current capacities during the election process.

Ximenes said the decision was based on the decree law noting that work cannot be stopped. (STL)

RTTL News Headlines

Thursday, 01 March 2007

High Ranking F-FDTL Officials Meets President Gusmão

High-ranking F-FDTL commander met with President Gusmão today [Thursday] to discuss the sincere dialogue with the petitioners following the release of Notables Commission investigation report. President Gusmão said it was also decided during the meeting that two dialogues should take place. One would be between F-FDTL and the petitioners and the second would be within F-FDTL.

Prosecutor General to Meet Alfredo on State Request

Prosecutor General Longuinhos Monteiro said he is awaiting the response from Alfredo to meet him as the State negotiator and not as Prosecutor General. Following a meeting with ISF commander Brigadier Malcolm Rerden, Prime Minister Ramos-Horta and President Xanana Gusmão at the Palácio das Cinzas, Monteiro said the negotiation would be on the surrender of Alfredo or the hand over of guns.

No Negotiations with Alfredo

ISF Commander Rerden said there is no longer negotiation with Alfredo and if he cares about the population he should give himself up and the weapons.
Rerden said a deadline has not been determined for Alfredo’s surrender adding that it is at the government’s request to limit the movement of the citizens in Same.

Court of Appeal Announces Placing of Names

The placing of names on the voters’ bulletin of the presidential candidates was drawn on Thursday afternoon at the Court of Appeal and the candidates’ names should appear as follows:

1st - Francisco Guterres Lu-Olo
2nd - Avelino Coelho
3rd - Francisco Xavier do Amaral
4th - Manuel Tilman
5th - Lucia Lobato
6th - Jose Ramos-Horta
7th - João Carrascalão
8th - Fernando de Araújo Lasama

The President of the Court of Appeal, Claudio Ximenes, said the court has 10 days to verify the details of the candidates.

Extraordinary Plenary Cancelled

Extraordinary plenary of the Parliament on a resolution to support President Gusmão statement on Alfredo Reinado did not proceed today due to power failure all day.

SAS troops land in Dili: report

AAP/The Australian - March 03, 2007

Australian Special Air Service (SAS) troops, expert in infiltrating enemy-held territory, have reportedly landed in East Timor.

Four Australian Defence Force aircraft landed in Dili carrying about 100 soldiers, deployed following a national security committee meeting in Canberra, Fairfax newspapers report today.

The arrival of the additional troops, who will back 800 Australian and 120 New Zealand troops, came as Australia lifted its security alert to five, the highest level, for hundreds of Australians in East Timor.

Australian and United Nations security officials in Dili fear the breakout of widespread violence, possibly even civil war, if Australian soldiers kill or injure rebel leader Alfredo Reinado.

The fugitive East Timor rebel leader, who is surrounded in his hideout by Australian-led troops, yesterday refused to negotiate with a senior government official by telephone, demanding face-to-face talks.

He has refused to surrender and vowed to fight to his death as the standoff developed this week, before saying talks were the best way forward.

Maj Reinado is holed up with his followers in Same, 50 km south of the capital, Dili.

He reportedly has said that East Timor's attorney-general had called, but said he wanted direct talks with the official.

"I didn't want to speak with a postman; I wanted to speak with the Prosecutor-General," Maj Reinado is quoted by Fairfax as saying. "They are all trying to manipulate me."

The commander of Australian troops in East Timor, Mal Rerden, declined to comment yesterday about additional SAS troops in Dili.

Brigadier-General Rerden repeated his earlier demand for Maj Reinado to hand over his weapons and present himself to East Timor's judicial system, Fairfax reports.

Australianos em Díli convidados a "fazer uma mala"

Díli, 02 Mar (Lusa) - A Austrália actualizou hoje os seus alertas de viagem para Timor-Leste, que estão no nível máximo de risco, e cidadãos australianos em Díli receberam a indicação de "fazer uma mala" para eventual evacuação do país, confirmou a Lusa.

Ao longo do dia, alguns civis australianos confirmaram à Lusa terem sido contactados "pela embaixada" com a recomendação de estarem preparados para a eventual retirada do país do pessoal não essencial.

A indicação é a de "fazer uma mala e esperar novas instruções".

Contactado pela Lusa, um responsável consular australiano em Díli foi taxativo: "Não existe neste momento qualquer plano de evacuação do país para os nossos cidadãos".

Ao longo da semana, os alertas de segurança referentes aos cidadãos australianos no interior do país e na capital multiplicaram-se e subiram de tom.

No dia 28, circulou através de mensagem escrita (SMS) o primeiro alarme: "Alteração do alerta de viagem australiano. Movimento restrito nos e para os distritos ocidentais. Aconselhável não viajar para Same, considerar sair para quem lá estiver e se for seguro".

Ainda no mesmo dia, um outro SMS difundia um conselho da embaixada australiana para "extrema cautela em locais com pouca segurança e conhecidos como frequentados por estrangeiros, incluindo hotéis, bares, clubes nocturnos e restaurantes".

Dia 01, novo alarme: "Alerta de viagem australiano em nível 5. Aconselhamos fortemente a não viajar para Timor- Leste. 'Aussies' (sic) em Timor-Leste preocupados com a sua segurança devem pensar em partir se for seguro fazê-lo".

Nos últimos dias, cidadãos australianos integrados em diferentes projectos de cooperação ou desenvolvimento, como a assistência ao processo eleitoral, foram recolhidos de vários distritos do interior, disse à Lusa um diplomata ocidental envolvido no acompanhamento das eleições presidenciais de 9 de Abril.

As interrogações sobre uma grande evacuação de civis australianos adensaram-se com a chegada de entre cinco e oito aviões Hércules C-130 a Díli desde a noite de quinta-feira.

Um porta-voz das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), sob comando australiano, "lamentou" à Lusa não poder "fazer qualquer comentário" sobre os grandes aviões ou a sua função.

Fonte militar ocidental afirmou à Lusa que os Hércules trouxeram para Timor-Leste tropas especiais das Forças de Defesa Australianas (ADF).

PRM Lusa/Fim

Troops back up top security alert

SMH – March 3, 2007
Lindsay Murdoch in Dili

The Federal Government has sent a contingent of crack SAS soldiers to East Timor amid growing fears that violence will again erupt, and target Australians.

Four Australian Defence Force aircraft landed in Dili carrying about 100 soldiers, deployed following a national security committee meeting in Canberra.

The arrival of the additional troops, who will back 800 Australian and 120 New Zealand troops already here, came as Australia lifted its security alert to five, the highest level, for hundreds of Australians in East Timor.

Australian and United Nations security officials in Dili fear that widespread violence, possibly even civil war, could break out if Australian soldiers kill or injure the rebel leader, Alfredo Reinado, trapped with about 150 heavily armed men in a town in the central coffee-growing mountains.

Reinado, who has become a cult hero, said yesterday that if anything happens to him "people will violently rise up in their thousands". He claims to command 700 mutineering soldiers whose sacking last year sparked violent upheaval that left dozens of people dead and forced 100,000 people from their homes. Several hundred of his youth supporters around the country were also waiting for his orders, he said.

"People will start killing each other if anything happens to me," Reinado said by telephone from the town of Same, which is blockaded by dozens of Australian soldiers. "There will be civil war."

Reinado, the Australian-trained former head of East Timor's military police, said his supporters were not ready to fight because of his popularity but because "of what I am fighting for".

Reinado, wanted for murder and rebellion, claims the East Timorese Government is corrupt and the presence in the country of Australian and New Zealand troops is an illegal invasion.

A new attempt by East Timor's leaders to convince Reinado to surrender failed yesterday when Australian soldiers refused to allow the country's Prosecutor-General, Longuinhos Monteiro, to enter Same.

Reiando became angry when Mr Monteiro phoned him and said he wanted to meet to pass on a message from the Government urging him to surrender, but that he did not have the authority to negotiate a deal.

"I didn't want to speak with a postman, I wanted to speak with the Prosecutor-General," Reinado said. "They are all trying to manipulate me."

The commander of Australian troops in East Timor, Mal Rerden, declined to comment yesterday about additional SAS troops in Dili. Brigadier-General Rerden repeated his earlier demand for Reinado to hand over his weapons and present himself to East Timor's judicial system.

But he said his troops are "supporting the Government … in every possible way to find a peaceful resolution to the situation."

General Rerden described the lifting of Australia's security alert as a "prudent measure".

It was justified by the actions of Reinado who had broken off negotiations with the government and led raids on police border posts last weekend, seizing 25 high powered weapons, he said.

"His acts were deliberate and quite significant and that naturally creates concern," General Rerden said.

Mais (palhaçada) do mesmo...

Encontro inconclusivo de PGR com Reinado após duas viagens a Same

Díli, 2 Mar (Lusa) - O encontro de hoje entre o major rebelde Reinado e o procurador-geral da República de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, em Same, sul do país, "correu muitíssimo bem" mas não produziu qualquer decisão, disse à Lusa o deputado Leandro Isaac.

"A reunião correu muito bem, mesmo muito bem, para o major", afirmou Leandro Isaac à Lusa, por telemóvel, horas depois de Longuinhos Monteiro ter regressado a Díli.

Questionado sobre se a reunião serviu para apresentar a Alfredo Reinado as condições de rendição, Leandro Isaac explicou que "não foi bem isso".

"A reunião tratou de Alfredo Reinado entregar as armas e poder voltar a Díli. Só que ele disse que já uma vez entregou as armas quando o Estado pediu e logo a seguir foi preso", adiantou o deputado. (NOTA: foi preso por... posse ilegal de armas)

"O procurador levou com ele o resultado do encontro em Same e agora esperamos nova discussão, que pode acontecer amanhã ou domingo", acrescentou o deputado, que se encontra com Alfredo Reinado e o seu grupo.

Alfredo Reinado e um número indeterminado de homens encontram-se cercados em Same, no litoral sul, desde terça-feira por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Longuinhos Monteiro fez duas viagens a Same, de helicóptero, uma de manhã e outra à tarde, contou Leandro Isaac.

"Quando chegou de manhã, cerca das 9h30, o oficial australiano não o deixou vir ao encontro do major Alfredo porque as ISF diziam que ele podia ser raptado", relatou o deputado.

Longuinhos Monteiro esteve apenas cerca de quinze minutos em Same, no heliporto improvisado pelas ISF.

"Como não o deixavam falar directamente com o major, ele decidiu regressar a Díli".

O procurador-geral terá procurado a intervenção do Presidente Xanana Gusmão.

Cerca das 15h00 (9h00 em Lisboa), Longuinhos Monteiro aterrou pela segunda vez no cerco das ISF.

"Depois teve que andar cerca de dois quilómetros a pé até à vila, sozinho, apenas com um guarda-costas", contou ainda Leandro Isaac.

A reunião entre Longuinhos Monteiro e Alfredo Reinado sofreu mais um atraso porque "o procurador, que não conhece a vila, enganou-se no ponto de encontro". (HA! HA! HA!)

Longuinhos Monteiro, segundo Leandro Isaac, procurou a ponte de Cotalala, em vez da ponte de Uelala, "foi para um lado e nós para o outro".

Os dois homens encontraram-se finalmente "a meio da ponte e foi ali que falaram", à vista da população.

Segundo Leandro Isaac, "os populares pediram vinte minutos ao procurador-geral para entregarem petições sobre a situação em Same e para ouvir a declaração do polícia João Martinho".

João Martinho, da PNTL de Maliana, explicou em público por que tinha decidido juntar-se a Alfredo Reinado no domingo passado, quando o major assaltou três esquadras da polícia de fronteiras timorense.

A Lusa tentou, até ao princípio da noite, obter um contacto com o procurador-geral da República, que ontem declarou que a ida a Same seria na qualidade de "mensageiro do Estado".

Sobre a situação em Same, Leandro Isaac disse "estar aparentemente muito calmo, o que depois de quatro dias de inferno é muito estranho".

"Por isso estamos ainda mais vigilantes esta noite", acrescentou o deputado.
PRM Lusa/Fim

Detenção de Reinado é quebra-cabeças de processo penal

Díli, 2 Mar (Lusa) - A "captura" de Alfredo Reinado autorizada pelo Presidente Xanana Gusmão não é apenas complexa do ponto de vista militar e político, é também um quebra-cabeças de processo penal, segundo juristas consultados pela Lusa.

Os contornos exactos do caso Reinado em termos de direito penal e de processo penal foram, aliás, "questionados" pelas Forças de Estabilização Internacionais (ISF), sob comando australiano.

A situação "nem sempre clara" de Reinado em termos penais "serviu para justificar perante as autoridades timorenses e a ONU a não detenção" do militar fugitivo pelas ISF, adiantam à Lusa diferentes fontes que conhecem o processo e as negociações para a resolução do problema.

O procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, deslocou-se hoje a Same, no sul do país, para anunciar as condições de rendição ao major Alfredo Reinado.

Alfredo Reinado encontra-se cercado desde terça-feira de manhã por tropas australianas das ISF, que deslocaram para Same viaturas blindadas e helicópteros de combate e de reconhecimento.

Quinta-feira à noite, um avião das Forças de Defesa Australianas (ADF) aterrou em Díli, transportando "grupos de operações especiais e material", segundo uma fonte militar ocidental.

Alfredo Reinado parece, portanto, entre a rendição e o gatilho, ou entre a justiça timorense e as tropas de elite australianas.

Entre uma e outras, notam juristas e militares ouvidos pela Lusa, estão considerações políticas e legais que serão, afinal, as mais determinantes para o destino de Reinado.

O militar rebelde foi preso em Julho por posse ilegal de material de guerra, numa operação em que a GNR manteve o suspeito no local até que agentes policiais australianos da ADF procederam à sua detenção.

Alfredo Reinado é objecto de um mandado de detenção passado em meados de Janeiro, quase cinco meses depois da sua fuga da prisão de Becora, em Díli, a 30 de Agosto de 2006.

Se a detenção de Reinado for enquadrada no mandado emitido em Janeiro, o ex-comandante da Polícia Militar timorense viria para Díli, local onde o juiz de instrução assinou o documento.

Segundo o Código de Processo Penal timorense, o mandado de detenção de um indivíduo suspeito, assinado por um juiz, é legitimado por fortes indícios da prática de um crime.

Contudo, qualquer entidade policial, em qualquer altura, pode proceder à detenção de um evadido da prisão, como Alfredo Reinado. "Só havia uma hipótese legal depois de ele fugir da prisão, que era prendê-lo de novo", recordou à Lusa uma fonte militar que conhece o caso desde que Reinado começou a ser investigado pelas ISF, em 2006.

"Reinado nunca foi preso apenas porque o processo foi politizado", acrescentou.

Pela aplicação simples da lei timorense, "seria necessário a presença da polícia para legalizar e legitimar a operação" de captura de Alfredo Reinado, segundo uma fonte das Nações Unidas.

As ISF não são uma força policial, existindo na missão internacional em Timor-Leste (UNMIT) um contingente policial (UNPol) de cerca de 1400 elementos.

Uma fonte da UNPol nota que "a consequência legal do desrespeito das condições legais de detenção é a libertação imediata".

Em termos estritos de processo penal, Alfredo Reinado poderia encontrar-se de novo em liberdade após uma detenção mal feita se o seu advogado invocasse o "habeas corpus".

A resolução do caso Reinado é mais complexa porque as autoridades timorenses, através dos órgãos de soberania, encetaram no final de 2006 um processo negocial paralelo ao inquérito judicial.

O mandado de detenção de Reinado foi emitido após uma reavaliação da prisão preventiva, mas isso coincidiu com o lançamento do processo negocial.

"As negociações não têm nada a ver com o inquérito" judicial, sublinha um jurista, "mas o inquérito foi interferido na parte da execução do mandado".

A razão é que "o Estado timorense não controla os meios de execução do mandado", ou por outras palavras, não dispõe de facto da Polícia Nacional, que implodiu na crise de Abril e Maio de 2006, da qual Alfredo Reinado foi um dos protagonistas.

As ISF, sob comando australiano, precederam no terreno em três meses a UNMIT e, numa fase inicial, tiveram as mesmas competências que a Polícia Nacional timorense.

Sucessivos acordos, tratados e memorandos de entendimento enquadraram os poderes de polícia nos meses seguintes.

Essa competência policial está hoje com a UNPol. No entanto, a Austrália, Timor-Leste e ONU criaram um Fórum Trilateral de Coordenação no qual as ISF, o governo e a UNMIT podem decidir "missões adicionais" a concretizar pelas forças australianas.

É este o caso da operação de captura de Alfredo Reinado, que cai no âmbito do parágrafo 5, ponto 3 do Acordo Trilateral.

Para este tipo de operações, "o governo timorense tem sempre de consultar a UNMIT", explica um dos juristas questionados pela Lusa.

"A operação de captura em Same tem efectivamente suporte legal, embora mal enquadrado", acrescenta o mesmo jurista.

"Esta operação foi acordada em primeiro lugar entre a UNMIT e o governo", no chamado Mecanismo de Alto Nível, "e, depois, entre os governos timorense e australiano", no Fórum Trilateral.

O mesmo jurista nota que Portugal, sem representação numa instância como o Fórum Trilateral, não poderia discutir directamente com a UNMIT a possibilidade de executar uma missão extraordinária como a captura de Alfredo Reinado.

"Mesmo que, no terreno, dispusesse dos recursos militares para realizar a tarefa", ressalvou.
PRM Lusa/Fim

Arrest Warrant Issued for Former Officer

The Jakarta Post - Friday, March 2, 2007
Abdul Khalik

The Indonesian government will not respond to an arrest warrant issued Thursday by an Australian court for former military commander Lt. Gen. (ret.) Yunus Yosfiah, saying it considers the case long since closed. "It is already a closed case. It is an old issue and we have finished with it," Indonesian Foreign Ministry spokesman Kristiarto Suryo Legowo told The Jakarta Post.

The New South Wales state coroner issued the warrant for Yunus after he failed to appear at an inquest into the death of British-born journalist Brian Peters, one of five Australia-based reporters killed during an attack by Indonesian troops on the town of Balibo, East Timor, on Oct. 16, 1975.

Deputy State Coroner Dorelle Pinch issued the warrant after Yunus failed to respond to a series of letters requesting he testify before the inquiry, but she conceded the order has no power outside Australia. "It's an indication of how seriously I regard the necessity of having him here," Pinch was quoted as telling the court by AP. But "it is probable that he will not appear to be examined unless compelled to do so"

Yunus, a lawmaker from the United Development Party (PPP), questioned the Australian court's authority to issue the warrant. "They can't do that. Is there any law for this? You can ask legal experts about this," he was quoted as saying by detikcom.

Yunus said he did not have to explain why he refused to attend the inquest because he had already explained everything to then foreign minister Alwi Shihab and the House of Representatives.

Kristiarto also underlined that the warrant was not enforceable inside Indonesian territory because the Australian court has no jurisdiction here. "We simply will not do anything as Indonesian territory is outside of any Australian court's jurisdiction," he said.

Indonesia maintains the reporters were killed accidentally in a cross fire, but several people claiming to be eyewitnesses testified before Sydney's Glebe Coroner's Court this month that Yunus ordered his troops to open fire on the unarmed journalists and burn their bodies.

Yunus earlier dismissed these claims as politically motivated lies.

AP reported that the inquiry was called at the request of Peters's family. In Australia, a state coroner can investigate any resident's death not due to natural causes, especially if the circumstances are deemed suspicious, regardless of where the death took place.

But the coroner's court has no power to extradite Yunus from Indonesia, or to compel him to testify unless he comes to Australia of his own will.

The five journalists were killed as Indonesian special forces attacked a local militia that had claimed sovereignty after Portugal abandoned its former colony. The attack was a prelude to an Indonesian invasion of East Timor in December of that year.

Indonesia invaded the former Portuguese colony in 1975 and ruled the tiny half-island territory until 1999, when a UN-organized referendum resulted in an overwhelming vote for independence. Withdrawing Indonesian troops and their militia auxiliaries destroyed much of the country's infrastructure and killed more than 1,000 people.

There have been repeated investigations into the journalists' deaths since 1975, but successive Australian governments have said they accept that the reporters were not intentionally killed.

Last year, an independent report presented to the United Nations found that the five journalists were probably killed deliberately by the Indonesian soldiers. The 2,500-page document, which was based on eyewitness accounts of the shooting, called for "further investigation of the elusive truth of this matter".

Transcript UNMIT Press Conference - 1st March 2007

Obrigado Barrcks, Caicoli, Dili

Allison Cooper, UNMIT Spokesperson: Good morning everybody and thank you for coming. Just before we get underway I want to give you some feed back on press accreditation, which you raised last week. There are forms for you to collect here, which will require you to fill in your details, return them to the Public Information Office with a copy of your press credentials or a letter form you editor. From there we are going to issue you with passes. It may take a week or 10 days from now but this will hopefully facilitate your entry into the barracks and identify you as the press to the authorities. The other thing I want to let you know about, on behalf of my colleagues in STAE and CNE in relation to the presidential elections this afternoon, there is an event at the Court of the Appeal, they will be placing the names on the ballots and the CNE and STAE has invited you all to attend. I think someone from the organization will be contacting you all but they have also asked me to pass this information on to you. Just to repeat it will be at three o’clock at the Court of Appeal. Now I am going to hand over to the SRSG Mr. Atul Khare, he will make a statement followed by DSRSG Reske-Nielsen then we are going to open it up to questioning. Brigadier Rerden joins us today along with the UNPPOL Commissioner Mr. Tor and we will all be available to take any questions you may have. Thank you.

SRSG Khare: Good morning, thank you Allison. The Security Situation in Dili has remained stable throughout the last week.

UN Police is continuing to focus on martial arts groups and related violence with a number of tactics including strengthened police numbers, dedicated mobile and static police in high risk areas.

As we announced last week, three new static police post had been opened in Kampung Baru, Fatuhada and Bairro Pité. We are negotiating with the Government for permanent premises for additional static police force.

On the issue of fugitive Major Reinado you would understand that there is very little I can say as any outcome to the current situation is not something that I would like to speculate on.

Two weeks ago on 12th of February, I told the Security Council that justice is a precondition for national reconciliation. All the leaders of Timor Leste have repeatedly told me that impunity will not prevail in this country.

We have seen the statement of his Excellency President Xanana Gusmão broadcast on RTTL.

The United Nations welcomes the appeal by President Gusmão to the citizens of Timor Leste to maintain peace and calm.

Now, the priority of the United Nations is to assist the Government of Timor-Leste with the help of the International Stabilization Forces (ISF) to secure the environment in preparations for the conduct of democratic elections.

UNMIT together with the Government of TL and the ISF call upon Reinado to hand himself in to the authorities and to allow the Timorese people to continue to resolve their differences democratically, peacefully and judicially.

UNMIT, in consultation with the Government of Timor Leste and the ISF is currently considering all possible options to deal with the current situation.
Clearly there are operational security issues that will preclude any discussion of any potential plans.

Any actions that may be taken will be consistent with the United Nations support to the Government of Timor Leste, the ISF and all the relevant institutions to consolidate to stability.

UNPol has officers deployed in Same district who are assisting ISF in the operation. (estão fechados dentro da esquadra da PNTL, apenas com rações de combate para comer)

The United Nations has also provided for the safety of its staff members working in the Same district.

UNMIT, the Government of Timor Leste and the ISF will keep you informed about any further developments on this matter.

Let me now pass on to Deputy Special Representative Finn Reske-Nielsen to say a few words.

DSRSG Reske Nielsen: Good morning, bom dia. I wanted to say a few words about the humanitarian situation in the country. The shortage of rice was a contributing factor to the disturbances in Dili last week but as you know the government with the support of the World Food Program and IOM started the sale of rice in several locations in Dili on Friday and that has continued over a period of several days.

The government has adopted a strategy that will continue the sale of rice across the country with approximately 130 metric tones in the east, 130 metric tones in central region and 130 metric tones in the west. This operation is starting just now and will continue until the distribution is completed. In the meantime it is expected that commercial shipment would be coming in the coming weeks but that the rice shortage would not be completely dealt with until the end of the month. I do want to note that the rice shortage is not unique to Timor-Leste, there are similar shortages in the other countries in the sub-region.

Let me also say a few words about the situation in the IDPS camps. Over the past month or so we have seen an increase of more than 5000 people in the camps and four new camps have been established.

United Nations is working with the government of Timor-Leste in order to address the situation and we are also in contact with the donors to see, to request them to provide additional humanitarian support in accordance with the appeal that was issued in January this year. Several meetings have taken place over the past few days at high level, between United Nations and the government and further meetings will take place between today and tomorrow to reach an agreement on how together we can best tackle this situation.

At the present time, approximately $US 8 million dollars has been pledged for the appeal of last January and that means we still have a shortfall of about $US 8.5 million. We are trying to cover that by having further consultation with the donor community.

SRSG Khare: Thank you. We will take a few questions but I will request that people who are interested in asking questions raise their hands and identify themselves and to which organization they belong and we will be here for about the next 20 minutes to half an hour to take these questions. I’ve seen Lusa first, yes Pedro?

Q: Thank you Sir. Mr. Reske-Nielsen could you detail how many displaced IDPs are right now in Dili and how many persons are receiving food aid?
DSRSG Reske-Nielsen: Thank you. It is very difficult to give you a precise number because the population fluctuates in the camps. We have, however, an estimate as of early January that there were approximately somewhere between 25,000-29,000 people in the camps in Dili. And as I mentioned over the past month, we have seen an increase of more than 5000 and that would be the figure. In terms of the distribution of food we have, for the past several months, provided food to around 70,000 people per month and that means that over the past several months we have distributed food to a larger population than the actual population in the camps.
Late last year it was decided that as of the beginning of 2007 we would phase out this blanket distribution in Dili and focus on vulnerable groups only. However, following the events of the past few weeks we have found it prudent to advise the government that we would continue with blanket food distributions for the time being in order to stabilize the situation.

Q: Why did the people decided to move to the IDPs camps?
DSRSG Reske-Nielsen: When you break down the increase of 5000 over the past month or so, you will see that the biggest increase was actually last week and it was undoubtedly related to the disturbances that we saw earlier in the week which was brought under control by late Wednesday.

Q: Have you given a deadline for Alfredo to surrender?
ISF Commander Mal Rerden: I think it is important at this time of situation with Alfredo Reinado to make sure that we don’t speculate about issues relating to the operations.

Q: With the current situation and in preparation for the election, the New Zealand government has stated that they are prepared to send further troops to assist the security during the elections. My question is: is that necessary? Second is that true that the Prosecutor General is now involved in the negotiations with Major Alfredo?

SRSG Khare: Thank you. You know that the resolution adopted by the Security Council on 22nd February on our request has agreed for provision of an additional formed police unit of up to 240. This additional police force on our recommendations approved by the Security General had been sanctioned specifically for the pre-electoral, electoral and immediate post-electoral period. We are making all efforts to ensure that these people arrive soon. As far as ISF is concerned I would request Brigadier General Rerden to respond to the same question and also to your second question.

Brigadier General Rerden: With regards to election security, the International Forces have worked closely with UNPOL and the government to develop a very robust security plan, which has the important ingredients of all aspects of UNPOL capabilities and the security forces capabilities. These have been integrated into a plan, which is now well and truly briefed to the government. With regards to other question concerning Alfredo Reinado, the International Forces continue to support the government of Timor-Leste and the United Nations in all aspects of security to ensure that the people of Timor-Leste can enjoy a secure environment and can resolve their differences in a peaceful and democratic way and we will continue to do that.

SRSG Khare: Associated Press followed by Lusa

Guido, Associated Press: My question is to the Brigadier. The information I received from Alfredo side, said that the ISF had given him a deadline up to 17:00hrs today to surrender. Do you have any comment on that?

Brigadier Rerden: There has been no deadline. There has only been one message to Reinado. That is that he is to surrender, he is to give up his weapons and he is to submit himself to the justice process of Timor-Leste. There is no negotiation, this is a requirement that he submits himself to the justice system and gives up his weapons.

Lusa: In a private meeting yesterday with the presidency with the national media where the President Xanana asked basically a black out of Reinado. Did it come to the attention of the mission and if so is it somehow worrying in a pre-election period? I have a second question to Brigadier Rerden who issued, if anyone issued the rule to prevent journalists to go to Same. Was it the ISF, was it the East Timorese government or both?

SRSG Khare: Thank you. Obviously I would not comment on private meetings, which are held by authorities of this country. Situation in Same is currently difficult and challenged. UNPOL has helped in escorting foreigners and also some representatives of the media back from Same for their own safety and security. We will continue to request the media to assist us in ensuring that the media representatives are not in danger by movement into the area of operations.

Q: On the second question sir, that was not answer, who issued the order? Was there a very precise order to prevent the journalist, because that doesn’t have to happen in any conflict situation?

Brigadier General Rerden: There was no order issued concerning the movement of journalists. There was simply a request from the government of Timor-Leste for us to ensure that people could not move in to Same area, all people to reduce the risk of endangering any citizens’ safety and security in this difficult situation. As always in all this circumstances the prime concern is for the safety and security of the citizens of Timor-Leste.

Q: Brigadier Rerden, you said you don’t want to make speculations. But you are telling that something is happening. So what is the situation in Same? That statement will give the people the opportunity to make speculations. Can you explain clearly, are you going to arrest him or not?

Brigadier General Rerden: The question is one way; there is no speculation on my part. We are assisting the government of Timor-Leste to resolve a security situation and the circumstances of that operational plan and I’m not going into details.

Q: Are you going to take any precautions in not [inaudible]

SRSG Khare: As of now, the UN police officers remain on duty along with their PNTL counterparts, very few unarmed civilians, UN officers who were assisting in the electoral process had been redeployed to Dili. Some people who have made requests for assistance by UNPOL to come to Dili had been escorted in such a manner, as I told you, a few journalists for their own safety, were returned back to Dili. There is no reason for a large scale of Same and we shall continue to examine these cases on a case by case basis as they come to our notice. Yes?

Q: What about the conditions of the civilians in relation to food, water, because of the road block the people can not move… [inaudible…]?

Brigadier General Rerden: The situation there is understood. It is being addressed and there is as much as I can tell you.

SRSG Khare: Yes, the last one.

Q: With the consequences…[inaudible]… will jeopardize…[inaudible]?

Brigadier General Rerden: This is a serious situation and I think it is important that everyone understands the consequences of this situation are directly the responsibility of Alfredo Reinado.

His actions have led to this situation and no one else. And if the people of Timor-Leste want to understand the circumstances they need to understand why his actions led to this. International Security Forces and the government and the United Nations are trying to resolve a very difficult situation which requires understanding from the people. But the consequences are solemnly the responsibility of Alfredo Reinado. He has one option. He can help the people of Timor-Leste by surrendering himself and removing the threat of his weapons to the people that he is with right now. It is his responsibility if he cares about the people of Timor-Leste, if he cares about the people that are with him now he would give up his weapons and surrender. Anything that happens from now it is his responsibility.

SRSG Khare: I would suggest that we do not over dramatize the situation there are no children dying without meals none whatsoever so far. (ainda não há... incrível! Do género quando houver vamo-nos preocupar...)

So do not over dramatize the situation because that I would consider as being unnecessarily provocative. I want to stress again what has been stressed. I told the SC on 12th of February that efforts are being made to ensure that Reinado submits to justice in a peaceful manner. You can read that statement which I made to the SC on 12th of February. As the President Gusmao himself indicated, several efforts were made over the past two months to ensure that the justice process can continue in a peaceful manner. As Brigadier Rerden has said and as President Gusmao has said in his statement it is surely the responsibility of Alfredo Reinado at the situation which we are facing now. And I do strongly encourage him again as I said in my statement, that I hope that he will submit himself to justice in a peaceful manner if he really loves the people of Timor-Leste and if he really wants stability in this country.

Q: The New Zealand soldiers forces that are coming, is that additional forces or replacements?

Brigadier Rerden: That question is one that should really be asked to the New Zealand government. It is their decision about the size of their commitment to the International Forces. We are very grateful that the New Zealanders, a long time ally of Australia and the International Forces benefit greatly from their inclusion in the International Security Forces.

SRSG Khare: Thank you, thank you. We will stop here. Thank you for coming and we will see you next week.

NOTA DE RODAPÉ:

A população de Same NÃO tem nada para comer e não pode sair de Same. Estão aterrorizados pelo bando de Reinado e ninguém os protege.

NOBEL DA PAZ
Ba
PREZIDENTE

José Ramos-Horta


M E D I A R E L E A S E
28 February 2007

MESSAGES OF SUPPORT FOR RAMOS-HORTA CANDIDACY POUR IN

Following the public announcement in Laga on Sunday that he is a candidate to the Presidency of the Democratic Republic of Timor-Leste, Nobel Peace Laureate Dr José Ramos-Horta received a large number of messages of congratulations and offers of support.

They poured in from all levels of Timor-Leste’s society from North, South, East and West, and from neighbouring Asian countries and the rest of the world.

“I was touched by the level of trust placed in me by the most humble of my fellow Timorese, and the warm wishes from all corners of the nation.

“I don’t know if I am worthy of the trust that the people have placed in me. But I ask God to guide me so that I don’t betray their trust. The only thing that I can promise with absolute certainty is that if I become President on April 9 is to continue my unbroken lifelong commitment to my people, to my country.

“In the last few days I have received numerous expressions of congratulations, friendship and support from very the most disadvantaged members of our great people, and I do thank them wholeheartedly.

““I know that I have the capacities and capabilities to assume the highest office in the land and what better role can one aspire to serve the people to ensure a bright future to Timor-Leste,” Dr Ramos-Horta said.

An indication of the widespread support for the Nobel Peace Laureate’s candidacy for President was the fact that 7164 of voting citizens from the 13 districts of Timor-Leste from all walks of life proposed Dr Ramos-Horta as a candidate, well above the minimum number of 5,000 required under the law.

As well, in accordance with clause 2 of Article 8 of Law No. 7/2006, Law on the election of the President of the Republic, Dr Ramos-Horta has also written to President Xanana Gusmão seeking “release from the exercise of his functions” as Prime Minister and Minister for Defence for the period of time spent in the electoral campaign, which lasts for 15 days and ends 2 days before the day scheduled for election. – ENDS.

NOTA DE RODAPÉ:

Os comunicados de imprensa de Ramos-Horta em inglês são para os "amigos" estrangeiros lerem... porque não parecem ser para os eleitores timorenses... Ou será só uma questão de vaidade?

Apreciamos a decisão de suspender as suas funções de PM durante a campanha eleitoral e de ter anunciado que não utilizaria os bens do Estado para a sua campanha.

Esperamos que este comunicado não tenha sido feito num gabinete Palácio do Governo, com a ajuda de algum assessor estrangeiro do PM...

Não me entrego, diz Reinado aos soldados que o cercam

(Tradução da Margarida)
SMH – Março 1, 2007
Lindsay Murdoch em Dili

Soldados Australianos bloquearam uma cidade nas montanhas centrais de Timor-Leste, apanhando na ratoeira o líder amotinado Alfredo Reinado e tantos quantos 150 homens fortemente armados que recusam render-se.

Reinado disse por telefone que dispararia contra qualquer soldado que visse. "Digam às tropes Australianas para enfiar a rendição pelo rabo acima," disse.

A postura desafiadora de Reinado desencadeou receios de guerra civil depois de a ele se ter juntado Gastão Salsinha na cidade de Same, o comandante dos 600 soldados amotinados que foram despedidos das forças armadas de Timor-Leste no ano passado. O Sr Salsinha disse a um jornalista Timorense na cidade que decidiu trazer 100 dos seus homens para se juntarem a Reinado porque "Estou ainda nas forças militares e tenho um trabalho para fazer ".

Reinado e os seus homens têm uma grande quantidade de armas sofisticadas, incluindo pelo menos seis lançadores de mísseis, dizem os residentes.

Procurado por assassinato e revolta, Reinado disse que os homens que estão com ele e o deputado da oposição Leandro Isaac estavam "todos aqui prontos para partilhar o (mesmo) caixão". "Digam à minha família na Austrália que gosto muito dela" disse Reinado. A sua mulher vive em Perth.

A presença do Sr Isaac e de um número desconhecido de civis ainda em Same a noite passada tornará difícil aos soldados Australianos que estão no exterior da cidade atacarem Reinado, treinado pelos Australianos e os homens que estão com ele.

O comandante das forças lideradas pelos Australianos em Timor-Leste, Brigadeiro Mal Rerden, pediu na Terça-feira que Reinado e os seus homens se rendessem sem condições depois do Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, ter ordenado que o antigo responsável da polícia militar fosse apanhado.

O Sr Gusmão deu a ordem depois de Reinado ter liderado assaltos à vários postos de fronteira no Domingo e ter apanhado 25 armas de grande poder e uma grande quantidade de munições.

Os assaltos chocaram o Governo porque funcionários tinham estado a negociar um acordo pelo qual Reinado entregaria as suas armas e prestaria evidência numa audição especial sobre o seu papel na violência em Dili no ano passado.

O Governo enviou uma carta para o Primeiro-Ministro Australiano, John Howard, na Terça-feira autorizando as tropas Australianas em Timor-Leste a usar força letal para capturar Reinado, que tem estado em fuga desde que liderou uma escapada em massa da prisão de Dili em Agosto.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse ontem que a Austrália tinha deixado claro que se o Governo Timorense pedisse mais tropas para ajudar na segurança do país antes da realização das eleições nos próximos meses, estas seriam enviadas. A Austrália tem 800 soldados em Timor-Leste, a maioria dos quais em Dili.

O Sr Isaac, cujo partido pediu a Reinado para concorrer nas eleições presidenciais previstas para 9 de Abril, disse ontem aos jornalistas que a palavra "rendição" não existe no vocabulário de Reinado. Perguntado o que é que acreditava que aconteceria se os soldados desertores fossem atacados, disse: "Guerra civil."

O Sr Isaac disse que não tinha nenhumas armas. Disse que não podia sair da cidade porque os soldados Australianos não estavam a deixar ninguém entrar ou sair.

Cerca de 100 residentes de Same, o centro de um distrito de cultivo de café, fugiram para as montanhas desde que os Australianos bloquearam a cidade.

Reinado respondeu pelo seu telemóvel no centro da cidade. Disse que um oficial das forças armadas Australianas lhe tinha telefonado a pedir a sua rendição. Perguntou ao oficial se tinha autorização do procurador-geral do país para o prender.

Quando não obteve qualquer resposta disse que "rejeitou a oferta ".

Uma fonte do Governo disse que Reinado tinha pedido para retomar as negociações para se render mas que o pedido tinha sido sem mais recusado.

Explicações - precisam-se!

Diário de Notícias – Quinta, 1 de Março de 2007
Ruben de Carvalho

Ao fim de mais de quatro décadas de jornais, rádios, televisões e outras deambulações profissionais, mantenho certa perplexidade face à forma como se desenvolve aquilo a que se convencionou chamar a "agenda" da comunicação social, o agenda setting que a investigação anglo-saxónica coloca no centro do processo de comunicação de massas.

Note-se que se escreveu "se desenvolve" e não, como poderia ser plausível, qualquer interrogação do estilo "quais são os critérios".

A primeira questão é exactamente a de que a experiência ensina que o estabelecimento desta agenda é um processo de certa forma elusivo, evidentemente subsidiário de padrões ideológicos dominantes, mas que adquire uma espécie de autonomia face aos próprios critérios profissionais, à sua aplicação e às suas opções.

Vem isto a propósito de um assunto que ainda há poucos meses ocupou primeiras páginas e prime times noticiosos e que entretanto praticamente desapareceu. Na certeza de que seguramente nenhum jornalista português o considerará irrelevante ou desinteressante: Timor.

E com Timor passou-se um conjunto de situações que não podem passar sem comentário.

Note-se como, após uma primeira fase intensamente noticiosa sobre um puro e simples golpe de Estado, se verificou o mais absoluto silêncio.

Pode argumentar-se que o facto de aparentemente o golpe ter atingido os seus fins acabou a determinar uma estabilização pouco propícia à criação de factos novos, de notícias. Mas pela ordem natural do ritmo informativo, ao período noticioso mais agitado seguir-se-iam trabalhos mais extensos, documentados, procurando enquadramento, explicação, pormenorização de um processo que, ainda por cima, teve contornos mais que confusos.

Ora essa foi a primeira ausência e, no fundo, política e informativamente mais significativa. Pese que na violência, contra pessoas e bens, esteve longe de desaparecer.

Entretanto, um nada inocente palhaço a que o Expresso deu foros de herói, o "major" Reinado, reaparece - e voltam as notícias.

Explicações - nenhumas. E precisam-se.

“Não se vence uma crise pelo uso da força”

Rádio Renascença – 01-03-2007, 9:58

No terceiro dia de cerco pelas tropas australianas, o líder dos rebeldes propõe uma saída pacífica para a crise, mas só aceita negociar com as autoridades judiciais.

Em entrevista ao jornalista Pedro Mesquita, a partir de Same, sul de Timor-Leste, o major Alfredo Reinado diz que está disposto a resistir e deixa críticas ao Presidente Xanana Gusmão.

“Continuo cercado pelas forças especiais australianas. Estamos a ver quem mostra a cabeça primeiro, com o dedo no gatilho”, disse.

É verdade que está agora disposto a negociar?

Não é de agora. Já estou preparado há muito tempo porque nunca que vence uma crise pelo uso da força.

Já houve alguma resposta das autoridades timorenses?

Eles estão a analisar. Estão reunidos há quase três dias – é muito difícil tomarem uma decisão porque cada um defende o seu interesse político, não o interesse do país e o da população.

Porque pensa que as autoridades timorenses deveriam negociar? Afinal, escapou da prisão, está armado com HK33 e disse ter vergonha do Presidente.

Eles têm que analisar caso a caso. Estou aqui no respeito pela Constituição e tenho a lei do meu lado. O artigo 28º permite defender os meus direitos, se as decisões tomadas não seguirem os princípios judiciais.

As pessoas não tem o direito a defender-se, só porque se trata do Presidente? No seu país também é assim?

Com quem está disposto a negociar?

Com os responsáveis pelo sistema judicial, através do Procurador-geral.

Disse uma vez que cumpriria as ordens do Presidente.

Quando ele estava na linha. Ele já passou a linha, foi vitimado pelos seus opositores políticos.

Ordem dos candidatos no boletim de voto

O Tribunal de Recurso fez ontem (1 de Março) o sorteio dos candidatos para o boletim do voto e são estes os resultados:

1- Lu-Olo
2- Avelino Coelho
3- Xavier do Amaral
4- Manuel Tilman
5- Lucia Lobato
6- Ramos Horta
7- João Carrascalão
8- Fernando Lasama

O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE ) verificará os dados das candidaturas, entregando o seu relatório ao Tribunal de Recurso, que dará a conhecer os resultados dentro de dez dias.

Os candidatos terão dois dias para reclamação.

Austrália pede rendição de Reinado

Público, 2 de Março de 2007-03-02

A Austrália está incomodada com a liberdade de movimentos do major rebelde timorense Alfredo Reinado.

O ministro australiano dos negócios estrangeiros Alexander Downer, pediu ao antigo chefe da Polícia Nacional que se renda.

“É para nós uma fonte de inquietação que ele continue em liberdade e penso que se deveria entregar às autoridades”, disse o chefe da diplomacia de Camberra aos jornalistas. O apelo ocorre quando o comandante insurrecto está cercado na cidade de Same, 50 quilómetros a sul de Díli, por soldados australianos.

Líder do segundo partido avança para as presidenciais

Diário de Notícias, 2 de Março de 2007-03-02

Fernando Lassama Araújo entrou na corrida à sucessão de Presidente Xanana Gusmão, juntando-se ontem aos sete candidatos já conhecidos: Ramos-Horta, Francisco Guterres (Lu-Olo), Lúcia Lobato, Francisco Xavier do Amaral, João Carrascalão, Manuel Tilman e Avelino Coelho. Líder do Partido Democrático (PD), a segunda força política timorense, Lassama Arújo concretizou a sua candidatura no último dia do prazo para as eleições de 9 de Abril.

Até agora, o PD sempre tinha feito depender a sua posição de uma eventual recandidatura de Xanana, embora se admitisse que pudesse vir a apoiar o primeiro-ministro José Ramos-Horta. Gorada essa possibilidade, tudo dependerá agora de haver ou não uma segunda volta, admitindo-se que Francisco Guterres (Lu-Olo), da Fretilin, e Ramos-Horta, que avança com a bênção da Igreja Católica e de xanana Gusmão, disputem esta eleição entre si. No cenário de uma segunda volta, o mais provável é que a maioria dos candidatos preteridos venha a recomendar o voto no actual primeiro-ministro.

Mulheres querem um país melhor, mas vozes são "silenciadas" - Livro

Lisboa, 28 Fev (Lusa) - As mulheres timorenses mostram determinação em contribuir para a construção do país, apesar do seu papel ter sido "silenciado" desde o colonialismo português até à independência, afirmou hoje a autora do livro "Vozes das mulheres de Timor-Leste".

O livro, hoje lançado em Lisboa, destaca o papel das mulheres timorenses numa sociedade que tem "silenciado as suas vozes", desde o colonialismo português, passando pela ocupação indonésia, até ao governo de Timor-Leste, disse aos jornalistas Teresa Cunha.

A investigadora da Universidade de Coimbra salientou que os "homens heróis de Timor-Leste são amplamente conhecidos", desconhecendo-se "total ou parcialmente" o desempenho das mulheres.

Teresa Cunha sublinhou que há mulheres em Timor-Leste com "um papel activo" nas organizações locais, regionais e nacionais e existem algumas em cargos políticos, com funções no governo.

Na obra, a autora destaca as propostas apresentadas pelas mulheres para a reconstrução do país, tendo por base a "conciliação e pacificação" "Elas não propõem políticas macro-económicas, mas enumeram que o acesso ao trabalho remunerado, à educação, à saúde, à festa, ao divertimento, ao desporto é condição que favorece fortemente o desenvolvimento de personalidades não agressivas e relações sócio-políticas baseadas no respeito e na solidariedade", disse.

O livro é o resultado de uma pesquisa realizada durante três anos pela investigadora, que coordenou projectos de desenvolvimento local e de cooperação internacional no âmbito não governamental em Timor-Leste.

Na apresentação da obra, o sociólogo Boaventura Sousa Santos referiu que Timor-Leste "tem uma presença muito forte na vida dos portugueses", justificada "pela falsa consciência" do apoio prestado no passado.

"Portugal abandonou Timor-Leste durante o período colonial e foi impotente para travar uma outra ocupação (Indonésia)", disse o sociólogo, adiantando que "só acordou na parte final".

Boaventura Sousa Santos salientou ainda que "todas as atrocidades de que foram alvo os timorenses foram silenciadas" por Portugal.

"No momento em que os portugueses assobiavam para o ar, Moçambique foi o país que mais apoiou Timor", referiu, sublinhando que aquele país africano lusófono foi "durante muito tempo a resistência do ponto de vista diplomático".

O sociólogo disse ainda que "Timor é exemplo de resistência e de força e no centro estão as mulheres timorenses".

CMP-Lusa/Fim

Pm Likely New President Says Expert

Dili - The former prime minister Mari Alkatiri is out of the running, and the current prime minister will likely be the new president, thus swopping roles with Xanana Gusmao who could head the government. This musical-chairs post-election scenario is outlined for Adnkronos International (AKI) by Damien Kingsbury, expert in East Timor and Indonesia, at Australia's Deakin University.

The presidential elections are being held in East Timor on 9 April with the parliamentary polls following shortly afterwards. The situation in the tiny state has deteriorated after a fugitive rebel leader escaped with weapons over the weekend.

Hundreds of East Timorese villagers fled into the mountains on Wednesday as Australian troops surrounded the southern hideout of the nation's most wanted man, Alfredo Reinado. It renewed its call for the fugitive rebel leader to surrender peacefully.

The renewed push to arrest Reinado comes amid a deteriorating security situation and growing anti-Australian sentiment in East Timor, following the death of two Timorese youths shot by Australian troops last Friday.

"It is really a three cornered contest for the presidency, but I suspect that Ramos-Horta probably has the lead over Lu-Olo (Guterres) from Fretilin, with Fernando de Araujo from PD (Democratic Party) running third."

Among other little known candidates for the presidential post are lawyer Lucia Lobato and opposition MP Joao Carrascalao.

The real fireworks though are expected in the parliamentary elections where, according to Kingsbury, the candidature of Gusmao will spell the political demise of Alkatiri.

Gusmao has formed a political party, the National Council of Timorese Resistance, (CNRT) and said he will run. The party is effectively a return to the past because CNRT is the name of the alliance which won the vote for independence from Indonesia in the 1999 referendum.

Kingsbury said that CNRT has already attracted progressive voters who have abandoned Fretilin.

Led by Alkatiri, Fretilin is the majority party, having won 55 of the 88 seats in the 2001 parliamentary elections. Alkatiri was forced to resign as prime minister last June after criticism of his leadership when violent clashes and disorder erupted and led to the decision to deploy foreign troops in Dili to restore order.

"Fretilin has already begun to split between the 'Maputo group' led by Alkatiri, and the 'reformists'. Many reformists are deserting to support Gusmao's new party CNRT," Kingbury said.

The pro-Alkatiri faction is called Maputo because most of them were exiled in Mozambique during the long and bloody pro independence struggle in East Timor.

Kingsbury thinks it probable that in the end the CNRT and the Democratic Party will unite in a coalition, closing the door of parliament to Fretilin.

The PD has also formed a coalition with three other small parties, and could do well. The remaining parties will probably join the coalition after the parliamentary elections.

As for parliament, if the CNRT and PD-coalition join forces, Fretilin is probably out of government.

"Anyhow, I suspect that the Maputo group is out in any scenario - the question will be about how and whether Fretilin can re-form afterwards," he said.

NOTA DE RODAPÉ:

Mais um amigo do Horta...

Timor-Leste: Mais cinco mil deslocados nas últimas semanas

Diário Digital/Lusa
02-03-2007 12:19:54

O número de deslocados internos em Timor-Leste aumentou em cerca de cinco mil pessoas no último mês, disse hoje à Lusa fonte da missão das Nações Unidas.
Segundo a UNMIT, o aumento do número de deslocados obrigou à abertura de quatro novos campos e fez-se sentir sobretudo na semana passada.


Os responsáveis humanitários da UNMIT relacionam este rápido aumento de deslocados com a situação de distúrbios na capital devido à escassez de arroz no mercado.

O vice-representante especial do secretário-geral da ONU em Timor, Finn Reske-Nielsen, que é também o responsável para os assuntos humanitários da missão, disse à Lusa que «é muito difícil dar um número exacto de deslocados em Díli porque a população dos campos é flutuante».

Estimativas para o início de Janeiro davam conta de entre 25 a 29 mil deslocados na capital. Em termos de distribuição alimentar, as Nações Unidas, através do Programa Alimentar Mundial e de outras agências, asseguram actualmente distribuição de comida a 70 mil pessoas.

Este número equivale, sensivelmente, a metade da população normal de Díli.

A UNMIT decidiu adiar a redução progressiva deste número de pessoas assistidas, considerando prudente manter a distribuição «por enquanto, para estabilizar a situação».

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "POP STAR...":

1. No palácio das cinzas houve reunião com os jornalistas.Dizem os jornalistas:"o presidente pediu-nos para não aumentarmos a importância das coisas e ser cautelosos no tratamento dos assuntos."

A TVTL já não transmitiu imagens recolhidas em Same e a entrevista de Reinado.
Jornalistas não foram autorizados a entrar em Same.


Todos Sabemos que Xanana nunca se deu bem com as críticas. Mas o que se passou ontem foi censura na televisão. Foi limitação da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa.
Definitivamente Xanana não se dá bem com a democracia.

A democracia, começa a ser por demais evidente, esta em perigo em Timor-Leste.

Sem liberdade de imprensa não há eleições livres...

2.Reinado não foi sequer detido quando armando intimidou pessoas em Gleno por altura do comicio da FRETILIN...

O poder político instalado no palácio das cinzas é parcial, apoia claramente uns contra outros, incentiva assim a desordem...

Em vez da unidade promove a divisão, em vem do acordo promove a discórdia!

Agora parece até que o PGR (o inqualificável Longuinhos) vai a Same negociar com o bandoleiro... Não, o criminoso não é detido e ouvido nun tribunal.

Não o PGR vai ao local onde o bandido está barricado para, pasme-se, negociar...é a autoridade do Estado de cócoras, é a humilhação das instituições. UMA VERGONHA PRESIDENTE XANANA!

3. Jesus Cristo na camisola de Ramos Horta no lançamento da sua candiatura em Laga, mostra bem a natureza do homem:demagogo, populista e oportunista.

Bem avisou Jesus Cristo: muitos usarão o meu nome...

Acredito em Deus, sou católico, admiro D. ximenes Belo, D. Basílio do Nascimento, o padre Jovito e vou votar em Lu-Olo.

Voto na dignidade da resistência timorense. Voto pela identidade e independência nacional.
Acredito na honestidade e no trabalho. E Ramos Horta nunca trabalhou na vida. É um mamão que sempre viveu de bolsas e subsídios.E ultimamente fazendo viagens à conta do pobre orçamento timorense! É um fútil que gosta de se passear pelos circuitos diplomáticos, e, é certo, tem talento para isso, mas que se vende a quem pagar mais. E Timor Leste é nosso, dos timorenses. Não está à venda!

A Igreja Católica timorense está equivocada,porque não se devia meter na política. Porque perde sempre uma parte do rebanho. E todos merecem a esperença da fé e da palavra de Jesus Cristo.Todos são filhos de Deus. Ninguém merece/deve ser abandonado pelo seu pastor por razões de opinião política.

O abuso que Ramos Horta faz da religiosidade das pessoas boas de Timor, que estão de boa fé, pessoas muita dignas , humildes mas pouco instruídas é pouco sério, revela total ausência de escrupulos e muita falta de seriedade. O que está em casua é uma eleição para um órgão do Estado. Porque há-de a Igreja meter-se nisso?!

Pela liberdade. Pela segurança. Pela estabilidade. Pelo desenvovlimento económico. Pela seriedade. Pelo trabalho. Por TimorLeste independente do colonialismo regional, viva a FRETILIN.

Prisão do major Reinado poderá acontecer já hoje

Jornal de Notícias, 2 de Março de 2007
Por: Orlando Rafael

O major Alfredo Reinado, que hoje vai receber das mãos do procurador-geral da República timorense, Longuinhos Monteiro, as condições impostas para a sua rendição, resolveu, ao ver apertar-se o cerco das tropas australianas pedir através de mensagem de telemóvel a Xanana Gusmão, de quem disse ter vergonha, "diálogo e negociação".

Com as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) à porta da localidade de Same, Reinado joga também com o apoio popular, a quem ontem se dirigiu para justificar as suas acções, e tomou a iniciativa de divulgar a mensagem enviada ao presidente da República aos jornalistas que acompanham a situação.

Observadores consideram que sabendo que o assalto dos militares pode acontecer a qualquer momento, Alfredo Reinado procura ganhar tempo para ver se Xanana Gusmão lhe permite mais uma saída airosa. No entanto, tudo indica que desta vez Reinado vai voltar para a prisão. Segundo o brigadeiro Mal Rerden, comandante das ISF, o major só tem uma saída "Entregar as armas e render-se".

"A solução tem que ser entendida pelo povo de Timor-Leste, mas as consequências são totalmente culpa de Alfredo Reinado", afirma Rerden, acrescentando que, "se ele se importa com o povo timorense e com as pessoas que estão com ele, deve entregar as armas agora e render-se sem condições".

O brigadeiro das Forças de Defesa Australianas, que têm cerca de 800 militares nas ISF, não revelou detalhes operacionais e explicou que "não há razão para uma evacuação em massa da população em Same".

Entretanto, o procurador-geral da República afirmou que hoje vai a Same, sul do país, na qualidade de "mensageiro do Estado" apresentar as condições de rendição do major Alfredo Reinado. As condições são duas. "Entregar as armas, entregar-se e entregar os seus homens", precisou Longuinhos Monteiro. Alfredo Reinado, que fugiu de uma prisão de Díli a 30 de Janeiro e que está cercado há quatro dias, "escreveu" a sua sentença - opinam especialistas - quando disse que "sentia tristeza e vergonha de ter um líder como Xanana Gusmão, que não pensa duas vezes".

UE ajuda com 1,5 milhões

A Comissão Europeia atribuiu uma verba de 1,5 milhões de euros de ajuda humanitária para as cerca de 100 mil pessoas deslocadas ou afectadas há já um ano pela instabilidade em Timor-Leste. Os fundos destinam-se a responder a necessidades básicas e a facilitar o regresso dos deslocados a casa, ou à sua instalação noutro local, durante um período de 15 meses. Em Março de 2006, Díli foi abalada por uma onda de violência, com confrontos e cisões nas estruturas militares, e cerca de 100 mil pessoas abandonaram as suas casas, tendo-se refugiado nos arredores da capital e nas zonas rurais do país. Comida, água limpa, abrigos de emergência, instalações sanitárias e cuidados básicos de saúde continuarão a ser disponibilizados à população. As verbas são canalizadas através do Departamento da Ajuda Humanitária da Comissão (ECHO, na sigla inglesa), que desde 1999 opera em Timor-Leste.

Dos leitores

Margarida deixou um novo comentário sobre a sua postagem "POP STAR...":

Agora o Xanana e o Horta até querem controlar o “conteúdo das peças jornalísticas” e a “presença de repórteres” em Same, e é o próprio Xanana quem apela “ao bom-senso das notícias e à colaboração dos jornalistas”, para não aumentarem “a importância das coisas” e a serem “cautelosos no tratamento dos assuntos” conforme nos elucidou a Lusa.

E os Australianos deixam entrar o Salsinha e os seus comparsas mas retêm os jornalistas.

Entrámos na fase de totalitarismo às claras, sem qualquer pudor, com impedimentos à actividade dos media, com o dificultar do trabalho dos seus profissionais e com a censura e manipulação.

Como estamos longe das facilidades dadas ao Mikael do Expresso, por exemplo, quando aí foi expressamente para colaborar na fabricação da imagem do “herói”, exactamente na mesma altura em que por lá andavam com todas as portas escancaradas os da ABC a produzirem a encomenda da Four Corners!

Era essa exactamente a altura em que o PR e o agora PM não só reuniam com esses “heróis” como aliás dividiram palcos de manifestações e de cerimónias de “entrega de armas” com alguns deles. E nunca esquecendo que até o chefe da ONU em Dili, o enviado especial Ian Martin, o representante do Presidente da Comissão Europeia e Embaixadores com eles ombreavam, com eles negociaram devidamente acompanhados dos media.

Mas nessa altura era Mari Alkatiri o PM. Apesar da tremenda campanha demonizadora que os media lhe faziam nunca Mari Alkatiri sequer interferiu com o seu trabalho, todos eles puderam desenvolvê-lo em toda a liberdade.

Afinal só mesmo a Fretilin e só mesmo Mari Alkatiri são o garante da liberdade de expressão e de liberdade de informação em TL, como lamentavelmente os media e os seus profissionais confirmam agora mesmo em Same.

Major Reinado apela ao diálogo com Presidência via sms

Diário Digital/Lusa
01-03-2007 11:57:00

O major Alfredo Reinado, cercado há dois dias por tropas australianas, pediu ontem, via sms, «diálogo e negociação» à Presidência da República, disse à Lusa um deputado que se encontra em Same (Sul do país).

As Forças de Estabilização Internacionais (ISF) mantêm o cerco a Alfredo Reinado, que hoje ao fim da manhã «dirigiu uma comunicação à população de Same, no centro da vila», afirmou à Lusa o deputado Leandro Isaac.

Durante o contacto telefónico com Leandro Isaac, podia ouvir-se em fundo a intervenção de Alfredo Reinado, por altifalante, intercalada de aplausos da população e do ruído de um helicóptero.

Helicópteros de reconhecimento e de combate das ISF sobrevoam Same e a região montanhosa circundante desde segunda-feira.

As mensagens escritas por telemóvel foram enviadas a um assessor do Presidente da República e ao procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, acrescentou Leandro Isaac.

«Excelências: uma vez mais digo-vos que a solução para esta crise é assim como eu vos digo. A solução para a crise é isto: DIÁLOGO e NEGOCIAÇÄO (sic). O senhor procurador-geral deve responsabilizar-se por seguir o caminho legal da justiça. Obrigado se o aceitarem», concluía a mensagem de Alfredo Reinado a que a Lusa teve hoje acesso também via sms.

Alfredo Reinado esperava hoje poder receber a visita de Longuinhos Monteiro em Same, adiantou ainda Leandro Isaac.

«O único sentido dessa oferta de negociação é, talvez, a de ganhar tempo», comentou uma fonte do governo contactada pela Lusa.

«A posição dos órgãos de soberania é muito clara neste caso e o procurador-geral da República, se se encontrar com Reinado, é para o prender», frisou a mesma fonte.
O brigadeiro Mal Rerden, comandante das ISF, reafirmou hoje que «Reinado apenas tem uma saída, entregar as armas e render-se».

«É bom que todos compreendam que tudo o que está a acontecer é da responsabilidade de Alfredo Reinado», declarou o brigadeiro australiano na conferência de imprensa semanal da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).

«A solução tem que ser entendida pelo povo de Timor-Leste, mas as consequências são totalmente culpa de Reinado», insistiu o comandante das ISF.

«Se ele se importa com o povo timorense e com as pessoas que estão com ele, deve entregar as armas agora e render-se», repetiu o brigadeiro Mal Rerden quando questionado sobre a situação dos civis que se encontram dentro do cerco.

O brigadeiro das Forças de Defesa Australianas, que têm cerca de 800 militares nas ISF, não revelou detalhes operacionais e explicou que «não há qualquer especulação» da sua parte sobre o cerco a Alfredo Reinado.

Algum, «muito pouco», pessoal civil das Nações Unidas que estava em Same em apoio ao processo eleitoral foi retirado da localidade, informou Atul Khare, representante especial do secretário-geral da ONU.

«Não há razão para uma evacuação em massa da população em Same», acrescentou Atul Khare, que pediu para que a situação no local «não seja dramatizada, porque não é dramática».

«Saúdo o apelo do Presidente ao povo timorense para manter a calma», afirmou Atul Khare, referindo-se à comunicação de Xanana Gusmão ao país, segunda-feira passada.

Censura, Senhor Presidente? Tão preocupado que andava com a liberdade de imprensa...

Diário Digital/Lusa
01-03-2007 12:58:20

Cobertura jornalística do caso Reinado preocupa Presidência

A cobertura do cerco a Alfredo Reinado levantou preocupações da Presidência da República e do governo timorenses, em torno do conteúdo das peças jornalísticas e da presença de repórteres na área de Same (Sul do país).

O major Alfredo Reinado, evadido de uma prisão desde 30 de Agosto, está há três dias cercado por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) em Same.

Na manhã de quarta-feira, o Presidente Xanana Gusmão convidou representantes de todos os órgãos de comunicação social timorenses para um encontro «privado» no Palácio das Cinzas, confirmou a Lusa junto de vários participantes.

Xanana Gusmão «não pediu para não cobrirmos o cerco a Alfredo Reinado mas apelou ao bom-senso das notícias e à colaboração dos jornalistas por razões de Estado», declarou à Lusa um dos jornalistas presentes.

«O Presidente pediu-nos para não aumentarmos a importância das coisas e ser cautelosos no tratamento dos assuntos», acrescentou este jornalista timorense.

À semelhança dos outros jornalistas e editores contactados pela Lusa, este participante da reunião no Palácio das Cinzas pediu o anonimato e falou do assunto com visível nervosismo.
Fonte oficial da Presidência confirmou à Lusa a existência do encontro com os órgãos de informação, «que se destinou apenas a apelar aos jornalistas para não ´sensacionalizar`», numa altura delicada e em que se aproximam eleições.

A consequência mais notória do apelo de Xanana Gusmão foi o protelamento da transmissão de uma reportagem da TVTL que incluía uma entrevista exclusiva a Alfredo Reinado feita pouco antes das ISF montarem o cerco.

As imagens foram recolhidas segunda-feira de manhã em Same e chegaram à sede da TVTL a meio da tarde, trazidas pela equipa de reportagem.

A reportagem radiofónica passou na antena pública timorense horas depois, mas não houve repetição terça- feira na sequência do apelo do Presidente Xanana Gusmão.

Quanto às imagens, não foram postas no ar até ao noticiário da noite de terça-feira da TVTL, onde passou uma peça de noventa segundos com a reportagem em Same, incluindo palavras de Alfredo Reinado.

Conforme a Lusa constatou directamente, o interesse da RTP pelo exclusivo da TVTL, terça-feira à tarde, teve como resposta do presidente do Conselho de Administração da televisão timorense tratarem-se de «imagens recolhidas por um operador da TVTL que foi a Same como freelance».

Expedito Dias Ximenes acrescentou, na ocasião, que a mesma equipa de reportagem tinha até levado para Same «uma câmara que não é da TVTL».

A Lusa tentou posteriormente, sem sucesso, obter esclarecimentos junto de Expedito Dias Ximenes e da equipa de reportagem.

Foi, no entanto, possível apurar junto de vários jornalistas da redacção da TVTL, onde o constrangimento era patente, que o alegado «freelance» é um respeitado jornalista da casa que ocupa lugares de chefia tanto na redacção como no próprio Conselho de Administração, como vogal.

A equipa de reportagem da TVTL em Same esteve entre o grupo de cinco repórteres timorenses e um correspondente indonésio retidos ao fim da manhã de segunda-feira, durante cerca de duas horas, pelas ISF à saída de Same.

Os jornalistas foram «bem tratados e retidos apenas para identificação», disse um deles à Lusa, sempre sob anonimato.

A partir desse momento, nenhum outro jornalista foi autorizado a sair ou a entrar em Same, como aconteceu às equipas da Lusa e da RTP que tentaram entrar na localidade segunda-feira à noite e terça-feira de manhã.

Um posto de controlo australiano à entrada de Same impede qualquer movimento de pessoas para dentro ou para fora da vila.

Questionado hoje pela Lusa sobre a origem da regra de exclusão dos jornalistas, o brigadeiro Mal Rerden explicou que «não houve nenhuma ordem relativa aos jornalistas».

«Houve apenas um pedido do Governo de Timor-Leste para nós assegurarmos que as pessoas não pudessem entrar na área de Same, todas as pessoas, para reduzir o risco de pôr em risco a segurança e protecção de qualquer cidadão nesta situação difícil».

«Como sempre, nestas circunstâncias, a primeira preocupação é a segurança e protecção dos cidadãos de Timor-Leste», acrescentou o brigadeiro Rerden.

Uma fonte do gabinete do primeiro-ministro José Ramos-Horta explicou à Lusa que «a zona de exclusão não é apenas para jornalistas, que aliás não existiam ali, mas para todos os não residentes que ali vão ou estavam».

A exclusão abrange «especialmente agências da ONU e organizações não-governamentais em operação na área, que aliás já abandonaram».

«Não é possível ao governo garantir a segurança pessoal e a acção operacional das forças no terreno. Teve de o dizer publicamente», sublinha a nota do gabinete do primeiro-ministro.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.