segunda-feira, julho 24, 2006

GNR não está sob "coordenação" australiana

Sobre a notícia da Lusa.

De um leitor:

"Apresentado como"..

Desculpe?! Quer dizer que o jornalista "duvidava" e nada questionou?

Não sabe sequer ler as suas próprias notícias? A Lusa não publicou a notícia de QUE NÃO HAVIA COMANDO AUSTRALIANO?

Não publicou há dias uma peça sobre a coordenação conjunta das forças policiais?

Não podia confirmar com a GNR se havia um "coordenador"?

A Lusa tem a responsabilidade de ser mais rigorosa.

Ou talvez os orgãos de comunicação social que fazem "copy/paste" das notícias da Lusa, tenham de ter mais cuidado.

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De um leitor:

… Lusa não confronta nem questiona apenas transcreve aquilo a que ele chama de noticias.

E não só não confronta como não publica.

Nada publicou sobre a ausência do Presidente da República na cerimónia oficial das FDTL, nem sequer sobre a cerimónia.

Publicou a "cerimónia" da entrega das armas pelo grupo de Railos mas não confrontou o Procurador-Geral sobre a legalidade da sua presença no local nem sobre o número de armas entregues, nem sobre as munições.

Assim como nada publicou sobre a legalidade da nomeação do Procurador-Geral, nem o confrontou com o facto de este cometer o crime de violação do segredo de justiça.

E como nada publicou sobre... Muito haveria para dizer sobre o jornalista da Lusa em Timor ao serviço da desinformação.

NOTA:

A GNR não está sob "coordenação" australiana. A Lusa foi imprecisa.

Lost in translation?


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Na primeira linha


Da Margarida:

Só para precisar uma afirmação, pois diz que "o país acabou por perder um homem de grande valor e extremamente competente" como primeiro-ministro, mas o homem de valor e extremamente competente está agora no Parlamento Nacional e mantém-se como Secretário-geral da Fretilin. Isto é o Mari Alkatiri mantém-se na primeira linha do combate político.

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Ultrapassámos as 50.000 visitas

Desde que começámos dia 16 de Maio, 2006:


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José Ramos-Horta inicia primeira visita oficial ao exterior como PM

Díli, 24 Jul (Lusa) - O primeiro-ministro timorense deixou hoje Díli com destino na Jacarta, Indonésia, a primeira deslocação ao estrangeiro como chefe do governo, de onde segue para Kuala Lumpur, Malásia, onde apresentará o pedido formal de adesão de Timor-Leste à ASEAN.

José Ramos-Horta foi empossado primeiro-ministro no passado dia 10.

A apresentação formal do pedido de adesão à Associação das Nações do Sudeste Asiático, um processo que deverá prolongar-se pelo menos cinco anos, será feita no decorrer da 13ª Conferência Ministerial do Fórum Regional da ASEAN (AFR), de que Timor-Leste é já membro desde 29 de Julho de 2005.

O ARF é um organismo formado há 11 anos com o objectivo de consolidar a cooperação regional, a estabilidade e a paz entre os 10 países que integram a ASEAN e outros 14 membros (Austrália, Canadá, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Japão, Mongólia, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Paquistão, Rússia e a União Europeia).

Integram a ASEAN a Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.

No plano regional, Timor-Leste integra já o espaço de concertação Diálogo do Sudoeste do Pacífico, de que fazem parte a Austrália, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia e a Papua Nova Guiné, e tem o estatuto de observador no Fórum das Ilhas do Pacífico.

Antes de Kuala Lumpur, Ramos-Horta será recebido terça-feira em Jacarta pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono, com quem concertará decisões relativas à cooperação bilateral.

Estão neste caso os acertos finais para a conclusão, em Agosto, do documento que formaliza a demarcação na totalidade da fronteira terrestre comum, completados que estão 99 por cento dessa linha divisória.

Na delegação timorense que se desloca a Jacarta figura o ministro dos Recursos Naturais e Política Energética, José Teixeira, enquanto o chefe da diplomacia, José Luís Guterres, que seguiu domingo para a Malásia, apenas integrará a comitiva em Kuala Lumpur.

EL.

Um pouco de manipulação australiana...

Termina prazo entrega voluntária armas, detidos timorenses armados

Díli, 24 Jul (Lusa) - O prazo estabelecido para a entrega voluntária de armas terminou hoje em Díli e a partir de agora todos os timorenses que forem surpreendidos com armamento serão detidos, disse à Agência Lusa o comandante das tropas australianas, brigadeiro Mick Slater.

O oficial, que estava acompanhado do comandante Steve Lancaster, responsável da polícia australiana, apresentado como coordenador dos cerca de 600 efectivos policiais internacionais - entre os quais os 126 portugueses da Guarda Nacional Republicana -, acrescentou que só hoje foram recolhidas mais 50 armas.

Entre o material militar entregue voluntariamente, a maior pare do qual estava nas mãos de agentes da Polícia Nacional, figuravam uma "shotgun", nove armas automáticas e 43 pistolas, além de granadas e muitas munições.

A partir de agora, e durante 10 dias, as forças internacionais, militares e policias da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, estacionadas em Timor-Leste, vão conferir os registos das mais de mil armas recolhidas desde o final de Maio e das que anda se encontram nos armeiros da Polícia Nacional para conferir o número exacto e tipo de armamento ainda em mãos desconhecidas.

No fim deste período, os cerca de 600 efectivos da polícia internacional alargarão o período de patrulhamento e de controlo da ordem pública durante as 24 horas do dia.

Actualmente, essas patrulhas são efectuadas entre as 07:00 e as 23:00 e fora deste período, os casos que careçam de intervenção policial, são avaliados em função das necessidades a partir das três esquadras criadas, Comoro, Díli Central e Bécora, onde a gestão dos incidentes reportados são alvo de triagem no comando de coordenação, com representantes dos cerca de 600 efectivos policiais internacionais actualmente presentes em Timor-Leste: Austrália (200 efectivos), Malásia (250), Nova Zelândia (30) e Portugal (126).

Um processo idêntico de registo e controlo de armas, designadamente as distribuídas às Falintil-Forças de Defesa de Timor- Leste, foi bem sucedido há semanas atrás, tendo sido referenciada unicamente a falta de "menos de uma dúzia de armas", disse o brigadeiro Slater à Lusa.

A recolha de armas nas mãos de civis, e o controlo do armamento distribuído à Polícia Nacional e forças armadas timorenses iniciou-se em Junho, na sequência de uma declaração do Presidente Xanana Gusmão ao país a 30 de Maio, quando chamou a si o controlo das áreas da Defesa e Segurança e enunciou um conjunto de medidas de emergência para pôr termo à crise político-militar no país.

A crise iniciou-se com a deserção de um terço do exército por alegada discriminação da hierarquia e conduziu à desintegração da Polícia Nacional, a divisões no seio das forças armadas, e a actos de violência protagonizados por grupos rivais de civis.

Com a chegada de forças militares e policiais estrangeiras, da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, a situação melhorou progressivamente, mas o saldo negativo da instabilidade é dado pelos cerca de 30 mortos registados e mais de 150 mil pessoas deslocadas em campos de acolhimento, a maior parte dos quais em Díli.
No plano institucional, o então primeiro-ministro Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo, a 26 de Junho, na sequência de um "braço de ferro" com o Presidente Xanana Gusmão, tendo sido substituído na chefia do governo por José Ramos-Horta.
EL.

Correcção:

O comandante Steve Lancaster, responsável da polícia australiana, pode-se apresentar como quiser, mas não é o coordenador dos cerca de 600 efectivos policiais internacionais (entre os quais os 126 portugueses da Guarda Nacional Republicana).

Não existe um coordenador das polícias internacionais. Existem 4 comandantes, um de cada força, que coordenam entre si. Não coordena todas as forças, muito menos a GNR...

Existe um centro de coordenação conjunta das forças policiais, representada por oficiais de cada uma das forças.

Sabendo bem, que NÃO existe nenhum comando australiano, ou "coordenação", a LUSA podia ter questionado o oficial confrontando-o com este facto. Não?

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A queda do Primeiro Ministro de Timor

Jornal Tribuna de Macau
24 de Julho de 2006
ANTÓNIO MOTA

Em menos de quarto anos após a restauração da independência, Timor-Leste assistiu a um conflito político-militar que se arrastou desde 24 de Abril do corrente ano e sabe-se lá até quando, por que acredito que as armas ainda não foram todas entregues e as munições nunca foram; a crise militar está longe de estar resolvida, e os deslocados saberão disso, razão por que não querem sair dos respectivos campos de acolhimento.

O ainda Presidente da República, digo, “ainda”, por que ele próprio criou as condições para estar hoje a mercê do n° 2 do Art° 79° da Constituição da República, desempenhou um papel fora do vulgar, mas pela negativa, ao ponto de pôr em causa o funcionamento das instituições do Estado e os altos valores de um Estado de Direito e democrático. Até a Presidência se transformou numa autêntica palhaçada (e terá funcionado como um centro privilegiado de informação para os serviços secretos australianos, sobre a situação em Timor-Leste, e quem sabe se tem sido assim desde a restauração da independência do país), especialmente devido ao comportamento de uma determinada senhora estrangeira (aquela que alegadamente foi espia da Austrália na Indonésia sob a capa de uma ONG qualquer, e que chegou a visitar Xanana quando este se encontrava recluso, não posso precisar se foi em Cipinang ou na casa-prisão em Bandung) que se achou no direito de falar sobre o estado da Nação; criticar a actuação do Mari Alkatiri, enquanto Primeiro Ministro, e exigir que o marido dela (quem será ele?) o demitisse, numa entrevista cedida aos media australianos; e de ter dado a entender que participou numa reunião entre os mais altos responsáveis do Estado timorense e o comando das “forças da ocupação”.

Estas “forças da ocupação” foram as primeiras a chegar a Timor-Leste, trazendo consequências desastrosas para a população; e tudo por que S.E. o Presidente, por conveniência pessoal ou por “ordens” da sua actual mulher, a segunda e de nacionalidade australiana, decidiu solicitar a Lisboa o cancelamento de um pedido que o então PM tinha feito para o envio de militares da GNR para impor a ordem pública que se encontrava numa situação já caótica, situação essa que se deteriorou após a chegada dos amigos Australianos do PR e concidadãos da sua esposa.

Tudo o que seja do pior que alguém possa imaginar aconteceu durante essa crise. Os “homens do presidente” [assassinos, incendiários e ladrões ... res ipsa loquitur (“os factos falam por si”)], sairam à rua pela calada da noite (depois de terem participado, da parte da tarde, na manifestação pró-Xanana) para incendiar casas (dias antes morreram carbonisados na casa da família , em consequência de um crime de fogo posto, uma mãe e cinco filhos menores e não me ocorre que o PR tivesse lamentado o sucedido e condenado publicamente este acto de terror, talvez por que a senhora, ora falecida, era cunhada do Rogério Lobato) e saquear lojas e armazéns; o PR, com uma postura de ditador e ladeado pelos conhecidos desertores do exército (a propósito dos desertores, realizaram-se em 20 de Julho as cermónias fúnebres dos militares das FALENTIL-FDTL que o grupo do Reinaldo ou Reinado matou) e pelo seu “menino de coro” (o actual PM, que já deu sinais de ser um populista, e que os países da Ásia e do Sudeste Asiático não propuseram o seu nome para ser eleito o próximo Secretário-Geral da ONU) exigiu a demissão do Alkatiri do cargo de PM; acusou o executivo da FRETILIN de ter comprado votos no último congresso do partido. Note-se que a difamação não era crime à data da manifestação pro-Xanana. O Código Penal que fôra aprovado prevê que a difamação é um delito penal punível com pena de prisão.

Todavia, esta peculiar cláusula mereceu a discordância do PR, razão que o levou a adiar a promulgação dessa lei estrutural de um Estado de Direito; gritou “abaixo Alkatiri”, “abaixo o Comunismo” (ele até foi Maoista! Mudou de ideias, tudo bem ou ainda bem!) e “abaixo a FRETILIN” (partido que internacionalizou o nome do PR muito antes do CNRT existir); “decretou” a ilegalidade do Comité Central da FRETILIN saído do último congresso (a fiscalização da Lei dos Partidos Políticos, Lei n° 3/2004, é da exclusiva competência do Tribunal de Recursos - n° 1 do Art° 29° do referido diploma) e, entre outros tristes episódios e retóricas, incluindo a divulgação de segredo de justiça (que é um crime!) em relação ao processo do Lobato, o PR vociferou: ou o Primeiro Ministro se demitia ou demitia-se ele.

Para ser franco, digo-vos que fiquei com a sensação de que Xanana se auto-proclamava “mito e salvador do povo”, e com a certeza absoluta de que ele me enganou, durante anos a fio, com uma falsa personalidade.

Resta-nos esperar que o sentido de Estado, pelo qual os senhores deputados da FRETILIN sempre se pautaram durante a crise, os abrigue a não utilizar a sua maioria parlamentar para nos termos da Constituição, requererem pela instrução de um processo que vise destituir Sua Excelência o Presidente da República do cargo que actualmente ocupa.

Seguiu-se o episódio da queda do Primeiro Ministro. Mari Bim Amude Alkatiri acabou por pedir a sua demissão em 26 de Junho de 2006 e foi acusado de ser um comunista. Da minha parte, nunca poderia manter-me alheio ao que sucedeu (até por que acredito que factores australianos, com o eventual conluio do PR e do MNE timorenses, contribuiram para que isso acontecesse), razão que me levou a escrever estas linhas para tentar repôr a dignidade e reconhecer publicamente o valor de um homem que, enquanto Primeiro Ministro, muito contribuiu para o desenvolvimento do país e que, embora condicionado pela situação económica, utilizou todos os meios ao seu alcance para melhorar as condições de vida do povo timorense. Graças à sua dinâmica e vontade de servir, Timor-Leste já pode dizer que tem uma estrutura do Estado (profundamente desarticulado com os acontecimentos de 1999) a funcionar, e a consciência do respeito da lei está disseminada.

Com Mari Alkatiri tivemos um Estado que procurou garantir a universalidade do acesso à educação. É de realçar que estão matriculados 246 mil estudantes do ensino não superior público e, a partir deste ano lectivo, 19 mil (e era intenção do Mari Alkatiri aumentar esse número para 75 mil, dentro de um futuro próximo) recebem uma refeição quente todos os dias, graças a um programa-piloto patrocinado pelo Programa Alimentar Mundial. No ano fiscal 2004-2005, Timor-Leste tinha 862 escolas primárias (835 no ano fiscal 2003-2004); as pré-secundárias aumentaram de 120 para 129, e as secundárias de 55 para 76. O número de professores subiu de 6667 (ano fiscal de 2003-2004) para 7792.

Com Mari Alkatiri tivemos um Estado que procurou garantir a universalidade do acesso à saúde. Na área da saúde, o executivo liderado por Mari Alkatiri tomou medidas para melhorar consideravelmente os serviços prestados à população, com os indicadores mais recentes a indicarem reduções nas taxas de mortalidade à nascença e a mortalidade infantil. Em média, Timor-Leste dispõe de um médico para cada 3.400 pessoas; e uma cama hospitalar por cerca de cada 2.400 cidadãos. Cuba deu o seu valioso contributo na área de cuidados de saúde e fez chegar ao país 250 médicos ( de um número acordado de mais de 300). Estes médicos encontram-se a trabalhar nos 13 distritos do país e constituem parte substancial do corpo docente da recém-criada Faculdade de Medicina da Universidade Nacional (recorde-se que durante a cerimónia de inauguração dessa faculdade, o PR elogiou, no seu discurso, os serviços prestados pelos médicos vindos de Cuba e saudou efusivamente a Revolução Cubana).

Com o Mari Alkatiri o Estado estava apostado em generalizar a distribuição de energia eléctrica e de água canalizada. A percentagem de população que tem acesso a água canalizada cresceu de 32,5 por cento, em 2003-2004 para 37,1 por cento ( 17 por cento em 2002), e 30,5 por cento da população já dispõe de saneamento básico.

Quanto ao Comunismo, gostaria de chamar à atenção dos ignorantes na matéria para o seguinte:

1) Com o “comunista” Mari Alkatiri no poder, tivemos políticas económicas que promoviam a privatização. São empresas privadas estrangeiras que controlam serviços de utilidade pública, tais como a eletricidade, telecomunicações, e de transportes aéreos e terrestres.

2)Com o “comunista” Mari Alkatiri no poder, a religião deixou de ser o “ópio do povo”. Os programas da rádio e da televisão estatais são mais de carácter religioso do que político ou de qualquer outra matéria.

A comunidade internacional reconheceu e elogiou o trabalho desenvolvido pelo executivo de Mari Alkatiri. Todavia, com a inveja e a luta pelo poder a graçar dentro do próprio executivo, nos partidos da oposição e até no seio da própria FRETILIN, previa-se que o pior estava para acontecer. Planeou-se um golpe palaciano para depor o Primeiro Ministro Alkatiri, o mal de todos os males aos olhos daqueles que provocaram a sua queda. Tudo começou com a contestação dos peticionários que, como se recordam, invocaram terem sido vítimas de discriminação dentro da instituição militar, alegadamente por serem da zona Loro-sae. Seguiram-se outros episódios, dos quais apenas destaco (o resto já foi dito) a declaração do PR que divide o país em Loro-sae e Loro-mono. Loro-mono a partir de Manatuto até Oécussi (note-se que Manatuto era Loro-sae quando o PR ali nasceu. Terá sido essa a via que o PR escolheu para, subtilmente, anunciar que estava do lado dos peticionários? A protecção presidencial que eles, os peticionários, começaram a gozar a partir de então, fazem-me acreditar que sim!), e a parte leste do país é Loro-sae.

Os “santos” conseguiram atingir os seus objectivos e o país acabou por perder um homem de grande valor e extremamente competente, homem esse que, desde 1975, envidou todos os esforços para conquistar a independência de Timor-Leste, hoje um Estado de Direito, democrático e soberano (até quando?) e, a partir de 2002, deu o seu melhor para construir o presente e planear o futuro do país. Os responsáveis pelo golpe terão agora de demonstrar, através de actos, para convencer os desalojados, que vivem numa situação de desespero e de insegurança, e a Nação, que o mal que fizeram ao “povo mado e sofredor” (dito pelo Presidente na manifestação pró-Xanana, quando se referia ao povo que ele, na retaguarda, sistematicamente ajudou a martirizar, à luz do “direito tribal”, desde o início da crise) foi absolutamente necessário para garantir um futuro risonho para todos os concidadãos mauberes.

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Esperteza?


De um leitor:


Xanana passeou-se pelo país lado a lado com militares desertores, com comandantes de grupos civis armados, aplaudiu a "esperteza" da violência e anunciou a vitória.

Os seus apoiantes foram autores de ataques, violência e destruição.

O PM anuncia amnistia.

Xanana criou um país sem lei,onde o crime e a violência se passou a chamar "esperteza".

O que fazer em seguida em Timor? - Tradução da Margarida

Por Jeremy Ballenger – colocado Segunda-feira, 24 Julho, 2006
Online Opinion


Com a situação presente, vagarosamente a dirigir-se para uma resolução politica, chegou a altura de considerar os próximos passos do nascente governo do mais novo vizinho da Austrália.

Muiros teóricos e comentadores argumentam que o desenvolvimento em Timor está inexoravelmente ligado ao crescimento do PIB. Este argumento salienta que o desenvolvimento com sucesso não ocorrerá sem o aumento dos níveis de rendimento, deixando-nos a imaginar como é que Timor pode ter a esperança de tirar um coelho económico da cartola do desenvolvimento. Com o fiasco persistente que é o acordo do Mar de Timor, aumentos nos rendimentos reais demora um tempo para começar a correr, se alguma vez acontecer: tempo que Timor não tem se quer evitar um regresso do recente desassossego.

Como se pode conseguir isso num país onde se argumenta estar à beira de não ter um tostão? O parlamento Timorense está no processo de aprovar um orçamento de US$415 milhões, o qual nas palavras do antigo Ministro dos Estrangeiros José Ramos-Horta é igual ao “orçamento duma universidade ou duma pequena cidade na Austrália”.

Em relação a Timor, o primeiro objective deve ser melhorar a qualidade de vida duma população que subsiste com aproximadamente US$1 por dia. De acordo com a sabedoria do desenvolvimento convencional, isto requer dinheiro e recursos, e este facto apoia o argumento que o rendimento deve crescer antes de se dar às pessoas serviços essenciais. Muitas vezes, este argumento é alargado, com teóricos a aconselharem um adiamento completo até haver capital disponível para investimento social pelo governo. Primeiro as galinhas, os ovos seguir-se-ão.

Neste ponto parece um problema insuperável. Que tal as economias de custos relativos? Pela sua própria natureza, serviços sociais tais como aqueles que os Timorenses necessitam desesperadamente precisam de mão-de-obra intensiva no seu aprovisionamento. Num país com salários médios de menos de um dólar, esses serviços são relativamento baratos.

Pode haver menos dinheiro, mas com os níveis salariais existentes significa que Timor não precisa de tanto dinheiro para fornecer tais serviços que utilizam muita mão-de-obra. Dito simplesmente, custa muito menos do que providenciar serviços similares no mundo desenvolvido com sindicatos e “salários de vida””. Por isso, não há necessidade de esperar.

Tendo como base iniciativas dirigidas ao apoio, em vez do mais popular crescimento dirigido ao rendimento, deve ser dada uma consideração séria a esta abordagem. Não resultaram particularmente bem outros rendimentos dirigidos por iniciativas de negócios. Veja-se o exemplo do café.

A Fairtrade, Oxfam, Community Aid Abroad e mesmo USAID e a CNN trombetearam as delícias do café Timorense bem e alargadamente, com os cafés a obrigarem-nos a pagar uma taxa para saborear o deliciosamente doce sabor. Mais do que uns tantos poderosos argumentaram que o café, ao lado do petróleo e do gás levará à regeneração económica dos Timorenses. Deixando de lado o petróleo e o gás, até à data o café não resolveu nada. É tempo de reconhecermos que o falhanço do café se deveram a sólidas razões económicas.

O café não é um bem escasso. Parafraseando o economista Tim Harford, cultiva-se o café em todo o mundo, requer trabalho duro mas pouca habilidade para o produzir. Para complicar mais a material o comércio de café bruto está relativamente livre de barreiras económicas, sujeito a forças de mercado livre. A falta de subsídios de protecção ou de preços também não o torna atractivo para os agricultores nos países desenvolvidos, que deixam, para ser cultivado pelos pobres do mundo, o café e outros bens como o arroz.

O café é também um negócio onde se entra com facilidade, e iniciativas como as da Fairtrade só o tornam mais atractivo para gente pobre que se quer alimentar. Tais iniciativas aquecem os corações dos filantropos e consumidores éticos do mundo desenvolvido, mas só beneficiam um pequeno grupo de produtores de café.

A questão é que a existência da Fairtrade e outras iniciativas similares não altera um facto muito importante – globalmente, está a ser produzido demasiado café. Tanto quanto gostamos de o beber, está bastante claro que somente nestes factos, o desenvolvimento económico Timorense com sucesso baseado no grão de café é tão provável como qualificarem-se para o próximo Campeonato Mundial.

São necessárias alternativas ao café, petróleo e gás. Ao mesmo tempo que não advogo a desistência da indústria do café, a relatividade da economia que mencionei anteriormente sugerem várias outras áreas para o desenvolvimento que contrabalançam eficientemente os níveis de salários relativamente mais baixos e o uso de indústrias com mão-de-obra intensiva.

Deixando de lado a energia e os cuidados de saúde, alternativas possíveis de preencher estes requirementos incluem a pesca comercial, a aquacultura e a agricultura. Todas têm ainda acrescidos benefícios de escala.

Apesar de ter sido horrivelmente devastada durante a retirada Indonésia, o ambiente natural de Timor é de cortar a respiração tanto na terra como no mar. A ilha está situada num precipício à beira dum canal de 3.5km de profundidade no Estreito de Wetar, habitat de atuns, cobras de água profundas e uma grande colecção de vida marinha que refrescam continuamente o habitat marinho da costa.

Um aspecto da infra-estrutura chave que não foi destruída pelos Indonésios na retirada nem pelas milícias são os portos de águas profundas. A costa norte de Timor-Leste está bem servida por excelentes instalações de água profunda, inicialmente destinadas a servir os navios de guerra Indonésios. Com esta infra-estructura largamente intacta, será necessário um investimento mínimo para essas instalações apoiarem uma indústria de pesca comercial. A pesca e a subsequente embalagem e exportação requerem, mão-de-obra intensiva e portanto de baixo custo, o que a torna difícil ignorar.

Alternativas de agricultura ao café são também necessárias. Também não tem resposta dizer-se que os pobres do mundo cultivarão o nosso café e arroz. É pouco conhecido que os campos de arroz têm como alternativa a utilização na aquacultura como maternidades na criação de peixes. Já começaram trabalhos nesta área, assistidos pela UN Volunteers and the Department of Fisheries and the Marine Environment (DFME) mas são necessários mais investimentos do governo e do desenvolvimento, providenciando tanto benefícios económicos como da saúde.

A malária é endémica em Timor-Leste. Na estação das chuvas, os campos de arroz tornam-se campos de reprodução do mosquito da malária. Métodos integrados de cultivo como a aquacultura levam os peixes a comer as larvas dos mosquitos, um passo economicamente eficiente para reduzir os mais de 130,000 casos de malária tratados nos hospitais de Timor-Leste cada ano.

Uma outra opção é a baunilha. Uma cultura alternativa de valor ao café, a baunilha tem rendimentos e mão-de-obra de cultivo comparáveis ao café, e os aspectos económicos são difíceis de ignorar. A cultura do café abrange quarto vezes mais campos por hectare, mas nos preços, os rendimentos da baunilha são seis vezes superiores para o agricultor mesmo com preços historicamente baixos da baunilha. Dito mais simplesmente – os preços de café em bruto por quilograma são de cerca de US$2 num dia bom. Num dia mau, a baunilha vale cerca de US$50 por quilograma. Um investimento na expansão desta cultura multiplica o retorno para a economia e aumenta a velocidade do desenvolvimento.

Haverá com certeza compreensível resistência ao crescimento da pesca comercial Timorense, da aquacultura e de indústrias da agricultura, especialmente quando elas competem para dólares de exportação com os negócios Australianos. Ninguém gosta de competição.

Mas a indústria Australiana deve enfrentar a realidade que esta é uma eventualidade sem escapatória.

Negar ou resistir a mudanças para aumentar o crescimento económico da economia de Timor-Leste convida a um futuro muito menos saboroso – a necessidade continuada de soldados e polícias Australianos manterem a paz num Estado vizinho empobrecido.

Um gang atacou um trabalhador humanitário - Tradução da Margarida

Sydney Morning Herald
Lindsay Murdoch em Darwin
Julho 24, 2006

Gangs de adolescentes estão a aterrorizar campos de deslocados na capital de Timor-Leste, Dili, onde cerca de 73,000 pessoas têm estado a viver já há quase dois meses. Num dos piores incidentes, um bando de crianças tão jovens como de 12 anos atacaram um trabalhador contratado pela UNICEF num campo em Surik Mas, distrito da cidade.

O homem tinha ido monitorizar o abastecimento de água e as instalações sanitárias quando foi atacado pelos adolescentes que usavam catanas e outras armas na Sexta-feira. Sofreu golpes graves e feridas. A UNICEF emitiu uma declaração no fim-de-semana condenando a manipulação de crianças para cometerem actos violentos.

Funcionários em 33 campos disseminados por Díli relataram o brusco aumento de distúrbios provocados por adolescentes, incluindo ataques não provocados.

O Primeiro-Ministro, José Ramos Horta, fez uma prioridade de topo convencer os residentes dos campos de que é seguro regressarem a suas casas.

Trauma para as crianças de Timor - Tradução da Margarida

Mark Dodd (The Australian)
Julho 24, 2006

Mais de 40,000 crianças de Timor-Leste estão afectadas com vários formas de stress pós-traumático – o resultado de meses de exposição à violência sangrenta de gangs que infestou a destruída capital Dili.
A responsável do Fundo das Crianças da ONU em Timor-Leste, Shui Meng Ng, disse que são urgentemente necessários programas de aconselhamento para estabilizar a saúde mental das crianças, a maioria das quais estão ainda a viver em centros temporários de refugiados em Dili.

Ms Ng disse que milhares de crianças foram apanhadas na violência recente, manipuladas por grupos políticos para cometerem violência e envolvidas na destruição de propriedade.

"A UNICEF tem vindo a observar com grande preocupação o uso abusivo de crianças nos protestos politicos, na destruição de propriedades e no uso de armas para infligir prejuízos a outros," disse.
Estiveram envolvidas crianças tão jovens como de 12 anos usando catanas num brutal ataque de gang contra um colaborador da UNICEF na Sexta-feira.

Trauma for Timor children

Mark Dodd (The Australian)
July 24, 2006

MORE than 40,000 East Timorese children are afflicted with various forms of post-traumatic stress – the result of months of exposure to bloody gang violence that has ravaged the battered capital Dili.
The East Timor head of the United Nations Childrens Fund, Shui Meng Ng, said urgent counselling programs were needed to stabilise the mental health of the children, most of whom were still living in temporary refugee centres in Dili.

Ms Ng said thousands of children had been caught up in the recent violence, manipulated by political groups to commit violence and get involved in the destruction of property.

"UNICEF has been watching with great concern the abuse of children in political protests, in destruction of properties and wielding weapons to inflict harm upon others," she said.

Machete-wielding children as young as 12 were involved in a brutal gang attack on a UNICEF contractor on Friday.
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Gang attacks aid worker

Sydney Morning Herald
Lindsay Murdoch in Darwin
July 24, 2006

TEENAGE gangs are terrorising refugee camps in the East Timor capital, Dili, where an estimated 73,000 people have been living for almost two months.In one of the worst incidents, a mob of children as young as 12 attacked a worker contracted by UNICEF in a camp in the Surik Mas district of the city.

The man had gone to monitor water supplies and sanitation facilities when he was attacked by the teenagers wielding machetes and other weapons on Friday. He suffered severe cuts and bruises.UNICEF issued a statement at the weekend condemning the manipulation of children to commit violent acts.

Officials in 33 camps scattered across Dili have reported a sharp increase in disturbances by teenagers, including unprovoked attacks.

The Prime Minister, Jose Ramos Horta, has made it a top priority to convince the camp residents it is safe to return to their homes.

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What next for Timor?

By Jeremy Ballenger - posted Monday, 24 July 2006
Online Opinion


With the present situation slowly heading for political resolution, time has come to consider the next steps for the fledgling government of Australia’s newest neighbour.

Many theorists and commentators argue development in Timor is inexorably linked to GNP growth. This argument stresses successful development will not occur without increases in income levels, leaving us wondering how Timor can have a hope of pulling an economic rabbit out of the development hat. With the ongoing debacle that is the Timor Sea agreement, increases in real income will take time to trickle down, if they do at all: time that Timor does not have if it is to avoid a return to the recent unrest.

How can this be achieved in a country arguably verging on being penniless? The Timorese parliament is in the process of passing a US$415 million budget, which to use the words of former Foreign Minister Jose Ramos-Horta equates to being “the budget of a university or a small town in Australia”.

In relation to Timor, the primary aim should be to improve the quality of life for a populace subsisting on approximately US$1 a day. According to conventional development wisdom, this requires money and resources, and this very fact supports the argument that incomes must rise before these essential services can be delivered to the people. Quite often, this argument is extended, with theorists advocating a complete postponement until capital becomes available for governmental social investment. Chicken first, egg follows.

At this point it seems an insuperable problem. What about the economics of relative costs? By their very nature, social services such as those the Timorese desperately need are labour intensive in their provision. In a country with an average wage of less than a dollar, these services are relatively inexpensive to provide.

There might be less money, but existing wage levels mean Timor doesn’t need as much money to provide such labour intensive services. Simply put, it costs a great deal less than delivering similar services in the developed world of trade unions and “living wages”. Ergo, there’s no need to wait.

With support-led initiatives laying the foundation for the more popular income-led growth, this approach should be given serious consideration. Other income and business-led initiatives have not fared particularly well. Take coffee as an example.

Fairtrade, Oxfam, Community Aid Abroad and even USAID and CNN have trumpeted the delights of Timorese coffee far and wide, with cafes charging us a premium to savour the deliciously sweet taste. More than a few pundits have argued coffee, along with oil and gas will lead to Timorese economic regeneration. Oil and gas aside, to date coffee has failed to deliver. It’s time we recognised the failure of coffee to save the day is for sound economic reasons.

Coffee is not scarce. Paraphrasing economist Tim Harford, coffee is grown all over the world and requires hard work but little skill to produce. Further complicating matters is trade in raw coffee is relatively free of economic barriers, subjecting it to unadulterated free-market forces. The lack of tariff or subsidy protection also makes it unattractive to farmers in developed countries, leaving coffee and other commodities like rice to the world’s poor to cultivate.

Coffee is also an easy business to get into, and initiatives like Fairtrade only make it more attractive to poor people looking to feed themselves. Such initiatives warm the hearts of developed world philanthropists and ethical consumers, but only benefit a small group of coffee producers.

The point is the existence of Fairtrade and like initiatives does not alter a very important fact - globally, too much coffee is being produced. As much as we all like the stuff, it is quite clear that on these facts alone successful Timorese economic development on the husk of a coffee bean is about as likely as them qualifying for the next World Cup.

Alternatives to coffee, oil and gas are needed. While not advocating the demise of the coffee industry, the relative economics mentioned earlier suggest several other areas for development that efficiently leverage lower relative wage levels and the use of labour intensive industry.

Leaving aside healthcare and energy, possible alternatives meeting these requirements include commercial fishing, aquaculture and agriculture. All also have the added benefit of scalability.

Although horribly devastated during the Indonesian withdrawal, Timor’s natural environment is breathtaking both on and offshore. The island is situated on the precipice of a 3.5km deep channel in the Wetar Strait, home to tuna, deepwater snapper and a vast array of marine life continually refreshing the coastal marine environment.

A key infrastructure aspect not destroyed by retreating Indonesian and militias is deepwater ports. The northern coast of East Timor is well serviced by excellent deepwater facilities, initially designed to cater for Indonesian warships. With this infrastructure largely intact, minimal investment would be required for these facilities to support a commercial fishing industry. Fishing and the subsequent packing and export are labour intensive and thereby low cost, making it hard to ignore.

Agricultural alternatives to coffee are also necessary. That the world’s poor wind up farming our coffee and rice is inarguable. Little known is that rice paddies have an alternative use in aquaculture as hatcheries for fish farming. Work has begun in this area assisted by UN Volunteers and the Department of Fisheries and the Marine Environment (DFME) but further government and development investment is necessary, providing both economic and health benefits.

Malaria is endemic in East Timor. During the wet season, rice paddies become breeding grounds for the malaria mosquito. Integrated farming methods like aquaculture provide fish to eat mosquito larvae, an economically efficient step toward lessening the over 130,000 malaria cases treated in East Timorese hospitals each year.

Another option is vanilla. An alternative cash crop to coffee, vanilla has comparable inputs and labour intensity to farm, and the economics are hard to ignore. Coffee yields four times as much crop per acre, but on price, vanilla yields deliver a return over six times larger to the farmer even with historically low vanilla prices. More simply - raw coffee prices per kilogram are about US$2 on a good day. On a bad day, vanilla is worth US$50 per kilogram. An investment in expansion of this crop magnifies the return to the economy and increases the pace of development.

There will of course be understandable resistance to the growth of Timorese commercial fishing, aquaculture and agricultural industries, especially when they compete for export dollars with Australian business. Nobody likes competition.

But Australian industry must face the reality that this is an unavoidable eventuality.

To deny or resist moves to boost East Timor’s economic growth invites a much less palatable outcome - the continued need for Australian soldiers and police keeping the peace in an impoverished neighbouring state.
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Alguém pode esclarecer? Assessores do PR fazem trabalho para oposição?

Da Babija:

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Aliás, acrescente-se que as Embaixadas ainda nem receberam o financiamento relativo ao segundo trimestre deste ano estando em risco de parar as suas operacoes por falta de fundos (ja nem têm fundos para pagar telefones!) e correndo o risco de, ao finalizar o ano fiscal, nao poderem receber esses montantes orçamentados.

Enfim, quem lida com o MNEC sabe o que la se passa e é fundamental que a auditoria seja realizada no proprio Ministerio.

De qualquer forma, creio que a ideia do PM Ramos-Horta é a de investigar os actos criminosos cometidos durante todo este periodo.

Quanto a investigacao de outros períodos, acho optimo que seja feita, pois há muito que eram investigadas pessoas que, dentro da administracao do Estado (nao apenas governo) faziam uso de bens do estado para fruicao pessoal.

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O legado deixado pela mentalidade indonésia em TL também é desastroso nesta área. Muitas pessoas não entendem de todo porque não devem usar os bens do Estado para usufruto pessoal o que levanta situações complicadas, muito complicadas mesmo, pois envolvem uma interpretação desincronizada de valores e principios.

Quanto aos valores "outros" que a oposicao questiona ... infelizmente a oposicao peca por vezes por preguiça excessiva. Levantam as questões mas depois não dão seguimento às suas próprias críticas.

TODOS os organismos do Estado têm essa rubrica, incluindo Parlamento e Presidência da República (consulte o orçamento português e verificará que sucede exactamente o mesmo - visa cobrir despesas não previstas). Porque é que a oposição nunca estudou os documentos relativos aos relatórios finais de prestação das contas dos montantes orçados? Todos esses documentos estão disponíveis para consulta, ainda mais por deputados. Só que, se for verificar os registos, verá que nenhum deputado da oposição os requisitou para verificação ou qualquer outro efeito.

Este é sem dúvida um problema pois, juntamente com o facto da oposição pura e simplesmente pouco ou nada fazer - nomeadamente, no estudo e apresentação de projectos de lei - acaba por tornar as suas críticas pouco credíveis.

É pena, é triste, pois, se há algo de que a Fretilin poderia beneficiar e, acima de tudo, Timor-Leste poderia beneficiar, seria de uma oposição responsavél, madura e honesta. Esta não convence ... porque não estuda, não trabalha, levantam questões para apontar dedos no período antes da ordem do dia e sempre com o cariz demasiado personalizado e não para debater os problemas do próprio país, etc. ...

Aliás, a propósito de abusos e uso indevido de recursos, seria interessante algum jornalista investigar o que se passou há dias na Presidência da República:

1. os assessores jurídicos (três deles, incluindo o brasileiro e a Cramelita Moniz) do sr PR, pagos com fundos dos doadores (inclusive Portugal), via PNUD (que concedeu há poucos meses mais 1,5 milhoes de dólares norte-americanos para as assessorias) ofereceram há dias dois projectos de lei (Lei Eleitoral para o Parlamento Nacional e Comissão Eleitoral Nacional) à oposição.

2. A oposição recebeu esta prenda do PR e já fez entrar (dia 18 de Julho) o projecto de Lei Eleitoral no Parlamento como sendo da sua autoria ...

3. Trata-se de uma acção de 'cut and paste' do texto do projecto de lei eleitoral apresentada pelo governo (ipsis verbis). O 'cut' é feito em tudo o que refere o método de Hondt, altura em que é feito o 'paste' do regulamento da UNTAET sobre as eleições para a Assembleia Constituinte - é retomado o texto na íntegra!

Se isto não é abuso (a variadíssimos níveis: político, de uso indevido de recursos, etc) o que será????!!!!

Imagine-se o que aconteceria se o gabinete de um Chefe de Estado de qualquer Estado de Direito preparasse projectos de lei para oferecer à oposição parlamentar a um Governo!

É uma relação quase obscena!

Os abusos desta natureza são múltiplos em Timor-Leste e ocorrem a TODOS os níveis do estado, começando pelo próprio PR.

Creio, que em muitos casos, deve-se mais a um entendimento errado, ou falta de entendimento mesmo, do papel do Estado do que propriamente a corrupção e acção criminal premeditada.

Seja como for, não deve acontecer e, quando acontece, deve ser investigado e reposta a legalidade (que neste caso existe e é clara).

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O PM de Timor-Leste oferece amnistia às armas - Tradução da Margarida

O recentemente nomeado Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta ofereceu uma amnistia às armas para evitar uma repetição dos confrontos comunais que deixaram 21 mortos e 150,000 deslocados há dois meses.

O Sr Ramos-Horta diz que os residentes lhe podem telefonar a ele ou ao Presidente Xanana Gusmão directamente para entregarem as suas armas.

Diz que qualquer pessoa que entregue armas não será punida, mas que qualquer um apanhado com elas será punida.

O Sr Ramos-Horta ocupou o posto de primeiro-ministro mais cedo, neste mês, sucedendo a Mari Alkatiri, que resignou para assumir a responsabilidade pela confusão.

O país entrou no caos em Abril depois do Sr Alkatiri ter despedido 600 soldados do oeste do país que se tinham queixado de discriminação.

ABC Asia Pacific TV / Radio Australia

Comunicado de Imprensa - PM - Tradução da Margarida


REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
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MEDIA RELEASE

22 Julho 2006 For immediate release


O PM ENCORAJADO PELO NOVO ENTUSIASMO E VIGOR NA COMUNIDADE

O Primeiro-Ministro Dr José Ramos-Horta expressou a sua satisfação pela resposta positiva que recebeu dos sectores privados e públicos e da comunidade em geral à nova direcção do seu Governo.

“Tenho sido encorajado pelo novo entusiasmo e vigor encontrado por todo o Timor-Leste,” disse o Dr Ramos-Horta. “Tráz bons augúrios para o futuro do nosso país.

“O nível da cooperação dos meus dois Vice Primeiros Ministros, Eng Estanislau da Silva e Dr Rui de Araújo, é muito elevado e tem sido benéfico no estender os nossos serviços ao povo, e isso por sua vez parece ter revigorado a ética de trabalho de todos os ministérios,” disse.

Como exemplo disso, o Dr Ramos-Horta citou o trabalho do Ministro do Trabalho e Reinserção Comunitária, Arsénio Bano, que nas últimas semanas, tem coordenado a assistência humanitária aos muitos milhares de Timorenses deslocados.

“Agora o Ministro Bano dirige, em cooperação estreita com grupos de ajuda e as forças internacionais em Timor-Leste, o plano do governo para o seguro e sustentado regresso dos nossos cidadãos às suas comunidades,” disse o Primeiro-Ministro.

O Dr Ramos-Horta estava deliciado com os esforços do Ministério da Educação que respondeu ao seu pedido, muito rapidamente e organizou eficientemente os exames de fim de ano lectivo para os estudantes de todo o país, excepto Dili e Atauro, onde se espera que os exames tenham lugar na segunda semana de Agosto.

“No último fim-de-semana num admirável exercício de logística, e com a ajuda do meu gabinete que facilitou a segurança e transporte pelo helicóptero da UNOTIL para Oe-Cusse, os funcionários do Ministério da Educação distribuíram os boletins de exame em todas as escolas de Timor-Leste, mesmo nas mais pequenas e remotas aldeias e os exames realizaram-se de 17 a 21 de Julho,” disse o Dr Ramos- Horta.

“Isto permitiu a 43,146 estudantes ter exames – 22,706 do 6º grau; 12,796 do 9º grau; e 7,644 do 12º grau.

“Conhecerão os resultados em 6 de Agosto. Tenho esperança que as últimas semanas não tenham dificultado muito a sua preparação para os exames e desejo a todos a melhor sorte. São o futuro do nosso país.

“Congratulo os funcionários do Ministério, professores e estudantes pelo seu trabalho duro e dedicação,” disse o Primeiro-Ministro Ramos-Horta.

Entretanto, o Dr Ramos-Horta continuou o seu programa de visitas a todos os ministérios para aprender sobre o trabalho e para conhecer o pessoal e trocar ideias em como melhor servir a comunidade. Depois da sua visita ao Ministério da Justiça na Terça-feira, também visitou o Ministério do Plano e Finanças e a Autoridade de Pagamento e Bancária de Timor-Leste.

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta continuou a encontrar-se com grupos representativos da comunidade.
Teve discussões com o Conselho Nacional de Jovens de Timor-Leste, que representa 32 organizações juvenis de todos os distritos, durante a qual foram discutidos assuntos como a criação de empregos. Educação e ideias para a reconciliação.

Hoje, o Dr Ramos-Horta presidiu a uma Consulta da Comunidade de Negócios para ouvir as visões da comunidade de negócios para o desenvolvimento económico de Timor-Leste.
“As minhas discussões têm o objectivo de criar um ambiente amigável para os negócios em Timor-Leste,” disse Dr Ramos-Horta. “Precisamos das suas ideias, dos seus investimentos e das suas tecnologias para ajudarem a desenvolver o nosso país, criar empregos, ajudar-nos a todos a ter um futuro melhor.

“É tempo de deixarmos de dificultar a vida à comunidades dos negócios e de deixarmos que não se sintam bem-vindos futuros investidores estrangeiros. Eles estão a ajudar-nos no nosso desenvolvimento económico.”
Os distritos também não foram esquecidos tendo o Primeiro-Ministro viajado para Baucau na Quinta-feira.

Estava acompanhado do Ministro do Trabalho e da Reinserção Comunitária, Arsénio Bano (para tratar de assuntos de ajuda humanitária e de planos para um regresso seguro a casa dos Timorenses deslocados); o Ministro dos Recursos Naturais, Minerais e Política Energética, José Teixeira (para explicar os planos de electrificação na região); e o Vice-Ministro para as Finanças e Plano (para explicar o Orçamento para 2006/2007).

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta visitou o Bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, com quem teve discussões muito positivas em relação com o trabalho social, económico e educacional que a Igreja Católica desenvolve na região. Também se encontrou com muitos líderes tradicionais e do governo local e com muitos membros do público.
O Dr Ramos-Horta continuou as suas reuniões regulares com o Presidente Xanana Gusmão e presidiu à reunião semanal do Conselho de Ministros.

Ontem participou na cerimónia de tomada de posse do seu sucessor na pasta dos Negócios Estrangeiros, José Luis Guterres, e do novo Vice-Ministro do Interior, José Agostinho Sequeira, ‘Somotxo’.


REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
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MEDIA RELEASE

23 Julho 2006 For immediate release


ENGAGEMENTO COM PARCEIROS REGIONAIS MARCA A PRIMEIRA VIAGEM AO ESTRANGEIRO DO DR RAMOS-HORTA COMO PRIMEIRO- MINISTRO

O Laureado do Nobel da Paz Dr José Ramos-Horta fará esta semana a sua primeira visita ao estrangeiro como Primeiro-Ministro de Timor-Leste para conversações com parceiros regionais chave em Jakarta e Kuala Lumpur.
Num gesto cheio de significado simbólico a primeira paragem do Primeiro-Ministro Ramos-Horta é em Jakarta onde terá conversações com o Presidente da República da Indonéia, Susilo Bambang Yudhoyono.

“Apesar de ter falado ao telefone com o Presidente Susilo e – ele foi o primeiro líder a telefonar-me imediatamente depois de ser nomeado Primeiro-Ministro – quando o Presidente Susilo me convidou aceitei de imediato o convite porque queria exprimir-lhe pessoalmente a profunda apreciação de Timor-Leste pelo apoio moral, politico e humanitário que nos foi dado pelo Governo e o povo da República da Indonésia durante a crise recente,” disse o Primeiro-Ministro Ramos-Horta.

“Devo também agradecimentos especiais ao Ministro dos Estrangeiros Hassan Wirayuda pelo seu igualmente constante apoio e amizade, “ disse o Dr Ramos-Horta.

O Dr Ramos-Horta disse que discutirá questões bilaterais, incluindo o começo do regime de autorizações de fronteira, que reforçarão relações familiares, comunitárias, económicas e sociais entre cidadãos dos dois países, e o completar da demarcação da fronteira terrestre.
“Na minha curta estadia na capital da Indonésia darei importância ao encontro com líderes importantes da comunidade de negócios para explorar o possível envolvimento no desenvolvimento económico de Timor-Leste,” disse o Dr Ramos-Horta.

A acompanhar o Primeiro-Ministro Ramos-Horta a Jakarta estarão o Ministro dos Recursos Naturais, Minerais e Política Energética, José Teixeira, o Chefe do Pessoal do Primeiro-Ministro, Marcos da Costa, e o Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nelson Santos.

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta viajará então para a capital da Malásia Kuala Lumpur para participar no Fórum Regional da ASEAN, um grupo para discutir assuntos políticos e de segurança, onde assinará o pedido formal de acesso de Timor-Leste à Associação de 10 membros das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). O processo de acesso demorará cerca de cinco anos.
Timor-Leste tem sido convidado do AMM (ASEAN Encontro Ministerial) desde 2002 e no ano passado juntou-se ao ASEAN Fórum Regional.

Em adição aos membros da ASEAN Brunei, Cambódia, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname, estão no ASEAN Fórum Regional Austrália, Canadá, China, União Europeia, Índia, Japão, Mongólia, Nova Zelândia, Coreia do Norte, Papua Nova Guiné, Paquistão, Rússia, Coreia do Sul, USA e agora Timor-Leste.

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta juntar-se-à em Kuala Lumpur ao seu sucessor na pasta dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres, que parte no Domingo para a capital da Malásia para participar no Encontro Ministerial da ASEAN como convidado do Director e mais tarde com o Primeiro-Ministro no ASEAN Fórum Regional.

A acompanhar o Ministro dos Negócios Estrangeiros Guterres a Kuala Lumpur estão Juvêncio Martins, o Embaixador designado para a Malásia, João Câmara, Director dos Assuntos Multilaterais-Regionais, Tenente Coronel Filomeno Paixão, Secretário Permanente do Ministério da Defesa.

Em Kuala Lumpur, está previsto o encontro do Primeiro-Ministro Ramos-Horta com o seu parceiro da Malásia, Abdulla Ahmad Badawi e com o Vice Primeiro-Ministro, Najib Tun Razak, para lhe agradecer e ao povo da Malásia, pela ajuda a Timor-Leste num momento de crise grave.

Responderam sem hesitação ao pedido de ajuda de Timor-Leste e graças à pronta intervenção das forças Malásia e outras forças estrangeiras, a vida regressa à normalidade e estão a ajudar a consolidar a paz no país.


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Vice-presidente Conselho Olímpico da Ásia inaugurou sede CONTL

Díli, 23 Jul (Lusa) - A sede do Comité Olímpico Nacional de Timor-Leste (CONTL) foi hoje inaugurada em Díli, numa cerimónia que representou a expressão do apoio contínuo do Conselho Olímpico da Ásia, disse à Lusa o presidente do organismo timorense, João Carrascalão.

A cerimónia foi presidida pelo primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta e pelo vice-presidente do COA, Manuel Silvério, que transmitiu a Ramos-Horta, em nome do dirigente máximo do COA, Xeque Ahmad Al-Fahad Al-Sabah, uma mensagem de felicitações pela sua recente indigitação para o cargo de primeiro-ministro.

Na mensagem, o presidente do COA assegura que a organização "não esquecerá Timor-Leste neste seu caminho de afirmação no desporto mundial".

Manuel Silvério, que é também vice-presidente do Comité Olímpico da Região Administrativa Autónoma de Macau (COM), salientou na sua intervenção que Timor-Leste vai continuar a contar com o apoio de Macau, designadamente as suas instalações desportivas para a realização de estágios e de acções de formação de técnicos e treinadores desportivos.

O dirigente desportivo macaense chegou hoje a Timor-Leste para uma visita de trabalho de quatro dias, em que a participação de atletas timorenses na primeira edição dos Jogos da Lusofonia, a realizar em Macau entre 07 e 15 de Outubro, constitui um dos principais pontos da agenda.

A construção da sede do CONTL foi financiada pelo Programa Olympasia, numa colaboração entre o Conselho Olímpico da Ásia e a Daimler-Chrysler, e os equipamentos de que dispõe foram oferecidos pelo COM.

Ramos-Horta agradeceu na ocasião o apoio do COA ao desenvolvimento do ideal olímpico em Timor-Leste e salientou que o seu governo vai procurar dar a devida atenção ao desporto timorense.

"Apesar das nossas prioridades serem a segurança e a resolução do problema humanitário, não deixaremos de, nos planos orçamental e político, assegurar apoio ao Desporto, importante para a condição humana e sobretudo num país com ma percentagem tão grande de jovens", afirmou.

No final da inauguração, num primeiro encontro de trabalho, em que participou também o embaixador da República Popular da China em Díli, Su Jian, Manuel Silvério informou Ramos-Horta sobre os preparativos dos Jogos da Lusofonia, tendo o primeiro-ministro timorense manifestado a vontade em estar presente na cerimónia de abertura daquela manifestação desportiva.

A respeito da participação no evento, João Carrascalão garantiu à Lusa que Timor-Leste se fará representar nas oito modalidades a concurso: futebol, futsal, voleibol, voleibol de praia, basquetebol, atletismo, taekwondo e ténis de mesa.

"Em termos desportivos não temos grandes aspirações, porque vamos competir com países com outras estruturas e outro historial desportivo, muito mais forte que o nosso. Apostamos não só no campo desportivo mas também no estreitamento dos laços dos países de língua portuguesa, o que faz parte também da nossa intenção de consolidar a língua portuguesa", frisou.

Manuel Silvério tem ainda previsto encontros como Presidente Xanana Gusmão, com o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, José Manuel Fernandes e com os dois bispos timorenses, D. Alberto Ricardo da Silva, de Díli, e D. Basílio do Nascimento, de Baucau, bem como uma reunião de trabalho com as federações desportivas timorenses e a assinatura, no último dia, quarta-feira, de um Protocolo de Cooperação entre o COM e o CONTL.

EL.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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