quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Condições de segurança agravam-se em Díli

Diário Digital / Lusa 21-02-2007 13:05:18

As condições de segurança agravaram-se hoje em Díli com ataques a um armazém de alimentos e apedrejamentos a viaturas das Nações Unidas e do Governo, que causaram ferimentos em sete polícias a ONU (UNPOl).

Em resposta ao aumento da tensão na capital timorense, as autoridades responderam com mais soldados nas ruas e com o anúncio de um plano de importação e distribuição de arroz.

Sete elementos da Polícia da ONU (UNPOl) ficaram feridos nas operações de manutenção da ordem em diferentes pontos da cidade, no segundo dia de ataques sistemáticos a viaturas e elementos da missão internacional de paz (UNMIT).

As viaturas do Estado (identificáveis pelas matrículas oficiais, incluindo as que distinguem os membros do Executivo) e várias instalações públicas continuaram também a sofrer o ataque persistente de diferentes grupos.

As Forças de Segurança Internacionais (ISF) aumentaram as patrulhas de soldados australianos nas ruas de Díli e a UNPol reforçou as suas equipas com a deslocação de pessoal normalmente adstrito a funções administrativas.

Terça-feira de Carnaval, os gabinetes de dois ministros ficaram destruídos em dois destes incidentes.

Arcanjo da Silva, ministro do Desenvolvimento, mudou-se para o gabinete de Arsénio Bano, ministro do Trabalho e da Solidariedade, e é lá que tem despachado os assuntos da sua tutela.

Os dois ministros anunciaram hoje em conferência de imprensa que o Governo contratou a importação de 6.700 toneladas de arroz, que chegarão nas próximas quatro semanas.

O Governo estipulou um preço fixo para o arroz, 37 cêntimos de dólar por quilo, ou 9,25 dólares por 25 quilos, por referência ao preço anterior à crise de Abril e Maio de 2006.

Esta semana, a distribuição abrange um milhão de dólares em arroz, através dos 24 chefes de suco do distrito de Díli.

A escassez de arroz e o preço do produto À que em Lospalos (Leste) atingiu os 50 dólares por saca À contribuíram para a degradação da segurança na capital, como reconhece a UNMIT.

Um armazém do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, em Bebora, centro da cidade, foi assaltado e continua cercado por populares, dois dias depois de um outro armazém do PAM em Bebonuk ter sido alvo de uma tentativa de pilhagem.

«Tenho noção de que houve um aumento de incidentes violentos em Díli nas últimas duas semanas», admitiu hoje o representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, Atul Khare.

«Isto implica desafios para o povo de Díli, dado que a violência interrompe a sua vida diária», acrescentou Atul Khare num comunicado distribuído a meio da tarde.

A erupção de violência nas ruas de Díli e a multiplicação de focos de tensão foram analisadas numa reunião extraordinária de segurança na UNMIT durante a tarde.

«Eu acredito que o povo de Timor-Leste merece melhor», sublinhou Atul Khare, que na madrugada de hoje, entre a 01:30 e as 02:30, visitou os «pontos quentes» da cidade, Kampong Alor, Bairro Pité e Fatuhada, na companhia do ministro do Interior, Alcino Barris.

Algumas organizações internacionais reduziram ao mínimo os movimentos do seu pessoal em Díli, mesmo em dia de tolerância de ponto para todos os serviços públicos.

Um intervalo para o humor...

(Tradução da Margarida)

Radio Austrália – 21/02/2007, 18:40:26

Facção dissidente da Fretilin de Timor-Leste não apoia Alkatiri

Um porta-voz duma facção dissidente da Fretilin o partido no poder em Timor-Leste diz que não vão votar no seu próprio partido nas próximas eleições se Mari Alkatiri for ainda o líder.

"Esta facção não votará na Fretilin, porque votar na Fretilin significa que promovemos Mari Alkatiri, [e] não o aceitamos politicamente," disse o porta-voz da facção dos negócios estrangeiros, Jorge da Conceição Teme, a Sen Lam da Radio Austrália.

Timor-Leste tem eleições presidenciais em Abril, esperando-se que se sigam as eleições parlamentares dois meses depois.

O partido no poder, a Fretilin, está rachada com divisões internas sobre o papel do antigo primeiro-ministro e secretário-geral, Dr Alkatiri, que tem dito que tem a intenção de ter um papel chave nas eleições.

"Não mais confiança " no sistema judicial

O Dr Alkatiri saíu do cargo de primeiro-ministro em Junho do ano passado, no meio de acusações de que tinha organizado um esquadrão de ataque contra os seus opositores políticos.

No princípio deste mês, procuradores deixaram cair as acusações contra ele, citando falta de evidência.

O Sr Teme diz que muitos Timorenses duvidam das motivações dos procuradores para agirem assim.

"Não há nenhuma dúvida que muita gente vê que há conspirações no seio do sistema judicial," disse. "O povo de Timor-Leste já não tem confiança no sistema judicial."

Empurrão para tomadas de decisão transparentes

A facção do Sr Teme, a Fretilin Mudança, usará o congresso nacional do partido em 3 de Março para empurrar reformas internas no partido.

Diz que a facção recusa montar um partido rival porque os seus membros têm fortes laços históricos e familiares com a Fretilin, que liderou a luta de Timor-Leste para a independência do domínio Indonésio.

"A Fretilin Mudança quer mudar o sistema, significando com isto que qualquer decisão no partido deve ser tomada democraticamente," disse.

"Deve ser transparente. "O partido não se deve transformar numa companhia privada. "O partido pertence às pessoas que durante 24 anos sofreram sob a ocupação Indonésia."

Disputas sobre a nomeação de Alkatiri

O líder da facção Fretilin Mudança, José Luis Guterres, abandonou a sua corrida ao cargo de secretário-geral em Maio último depois do congresso do partido ter decidido que as votações serias de “braço no ar” em vez da habitual votação secreta.

A decisão significou que o Dr Alkatiri foi eleito sem oposição.

O Sr Teme diz que o método do "braço no ar " foi uma maneira de "aterrorizar os eleitores ". "Não nos permitiram falar de maneira democrática," disse.

Violência a crescer

O Sr Teme reconhece receios de que a desunião no interior do partido no poder, a Fretilin, possa desencadear mais violência nas ruas de Dili.

Mas discorda que isso signifique que Timor-Leste não possa realizar eleições parlamentares nacionais.

"Temos esperança no melhor," disse. Com certeza que também pensamos no pior. Mas seja qual for a situação que enfrentarmos, não temos escolha. Temos estado determinados a construir esta nação, e temos de dar as boas vindas a eleições parlamentares."

Lutas de ruas e ataques de fogos postos tornaram-se mais frequentes em Dili, e são cilpados principalmente gangs rivais.

A ONU diz que trabalhará com autoridades policiais nacionais e as forças internacionais lideradas pelos Australianos para aumentar a segurança na capital.

"Estamos confiantes em que a presença de forças internacionais manterão a lei e a ordem e evitarão a violência," disse o Sr Teme.
FIM

NOTA: Reparar nos títulos que a Radio Austrália fez...
.

Declaração do SRSG sobre a violência em UNMIT

(Tradução da Margarida)

21 Fevereiro, 2007 Dili – Estou ciente que nas últimas duas semanas tem havido um aumento de incidentes violentos em Dili.

Isto apresenta desafios para as pessoas de Dili visto que a violência está a interromper a sua vida diária. Acredito que as pessoas de Timor-Leste merecem melhor.

Juntamente com o Ministro do Interior Alcino Barris visitei os residentes de Kampung Baru ontem de manhã cedo.Nas primeiras horas desse dia entre 1.30 e 2.30 visitei os três principais lugares quentes: Kampung Baru, Bairro Pite, e Fatuhada.

A UNPol juntamente com as Forças de Segurança Internacional aumentou a segurança nas ruas de Dili nas últimas 24 horas. A UNPol está a retirar oficiais de polícia de tarefas administrativas e a colocá-los nas ruas e está a tomar medidas adicionais de segurança nas áreas problemáticas.

As ISF aumentaram o pessoal nas ruas de dia e de noite.

Vários veículos da UNPol ficaram danificados nestas operações. Sete oficiais da UNPol ficaram também feridos hoje na tarefa de manter a lei e a ordem em Timor Leste.

Ontem a UNPol prendeu 79 transgressores e hoje foi detida mais gente. A UNPol continuará a tomar medidas contra todos os que se envolverem na violência ou actuem por outras formas contra as leis em vigor em Timor-Leste.

Apelo sinceramente às pessoas de Timor-Leste, e particularmente aos residentes de Dili, para apoiarem os oficiais da UNPol, da PNTL e as Forças de Segurança Internacionais que estão a trabalhar muito para melhorar e estabilizar a situação.

Herói da Resistência Lu-Olo concorre à Presidência de Timor-Leste

(Tradução da Margarida)

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN
Comunicado de Imprensa


Quarta-feira 21 de Fevereiro de 2007

O Presidente do Parlamento Nacional de Timor-Leste, Francisco “Lu-Olo” Guterres, será candidato a Presidente da República nas eleições de 9 de Abril 2007.

Lu-Olo, 53 anos, é também o presidente da Fretilin, o maior partido político de Timor-Leste.

Passou todos os 24 anos da ocupação pelos Indonésios do seu país como combatente da resistência e activista da independência com base nas montanhas.

Sobreviveu à campanha de cerco e aniquilação da Indonésia do final dos anos de 1970s quando muitos dos seus colegas da Fretilin foram perseguidos e mortos.

Na altura em que os Indonésios saíram de Timor-Leste em 1999, Lu-Olo era o líder da Fretilin de mais alto nível no interior do país.

Falando ontem em Dili, Lu-Olo prometeu que se for eleito Presidente será “o Presidente de todos e o Presidente para todos” e acrescentou que como Presidente “procurarei soluções para os problemas [e] nunca serei eu próprio uma fonte de conflitos”.

Prometeu promover os interesses dos jovens e a igualdade para as mulheres; trabalhar para proteger os mais idosos e as comunidades mais vulneráveis; e promover a habitação, os cuidados de saúde e as pensões para os veteranos da luta da independência.

Lu-Olo, um Católico devoto, prometeu também fomentar mais diálogo entre as religiões, acrescentando: “Lutarei com todas as minhas forças contra qualquer forma de extremismo ou fanatismo, sejam quais forem as suas origens. E com todo o coração promoverei o ecumenismo”.

FIM

Lu-Olo candidato da FRETILIN às presidenciais

Correio da Manhã – 2007-02-20 - 11:38:00

Francisco Guterres ‘Lu-Olo’, presidente do Parlamento timorense, anunciou esta terça-feira a sua candidatura às eleições presidenciais de 9 de Abril pela FRETILIN, partido maioritário.

Lu-Olo sublinhou que "é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense" explicando que durante a campanha eleitoral, vai "naturalmente considerar" a suspensão do seu mandato e das funções que actualmente exerce.

Francisco Guterres foi eleito presidente da Fretilin no primeiro congresso do partido, em Julho de 2001, tendo sido reeleito em Maio de 2006. Foi presidente da Assembleia Constituinte em 2001 e 2002 e, com a restauração da independência, passou a presidir ao Parlamento Nacional.

O primeiro-ministro, José Ramos-Horta, questionado pela falta de apoio do partido à sua possível candidatura, recordou apenas que em 2001 o partido maioritário não apoiou Xanana Gusmão, "que veio a ganhar com 84% dos votos".

Physical, mental scars from East Timor violence remain

By Olivia Rondonuwu And Karen Michelmore

Sanur, February 20 (AAP) - Florindo de Jesus Brites carries a terrible scar that runs from the back of his neck to his left shoulder, and two long scars mark both this hands.

It has been eight years since he survived a massacre at an East Timor safe house. His brother was killed.

Today, he unbuttoned his shirt and displayed the enduring physical evidence of that experience as he addressed a landmark commission on the 1999 violence that erupted in East Timor before and after its historic vote for independence.

Brites also told the East Timor-Indonesia Commission on Truth and Friendship how he was forced to sing the Indonesian national anthem in return for food at the Indonesian army hospital where he was treated.

The commission is seeking to establish the truth behind the violence in order to foster reconciliation, and move past recrimination.

Up to 1,500 people were killed when militia gangs linked to Indonesia's military went on an arson and killing spree before and after the August vote.

Brites said he was just a teenager when the Indonesian military and armed militias broke into the safe house where he was sheltering - Manuel Carrascalao's house - on April 17, 1999.
His brother was shot in the chest and died along with 11 others.

Brites said the only reason he lived was because the men who attacked him with machetes thought he was dead.

Earlier, Indonesian military-backed militias had shouted over the radio to attack pro-independence supporters.

"They shouted: 'Today we go to Balide and find the pro-independent people, and we must wipe them out from Dili'," Brites said. "We wanted to escape from the house, but we couldn't. It was surrounded. "Suddenly a yellow truck came and hit the fence, the fence fell over, and they (the militias and military) swarmed in."

The Indonesian military and militia groups Besi Merah Putih and Aitarak were armed with automatic weapons, and started shooting people, he said.

Yesterday, an alleged Aitarak militia leader admitted the group had been armed by the Indonesian military, but denied attacking the house.

Brites said he recognised the faces of some attackers as pro-Indonesia supporters who had been neighbours in his village. The Indonesian army had started forming militia groups early in 1999, he said.

After the attack, Brites said members of the Red Cross and Indonesian police found him outside the house and took him to the army hospital.

But he only stayed for three days because he was forced to sing the Indonesian national anthem for food. "I sang 'Indonesia Raya' although I forgot the words, that didn't matter as long as I got the food," he said.

Brites was questioned by Indonesian commissioners about what was wrong with singing the Indonesian anthem in Indonesian territory, sparking criticism from the East Timor-aligned commissioners.

Earlier, the commission heard from an East Timorese village chief who paid an Indonesian military commander with cows and cash to keep him safe during the 1999 rampage by troops, who killed several civilians in a spray of bullets.

Atudara village chief Manuel Ximenes said he saw Indonesian troops shoot several villagers at a security forces intelligence post near a funeral for a pro-Indonesian leader in the Timorese sub-district of Cailaco on April 12, 1999.

"A member of the militia, he had a knife and said (to one civilian) 'you are a young man, you are still capable of giving information to the rebels'," Ximenes told the hearing. "They asked the young man to run about 25 metres, then all the weapons, they just sprayed him with bullets."
The first two-day public hearing of the commission, on the Indonesian resort island of Bali, is due to conclude tonight.

Further hearings in coming months are expected to hear from Indonesian General Wiranto, former president Baharuddin Habibie, former militia leader Eurico Guterres and East Timor president Xanana Gusmao.

Commissioner describes hearing as learning experience

By Karen Michelmore And Olivia Rondonuwu

Sanur, Bali, February 20 (AAP) - The first public hearings of a joint East Timor-Indonesia reconciliation commission investigating the mayhem surrounding East Timor's 1999 vote for independence were a "learning experience", the commission's head said today.

The first of five landmark hearings of the Commission of Truth and Friendship (CTF) wrapped up in Bali tonight, after hearing from six witnesses, including former politicians, alleged perpetrators and victims of the violence.

The commission is seeking to establish the truth behind the violence which killed 1,500 people in order to foster reconciliation between the two countries, and move past recrimination.
Asked if he thought the first hearings were a success, CTF co-chairman Benjamin Mangkoedilaga replied: "This is, say, a learning process."

"This is only the beginning, we will learn from our mistakes and weaknesses from the smallest thing."

He said the next hearings would include testimony by several generals in charge of the Indonesian troops in East Timor during the 1999 violence, including General Wiranto, General Kiki Syahnakrie, General Adam Damiri and General Tono Suratman.

All were prosecuted in Indonesia's ad hoc Human Rights Court and found guilty, but the verdicts were later overturned by Indonesia's Supreme Court.

"Wiranto will definitely come, he even challenged us to invite him," Mangkoedilaga said.
But another commissioner, Aniceto Guterres, described the first hearings as "imperfect".

"There are still lots of hurdles. "The biggest challenges are first, about the cooperation of everybody ... many people still fear to reveal the information, perhaps their lives have been threatened."

Earlier, victim Florindo de Jesus Brites took the witness stand and unbuttoned his shirt to reveal terrible scars from a massacre at an East Timor safe house on April 17, 1999, when Indonesian troops and militia shot his brother and killed 11 others.

He also told the hearing was forced to sing the Indonesian national anthem in return for food at the Indonesian army hospital where he was treated.

"I sang 'Indonesia Raya' although I forgot the words, that didn't matter as long as I got the food," he said.

Brites was questioned by Indonesian commissioners about what was wrong with singing the Indonesian anthem in Indonesian territory, sparking criticism from the East Timor-aligned commissioners.

"Now I ask you, is singing Indonesia Raya anthem to an Indonesian citizen, a wrong thing or was it just normal?" Indonesian commissioner Achmad Ali asked.

"Its the same as an American citizen singing an American anthem, I think that is normal."

Outside the hearing, Guterres, from East Timor, described the questioning as "stupid".

"Actually, if you take a closer look there are still differences between Indonesia's commissioners and East Timor's...when all the information is gathered and we formulate the substance of our report, that will be a problem," he said.

Witness tells of Indonesian attack on leader's home

SMH – February 21, 2007

Mark Forbes, Herald Correspondent in Denpasar

Tales of blood and tears are flowing from a Commission of Truth and Friendship hearing into the atrocities committed in East Timor about the time of the 1999 independence vote.

Stories of cold-blooded killings of civilians and of the Indonesian military's role in organising and arming murderous anti-independence militia squads are re-emerging.

Privately, participants question whether the commission's goals of revealing the truth and promoting reconciliation are achievable.

Florindo de Jesus Brites spoke calmly yesterday of being slashed with swords by militia members who joined Indonesian soldiers to attack the home of the independence leader, Manuel Carrascalao, in April 1999. He fell next to his brother's body. "I couldn't move, I closed my eyes and everything went dark. I think that's why they left me."

Mr Brites, a high school student at the time, was asked about his injuries. He stood and peeled off his shirt to reveal the wounds on his back and arms.

He named the man who stabbed him first - a man from his own village. He also named the soldier he saw shoot his brother in the chest, and described militia and troops firing into Mr Carrascalao's house, killing 12 adults and the leader's 16-year-old son.

Militia and troops had surrounded the house after a radio call for those loyal to Indonesia to "find the CNRT [independence] people; we have to finish them off".

An earlier witness, Mateus Carvalho, the leader of Dili's notorious Aitarak militia, had dismissed the incident as a "family vendetta". Mr Carvalho was an army officer who was ordered to return to his village and form Aitarak. He said he had only acted to protect the community from independence fighters, "I never kill - if I did kill anyone, show me where I dispose of the corpses," he said.

Mr Carvalho's evidence contradicts Indonesian claims that the military had no role in the carnage that left more than 1400 civilians dead. He admitted the army had funded, armed and monitored militia activities.

Massacres in churches, country lanes and villages sound surreal in the sterile atmosphere of the commission hearings in a luxury Balinese hotel. During breaks, music from a Queen album is piped through the room.

The Indonesian President, Susilo Bambang Yudhoyono, and his East Timorese counterpart, Xanana Gusmao, have made it clear they want to leave the bloody episodes behind. The commission's terms of reference state it should recommend amnesties, not prosecutions.
Exchanges between witnesses and the Indonesian-appointed members of the joint commission reveal a continuing gulf.

Mr Brites told of being taken to a military hospital when his wounds became infested with worms. He was given food only if he first sang the Indonesian national anthem, he claimed.
An Indonesian law professor, Achmad Ali, was indignant.

"Is there something wrong with being asked to sing?" he asked. "Even in America they sing the anthem. I think it's quite acceptable because you were still in Indonesia."

Witnesses were repeatedly asked why they had been attacked. They must have done something wrong, the Indonesian commissioners said.

Mr Brites had a final plea for the commission. "All the victims, pro-autonomy and pro-independence - the widows, the people who have been handicapped, those who have suffered and those who are orphans - both nations need to look after these people."

'Soldiers in Dili massacre'

The Australian - February 21, 2007

Stephen Fitzpatrick, Jakarta correspondent

Uniformed Indonesian soldiers were among the attackers in the 1999 slaughter of East Timorese independence supporters at the home of prominent Dili figure Manuel Carrascalao, a survivor of the attack claimed yesterday.

Florindo de Jesus Brites, a school student at the time, said he saw his older brother shot dead by an Indonesian soldier, whom he recognised.

Asked how he could be certain of the attacker's status, Mr Brites, who suffered severe machete wounds in the attack, said: "He was wearing his uniform."

The claims sit uncomfortably against blanket denials of military complicity made by former foreign minister Ali Alatas a day earlier at hearings by the Truth and Friendship Commission.

The suave diplomat insisted that he had "no knowledge" of any Indonesian military involvement in the violence that swept East Timor in the months leading up to and days immediately after its 1999 independence vote.

The commission - hearing its first public submissions this week in Bali - is a largely symbolic event with no power to force criminal prosecutions.

It follows a series of national and UN inquiries into the chaos that killed thousands, but so far only one man, former Jakarta-backed militia leader Eurico Guiterres, has been jailed over the events.

The commission has called former military commander General Wiranto and former president BJ Habibie, but neither is expected to appear.

Mr Alatas's statement on Monday was the latest in a series of forays by the man who now serves as a foreign policy adviser to President Susilo Bambang Yudhoyono, to distance himself from East Timor's trauma.

He last year published a memoir, The Pebble in the Shoe - East Timor being the said stone, with the shoe being Mr Alatas's career. He read from it in his evidence on Monday, in order to suggest: "as quickly as we can, we should finish this job and don't look backward any more".
But for many East Timorese, the relative toothlessness of the friendship commission does not diminish their determination to remind Jakarta of the brutality perpetuated in its name.
Mr Brites asked commissioners' leave yesterday to remove his shirt to display machete wounds sustained during the April 17, 1999, attack on the Carrascalao compound in Dili that left 12 people dead.

He admitted he saw only two deaths: those of his older brother Eduardo, shot by the TNI soldier; and of a friend with whom he took shelter in a bamboo grove after members of two pro-Jakarta militias, known as Red and White Iron and Aitarak (Thorn), invaded the house.

Mateus Carvalho, a leader in the Dili-based Aitarak group who gave evidence on Monday, said the incident was merely "an issue of revenge within the (Carrascalao) family" and that his members had helped the injured.

Among the dead in the April 17 attack were Mr Carrascalao's teenage son Manuelito.

Mr Brites said he escaped the assault by running from the back garden of the Carrascalao home after being taken for dead by militia members. He said he was taken to hospital for treatment but before receiving medical care for his wounds was forced to sing the Indonesian national anthem.

Commission probes violence surrounding East Timor vote - Militia commander admits

ABC – Tuesday, 20 February , 2007 10:56:22
Indonesian backing Reporter: Geoff Thompson

TONY EASTLEY: For the first time a commander of one of the militias, which terrorised East Timor in 1999, has publicly admitted he and his men were armed by the Indonesian military.

The unprecedented admission came from a former commander of the Dili based Aitarak militia during the opening session of the Indonesia and East Timor Truth and Friendship Commission, which is underway in Bali.

Indonesia Correspondent Geoff Thompson reports.

(Sounds of a woman crying)

GEOFF THOMPSON: Witnessing weeping for slain loved ones as they were buried in Santa Cruz cemetery was practically a weekly occurrence in Dili in 1999.

April 19 of that year saw Dili attacked directly by the Aitarak and Besi Merah Putih militias for the first time. 13 people were killed in the house of Manuel Carrascalao, and the Aitarak commander Mateus Carvalho was there.

(Sounds of Mateus Carvalho speaking)

Appearing before the joint Indonesia and East Timor Truth and Friendship Commission, Mateus Carvalho claimed that attack was the result of an internal family vendetta, and he and his men only arrived to find the dead and wounded.

But in the midst of explaining such things, the former commander of 1,500 Aitarak militiamen, also made several unprecedented admissions.

(Sounds of Mateus Carvalho speaking)

Mateus Carvalho conceded that yes, it was true that the militia's activities were monitored or supervised by the military from a distance and that because he and his pro-integration troops were concerned for they and their families safety and security, they asked the military if they could "borrow" some weapons.

And those weapons, including M16s, were given "on a loan" he said, several months before the August referendum.

A witness to the April 1999 massacre of 50 civilians at a church in Liquica, Emilio Bareto, also presented evidence of the military's involvement. He said the order to attack was given by member of his family - a military man dressed in civilian clothes.

Mr Bareto also claimed that Indonesian police secured the area, not to prevent the attack but to allow it to proceed.

This evidence contradicted the earlier testimony of Indonesia's former Foreign Minister Ali Alatas, who made much of the fact that Indonesia's police and not the military were given the job of securing UN Assistance Mission in East Timor or UNAMET-run "public consultation" in 1999.

ALI ALATAS: I simply was explaining, I think, the arrangement that was agreed upon between the UN and us.

GEOFF THOMPSON: But you accept that the military was behind much of the violence in East Timor? ALI ALITAS: Before that, I don't know and, but during the period of UNAMET until the popular consultation as they call it, it was the police.

GEOFF THOMPSON: One of the East Timorese commissioners asked militia commander Mateus Carvalho why he was borrowing weapons from the army when Ali Alatas said security was solely the job of the police? His answer? Simply that, as a former soldier himself it was easier to get weapons from the military.

Um intervalo para o humor...

Radio Australia – 21/02/2007, 18:40:26

ETimor's rebel Fretilin faction won't support Alkatiri

A spokesman for a rebel faction in East Timor's ruling Fretilin party says they will not vote for their own party in the forthcoming elections if Mari Alkatiri is still leader.

"This faction will not vote for Fretilin, because voting for Fretilin means we promote Mari Alkatiri, [and] we don't politically accept him," the faction's foreign affairs spokesman, Jorge da Conceicao Teme, told Radio Australia's Sen Lam.

East Timor holds its presidential election in April, with parliamentary polls expected to follow two months later.

The ruling Fretilin party is wracked with internal divisions over the role of former prime minister and party secretary-general, Dr Alkatiri, who has said he intends to play a key role in the elections.

"No more trust" in the judicial system

Dr Alkatiri stepped down as prime minister in June last year, amid accusations he had organised a hit squad against his political opponents.

Earlier this month, prosecutors dropped the charges against him, citing a lack of evidence.

Mr Teme says many East Timorese doubt the prosecutor's motivations for doing so.

"There is no doubt many people see there are conspiracies within the judicial system," he said. "The people of East Timor have no more trust in the judicial system."

Push for transparent decision-making

Mr Teme's faction, Fretilin Mudansa, will be using the party's national congress on March 3 to push for internal party reform.

He says the faction refuses to set up a rival party because its members have strong historic and family ties to Fretilin, which led East Timor's fight for independence from Indonesian rule.

"Fretilin Mudansa wants to change the system, meaning that any decision-making in the party must be democratically done," he said.

"It must be transparent. "The party should not be transformed as a private company. "The party belongs to the people who were suffering for 24 years under Indonesian occupation."

Disputes over Alkatiri's appointment

Fretilin Mudansa's faction leader, Jose Luis Guterres, abandoned his bid for the secretary-generalship last May after the party congress decided the vote would be taken by a "show of hands" rather than the customary secret ballot.

The decision meant Dr Alkatiri was elected unopposed.

Mr Teme says the "show of hands" method was a way of "terrorising the voters". "We were not allowed to speak out in a democratic way," he said.

Growing violence

Mr Teme acknowledged fears that the disunity within the ruling Fretilin party could spark further violence on the streets of Dili.

But he disagreed that this meant East Timor could not afford to hold nationwide parliamentary elections.

"We are hoping for the best," he said. Of course, we are also thinking of the worst. But whatever situation that we face, we have no choice. We have been determined to build this nation, and we have to welcome the parliamentary election."

Street fighting and arson attacks have become more frequent in Dili, blamed mainly on rival gangs.

The United Nations says it will work with national policing authorities and the Australian-led international security forces to increase security in the capital.

"We are confident the presence of the international forces will keep law and order and help avoid the violence," said Mr Teme.
ENDS

NOTA: Reparar nos títulos que a Radio Australia fez...

Chefe do Parlamento é candidato à Presidência do Timor

Lusa Brasil - 20-02-2007 09:30:09

Díli, 20 Fev (Lusa) - O presidente do Parlamento do Timor Leste, Francisco Guterres "Lu-Olo", anunciou nesta terça-feira a sua candidatura às eleições presidenciais de 9 de abril pelo partido Fretilin, o maior do país.

"Lu-Olo", presidente do partido majoritário timorense, anunciou a candidatura à chefia de Estado ladeado por Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, sob o slogan "Serei Presidente de todos e para todos".

O primeiro-ministro José Ramos Horta, instado a comentar a falta de apoio da Fretilin à sua eventual candidatura, recordou apenas que em 2001 o partido majoritário não apoiou Xanana Gusmão, "que veio a ganhar com 84% dos votos".

Na sua declaração de candidatura, "Lu-Olo" sublinhou que "é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense".

"Vou continuar a ser presidente da Fretilin, mas não é por isso que vou ser um presidente (timorense) da Fretilin" se for eleito para a chefia do Estado, declarou "Lu-Olo" à Lusa.

Durante a campanha eleitoral, o presidente do Parlamento vai "naturalmente considerar" a suspensão do seu mandato e das funções que atualmente exerce.

Biografia

Francisco Guterres nasceu em 1954 em Ossú, distrito de Viqueque (Sul). Quando a Indonésia invadiu o Timor Leste em 1975, "decidiu fugir para o mato, onde viria a juntar-se ao pelotão comandado por Lino Olokassa, no Monte Perdido - Ossú", segundo a nota biográfica oficial do candidato presidencial.

Em julho de 1976, Francisco Guterres é nomeado vice-secretário da zona costeira Leste. Nas duas décadas seguintes, ocupou diferentes cargos na resistência armada timorense. Em 1997, "Lu-Olo" assumiu o cargo de secretário da Comissão Diretiva da Fretilin, após a morte de Konis Santana.

No mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional da Resistência Timorense, onde "Lu-Olo" ocupou vários cargos.

Francisco Guterres foi eleito presidente da Fretilin no primeiro congresso do partido, em julho de 2001, tendo sido reeleito em maio de 2006. Foi presidente da Assembléia Constituinte em 2001 e 2002 e, com a restauração da independência, passou a presidir ao Parlamento Nacional.

Ao candidatar-se à chefia do Estado, "Lu-Olo" recordou os companheiros de luta. "Como candidato da Fretilin, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passamos", declarou. "Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana". "Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação", disse "Lu-Olo" na sede da Fretilin em Díli, "tive sempre o privilégio de estar ao pé do nosso povo, para sentir a sua determinação em vencer". "Vivi e sofri com eles", acrescentou o presidente do Parlamento. "É também em nome deles que aceito ser candidato da Fretilin".

"Tenho consciência plena que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiram", explica Franciso Guterres na declaração de quatro páginas que leu em português e em tétum. "Sou católico convicto", frisou o candidato da Fretilin, prometendo ajudar "o diálogo entre as diferentes escolhas e opções".

"Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte de criação de conflitos", disse ainda "Lu-Olo". "Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas", comentou o presidente da Fretilin.

Até o momento, há candidaturas presidenciais da jurista Lúcia Lobato, pelo PSD, do deputado Manuel Tilman, do partido Kota, de Francisco Xavier do Amaral, do ASDT, e Avelino Coelho, do PST.

Lu-Olo é candidato ao lugar de Xanana Gusmão

Público - 21-02-07
Jorge Heitor

O presidente da Fretilin e do Parlamento de Timor-Leste, Francisco Guterres (Lu-Olo), de 53 anos, apresentou ontem, em Díli, a capital, a sua candidatura à chefia do estado nas eleições presidenciais cuja primeira volta tem lugar em 9 de Abril.

Depois de ter saudado os seus compatriotas que já estão na corrida, como Francisco Xavier do Amaral, da Associação Social Democrata Timorense (ASDT), e Manuel Tilman, do partido Kota, Lu-Olo disse aceitar ser candidato do partido maioritário, que tem como secretário-geral o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

"Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Konis Santana", acrescentou Lu-Olo, numa referência a dois dos comandantes da resistência timorense à ocupação indonésia. "ao presidente da república compete facilitar o diálogo e estabelecer a ponte entre todas as forças vivas da sociedade, para consensualizar os grandes desígnios nacionais e garantir a coesão social".

São mais de 10 os nomes até agora avançados ou apenas sugeridos para a presidência, devendo as inscrições terminar daqui a uma semana.

A grande expectativa está agora no anúncio que o actual primeiro-ministro, José Ramos-Horta, deverá fazer nas próximas 48 horas. Admite-se em círculos políticos de Díli que Ramos-Horta, prémio Nobel da paz, não vai querer perder a oportunidade de tentar chegar à mais alta magistratura da nação, agora ocupada por Xanana Gusmão.

O Partido Social Democrata (PSD), do antigo governador Mário Carrascalão, apoia a candidatura de uma mulher, a jurista Lúcia Lobato, enquanto o Partido Socialista Timorense (PST) tenciona avançar com o seu secretário-geral, Avelino Coelho da Silva.
.

Statement from SRSG on Violence in Dili

UNMIT

21ST February, 2007 Dili - I am aware that over the past two weeks there has been an increase in violent incidents in Dili.

This is presenting challenges for the people of Dili as violence is interrupting their daily life. I believe that the people of Timor Leste deserve better.

I, along with the Minister of the Interior Alcino Barris visited the residents of Kampung Baru early yesterday morning.

In the early hours of this morning between 1.30 and 2.30 I visited the three main hotspots: Kampung Baru, Bairro Pite, and Fatuhada.

UNPol along with the International Security Forces have increased security on the streets of Dili over the past 24 hours. UNPol has reassigned police officers from administrative duties to street duties and are providing increased security measures in the troubled areas.

The ISF has increased its personnel on the streets during the day and evenings.

Several UNPol vehicles have been damaged in these operations. Seven UNPol officers have also been injured today in the cause of maintaining law and order in Timor Leste.

Yesterday UNPol arrested 79 offenders and today more people have been arrested. UNPol will continue to take strong actions against all those who indulge in violence or otherwise act contrary to the applicable laws of Timor Leste.

I would sincerely appeal to the people of Timor Leste, and particularly the residents of Dili, to give your support to the UNPol officers, PNTL Officers and the International Security Forces who are working hard to improve and stablise the situation.

Carros apedrejados

Um pouco por todo o lado, existem pequenos grupos que apedrejam indiscriminadamente os carros que passam.

Resistance hero Lu-Olo to stand for President of Timor-Leste

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN
Media Release

Wednesday 21 February 2007

The President of the National Parliament of Timor-Leste (East Timor), Francisco “Lu-Olo” Guterres, will be a candidate for President of the Republic in the election on 9 April 2007.
Lu-Olo, 53, is also the president of Fretilin, Timor Leste’s largest political party.


He spent the entire 24-year Indonesian occupation of his country as a resistance fighter and independence activist based in the mountains.

He survived Indonesia’s encirclement and annihilation campaign of the late 1970s when many of his Fretilin colleagues were hunted down and killed.

By the time the Indonesians left Timor Leste in 1999 Lu-Olo had become the most senior Fretilin leader inside the country.

Speaking in Dili yesterday, Lu-Olo promised that if elected President he would “be the President of all and a President for all” and added that as President he “will seek solutions for problems [and] never be a source of conflicts myself”.

He pledged to promote the interests of youth and equality for women; to work to protect the elderly and the most vulnerable communities; and to promote housing, health care and pensions for veterans of the independence struggle.

Lu-Olo, a devout Catholic, also vowed to foster dialogue between religions, adding: “I shall fight will all my strength against any form of extremism or fanaticism, regardless of its origin. And I shall wholeheartedly promote ecumenism”.

ENDS

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 20 February 20...":

Xanana vai apanhar uma grande desilusão.Esta história parece a repetição do caso Eanes. O ex-Presidente português, agastado por não poder intervir mais na política, criou um novo partido, o PRD, assim que terminou o mandato presidencial. Depois de um pequeno apoio inicial, o partido eclipsou-se e desapareceu, ao ponto de hoje em dia serem raras as pessoas que se lembram dele.

Espero que o mesmo não suceda a Xanana. Independentemente das suas qualidades e do papel inquestionável e decisivo que teve na luta contra a ocupação indonésia, ele parece não se aperceber de que hoje a situação é completamente diferente: a luta já não é contra um inimigo comum; a independência já foi alcançada; hoje existe uma nova geração de timorenses que já não vê a vida como uma dicotomia pró-Fretilin/anti-Fretilin, antes se preocupa sobretudo com a sobrevivência nacional e com a construção de um país melhor; existe uma Constituição que toda a gente deve respeitar, incluindo ele próprio.

Xanana faz-me lembrar aqueles grupos musicais que tiveram grande êxito há 40 anos e tentam reunir novamente os seus membros para dar um concerto saudosista. Normalmente, o resultado é confrangedor.O CNRT teve a sua razão de existir dentro de um determinado contexto que já se extinguiu; o renascimento do CNRT não é possível, porque é impossível a reunião de pessoas que estiveram de facto unidas numa determinada época por um determinado objectivo, mas hoje estão separa

das por interesses irreconciliáveis, percursos divergentes, dissidências ou até traições.

Para além disso, o povo sabe o que quer e a imagem de Xanana tem sofrido um desgaste irreparável, que não terá certamente passado despercebido, fruto dos muitos e grandes erros que cometeu ao longo desta já longa crise. O povo sabe que aquele em quem votou e confiou não esteve à altura das suas responsabilidades. O povo sabe, mesmo aqueles que gostaram de Xanana como Presidente, que Xanana nunca seria um bom 1º Ministro. O povo está farto de ser vítima de guerrilhas pessoais e institucionais e quer apenas um governante que governe.

Xanana será vítima do seu último grande erro: uma candidatura anti-Fretilin e não pró-Timor; uma candidatura pela negativa e não pela positiva; uma candidatura cujo objectivo não é ganhar, mas impedir que a Fretilin ganhe.

E quem não aprende as lições da História está condenado a repetir os seus erros...

Programa RTL - Educação Cívica do Parlamento Nacional sobre "As Bancadas Parlamentares"

Informa-se que hoje, Quarta-feira, dia 21 de Fevereiro de 2007, pelas 10h00, será transmitido pela Rádio Timor-Leste (RTL) o programa de Educação Cívica do Parlamento Nacional sobre "As Bancadas Parlamentares".

Este tema vai ser apresentado pelo Sr. Deputado Francisco Miranda Branco, da Bancada Parlamentar Fretilin, e pela Sra. Deputada Maria Paixao, da Bancada Parlamentar PSD.

Mais uma manif

Chegaram finalmente a Díli os manifestantes do MUNJ que se fazem anunciar há uns dias. Dos 5 mil que deveriam chegar por Aileu, chegaram... 16 camiões e microletes. Se cada carro tiver em média 15 pessoas (!), cerca de 240 pessoas.

Mas continuam a anunciar que chegarão da zona oeste 12.500 pessoas.

Alguém lá para cima não deve estar satisfeito com esta organização...

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 20 February 20...":

Horta, the problem was that a high percentage of the 84% of Timorese voters didnt want to waste their vote on Xavier, this included those who sympathise with the FRETILIN. At that time the only candidate woth voting for was Xanana. It is a different story today, I would invite Horta or Xanana to contest the elections and see if either can gain as much a favourable result this time around.

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 20 February 20...":

O primeiro-ministro José Ramos-Horta, instado a comentar a falta de apoio da Fretilin à sua eventual candidatura, recordou apenas que em 2001 o partido maioritário não apoiou Xanana Gusmão, "que veio a ganhar com 84 por cento dos votos".

Eu como muintos Timorenses deu meu voto para o "Comandante" Xanana porque nao tive outro opcoes realisticas e por caso de emocoes. Se eu sabia o Xanana vai ser um Presidente mau como agora vale e pena dar o meu voto para o Sr Xavier.

Xanana como o mal Presidente nao vai ser um bom Primero Ministro. O Sr Xanana se candeditar para o Presidente ou para o Primeiro Ministro vai ser dificil para ganhar o votos necessarios para ganhar. Ja perdeu o confianca de muintos Timorenses.

Parlamento timorense ratifica tratado petrolífero com a Austrália

Público
20.02.2007 - 17h21 Lusa

O Parlamento timorense ratificou hoje um tratado de partilha de recursos do Mar de Timor com a Austrália, "depois de negociações intensas e algumas disputas" com Camberra, disse o vice-primeiro-ministro Estanislau da Silva.
O tratado hoje ratificado distribui igualmente pelos dois países os "royalties" do campo Sol Nascente e protela por 50 anos a delimitação definitiva da fronteira marítima entre a Austrália e Timor-Leste.

Hoje, a discussão no Parlamento incidiu sobre dois documentos: o Acordo relativo à Unitização dos Campos Sol Nascente e Trovador (AIU) e o Tratado Sobre Determinados Ajustes Marítimos no Mar de Timor (TDAMT).

Ao abrigo do AIU, 20,1 por cento do campo Sol Nascente situa-se dentro da Área Conjunta de Desenvolvimento Petrolífero (ACDP) e 79,9 por cento fora desta área.

Em virtude disso, "as receitas recebidas pela Austrália poderão exceder as recebidas por Timor-Leste", nota o relatório hoje lido no Parlamento pela Comissão de Negócios Estrangeiros, Defesa e Segurança Nacionais.

"Sempre que assim se verificar, a Austrália compromete-se a pagar a Timor-Leste uma quantia que resultará no pagamento a favor de Timor-Leste de 50 por cento do total das receitas obtidas", acrescenta o relatório que analisa o TDAMT.

"Caso o inverso venha a suceder, Timor-Leste não pagará nada à Austrália, mas os futuros pagamentos da Austrália a Timor-Leste serão ajustados em conformidade", explica o documento.

A descoberta mais importante na ACDP até ao momento é o campo de Bayu-Undan, que poderá ter reservas de 400 milhões de barris de petróleo e 3,4 triliões de pés cúbicos de gás.

No tempo de vida do campo, estimado em 20 anos, o Bayu-Undan poderá render a Timor-Leste cerca de cinco mil milhões de dólares.

Os campos Sol Nascente e Trovador têm o triplo do potencial de exploração do Bayu-Undan, pelo que o vice-primeiro-ministro e o titular da pasta dos Recursos Naturais, Minerais e de Política Energética, José Teixeira, salientaram a necessidade de não adiar mais o processo de ratificação.

"Nada é perfeito neste mundo", comentou Estanislau da Silva ao introduzir o debate. "Preferíamos que a Austrália nos desse todo o Bayu-Undan, todo o Sol Nascente, enfim, todo o Mar de Timor. Mas o mundo não funciona assim".

Um ponto importante do TDAMT, e diferença sensível em relação ao texto do AIU de 2002, é que os dois países concordam em não renegociar a ratio de distribuição de 20,1 por cento a favor da ACDP e 79,9 por cento a favor da Austrália.

O TDAMT vigora por 50 anos ou até cinco anos após o fim da exploração da área de unitização dos campos Sol Nascente e Trovador.

Os termos do acordo e do tratado agora ratificados, que dão continuidade ao Tratado do Mar de Timor assinado em 2002, sublinhou Estanislau da Silva, "são tanto quanto possível os mais justos para Timor-Leste".

Estanislau da Silva sublinhou que o país "não abdica da delimitação das suas fronteiras" segundo o critério da linha mediana.

O Parlamento australiano agendou para 26 de Fevereiro a audiência pública sobre o TDAMT.
.

Dia agitado, o de hoje!

Terça-feira, Fevereiro 20, 2007

O grupo de estudantes era da Universidade da Paz manifestava- se e
sobre a paz pregava. O jovem que leu o comunicado parecia acreditar
convictamente no que estava a ler. Se não tivesse visto as imagens
anteriores ao aparecimento do jovem, ter-me-ia deixado levar pela
conversa. É que a TV também mostrou que antes da pregação da paz,
tinha havido pedradas, vidros partidos…

Noutra imagem, o ministro do Desenvolvimento falava igualmente
convicto. E a TV também nos mostrou umas quantas pedras a caírem na
sala do ministro que teve de acabar o discurso mais depressa do que
pensava.

Também o Palácio do Governo fechou as portas mais cedo. Por ordem de
Ramos Horta que, sem aceitar trabalhar sob pressão, mandou os
funcionários para casa.

A manhã já não começou nada bem. Mais um homem que morreu esta
madrugada devido a mais um confronto entre grupos rivais, num bairro
aqui bem próximo de minha casa.

Hoje também foi o dia do anúncio do candidato presidencial da FRETILIN
às eleições presidenciais e de debate no Parlamento sobre a
ratificação do tratado de partilha de recursos petrolíferos entre
Timor e Austrália e a distribuição de arroz.

E, por causa do arroz, o ministro e o vice-ministro da Agricultura
foram retirados do ministério antes que a multidão que se aglomerava
junto dos armazéns entrasse no edifício e houvesse um sério revés. Foz
la iha, foz la iha, foz la iha… (Não há arroz… ) ouve-se repetidamente
em cada canto…

A tensão é muita. Sente-se. Não por causa dos recursos petrolíferos
que um dia nos tirarão da miséria. Mas sim, porque falta o arroz, a
base da alimentação dos timorenses. E, com a barriga vazia, quem terá
serenidade para pensar no dinheiro do petróleo que chegará sabe-se lá
quando?

Por outro lado, se nem sequer se conseguiu abastecer o país de arroz
para que não se chegasse ao ponto em que estamos hoje, quem vai
acreditar que haverá saber, visão e arte de bem negociar -obviamente,
a nosso favor - o melhor sobre os recursos petrolíferos?

Ângela Carrascalão Terça-feira, Fevereiro 20, 2007

Conselho de Seguranca decide na quinta-feira prolongamento missão

José Pestana, da Agência Lusa Washington 20 Fev (Lusa) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas decide na quinta-feira em Nova Iorque o prolongamento do mandato da missão da ONU em Timor-Leste, UNMIT e o envio de mais efectivos da GNR para o país.

Fontes diplomáticas na ONU disseram à Lusa que a missão deverá ser aprovada por mais um ano, juntamente com o pedido para o envio de mais uma unidade policial portuguesa para Dili.

O Conselho de Segurança reuniu-se no passado dia 12 para debater um relatório do secretário-geral, Ban Ki-moon, no qual este propôs a renovação do mandato que expira no próximo dia 25.

Nesse documento, Ban afirmou que embora a situação em Timor-Leste tenha melhorado, esta permanece "volátil e o clima político incerto".

O secretário-geral da ONU acrescentou que Timor-Leste "continua a fazer face a muitos desafios que poderão aumentar nos próximos meses à medida que se prepara para as primeiras eleições nacionais desde a restauração da independência".

Ban anuiu aos pedidos das autoridades timorenses para o envio de uma unidade adicional de polícia para garantir a estabilidade durante as próximas eleições.

No debate do passado 12 os países membros do Conselho de Segurança deram, na generalidade, apoio ao pedido do secretário-geral.

O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, falou na ocasião e pediu o envio dessa unidade policial extra.

A reunião de quinta-feira está agendada para realizar-se da parte da manhã, hora de Nova Iorque, e fontes diplomáticas disseram que deverá terminar "muito rapidamente sem qualquer problema".

Fim

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.