quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Physical, mental scars from East Timor violence remain

By Olivia Rondonuwu And Karen Michelmore

Sanur, February 20 (AAP) - Florindo de Jesus Brites carries a terrible scar that runs from the back of his neck to his left shoulder, and two long scars mark both this hands.

It has been eight years since he survived a massacre at an East Timor safe house. His brother was killed.

Today, he unbuttoned his shirt and displayed the enduring physical evidence of that experience as he addressed a landmark commission on the 1999 violence that erupted in East Timor before and after its historic vote for independence.

Brites also told the East Timor-Indonesia Commission on Truth and Friendship how he was forced to sing the Indonesian national anthem in return for food at the Indonesian army hospital where he was treated.

The commission is seeking to establish the truth behind the violence in order to foster reconciliation, and move past recrimination.

Up to 1,500 people were killed when militia gangs linked to Indonesia's military went on an arson and killing spree before and after the August vote.

Brites said he was just a teenager when the Indonesian military and armed militias broke into the safe house where he was sheltering - Manuel Carrascalao's house - on April 17, 1999.
His brother was shot in the chest and died along with 11 others.

Brites said the only reason he lived was because the men who attacked him with machetes thought he was dead.

Earlier, Indonesian military-backed militias had shouted over the radio to attack pro-independence supporters.

"They shouted: 'Today we go to Balide and find the pro-independent people, and we must wipe them out from Dili'," Brites said. "We wanted to escape from the house, but we couldn't. It was surrounded. "Suddenly a yellow truck came and hit the fence, the fence fell over, and they (the militias and military) swarmed in."

The Indonesian military and militia groups Besi Merah Putih and Aitarak were armed with automatic weapons, and started shooting people, he said.

Yesterday, an alleged Aitarak militia leader admitted the group had been armed by the Indonesian military, but denied attacking the house.

Brites said he recognised the faces of some attackers as pro-Indonesia supporters who had been neighbours in his village. The Indonesian army had started forming militia groups early in 1999, he said.

After the attack, Brites said members of the Red Cross and Indonesian police found him outside the house and took him to the army hospital.

But he only stayed for three days because he was forced to sing the Indonesian national anthem for food. "I sang 'Indonesia Raya' although I forgot the words, that didn't matter as long as I got the food," he said.

Brites was questioned by Indonesian commissioners about what was wrong with singing the Indonesian anthem in Indonesian territory, sparking criticism from the East Timor-aligned commissioners.

Earlier, the commission heard from an East Timorese village chief who paid an Indonesian military commander with cows and cash to keep him safe during the 1999 rampage by troops, who killed several civilians in a spray of bullets.

Atudara village chief Manuel Ximenes said he saw Indonesian troops shoot several villagers at a security forces intelligence post near a funeral for a pro-Indonesian leader in the Timorese sub-district of Cailaco on April 12, 1999.

"A member of the militia, he had a knife and said (to one civilian) 'you are a young man, you are still capable of giving information to the rebels'," Ximenes told the hearing. "They asked the young man to run about 25 metres, then all the weapons, they just sprayed him with bullets."
The first two-day public hearing of the commission, on the Indonesian resort island of Bali, is due to conclude tonight.

Further hearings in coming months are expected to hear from Indonesian General Wiranto, former president Baharuddin Habibie, former militia leader Eurico Guterres and East Timor president Xanana Gusmao.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Permanecem as cicatrizes físicas e mentais da violência em Timor-Leste
Por Olivia Rondonuwu e Karen Michelmore

Sanur, Fevereiro 20 (AAP) - Florindo de Jesus Brites carrega uma horrível cicatriz que atravessa desde a parte detrás do pescoço até ao seu ombro esquerdo, e duas grandes cicatrizes marcam as suas duas mãos.

Já passaram oito anos desde que sobreviveu um massacre numa casa de abrigo em Timor-Leste. O seu irmão foi morto.

Hoje, desabotoou a camisa e mostrou a evidência física duradoura dessa experiência quando interveio numa audição de referência sobre a violência de 1999 que irrompeu em Timor-Leste antes e depois da sua histórica votação para a independência.

Brites disse ainda à Comissão Verdade e Amizade Timor-Leste-Indonésia que foi forçado a cantar o hino nacional Indonésio em troca de comida no hospital militar Indonésio onde foi tratado.

A comissão procura estabelecer a verdade por detrás da violência de modo a fomentar a reconciliação, e a deixar para trás recriminações.

Mais de 1,500 pessoas foram mortas quando gangs de milícias ligados às forças militares da Indonésia entraram numa fúria de fogos-postos e de mortes antes e depois da votação de Agosto.

Brites disse que era apenas um adolescente quando militares indonésios e milícias armadas entraram numa casa de abrigo onde se refugiara - a casa de Manuel Carrascalão - em 17 de Abril de 1999.
O seu irmão foi baleado no peito e morreu ao lado de outros 11.

Brites disse que a única razão porque sobreviveu foi porque os homens que o atacaram com catanas pensaram que estava morto.

Antes, milícias apoiadas pelos militares Indonésios tinham gritado na rádio para atacarem apoiantes pró-independência.

"Eles gritaram: 'Hoje vamos para Balide e (vamos) procurar a gente pró-independente, e temos de limpá-los de Dili'," disse Brites. "Quisemos fugir da casa, mas não pudemos. Estava cercada. "De repente um camião amarelo veio e atingiu a vedação, a vedação caiu, e eles (os milícias e os militares) entraram por ali dentro."

Os militares Indonésios e as milícias Besi Merah Putih e Aitarak estavam armadas com armas automáticas, e começaram a disparar contra as pessoas, disse.

Ontem, um alegado líder da milícia Aitarak admitiu que o grupo tinha sido armado por militares Indonésios, mas negou ter atacado a casa.

Brites disse que reconheceu as caras de alguns dos atacantes como sendo apoiantes pró-Indonésia que tinham sido seus vizinhos na sua aldeia. As forças armadas Indonésias tinham começado a formar grupos de milícia no princípio de 1999, disse.

Depois do ataque, Brites disse que membros da Cruz Vermelha e a polícia Indonésia o encontraram no exterior da casa e levaram-no para o hospital militar.

Mas só lá pode ficar três dias porque era forçado a cantar o hino nacional Indonésio para ter comida. "Cantei 'Indonesia Raya' apesar de ter esquecido as palavras, isso não importava desde que apanhasse a comida," disse.

Brites foi interrogado por comissários Indonésios sobre o que havia de errado em cantar o hino Indonésio em território Indonésio, levantando críticas dos comissários alinhados com Timor-Leste.

Antes, a comissão ouviu um chefe de aldeia Timorense que pagara a um comandante das forças militares Indonésias com vacas e dinheiro para o proteger durante os ataques das tropas em 1999, que mataram vários civis numa chuva de balas.

O chefe da aldeia de Atudara Manuel Ximenes disse que viu tropas Indonésias a disparar contra vários aldeões num posto das forças de informações perto de um funeral de um líder pró-Indonésio no sub-distrito Timorense de Cailaco em 12 de Abril de 1999.

"Um membro da milícia, tinha uma faca e disse (para um civil) 'és um jovem, és ainda capaz de dares informação aos rebeldes'," disse Ximenes na audição. "Disseram ao jovem para correr cerca de 25 metros, depois todas as armas, simplesmente encheram-no com balas."
A primeira audição pública de dois dias da comissão, na ilha turística Indonésia de Bali, está prevista concluir hoje à noite.

São esperadas mais audições nos próximos meses para ouvir o General Indonésio Wiranto, o antigo presidente Baharuddin Habibie, o antigo líder das milícias Eurico Guterres e o presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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