quarta-feira, dezembro 06, 2006

DISCURSO DELEGAÇÃO PORTUGUESA no PN

Exmo. Senhor Presidente do Parlamento Nacional

Senhoras e senhores deputados

É com profunda emoção que uso da palavra, em nome da delegação da Assembleia da República Portuguesa, que hoje visita Timor e esta Assembleia. E esta ocasião tem para todos nós um significado que nos toca fundo, por podermos partilhar convosco esta honra que tão gentilmente nos é concedida. Muito lhe agradecemos, Sr. Presidente este gesto de amizade.

Estamos aqui hoje, para vos reafirmar, nesta hora difícil para Timor, o sentimento da nossa solidariedade.

Solidariedade que não é apenas nossa mas, que é, como sempre foi, a de todo o povo português e que atravessa toda a nossa sociedade, de Norte a Sul, da Madeira aos Açores, dos mais jovens aos menos jovens e de todos os quadrantes políticos.

Por isso mesmo esta delegação da Assembleia da República a que tenho a honra de presidir é composta por representantes de todos os partidos políticos portugueses com representação parlamentar.

Timor representa para cada um de nós individualmente e para todos em conjunto uma causa que nos é muito próxima e de que muito nos orgulhamos. Para muitos, como eu, nascido nos anos sessenta, Timor foi a causa que a nossa geração conheceu e abraçou.

E por tudo o que isso representa, e que levou Timor a ser a primeira Nação do século XXI, importa realçar acima de tudo as conquistas alcançadas, na certeza de que o futuro não é mais do que a soma do presente que construímos colectivamente.

A democracia e o Estado de Direito e soberano, são o resultado de um processo, processo esse que é necessariamente obra de todos.

E aqui neste Parlamento, democraticamente eleito por todo o Povo Timorense, a responsabilidade é ainda maior.

Falamos com a experiência de um país que nos últimos 30 anos consolidou a democracia alcançada em 1974 através da participação de toda a sociedade, civil e militar.

Por isso acreditamos que só com o envolvimento de toda a sociedade, civil e militar e de todos os órgãos de soberania se poderá alcançar aquele que é o objectivo que nos anima a todos, que é o de uma sociedade justa, livre, democrática, vivendo em paz e com bem estar social.

Timor que iniciou a sua vida como Nação livre, democrática e soberana em 2002, está naturalmente num percurso de crescimento e de consolidação democrática. E todo o crescimento tem a sua própria dor e as suas próprias fases.

Estamos certos, e sobretudo desejamos, que a fase que a sociedade timorense vive presentemente seja ultrapassada rapidamente e que, com as próximas eleições, que em democracia representam sempre um impulso, Timor entre numa nova fase.

A nós parlamentares, independentemente de podermos ou não sentir vocação para o desempenho de determinadas atitudes, de podermos ou não aceitar as condições em que estamos, de concordar ou não da forma como a intervenção nos é facultada, não temos é nunca mas mesmo nunca o direito de nos demitirmos da nossa soberana responsabilidade política, que resultante da nossa liberdade e da nossa inteligência é essencial à nossa condição de homens livres.

Demitirmo-nos de lutar pelo que acreditamos seria sempre perder a condição de homens livres e defraudar aqueles que acreditaram em nós.

É com esta responsabilidade que temos de viver e ultrapassar todas as vicissitudes do processo democrático, onde a casa da democracia é sempre e em todas as circunstâncias o parlamento.

Por isso, gostaríamos de reafirmar, Sr. Presidente, a nossa grande confiança em Vossa Excelência e em todos os parlamentares, podendo continuar Vossa Excelência Sr. Presidente a poder contar com o empenho e o apoio da Assembleia da República que aqui hoje todos os partidos portugueses expressam de forma inequívoca com a nossa presença e com o convite que o Presidente da nossa Assembleia da República lhe pede para lhe entregar para uma visita oficial de Vossa Excelência e sua delegação a Portugal.

A solidariedade que nos une ficou hoje mais reforçada que a de ontem e é com a esperança que nos anima que venceremos juntos os desafios que temos pela frente.

Viva o Povo de Timor Leste.

Viva Timor Leste.

Viva Portugal.


José Luis Arnaut
Presidente da Delegação da Assembleia da República.
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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