sábado, novembro 17, 2007

"Se voltar a ser candidato só se for às Nações Unidas"

DN
17.11.07
JOÃO PEDRO HENRIQUES
José Ramos-Horta, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE TIMOR-LESTE

Ontem [anteontem] perguntei- -lhe em Belém como comentava críticas a uma alegada diminuição da cooperação portuguesa em Timor. O senhor, elegantemente, não respondeu. Insisto: está ou não a diminuir?

Não me parece que tenha diminuído. Essas críticas vêm da parte de quem?

Lêem-se em sites timorenses, blogues, etc...

Não, não me parece. Estamos satisfeitos com o envolvimento português.

O Presidente português apelou a que haja mais participação de outros países da CPLP na cooperação com Timor-Leste. Parece-lhe um pedido viável?

O problema de muitos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) são os recursos humanos. Mas Cabo Verde, por exemplo, tem muitos recursos humanos e poderia ajudar muito mais. E poderia recorrer ao co-financiamento, quer da parte de Portugal quer da parte da UE. Porque não um programa trilateral CPLP/Timor-Leste/UE, financiado pela UE, em que os países da CPLP investissem com recursos humanos.

Começa a aparecer investimento estrangeiro em Timor-Leste ou ainda não?

Começa. Há um grande investimento de um português que vive há mais de 30 anos em Sidney e que vai construir o primeiro edifício de dez andares em Timor, para habitação e escritórios.

E no turismo?

Algum, pelo menos três hotéis, para além do Hotel Timor.

Tudo em Díli?

Sim. Mas na ponta leste também há um muito bom, australiano.

O senhor tem insistido muito no investimento da construção de estradas, para acelerar o desenvolvimento. Esse seu apelo tem tido resposta por parte do Governo de Xanana Gusmão?

É sensível, é sensível. Mas, para 2008, o que consta - eu ainda não vi - é que o Orçamento do Estado é modesto, tipo tapa-furos. É para tapar buracos. Espero que em 2008 o Governo aposte a sério em negociações com o Kuwait e com o Governo japonês para um empréstimo, para que em 2009 comecem obras a sério.

E quanto à diversificação dos fundos do petróleo?

Isso é prioritário, absolutamente prioritário. Não podemos ter os fundos todos depositados no Tesouro dos EUA. Temos de diversificar a aplicação desses fundos.

Vai continuar na vida política até quando?

No máximo dos máximos, se tudo correr bem, até 2012, quando o meu mandato terminar.

Quer dizer que não se vai recandidatar?

Exacto. Constitucionalmente podia ser. Mas não vai ser. Se voltar a ser candidato a alguma coisa será às Nações Unidas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Horta a tua ambicao acabou em TINOR LESTE,como Premio Noble Paz,Ministro dos Negocios Estrangeiros,Primeiro ministro e que sem duvida como presidente vai continuar a gozar este posto mais alto ate 2012.
Como disse que ia candidatar-se as Nacoes Unidas e uma ambicao bastante demasiada demagogica pelo que com certeza nao iria de maneira nenhuma alcancar.Ele perdeu ja muinta fama em Timor Leste pelo emvolvimento na crise de Maio e Junho 2006 o que trouxe a maior parte do Povo de Timor Leste a faltar-lhe confianca e respeito.
Para a posicao do Secretario Geral das Nacoes Unidas... nunca... e... nunca... e um sonho mergulhado nas mais profundezas no Oceanico.

Anónimo disse...

"É sensível, é sensível. Mas, para 2008, o que consta - eu ainda não vi - é que o Orçamento do Estado é modesto, tipo tapa-furos. É para tapar buracos. Espero que em 2008 o Governo aposte a sério em negociações com o Kuwait e com o Governo japonês para um empréstimo, para que em 2009 comecem obras a sério."

...Mas quais buracos???? onde têm andado a gastar dinheiro??? não existe nada de visível nem invisível, feito por qualquer governo, nem o anterior nem o presente, o Sr presidente deve estar a gozar ou então sabe mais do que diz...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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