Díli, 11 Mai (Lusa) - Em dia de dupla despedida às forças de segurança, o Presidente timorense afirmou hoje que "corrupção, abuso de poder, favoritismo e partidarismo não são toleráveis na estrutura da Polícia" de Timor-Leste, dando como exemplo o caso de Rogério Lobato.
O ex-ministro Rogério Lobato, condenado a sete anos e meio de prisão por crimes associados à crise política e militar de Abril e Maio de 2006, perdeu o recurso do acórdão do Tribunal Distrital de Díli e foi quinta-feira transportado para a prisão de Becora, em Díli.
O ex-ministro do Interior (até à queda do governo em Junho de 2006) "deve servir de exemplo pela forma digna como aceitou os mecanismos da justiça, assumindo as suas responsabilidades pelos erros e crimes cometidos, uma das principais causas da desestabilização da PNTL", considerou Xanana Gusmão.
O Presidente cessante, como tinha feito de manhã no discurso de despedida das Falintil/Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), elogiou, perante a Polícia, o "apreço pelo trabalho desenvolvido pelos tribunais nacionais que actuaram de forma credível, independente e imparcial no caso do ex-ministro do Interior, o sr. Rogério Lobato".
"Porque falo de justiça, não posso deixar de referir o caso do major Alfredo Reinado", acrescentou o chefe de Estado. "Usando o direito de petição que assiste a todos os cidadãos timorenses, endereçou-me uma carta, solicitando que fosse considerada a sua "boa fé e a consagração pública e formal" para retomar o processo de diálogo e chegar a uma resolução pacífica do conflito, dentro do quadro da justiça", explicou o chefe de Estado.
Foi o Presidente que, por acordo de todos os órgãos de soberania, ordenou, em termos muito ríspidos, a operação de captura de Reinado no final de Fevereiro, depois de o ex-comandante da Polícia Militar ter assaltado dois postos da polícia fronteiriça no oeste do país.
"Os órgãos do Estado analisaram esta petição cuidadosamente, para proceder a uma resposta que não contrarie os princípios da justiça e da equidade mas que permita a solução pacífica do problema", informou Xanana Gusmão perante a PNTL.
"O Estado está empenhado no prevalecimento da justiça, a par de um clima de harmonia e paz", acrescentou.
No mesmo contexto, o presidente cessante recordou à PNTL que "o que aconteceu em Tunubibi e em Salele não poderá voltar a acontecer", em referência aos postos de onde o grupo de Alfredo Reinado levou armas, munições e uniformes. "É inadmissível que a polícia não consiga ter um controlo absoluto sobre as suas armas, demonstrando a fragilidade da instituição", salientou.
"Apelo a todos os agentes que tomem definitivamente uma posição", sublinhou Xanana Gusmão na sua despedida à PNTL antes da tomada de posse, marcada para 20 deste mês, do novo chefe de Estado, José Ramos-Horta, vencedor da segunda volta das eleições presidenciais, realizadas quarta-feira.
"Ou se distanciam destes vícios para encarnar os princípios morais e valores democráticos, a bem da instituição, do país e do povo, ou admitem que não têm o perfil adequado para servir o Estado e optam por outro caminho profissional", acrescentou o presidente.
"Muitos de vós estão de parabéns porque cumpriram bem a vossa missão. Mas muitos de vós não chega. Têm de ser todos", concluiu Xanana Gusmão.
PRM-Lusa/Fim
domingo, maio 13, 2007
Timor-Leste/Eleições: Corrupção e partidarismo na polícia são intoleráveis - Xanana
Por Malai Azul 2 à(s) 21:23
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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