Díli, 11 Mai (Lusa) - José Ramos-Horta, vencedor da segunda volta das eleições presidenciais timorenses segundo o apuramento por distritos, assumiu-se hoje como "capelão espiritual" das Forças Armadas que pretende liderar a modernização das forças de segurança.
"Quando eu fui nomeado ministro da Defesa disse que via o meu papel mais como capelão espiritual das Forças Armadas e é esse trabalho que eu fiz", afirmou o primeiro-ministro após a despedida oficial de Xanana Gusmão, Presidente da República e comandante supremo das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).
"Agora vamos passar para os aspectos organizacionais, da reforma das F-FDTL mas também da Polícia Nacional", adiantou José Ramos-Horta. "Estas duas forças têm que ser modernizadas para que o povo tenha confiança nelas. Sem ambas as instituições reformuladas e profissionalizadas, vamos ter instabilidade durante muito tempo ainda".
José Ramos-Horta admitiu que "há um trabalho de reconciliação" que tem vindo a ser feito desde a crise de Abril e Maio de 2006, que culminou em confrontos armados entre F-FDTL e PNTL.
A agenda do novo Presidente dará uma atenção especial à luta contra a pobreza, disse José Ramos-Horta, seguindo o tom do seu discurso de campanha.
"Terei toda a intenção e determinação em mobilizar os nossos recursos, que não são poucos, em sintonia com o Parlamento, o governo, a sociedade civil, para que possamos, num curto espaço de tempo, encaminhar fundos para as camadas mais pobres da nossa sociedade".
José Ramos-Horta exemplificou com medidas de "transferência directa de 'cash' para os mais pobres e de uma reforma fiscal" que já propôs como primeiro-ministro.
"Quando a situação estiver estabilizada podemos trazer de volta os deslocados às suas casas", acrescentou José Ramos-Horta.
O ainda chefe do Executivo discordou que a crise dos deslocados pudesse ser resolvida mais cedo, "devido à situação de insegurança em Díli nos meses de Julho até Novembro" de 2006.
O período de acalmia que se seguiu foi "interrompido por nova vaga de violência, às vezes provocada por motivação política, organizada por elementos interessados nos campos, que têm interesse em que os campos se mantenham", disse José Ramos-Horta.
"Em paralelo com isso vou pegar a sério na questão económica, em paralelo com o Parlamento. Não se pode falar em democracia se o Presidente da República não tem uma palavra a dizer na luta contra a pobreza", adiantou o primeiro-ministro.
Segundo uma fonte da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Ramos-Horta obteve 283.398 votos na segunda volta das presidenciais de 09 de Maio, o que equivale a 69,13 por cento dos votos expressos.
O seu adversário, Francisco Guterres "Lu Olo", apoiado pela Fretilin, teve 126.525 votos, equivalentes a 30,87 por cento.
PRM Lusa/Fim
domingo, maio 13, 2007
Timor-Leste/Eleições: Ramos-Horta "capelão espiritual" das forças armadas
Por Malai Azul 2 à(s) 21:25
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Um homem de Estado que foi eleito Presidente da República Timorense devia assumir conforme está na Constituição que “é o Chefe de Estado, símbolo e garante da independência nacional e da unidade do Estado, do regular funcionamento das instituições democráticas e o Comandante Supremo das Forças Armadas” e deixar-se dessas patacoadas baratuchas de se auto-afirmar como “capelão espiritual” das Forças Armadas.
Só lhe fica mal e só envergonha os patriotas Timorenses, pois que em Timor-Leste está constitucionalmente definida a separação da igreja do Estado e é obrigação de qualquer cidadão Timorense lembrar-lhe que no acto de investidura, o Presidente da República presta o seguinte juramento:"Juro, por minha honra, cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis e dedicar todas as minhas energias à defesa e consolidação da independência e da unidade nacionais."
E não deixa de ser patética a sua confissão de total inoperância perante a não resolução da situação de insegurança e mesquinha a acusação que faz a incógnitos “elementos interessados nos campos” pela vaga de violência deste ano, omitindo por completo que o Reinado e o seu bando continuam à solta.
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