quinta-feira, outubro 12, 2006

Paula Pinto responde ao relatório do ICG

On the Asia Report N°120 released on 10 October 2006

To Ms. Sydney Jones
ICG South East Asia Project Director
Jakarta, Indonesia
sjones@crisisgroup.org

CC: Robert Templer
ICG Director of Asia Program
New York NY, U.S.
rtempler@icg.org

Dear Ms Jones,

My name is Paula Pinto and we spoke a number of times on the phone, back in 1999, when I was working for Xanana Gusmao in the Jakarta and, later, in the Darwin and the Dili CNRT Offices. Our conversations then were mostly on some of the cases of disappeared resistance members which you were investigating at the time, namely Mau Hodu.

The reason for my writing to you lies in the misinterpretations and erroneous information given in the ICG report (Resolving Timor-Leste’s Crisis, Asia Report N°120, 10 October 2006), namely on two specific issues which regard my private life.

I have just read the report and was flabbergasted to read some of the comments made to argue maneuvering by former Prime Minister Mari Alkatiri and Fretilin (quote) to make its influence felt within F-FDTL (end of quote) namely, as mentioned in footnote # 36, (quote) that Alkatiri was trying to plant a close associate nearby to get Matan Ruak on his side (end of quote) referring to the fact that (quote) Roque Rodrigues, lived at Taur’s house for two years (end of quote).

I have no idea of who the sources of the 'Crisis Group interviews in Dili, September 2006' (source quoted in footnote #36) may be. However, since I am married to Roque Rodrigues and lived in Taur Matan Ruak's house too, I have the duty to clarify, bring out the truth on something which is being used as an argument in the Report, which is utterly and shockingly untrue and request that it be corrected.

In late 1999, UNTAET decided to allocate a house in Dili for then CNRT President Xanana Gusmao - at the time living in a house in Lecidere, almost next door to Turismo Hotel. The President decided to hand over the house to Taur Matan Ruak. At the time, Taur Matan Ruak was single and felt the house was far too big for him to live there alone and it would be most unfair to occupy such a house as a single person.

He asked me if Roque and I would like to move in and share the house with him. I would like to draw your attention to the fact that, at the time of this conversation between Taur Matan Ruak and myself , Roque Rodrigues, Mari Alkatiri and Ramos-Horta were not even in the country yet!

We moved into the house in November 2000 (it took a while to refurbish the destroyed facilities) and stayed there until the 24 of May this year, when the house was attacked. So, it was not for 2 years as mentioned in the report (but rather almost 6 years!) in an attempt to raise the impression that our moving in to share the house was a planned political move by former Prime Minister Mari Alkatiri.

This is utter nonsense as is the usage of a purely personal relationship to argue political manoeuvring and an attack on a third party, as the one you made in this case, on former Prime Minister Mari Alkatiri.

The second issue regards Isabel Ferreira (not 'Pereira' as mentioned in the report) and, following the above-mentioned erroneous rationale, (quote) Then Alkatiri made an unsuccessful bid to get Matan Ruak’s wife, Isabel Pereira, appointed as provador (ombudsman) (end of quote).

Yes, it is true that former Prime Minister Mari Alkatiri fully backed and supported Isabel Ferreira's appointment and election by Parliament to be the Human Rights and Justice Provedor.

I must argue, however, that Ms. Ferreira's competence and skills in carrying out her work as a Human Rights activist for well over a decade and as the Prime Minister's Human Rights Advisor have been widely recognized and acknowledged by counterparts throughout the world and by the international community in Dili. During the Constituent Assembly, Ms Isabel Ferreira was an elected member who focused her tenure on drafting the Constitutional articles on
Human Rights.

If ICG were to ask former UNTAET staff and UNMISET Human Rights Unit staff on who was the person who focused the most in Timor-Leste and worked for the country to become Party State to the Humanitarian Law instruments Timor-Leste undersigned on 10 December 2002 the name that would permanently come up would be that of Ms Isabel Ferreira. Her experience covers many other areas as you know well, namely reconciliation work with Indonesia.

The way the Report refers to this choice as candidate to the post of Provedor is belittleing her capacity, skills and competence in such a long-standing and steadfast work during Indonesian occupation, during the transition and, later, in independent Timor-Leste.

Ms Isabel Ferreira has a long experience of her own and long before she was married to Taur Matan Ruak.

She stands on her own merit and capacity, not because she is married to A, B, or C.

The idea of resorting to a name to make a point to attack former Prime Minister Mari Alkatiri as intended in the usage of Ms Isabel Ferreira's name in the Report is a dishonest form of arguing and a disgusting way of trying to give credibility to the argument in the Report.

Ms Isabel Ferreira deserves much more that the petty belittle reference made in this Report.

When an argument or rationale is based on erroneous and distorted facts as these are is one wonders whether other thesis and arguing in the Report are truly based on confirmed and thoroughly methodical researched 'facts'.

Other mistakes are clearly detected throughout the text, namely on specific events and dates. However, as reported events do not regard me directly, I will refrain from further comments.

Although the Report has already been released, as a credible world known organization ICG should make a correction as the two above references are made based on incorrect and distorted information exclusively aimed at developing a malicious and dishonest rationale.

Yours sincerely,

Paula Pinto

.

9 comentários:

Anónimo disse...

Faltava cá esta delegada do PCP em Timor.

Anónimo disse...

Está a brincar!!?? Delegada do PCP a trabalhar tantos anos com Xanana Gusmão? ... por este andar Xanana Gusmão era um infiltrado do PCP em Timor-Leste!

Não caiam no ridículo!

Anónimo disse...

Anónimo de Quinta-feira, Outubro 12, 2006 5:46:07 PM, o que eu leio aqui são as palavras indignadas de alguém que sentiu a indignação da falta de ética política e moral de uma autora que, encoberta por uma organização, recorreu à mentira para tentar fazer passar mensagens políticas!

PCP!!!??? Ao que chegam! Não têm mesmo tranquilidade interior e honestidade para avaliarem os textos colocados neste Blog. Tentem lê-los por aquilo que afirmam e não por aquilo que os boatos inferem sobre as pessoas ... maioritariamente gerados pelo ciume e a inveja.

Anónimo disse...

De facto, para Sydney Jones vale tudo ... estive a ler a parte a que se refere esta carta com particular acuidade e é mesmo nojento como é possível a autora do relatório chegar tão baixo com a cegueira de querer realizar um ataque a uma pessoa!

Conheço bem o caso em apreço e apenas me resta dizer que nunca pensei ver um dita 'especialista' em direitos humanos revelar tal falta de ética moral e intelectual.

O relatório é fraquíssimo no seu todo, tem inúmeros erros ao longo do texto, de diversa natureza, o que é revelador de ausência de rigor de trabalho e metodológico.

Uma vergonha para o ICG.

Anónimo disse...

Tradução:

Paula Pinto responde ao relatório do ICG
No Asia Report N°120 emitido em 10 Outubro de 2006

Para Ms. Sydney Jones
ICG South East Asia Project Director
Jakarta, Indonesia
sjones@crisisgroup.org

CC: Robert Templer
ICG Director of Asia Program
New York NY, U.S.
rtempler@icg.org

Cara Ms Jones,

O meu nome é Paula Pinto e falámos algumas vezes ao telefone, em 1999, quando eu trabalhava para Xanana Gusmão em Jakarta e, mais tarde, em Darwin e Dili nos escritórios da CNRT. As nossas conversas então foram na sua maioria sobre alguns dos casos de membros da resistência desaparecidos que estava a investigar na altura, nomeadamente de Mau Hodu.

A razão porque lhe escrevo reside nas más interpretações e informação errónea que deu no relatório da ICG (Resolving Timor-Leste’s Crisis, Asia Report N°120, 10 Outubro 2006), nomeadamente em duas questões específicas relacionadas com a minha vida privada.

Acabei de ler o relatório e fiquei espantada ao ler alguns dos comentários que fez para argumentar a manipulação do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri e da Fretilin (citação) para fazer a sua influência sentir-se no seio das F-FDTL (fim de citação) nomeadamente, conforme é mencionado na nota de rodapé # 36, (citação) que Alkatiri estava a tentar inserir um associado próximo para trazer Matan Ruak para o seu lado (fim de citação) referindo o facto que (citação) Roque Rodrigues, viveu em casa de Taur durante dois anos (fim de citação).

Não tenho nenhuma ideia de quem podem ser as fontes das 'Crisis Group interviews in Dili, September 2006' (fonte citada na nota de rodapé #36). Contudo, visto que sou casada com Roque Rodrigues e também vivi em casa de Taur Matan Ruak, tenho o dever de clarificar, de revelar a verdade sobre uma coisa que está a ser usada como um argumento no Relatório, que é total e chocantemente falsa e requerer que isso seja corrigido.

Nos finais de 1999, a UNTAET decidiu distribuir uma casa em Dili para o então Presidente da CNRT Xanana Gusmão - na altura a viver numa casa em Lecidere, quase ao lado do Turismo Hotel. O Presidente decidiu entregar a casa a Taur Matan Ruak. Na altura, Taur Matan Ruak era solteiro e sentiu que a casa era demasiado grande para lá viver sozinho e que seria muito injusto tal casa ser ocupada por uma pessoa solteira.

Perguntou-me se Roque e eu gostaríamos de mudar e partilhar a casa com ele. Gostaria de chamar a sua atenção para o facto de, na altura desta conversa entre Taur Matan Ruak e eu própria, Roque Rodrigues, Mari Alkatiri e Ramos-Horta nem sequer ainda estavam no país!

Mudamo-nos para a casa em Novembro de 2000 (demorou algum tempo reconstruir as instalações destruídas) e ficámos lá até 24 de Maio deste ano, quando a casa foi atacada. Assim, não foi durante 2 anos como é mencionado no relatório (mas antes quase 6 anos!) numa tentativa para levantar a impressão de que a nossa mudança para partilhar a casa foi uma acção política planeada pelo antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

Isto é um total disparate pois é o uso de uma relação puramente pessoal para argumentar manipulação política e um ataque a uma terceira parte, como a que faz neste caso, contra o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

A segunda questão diz respeito a Isabel Ferreira (não 'Pereira' como mencionou no relatório) e, seguindo o acima mencionado raciocínio erróneo, (citação) Então Alkatiri fez uma jogada sem sucesso para ter a mulher de Matan Ruak, Isabel Pereira, nomeada como provedora (ombudsman) (fim de citação).

Sim, é verdade que o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri endossou totalmente e apoiou a nomeação de Isabel Ferreira e a eleição pelo Parlamento para ser a Provedora dos Direitos Humanos e Justiça.

Devo argumentar, contudo, que a competência da Senhora Ferreira e as suas capacidades para desenvolver o seu trabalho como activista de Direitos Humanos durante mais de uma década e como Conselheira dos Direitos Humanos do Primeiro-Ministro são alargadamente conhecidas por contrapartes através do mundo e pela comunidade internacional em Dili. Durante a Assembleia Constituinte, a Senhora Isabel Ferreira foi uma deputada eleita que focou o exercício do seu cargo na escrita dos artigos Constitucionais sobre os Direitos Humanos.

Se o ICG tivesse consultado o pessoal do antigo UNTAET e o pessoal da Unidade dos Direitos Humanos da UNMISET sobre quem foi a pessoa quem mais se focou em Timor-Leste e quem mais trabalhou para o país se tornar um Estado com leis humanitárias que Timor-Leste subscreveu em 10 de Dezembro de 2002, o nome que seria permanentemente citado seria o da Senhora Isabel Ferreira. A sua experiência cobre muitas outras áreas como bem sabe, nomeadamente o trabalho de reconciliação com a Indonésia.

O modo como o Relatório se refere a esta escolha como candidata ao posto de Provedor está a desvalorizar a sua capacidade, habilitações e competência num trabalho de tão longa permanência e constância durante a ocupação Indonésia, durante a transição, e depois em Timor-Leste independente.

A Senhora Isabel Ferreira tem uma longa experiência dela própria e de muito tempo antes de estar casada com Taur Matan Ruak.

Ela distingue-se pelo seu próprio mérito e capacidade, não porque está casada com A, B, ou C.

A ideia de lançar mão a um nome para provar seu ponto de vista para atacar o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri como foi intenção com o uso do nome da Senhora Isabel Ferreira no Relatório é uma forma desonesta de argumentar e é uma maneira desagradável de tentar dar credibilidade ao argumento no Relatório.

A Senhora Isabel Ferreira merece muito mais do que a referência mesquinha e pequenina feita neste Relatório.

Quando um argumento ou raciocínio é baseado em factos erróneos e distorcidos como são estes uma pessoa pergunta a si própria se outras teses e argumentações no Relatório são na verdade baseados em ‘factos’ confirmados e investigados adequada e metodicamente.

Detectam-se claramente outros erros no texto, nomeadamente em eventos específicos e em datas. Contudo como os eventos relatados não me dizem directamente respeito, privo-me de mais comentários.

Apesar do Relatório já ter sido emitido, o ICG como uma organização conhecida credível no mundo devia fazer uma correcção porque as duas referências acima apontadas são feitas com base em informação incorrecta e distorcida que visa exclusivamente desenvolver um raciocínio malicioso e desonesto.

Sinceramente,

Paula Pinto

.

Anónimo disse...

Sera Que Margarida e Paula Pinto?

Anónimo disse...

Já expliquei mas torno a explicar: a Margarida é a Margarida e só a Margarida, anónima cidadã portuguesa que nem nunca sequer foi a Timor-Leste mas que admira a resiliência, a moderação, a tolerância, o espírito de sacrifício e a combatividade de tantas gerações de Timorenses para serem independentes e soberanos. E também a sua inteligência política bem demonstrada nas eleições de 2001 e de 2005. E que agora anda bastante preocupada por ainda haver tantos milhares de deslocados, mais de duas mil casas destruídas, tantos jovens em lutas gratuitas e sem sentido e tantas crianças a dormirem em tendas, quase ao relento. E também revoltada por as tropas Australianas ainda aí estarem numa humilhação a todos os nacionalistas Timorenses que tanto passaram para correr com os invasores.

Mas ao mesmo tempo orgulhosa por terem líderes da craveira dum Lu'Olo, dum Alkatiri e por terem na hierarquia das Forças de Defesa, comandantes honrados e patriotas que não deixaram atropelar a Constituição e as leis e que souberam dizer não a figuras gradas, nacionais e internacionais. E mulheres dignas e corajosas como a Paula Pinto e a Isabel Ferreira que eu não conheço mas a quem mando um abraço de solidariedade e uma palavra de agradecimento e de respeito por terem sabido passar por esta situação difícil de terem a sua casa destruída sem se lhes ouvir uma recriminação.

Anónimo disse...

"E também a sua inteligência política bem demonstrada nas eleições de 2001 e de 2005."

Inteligência de quem exactamente?

Em 2001, 68% pensavam que iam votar para eleger o PR, em 2005, foi a marosca que sabemos com impedimentos ficticios de candidatos das oposições. Fez-me lembrar os boicotes de Salazar aos delegados de Humberto Delgado.

E se em 2007 votarem moutros partidos, será que vão ser ainda inteligentes?

Também podemos assumir que os eleitores que votam nas maiorias são sempre inteligentes.

Mas assim sendo, temos que assumir que que os em Portugal votam PCP são burros. Às tantas... ainda não tinha visto isto por este prisma. Obrigado Margarida.

Anónimo disse...

Infelizmente a nossa oposicao eh o que se ve reflectida nalguns dos comentarios aqui reproduzidos. Andam aos encontroes para ver quem diz maior asneira! Pobre oposicao!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.