quinta-feira, outubro 12, 2006

De um leitor

Mal do Mundo se não houvesse quem se indignasse! Quando se está perante a mentira, as pessoas têm mesmo de a denunciar. O provérbio a que este anónimo recorre não se aplica de todo neste caso.

Acho muito bem que Mari Alkatiri tenha reagido ao Relatório se o considera baseado em falsidade e mentira.

No dia em que as pessoas se calarem perante a mentira, bem podemos desistir do Mundo!

Por outro lado, porque é que Mari Alkatiri não há-de falar? É um cidadão timorense como o são outros mais de 900 mil e com responsabilidades cívico-políticas superiores à maioria dos cidadãos.

Sem dúvida que a História o julgará, mas não receio essse momento porque só quem vive no resentimento, na ambição cega de poder e no sectarismo ideológico doentio é que tenta formular um veredicto histórico por antecipação. Infelizmente parece ter sido o caso do PR nos dois discursos que formulou em dois momentos decisivos da crise: despoletá-la de forma generalizada (Março 2006) e desferir a machadada final (Junho 2006).

Muito poucos no mundo teriam a coragem de agarrar num país como Timor-Leste na altura e circunstâncias em que Mari Alkatiri o fez. Cometeu erros? Quem não os cometeu em TL? Alguém tinha experiência de governação quando TL se tornou independente?

A diferença reside no facto de Mari Alkatiri ter tido a ombridade de recorrer ao conhecimento de peritos para agarrar todos os sectores mais sensíveis ao desenvolvimento do país, com uma visão que vai bem para além dos meros cinco anos de legislatura. Um país como Timor-Leste tem de olhar o desenvolvimento a 20, trinta anos de distância... foi o que Mari Alkatiri fez e não o jogo da demagogia populista de avançar com planos de cinco anos para assegurar re-eleições sucessivas.

Sem dúvida que a História o julgará ... mas até lá, não sejamos mais papista que o Papa!

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6 comentários:

Anónimo disse...

Nao! Malae Azul nao percebes raspas do que e um Plano de Desenvolvimento que nao e apenas para servir interesses eleitorais. Essa historia de luta contra a pobreza e mesmo so demagogia. Qualquer plano de desenvovimento deve ser tracado, pelo menos para um periodo de 20-25 anos com objectivos precisos. Para la se chegar ha que fazer a sua subdivisao em planos quinquinais ou quadrianuais e estes em planos anuais, com metas estabelecidas E isso exactamente que Mari Alkatiri se esqueceu de fazer. Ele aproveitou-se de um plano de 20 manos feito por iniciativa de Xanana mas nunca fez planos intercalares. Nao ha nada a nao ser verborreia de que se vai lutar pela eliminacao da pobreza.
Este e um pais onde nao se fazem investimentos reprodutivos. Recebe-se os dinheiros do petroleo, e toca a deposita-los nos bancos, pondo assim o dineiro timorense ao servico de paises estrangeiros, ficando os timorenses a chucharem nos dedos dos pes. Nao sabem e querem ensinar o que nao sabem. Pronto, chega, vou agora ao Belak meter gasolina na minha Karreta com senha do estado.
Karreta Estado

Anónimo disse...

Macksander C. said... (tambem noutro comments de UM LEITOR)

A ascenssao de Mari Alkatiri para o numero Um de Timor (PM) foi algo surpreendente e indesejavel para muitas pessoas (para nao dizer a maioria).
A verdade ee que Alkatiri sendo um Aarabe (digo sem sentimentos racistas) que estava na FRETILIN durante a Resistencia como um activista secundario comparado ao LuOlo, Xanana, Horta, Huno, Hodu, Guterres, Abilio Araujo, a Igreja e demais,- subindo ao poder, o poder tambem lhe subiu aa cabecca e ignorou o essencial da solidariedade na compartilha das alegrias para a Construcao de Timor Independente.

Por isso, por mais melhorias (achievements) que se facca e que nao envolvia nenhuma participacao da componente historica da Resistencia ate a Independencia, Mari Alkatiri so estava a construir o seu "PALACIO DOURADO sob os alicerces de areia no deserto do SAHARA".

Se algo foi feito, ninguem sabe e sente.
( O leitor, por favor, passa a decrever esses feitos em vez de perguntar, porque ninguem sabe ou nem quer saber).

O Povinho que tem familiares dispersos por todo o mundo, conhece o sistema de vida que os Governos de Portugal, Inglaterra e Australia dispoe para essa comunidade emigrante. Por isso se descrever esses feitos, pode talves criar saliva nas bocas e convencer de que nao precisam mais de pensar em emigrar para o estrangeiro.

A atitude normal dos Timorenses quanto a esses beneficios que o leitor quer fazer crer que se criaram para Timor seria a de dizer o seguinte:
- Se fomos todos nois ee que lutamos para essa Independencia e hoje, so Voce, Alkatiri, ee que quer colher os louros sozinho???

- Porque esta arrogancia, esta vaidade de auto-isolar-se no seu Palacio Dourado e como se estivesse a dizer para todos - so eu, e, so eu, mais ninguem???

- Se algo foi conseguido, porque estava com ele uma equipa capaz e capacitada dos meios que dispunham para tal. O que se pergunta ee se foi o melhor para todos? Ou somente para encher a arrogancia e a vaidade de Alkatiri???

- Superavit financeiro e divida externa ee algo que Os Bancos Mundiais compreenderiam melhor e assim puder depositar os $850 Milhoes de Dolares do Petroleo dos Timorenses;

-Infelizmente, ca em Timor, a maioria das pessoas estao cheias de dividas aos Bancos e para com os seus irmaos e amigos e nao teem onde virar-se para puder repor essas dividas;

-Ora, conhecemos todos que Alkatiri, como estadista que ee, vai dizer que eles (os Timorenses)sao todos parvos;

-Os resultados do Inquerito nao vao alterar em nada respeitante a incompetencia da Governacao de Alkatiri em relaccao as causas que estavam na origem desta crise;

-Os resultados irao facilitar o processo da Reconciliacao "simu Malu" a estilo da Cultura Timorense, mas nao poupara a incompetencia da Governacao Alkatiri;

-Esquecer as causas desta crise seria deturpar as mentes e lancar areias aos olhos dos Timorenses;

Anónimo disse...

Não concordo com a arrogância e a vaidade. Diria antes comedimento, sensatez e grande seriedade. O grande pecado foi, a meu ver a falta de política: isto é, de explicar, de dialogar com a população explicando o que estava a ser feito para quê para colher que frutos quando. Só o comité central sabia o que se passava. E também não fazia o seu trabalho político de explicar e envolver as pessoas.
Ainda vão a tempo!

Anónimo disse...

Nas eleições de 2001 a Fretilin com Mari à frente teve 57,37% nas eleições. Depois em 2005, quando o Mari já era mais conhecido, a Fretilin teve cerca de 80% nas eleições locais. Parece que é este o maior "crime" do Alkatiri para certos opositores. Parece que afinal os Timorenses até reconhecem os esforços que a Fretilin e o Mari têm desenvolvido e têm-nos recompensado nas urnas de votos. O resto é alguma garganeirice, isto é, alguma dor de cotovelo.

Anónimo disse...

Esta discussão não faz sentido, porque Alkatiri já não é 1º Ministro de TL. Bem ou mal, ele já foi deposto.

No entanto, derrubar um 1º Ministro pelas suas opções económicas, conforme reza a crítica de Macksander C., é absurdo e ilegal em qualquer país do mundo.

Por outro lado, não nos esqueçamos de quem é o actual 1º Ministro e de quem foi o principal responsável pela demissão do anterior (e correspondente Governo).

Anónimo disse...

Nao, Margarida, ninguem reparou ainda que Ramos Horta nunca se submeteu a eleicoes. Assim tambem Mari Alkatiri. So Xanana e que se submeteu a eleicoes e ganhou. Todos os outros que hoje cantam com voz`grossa foram nomeados pelos partidos que os pos nas suas listas que ficaram nas secretarias, apenas

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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