quinta-feira, outubro 12, 2006

Crise em Timor "está longe do fim", diz relatório

Público - Quarta, 11 de Outubro de 2006
Adelino Gomes

Timor-Leste pode recuperar da crise que abala o país desde Abril, mas "as feridas são profundas", indica um relatório ontem divulgado pelo International Crisis Group, organização não-governamental de prevenção de conflitos, com sede em Bruxelas.

A iminente divulgação do relatório de uma comissão especial da ONU encarregada de apontar os nomes dos responsáveis dos actos de violência que levaram à morte de mais de três dezenas de pessoas em Díli, em Abril e Maio passados, é "potencialmente explosiva". Como as eleições de Maio do ano que vem o podem ser, prossegue o documento (ver na íntegra, em inglês, em www.publico.pt), que conclui: "Com alguma criatividade, concentração e vontade política, Timor-Leste pode retomar o seu rumo, mas as feridas são profundas, e requerem enorme magnanimidade da parte de um pequeno grupo de actores-chave."

Toda a crise, explica o relatório, gira à volta de oito pessoas, que partilham uma história com 30 anos: Xanana Gusmão, Mari Alkatiri, Rogério Lobato, José Ramos-Horta, Taur Matan Ruak e o seu chefe do Estado-Maior, coronel Lere, Ana Pessoa e Roque Rodrigues, erradamente indicado como ainda sendo ministro da Defesa.

O relatório situa as raízes do conflito "em parte, nas lutas e traições ocorridas dentro da Fretilin, imediatamente antes e durante a ocupação indonésia" e termina com 15 recomendações ao Governo timorense, à ONU em geral e ao secretário-geral da organização em particular, a quem é pedida a nomeação de um seu representante especial "empenhado" (activist, no original) e que "não fuja do conflito".

As recomendações abarcam essencialmente questões relacionadas com as forças de segurança, nomeadamente uma clarificação dos papéis das forças armadas e da polícia e a resolução "com urgência" do problema dos "desertores das F-FDTL", seja através de acções judiciais, "quando apropriadas", ou da canalização dos restantes para o exército ou empregos civis.

Outras recomendações incluem a criação de uma bolsa de emprego para a juventude urbana, de modo a reduzir, ao mesmo tempo, a sua propensão para a violência e a percentagem de desemprego, que ultrapassa os 40 por cento neste grupo etário e a procura de acordo entre os líderes partidários à volta de um código de ética política com vista às eleições de Maio de 2007.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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