quinta-feira, outubro 12, 2006

Gusmão aconselhado a ficar de fora das eleições

Tradução da Margarida.
AP
Outubro 11, 2006

DILI: A violência pode regressar a Timor-Leste antes das eleições gerais no próximo ano, avisou um grupo de prevenção de conflitos.

Também recomendou que o presidente do país e o antigo primeiro-ministro fiquem de fora das eleições para ajudar a reduzir as tensões.

Na sua última avaliação da situação em Timor-Leste, o International Crisis Group, avisou o Presidente Xanana Gusmão "para pensar o impensável - não ter nenhum papel nas eleições de 2007 para que possam imergir novos líderes ".

A mais nova nação da Ásia continua num limbo político depois de facções rivais das forças armadas se terem confrontado nas ruas da capital em Abril e Maio, matando mais de 30 pessoas e pondo 150,000 a fugir das suas casas.

Foram despachadas tropas estrangeiras para restaurar a ordem e foi instalado um governo de transição até se poderem realizar eleições em Maio de 2007, mas ninguém foi ainda trazido à justiça por causa do derramamento de sangue.

Muito depende duma avaliação duma Comissão Especial Independente de Inquérito da ONU, que vai indicar os nomes de individuos que acha deems responsáveis.

Era suposto que as descobertas fossem emitidas na semana passada, mas a publicação tem sido atrasada por receio de que possa desencadear mais violência.

Isso aborreceu a Fretilin, a partido do poder do removido Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, que pediu hoje que o relatório seja apresentado no parlamento dentro das próximas 24 horas de modo que possa ser conhecida a verdade por detrás do recente desassossego.

Até então, residentes e membros da imprensa continuarão a espalhar "rumores e insultos, difamando da Fretilin e a sua liderança " disse José Reis, o vice-Secretário-Geral do partido.

Esforços estrangeiros para ajudar Dili a criar instituições independentes e ultrapassar divisões nos militares e na polícia falharão "a não ser que os dois queiram passar ao lado de desconfianças mútuas e discutir como ultrapassar a ‘polarização’ das forças de segurança, disse o think tank.

O breve lapso de Timor-Leste no caos pelo desencadeado pela decisão de Alkatiri em Março de despedir 600 soldados, cerca de um terço das forças armadas, que acusaram a liderança militar de discriminação.

Mas vem de muito mais atrás de alianças formadas quando Timor.Leste estava sob governação Indonésia.

O ICG disse que os comentários públicos de Gusmão tinham azedado a atmosfera por assentarem "em poços de amargura e de traição pessoal ".

A sua luta pelo poder com Alkatiri e a intervenção que fez “tornou quase impossível juntar na mesma sala membros da elite política, quanto mais trabalhar numa estratégia comum para resolver a crise”, disse.

No auge da violência, facções das forças armadas e da polícia travaram tiroteios na rua enquanto gangs corriam Dili queimando e pilhando e perseguindo opositores conhecidos com catanas.

Um estimado de 100,000 pessoas mantém-se deslocada, metade delas na capital da mais pobre nação do mundo, medida per capita.

O relatório do ICG, "Resolução da Crise em Timor Leste", diz que as divisões internas são a ameaça mais grave para as eleições e que "a mais importante garantia contra a violência pode ser se as figuras mais controversas na capital desistirem voluntariamente das eleições ".

Não faz nenhumas recomendações para o papel de José Ramos-Horta, um laureado do prémio Nobel da paz, que imergiu da crise como o responsável do governo transitório.

A calma regressou pouco depois da chegada de tropas estrangeiras, mas os problemas de base não foram resolvidos e uma força de paz da ONU a longo prazo é vista como a chave para manter a ordem.

Timor-Leste rompeu de 24 anos de governo brutal Indonésio em 1999 num referendo patrocinado pela ONU.

O seu futuro, diz o ICG, está nas mãos de menos de uma dúzia de jogadores chave cuja vontade política e criatividade é necessária para pôr Timor-Leste, uma vez a história de sucesso da ONU na construção de nação, de regresso aos carris.


Comentário:

Pouca objectividade deste relatório, que nega a existência de interferências estrangeiras na crise, ao recomendar que Xanana Gusmão e Mari Alkatiri não sejam candidatos.

Xanana já tinha decidido antes da crise não ser candidato em 2007 há muito tempo.

Recomendar que Mari Alkatiri não o seja é ir de encontro aos objectivos do golpe de Estado que afastou o ex-Primeiro-Ministro.

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1 comentário:

Anónimo disse...

mais um título infeliz da malai azul e companhia, porque o relatório fala em gusmão e alkatiri, mas a malai quer tapar o sol com a peneira.
é pena, mas de alguma forma confirma o enviezamento deste blogue.
recicle-se, querida, recicle-se.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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