Diário de Notícias, 5 de Abril de 2007
Por: Armando Rafael
O Presidente Xanana Gusmão marcou ontem o último dia de campanha para as eleições presidenciais que se realizam segunda-feira em Timor-Leste, surgindo ao lado de Ramos-Horta num comício em Díli.
Um apoio esperado, atendendo à cumplicidade que sempre existiu entre Xanana Gusmão e Ramos-Horta, e que já tinha ficado bem expresso no primeiro dia de campanha, quando Kristy Sword, a mulher do Presidente, assistiu a um outro comício do ainda primeiro-ministro.
Só que este apoio, manifestado no último dia útil de uma campanha que acaba por ser prejudicada pelo período de Páscoa, surgiu na mesma altura em que o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, padre Martinho Gusmão, quebrou o seu dever de imparcialidade para revelar que tenciona votar em Fernando Lassama Araújo, que lidera o Partido Democrático (PD) e que é também candidato nestas eleições.
O que foi logo interpretado como um sinal de que a Igreja Católica timorense, que é normalmente muito disciplinada, tinha deixado cair Ramos-Horta, passando a apostar no líder do PD para travar aquele que parece ser o grande favorito nestas eleições: Francisco Guterres ("Lu-Olo"), o candidato da Fretilin.
Mas como Martinho Gusmão é também visto em Timor-Leste como alguém muito próximo de Xanana, esta mensagem - se é que ela foi intencional - corre agora sérios riscos de só contribuir para baralhar os eleitores que se opõem ao predomínio que a Fretilin tem tido desde a independência.
E que bem poderá continuar depois de segunda-feira, a avaliar pelos apoios que "Lu-Olo" foi capaz de mostrar nos últimos comícios. Incluindo aquele que ontem realizou na capital e que levou o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri a afirmar que a Fretilin "é um tsunami que pode liderar" Timor-Leste, minimizando o apoio que Xanana Gusmão deu a Ramos-Horta.
Num dia e num local também escolhidos por Fernando Lassama, João Carrascalão e Francisco Xavier do Amaral para encerrarem as suas campanhas, ajudando a explicar parte dos confrontos que se verificaram em Díli e que envolveram apoiantes dos diferentes candidatos.
Acabando por obrigar os militares australianos e as forças de segurança da ONU a terem de intervir. Nomeadamente na zona em que está a instalada A embaixada de Camberra, junto à estrada que liga o centro da cidade ao aeroporto.
Confrontos e apedrejamentos de que resultaram 19 feridos, um dos quais foi hospitalizado em estado grave, e que levaram ainda a polícia da ONU a ter de "libertar" um grupo de apoiantes da candidatura de Ramos-Horta que tinha ficado "retido" noutro ponto da cidade.
quinta-feira, abril 05, 2007
Xanana Gusmão apoia Ramos-Horta e Alkatiri promete tsunami da Fretilin
Por Malai Azul 2 à(s) 20:16
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Este Armando Rafael nao sabe mesmo o que escreve.
Metinaro, local onde ficaram retidos os apoiantes de Ramos Horta nao eh "noutro ponto da cidade".
En fulano eh mesmo treinador de bancada...
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