quinta-feira, abril 05, 2007

FRETILIN é tsunami que pode liderar país -"Lu-Olo"

Díli, 04 Abr (Lusa) - Francisco Guterres "Lu-Olo", candidato da FRETILIN, partido maioritário no parlamento timorense, afirmou hoje em Dili, no último comício de campanha, confiar na vitória desta força política, que "é um 'tsunami' que pode liderar o país".

O comício de apoio à candidatura de Francisco Guterres "Lu- Olo", na periferia da capital, juntou milhares de apoiantes que depois seguiram em camiões de caixa aberta para o centro da cidade, numa caravana que, segundo um oficial das forças internacionais de segurança, era composta por "mais de 400 veículos".

Francisco Guterres "Lu-Olo", presidente do Parlamento Nacional e antigo comandante da guerrilha, pediu que fosse cumprido "um minuto de silêncio por Nicolau Lobato e Konis Santana e por todos aqueles que tombaram em defesa da pátria".

Reclamando ser "filho de uma família pobre", "Lu-Olo" recordou, ao longo de uma hora, a história da FRETILIN, desde a formação em 1974 até ao presente, e aproveitou para criticar os outros candidatos à presidência de Timor-Leste.

"Os nossos adversários dizem que se ganharem as eleições o petróleo vai jorrar nas casas de todos os timorenses. Se é assim, eu fico preocupado porque parece que vai haver muitos incêndios em Timor-Leste", ironizou o candidato apoiado pela FRETILIN. Mari Alkatiri, secretário-geral da FRETILIN, que acompanhou o candidato do partido durante a campanha eleitoral e também interveio no comício, declarou que Francisco Guterres "Lu-Olo" vai vencer as eleições e que o partido representa o povo timorense.

"Já temos a vitória garantida, o presidente 'Lu-Olo' já é Presidente da República", afirmou Alkatiri, cuja intervenção se prolongou por duas horas.
Alkatiri afirmou que não tem dúvidas sobre a mensagem da FRETILIN durante a campanha de apoio a Francisco Guterres "Lu-Olo" e que o partido "luta desde 1974" para unir o povo.

"Nós temos a força do povo. Hoje a FRETILIN tornou-se num 'tsunami' de amor e de paz, sem 'loromonu' e sem 'lorosae'", acrescentou o antigo primeiro-ministro referindo-se às alegadas rivalidades entre os timorenses de oeste e de leste, respectivamente.

O secretário-geral da FRETILIN criticou o primeiro-ministro José Ramos-Horta, também candidato à presidência da República, que acusou de não ter resolvido a crise que o país atravessa desde 2006.

"A FRETILIN está triste porque desde Abril do ano passado Timor-Leste está a viver uma crise. Temos pessoas a viver em barracas.

Alguns dizem que é por minha causa. Eu entreguei o meu lugar mas eles não conseguiram resolver os problemas", esclareceu.

"O problema do Alfredo Reinado não está resolvido, os problemas dos deslocados não estão resolvidos e ainda por cima fizeram um jardim em frente do Palácio como se essa fosse a prioridade do país", acusou Mari Alkatiri.

Referindo-se a José Ramos-Horta e ao actual Presidente da República, Xanana Gusmão, o secretário-geral da FRETILIN afirmou que o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o novo partido que usa a mesma sigla do antigo Conselho Nacional da Resistência Timorense, que apoiará Xanana nas legislativas, não vai prejudicar a FRETILIN.

As eleições legislativas ainda não têm data marcada, mas deverão realizar-se em Junho ou Julho deste ano.

"A luta foi iniciada pela FRETILIN e entre 1975 e 1999 foi criado o Conselho Nacional da Resistência Maubere e o Conselho Nacional da Resistência Timorense, que teve como mãe a FRETILIN e como pai o povo timorense.

Agora temos um CNRT que teve como mãe a crise e como pai o golpe e portanto não devemos acreditar neles", vincou.

"Alguns dizem que eu tenho medo e que estou a tremer de medo por causa do CNRT, mas a única coisa que me faz tremer é a malária", acrescentou.

Sobre o apoio manifestado por Xanana Gusmão à candidatura de José Ramos-Horta, Alkatiri afirmou que o primeiro-ministro e o Presidente da República estão a trabalhar em conjunto como se Timor- Leste "fosse a casa deles".
PSP-Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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