segunda-feira, abril 09, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

Eleições em Timor-Leste, Ramos-Horta responde aos comentórios do padre Martinho Gusmão.

Ramos-Horta, constrói pontes na divisão política religiosa e social para fazer a paz. É tempo para ouvir, tempo para mudar. Ouça aqui a entrevista onde o Dr. Ramos-Horta fala acerca da sua visão e política para Timor-Leste. Visite www.ramos-horta.org

Fonte: peaceeasttimor
Abril 06, 2007 01:57:09

(PRLog.Org) – Dili - Abril 5, 2007 – Em contraste com o representante da igreja na Comissão Nacional Eleitoral em Timor-Leste, igrejas espalhadas pelo país fizeram esforços chave para separar a santidade da igreja do furor das próximas eleições – evitando conflitos no seio das suas paróquias.

O Dr José Ramos-Horta trabalhou estreitamente com a igreja católica para estabelecer um diálogo pacífico desde a independência. Foi o primeiro representante Timor-Leste convidado para ter uma audiência em Roma com o papa, o papa Bento XVI.

“Fiquei honrado por estar na presença de um tal homem de fé, de grande intelecto e um dos grandes líderes do nosso tempo,” disse Ramos-Horta. “Fui recebido com muito calor e o papa expressou os seus melhores desejos para todo o povo de Timor-Leste”

Ontem à noite em Dili, Ramos-Horta respondeu à última decisão do padre Martinho Gusmão de endossar um candidato seu opositor. “O que é perturbador não é que um funcionário da igreja escolha apoiar um candidato, isso está dentro do seu direito como cidadão e homem de deus. O que é perturbador é que ele foi nomeado para ser um membro objectivo da Comissão Eleitoral, e mesmo assim, ele ainda escolheu endossar publicamente um candidate.”

“Estaria igualmente desiludido se o representante nomeado pela igreja na Comissão Eleitoral me endossasse. Isto é muito preocupante na nossa viagem para sermos uma verdadeira democracia. Sei que não estou sozinho neste sentimento, a hierarquia da igreja está igualmente chocada com a sua indiscrição. Não é consistente com as visões da igreja, e não é consistente com o seu papel na Comissão Eleitoral.”

Em 2006, um relatório crítico recomendava que os correntes autores políticos se deviam retirar da arena política para neutralizar confrontos voláteis entre facções, encorajando a visão de que a introdução de novas presenças políticas lá, poria um termo à violência nas comunidades em Timor-Leste.

Ramos-Horta falou com reflexão e honestidade, “Se eu pensasse que a violência acabaria se eu saísse da vida política, já teria saído há muito tempo, ter-me-ia submetido voluntariamente para benefício do meu povo. Contudo não é esta a resposta para prevenir a violência; uma democracia estável previne a violência; criar empregos previne a violência; educar os nossos jovens previne a violência; acabar com a pobreza previne a violência. Esta é uma tarefa para um líder que compreende a economia, que compreende a justiça social, que compreende o serviço público, que compreende a diplomacia doméstica e estrangeira. Isto exige um homem que tenha experiência, compaixão, fé, e por último mas mais importante um plano para alimentar os pobres, vestir os nús e hospedar os idosos, Um homem que tenha um plano para construir uma nação – esta é a minha ordem de serviço”

“Através desta crise, desde o começo em Abril/Maio do ano passado, quando o diálogo se quebrou entre a Fretilin e o presidente, a Fretilin e a igreja, a Fretilin e os outros partidos políticos, eu fui a pessoa que manteve as portas abertas para construir as pontes do diálogo. Estava frequentemente em contacto com a liderança da Fretilin, com o presidente, com a igreja, com a gente comum, a fazer tudo o que era capaz para prevenir uma escalada de violência e de tensões.”

Fim.

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Candidatos alegam manipulação nas eleições de Timor-Leste
AFP – 6 Abril 2007

Dili – Metade dos candidatos nas eleições presidenciais de Tiomor-Leste disseram na Sexta-feira que receiam que tenham sido feitas muitas tentativas para manipular o processo eleitoral antes das eleições de Segunda-feira.

"receamos que haja muitas tentativas para manipular todo o processo eleitoral," disseram os candidatos numa declaração conjunta.

"Tem havido muita intimidação, muita violência e muitas ameaças. Receamos que a violência possa ocorrer no dia das eleições."

A declaração foi lida numa conferência de imprensa por João Viegas Carrascalão, um dos oito candidatos que tentam substituir o Presidente Xanana Gusmão na eleição, a primeira desde a independência de Timor-Leste em 2002.

Junto a ele na conferência de imprensa estava Fernando "Lasama" De Araujo, o presidente do Partido Democrático da oposição, que é um concorrente forte para ganhar as eleições.

Lúcia Lobato, concorrendo pelo partido Social Democrata Timorense da oposição e Francisco Xavier do Amaral, o presidente da Associação Social Democrata Timorense (ASDT) da oposição, também estiveram presentes.

"Pedimos à ONU para garantir a segurança e estar alerta sobre todas estas tentativas de manipulação e se a ONU não tomar medidas providenciaremos a nossa própria segurança e os nossos próprios observadores," disse Carrascalão.

"Em muitos casos apresentámos queixas junto das autoridades apropriadas e até agora não vimos que tomassem qualquer medida."

Pelo menos 32 pessoas ficaram feridas na Quarta-feira em vários confrontos entre apoiantes de candidatos rivais na capital Dili e à sua volta, disse a ONU.
Pedras foram atiradas, cinco pessoas foram feridas com dardos de metal, e num incidente a polícia da ONU disse que dispararam tiros de aviso no decurso de desassossego perto da embaixada Australiana em Dili.

Mas Atul Khare, responsável da missão da ONU em Timor-Leste, disse que a maioria dos eventos da campanha tinham sido pacíficos.

Dois outros candidatos considerados possíveis vencedores das eleições não se juntaram à conferência. São o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, e Francisco "Lu-Olo" Guterres do partido no poder, a Fretilin.

A Indonésia ocupou Timor-Leste durante 24 anos antes de a antiga colónia Portuguesa ter ganho a independência em 2002 depois de um período de administração pela ONU.

A violência tem pulsado através do jovem Estado e no ano passado pelo menos 37 pessoas foram mortas e mais de 150,000 fugiram das suas casas no desassossego que levou ao envio de tropas internacionais lideradas pelos Australianos.

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Evitem a violência, diz o partido no poder de Timor-Leste aos seus apoiantes

Dili, Abril 6 (AFP) – O partido no poder em Timor-Leste apelou na Sexta-feira aos seus apoiantes para evitarem causar desassossego nas eleições presidenciais de Segunda-feira.
Pediu aos seus próprios apoiantes bem como aos dos outros partidos para agirem "com um alto grau de tolerância e contenção."

A declaração diz quer cerca de 40 apoiantes da Fretilin foram hospitalizados desde Quarta-feira na Dili, na cidade da montanha de Gleno a sul de Dili, e na segunda maior cidade de Timor-Leste, Baucau.

"A violência é uma arma de quem não quer a democracia," diz a Fretilin.
A ONU disse que pelo menos 32 pessoas ficaram feridas em confrontos relacionados com as eleições na Quarta-feira em Dili e à sua volta, apesar de a maioria da campanha presidencial de duas semanas ter sido pacífica.

A Fretilin diz que o seu secretário-geral, Mari Alkatiri, visitou na Sexta-feira, os feridos no hospital.

Alkatiri e o candidato presidencial do partido, Francisco "Lu-Olo" Guterres, expressou simpatia às vítimas, independentemente da sua filiação política, disse.

A Fretilin liderou a luta pela independência contra as forças ocupantes Indonésias, e ganhou 57 por cento da votação nas eleições legislativas pré-independência.
O partido mantém uma sólida base de apoio mas tem sido também criticado por falta de abertura política e pelo uso da intimidação.

Guterres é considerado um candidato forte para ganhar as eleições, ao lado do Primeiro-Ministro José Ramos-Horta e de um terceiro candidato, Fernando "Lasama" de Araújo, o presidente do Partido Democrático da oposição.
Ramos-Horta substituiu Alkatiri no ano passado depois do desassossego que deixou pelo menos 37 pessoas mortas.

A eleição, a primeira desde a independência em 2002, procura um substituto para o Presidente Xanana Gusmão, que não se recandidata em Timor-Leste.

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Ramos Horta apela aos amigos poderosos
The Australian
Stephen Fitzpatrick em Dili
Abril 07, 2007

JOSÉ Ramos Horta fez uma tentativa final e forte para a presidência Timorense, aparecendo ao lado do líder corrente Xanana Gusmão e do bispo de Dili Ricardo da Silva num apelo de Sexta-feira Santa para as eleições.

Mais de 500,000 eleitores recenseados Timorenses elegerão o seu novo chefe de Estado nas primeiras eleições do país conduzidas independentemente na Segunda-feira. Está prevista no próximo mês uma segunda volta se, conforme esperado, nenhum dos candidatos tiver uma maioria.

As eleições legislativas, que podem ver o partido dominante, a Fretilin ser expulsa do governo e o Sr Gusmão a substituir o Sr Ramos Horta como primeiro-ministro, seguir-se-ão em meados do ano.

O gesto de ontem do Sr Ramos Horta de alistar os dois mais importantes símbolos da nação – o seu chefe de Estado e a igreja – pode ser decisivo.

O líder herói da resistência Sr Gusmão passou 20 anos no mato liderando as forças armadas da resistência contra a ocupação Indonésia, antes de ser capturado e de cumprir uma pena de prisão em Jacarta; e o bispo Ricardo representam a maioria da população católica desta pobríssima antiga colónia Portuguesa.

O Sr Ramos Horta tem estado a jogar nos últimos no antagonismo percebido entre a igreja, uma instituição que ainda governa o ritmo do dia-a-dia da vida da maioria dos Timorenses, e a Fretilin, o partido com base marxista, que foi um elemento político chave – apesar de não o único – nos 24 anos de resistência anti-Indonésia.

"Este Domingo é Domingo de Ressurreição, e na Segunda-feira veremos a ressurreição da democracia para Timor-Leste," disse o Sr Ramos Horta, depois de declarações pelo Sr Gusmão e pelo bispo Ricardo apelando a eleições pacíficas.

Têm havido incidentes espalhados de violência nos recentes dias entre grupos de apoiantes de vários candidatos.

O sangrento desassossego público do ano passado, no qual dúzias foram mortos e feridos com gravidades e de que resultou a substituição do primeiro-ministro Mari Alkatiri da Fretilin pelo Sr Ramos Horta à frente do governo, ultimamente tem sido caracterizado por todos os lados como causado pelos vários opositores.

Não houve uma única causa mas a maioria dos observadores concorda que uma confluência de ambição política de um conjunto de jogadores está no seu centro. Muitos destes jogadores mantém-se intimamente conectados com a batalha presidencial, apesar de o cargo em si mesmo ser largamente cerimonial.

A eleição de Segunda-feira é a primeira a ser inteiramente conduzida sob controlo Timorense; A ONU prestará assistência logística e material.

Dos oito candidatos, só três são vistos terem uma possibilidade: o Sr Ramos Horta; o presidente da Fretilin e do parlamento Francisco "Lu Olo" Guterres; e um opositor distante, o Presidente do Partido Democrático Fernando "Lasama" de Araujo.

A política tem tido um papel secundário na campanha na maioria de ganhar pontos pessoais e o apoio estratégico do bispo Ricardo e do Sr Gusmão para o há muito tempo aliado do último Sr Ramos Horta, atraiu críticas do campo da Fretilin, ontem.

"É fácil entender o simbolismo deles se juntarem – é para passar a mensagem que este é o favorito," disse o candidato da Fretilin candidate, Sr Guterres, na sua casa coberta de folhas perto do porto no subúrdio de Díli, o Farol.

"Mas para mim, como católico, esta é a semana santa, um tempo para reflectir seriamente sobre a vida religiosa, não para manipular a religião para apoiar políticos," disse o Sr Guterres.

O Sr Guterres também criticou o uso pelo Sr Ramos no material da sua campanha de uma fotografia do encontro do laureado da paz com o para Bento XVI no ano passado.

"Sabem as pessoas se estão a votar para o papa ou para Ramos Horta?" perguntou.

A Fretilin tem sido criticada tanto por dentro como por fora pelo estilo autoritário da liderança, que inclue o Sr Guterres e o Dr Alkatiri.

A paisagem política de Timor-Leste está cheia de partidos da oposição menores, incluindo vários formados por movimentos dissidentes da Fretilin nos sete anos desde a independência.

Caso o Sr Guterres tenha sucesso na sua tentativa de se tornar presidente, é provável que uma Fretilin revigorada projecte então o Dr Alkatiri de volta ao seu gabinete de primeiro-ministro depois das eleições legislativas em meados do ano.

Mas alguns acreditam que o falhanço da Fretilin nas eleições presidenciais possa levar ao desmoronar do apoio à mais poderosa organização política do país, abrindo o caminho para a ascensão do Sr Gusmão ao cargo de primeiro-ministro.

No que teve a aparência de uma aceitação de derrota antecipada, os corredores atrasados, Sr de Araujo e os colegas candidatos Lúcia Lobato, João Corrascalão e Manuel Xavier do Amaral queixaram-se amargamente ontem de irregularidades pela comissão eleitoral.

Alegaram que os cartões de identificação de escrutinadores produzidos pela comissão estavam incompletos e tinham sido emitidos demasiadamente tarde, deixando à poderosa estrutura da Fretilin, com as suas bases massivas em todo o país, numa posição mais forte no dia das eleições.

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Projector: José Ramos-Horta – um estadista reluctante
The Financial Times Limited 2007
Por: John Aglionby
Publicado: Abril 6 2007 16:59

Considerando que ele passou virtualmente toda a sua vida à procura dos projectores, é difícil acreditar que José Ramos Horta não quer ser o presidente de Timor-Leste. A sua afirmação de que hoje apenas concorre às eleições “por causa da crise do país” e que a derrota será “libertação” soa a oco.

Melhor conhecido por ter partilhado o prémio da paz com o seu compatriota bispo Carlos Belo no auge dos 24 anos da ocupação brutal da Indonésia, o filho de um exilado Português e de mão Timorense, com 57 anos está numa missão política clara. Fez equipa com Xanana Gusmão, o presidente (que está) de partida e antigo comandante rebelde reverenciado, para ocuparem o poder e porem o país com cinco anos de idade da meia ilha num novo caminho – de paz e desenvolvimento sustentado.

O plano tem três estágios. O primeiro é para o Sr Horta ganhar a cerimonial mas mesmo assim influente presidência. Depois o Sr Gusmão, de longe o político do país mais carismático, tem de ganhar as eleições gerais, previstas em quatro meses, à frente do seu partido acabado de formar. Uma vez no poder, os dois homens dizem que vão mudar muitas das políticas do governo da Fretilin.

As suas oportunidades são boas porque o país está com certeza em crise – PIB per capita de $350, excluindo os rendimentos do petróleo, e uma taxa de analfabetismo de 54 por cento são duas estatísticas reveladoras – e muitos Timorenses culpam a liderança da Fretilin pela confusão. O mais difamado é Mari Alkatiri, que o Sr Horta substituiu como primeiro-ministro interino e Junho passado depois do Sr Alkatiri ter sido forçado a sair depois de semanas de violência em Dili, a capital.

O Sr Horta acredita que o erro fundamental do seu predecessor foi “governar sem ligar em absoluto a ninguém”.

“Como resultado, toda a gente como que se tornou inimiga,” disse. “A oposição, as ONG’s, mesmo o Banco Mundial e alguns países estrangeiros.”

Quando isto foi combinado com uma sociedade que, de acordo com o Sr Horta, “vivia numa cultura de violência, de humilhação e impunidade durante a ocupação Indonésia”, o resultado era obrigatoriamente explosivo.

Entre Março 2006, quando irrompeu a violência e Junho pelo menos 37 residentes de Dili foram assassinados, 4,000 casas foram destruídas e mais de 150,000 pessoas tornaram-se deslocadas. Algumas 2,200 tropas estrangeiras foram destacadas para restaurar a ordem. A ONU que governou Timor-Leste de 1999 até à independência em 2002 e que tinha considerado o seu exercício de construção de nação como um sucesso, correu de regresso com uma missão fortalecida. Então o Sr Horta, que regressou depois de passar no exílio a era Indonésia para se tornar o ministro dos estrangeiras sob o Sr Alkatiri mas que com sucesso se distanciou ele próprio das tomadas de decisão domésticas, formou uma administração transitória até às eleições deste ano.

Pondo Timor-Leste de volta num barco de regresso necessitará de reter a presença internacional “pelo menos cinco anos”, acredita o Sr Horta. “Quando falamos dessas questões de soberania, não tem sentido se não podermos dar segurança absolutamente garantida ao nosso próprio povo,” disse. “A minha prioridade é que as nossas mulheres, crianças, idosos, jovens sejam capazes de dormirem à noite e de caminharem para a escola sem medo, ou para o trabalho, ou para o campo todos os dias.”

A Fretilin, em contraste, gostaria de ver a missão da ONU a reduzir-se significativamente em seis meses.

Se for eleito, o Sr Horta diz que forjará um papel claro de instilar uma cultura de não-violência.

“Ganhámos [a independência] não por causa das armas, mas apesar das muitas poucas armas que tínhamos,” disse. “Em vez de uma arma ou de uma catana, arranja um computador.”

O seu foco principal será nos 42 por cento da população de i milhão abaixo dos 15 anos.

“Farei tudo para trazer computadores para as salas de aulas, [bem como] livros, comida, roupa. A maior injustiça para mim é que nos últimos cinco anos fizemos tão pouco para os jovens.”

O Sr Horta descarta a percepção de ser visto como demasiadamente urbano e elitista. Mas admite que está desalinhado com muito do país sobre a justiça pelas atrocidades cometidas durante a governação de Jacarta.

“Para mim, justiça é primeiro – dizer a verdade, reconhecer a própria culpa e pedir desculpa,” disse. “Eu, como amigo da Indonésia – ia criar-lhes problemas a eles a exigir-lhes para porem os generais em julgamento quando eu sei que isso iria criar um retrocesso na Indonésia?”

O Sr Gusmão tem ideias idênticas. Mas porque emergiram muitos mais problemas e mais urgentes na era pós-Indonésia, não se espera que tal atitude (lhes) custe demasiadamente nas caixas de votos.

NOTA DE RODAPÉ:

Ramos-Horta afirma que o Banco Mundial e alguns países se tornaram inimigos de Mari Alkatiri e da FRETILIN. Os mesmos que disse o apoiarem no início da sua camapanha.

Até que enfim que assume.

Só é estranho o Banco Mundial e os tais países, não o desmentirem...

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Calmaria enquanto a polícia e a tropa se preparam para tornarem seguras as eleições em Timor-Leste

Dili, Abril 7 (AFP) – Timor-Leste estava calma no Sábado quando milhares de polícias da ONU e nacionais, apoiadas por tropas estrangeiras, se preparavam para assegurar as eleições presidenciais de Segunda-feira depois de confrontos na semana passada entre apoiantes de candidatos rivais.

"Está tudo calmo e pacífico. Não houve incidentes maiores," disse a porta-voz Mónica Rodrigues.

Pelo menos 32 pessoas ficaram feridas em confrontos relacionados com as eleições na Quarta-feira em Dili e à sua volta, apesar de a maioria da campanha eleitoral de duas semanas ter sido pacífica, disse a ONU.

Oito candidatos, incluindo o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, estão a tentar substituir o Presidente Xanana Gusmão, que não se recandidata.
Haverá um reforço da segurança no percurso para as eleições, disse Finn Reske-Nielsen, Vice-responsável da missão da ONU, aos repórteres na Quinta-feira.
A segurança é uma "preocupação primária," disse.

Atul Khare, que lidera a missão da ONU, disse que os 1,655 polícias internacionais e cerca de 2,800 oficiais locais são apoiados por cerca de 1,000 tropas de uma força internacional liderada pelos Australianos.

O Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon no Sábado apelou a todas as partes em Timor-Leste para fazerem das primeiras eleições presidenciais do país desde a independência em 2002, eleições livres e justas. "Espero que não sejam manchadas pela violência e intimidação, e espero que levem a resultados aceites por todos," disse Ban numa mensagem emitida pela rádio local. "Os olhosdo mundo estão sobre vós. Apelo a todos os candidatos e aos apoiantes para aceitarem os resultados de modo pacífico."
A força liderada pelos Australianos foi despachada depois do desassossego em Maio do ano passado que matou pelo menos 37 pessoas e forçou mais de 150,000 a fugirem das suas casas. Cerca de 37,000 pessoas estão ainda deslocadas em Dili, a capital.

Timor-Leste, ganhou a independência depois de um período de administração da ONU que se seguiu a 24 anos de ocupação pela vizinha Indonésia.

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Autoridades Eleitorais vão a grandes distâncias
Radio Australia - 07/04/2007, 17:46:

As autoridades Eleitorais em Timor-Leste precisarão de carregadores a cavalo para assegurar que os cidadãos mais remotos no país possam votar na eleição presidencial na Segunda-feira.
Como relata Anne Barker, são as primeiras eleições nacionais desde a independência em 2002.

Mais de 500,000 pessoas registaram-se para votar na Segunda-feira em um dos oito candidatos para substituir Xanana Gusmão como Presidente.

Mas com 80 por cento da população no exterior da capital Dili, os organizadores enfrentam um desafio logístico massivo para possibilitar que cada eleitor possa depositar o seu voto.

Setecentas assembleias de voto abrirão na Segunda-feira de manhã em todo o país, mas nas áreas mais remotas carregadores a cavalo ou mesmo a pé, levarão os boletins de voto mesmo aos últimos locais para maximizar a votação.

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Fretilin condena o abuso de poder de Xanana

The Southeast Asian Times - Sábado, Abril 7, 2007

Dili: O partido político maioritário em Timor-Leste acusou o presidente do país (que está) de partida Xanana Gusmão de abusar do poder de Chefe de Estado ao interferir nas eleições para escolher um novo presidente.

Filomeno Aleixo - membro do Comité Central e da Comissão Política Nacional -, disse que o Presidente Gusmão foi filmado pela televisão nacional a participar num comício em apoio da campanha eleitoral de José Ramos Horta no Estádio de Dili na Quarta-feira.

“O Presidente da República é suposto ser uma pessoa independente e não deve endossar candidatos nas eleições. Este é um abuso claro dos seus poderes como Presidente,” disse Aleixo. “Como Chefe do Estado, o Presidente devia dar o exemplo promovendo eleições correctas e transparentes. No seu papel de reforçar a independência das instituições do país e de assegurar que não há nenhuma manipulação das eleições presidenciais.

“O Presidente não tem nenhum direito de usar o seu gabinete para tentar escolher o seu sucessor.”
A Fretilin está a apoiar o antigo combatente da guerrilha e Presidente do Parlamento Francisco Guterres Lu Olo para presidente.

Aleixo disse que os últimos comentários pelo padre Martinho Gusmão, o representante da igreja católica na Comissão Nacional de Eleições e seu porta-voz oficial, causam dano claramente ao resultado da votação de Segunda-feira.

Martinho Gusmão, director da comissão de justiça e paz da diocese de Baucau expressou apoio ao candidato presidencial, Fernando de Araujo “Lasama”, num workshop do Jakarta Press Club em Dili.

Disse ainda no workshop que estava a escrever a carta pastoral que os bispos vão ler no Domingo de Páscoa, um dia antes das eleições de Segunda-feira.

“É um flagrante e sério abuso de poder o porta-voz da comissão declarar abertamente o apoio a um candidato,” disse Aleixo.

Aleixo pediu à igreja católica para remover Martinho como seu representante na Comissão Eleitoral e à Comissão para o remover de porta-voz.

Aleixo disse que muitas figuras de topo da igreja reconhecem a necessidade de a igreja se manter imparcial durante o processo eleitoral e que a Fretilin não tinha nenhum problema com o comportamento da igreja no seu conjunto durante a campanha.

“A Fretilin apresentará uma queixa na Comissão em relação com esta última manifestação de descarada parcialidade política por Martinho Gusmão,” disse.
“Um porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral não deve declarar abertamente o seu apoio a nenhum candidato. A sua tarefa é ajudar a assegurar que a Comissão actua como um órgão independente ao serviço de eleições parlamentares e presidenciais livres e correctas.

“Esta é a última de uma série de declarações por Martinho Gusmão, a ambos os media locais e internacionais designadas para manipular o processo eleitoral. “A Comissão Nacional Eleitoral deve actuar contra Martinho Gusmão para restaurar a sua imparcialidade.”

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Nation jovem reza ao salvador para a livrar de décadas de guerra
The Times (UK) - Abril 7, 2007

Timor-Leste espera pelo resultado das eleições presidenciais, cercado por mais violência mas agarrado ainda à esperança de progressão pacífica.

Richard Lloyd Parry em Dili

Se soubessem alguma coisa da sua história tumultuosa, os visitantes que aqui chegam pela primeira vez podem concluir que ser Presidente de Timor-Leste é uma tarefa muito confortável e sem exigências. A capital nacional capital, Dili, ié a cidade mais bonita e mais sonolenta no Sudeste da Ásia, um local com edifícios coloniais Portugueses e em belíssima baía encurvada. Montanhas escarpadas e verdes elevam-se por decima até à neblina; espalhadas à volta, numa área de metade do tamanho da Bélgica, pouco mais de um milhão de pessoas vivem em casas simples de madeira de telhados de colmo.

Cultivam arroz e algum do mais fino café orgânico do mundo, com o bónus do petróleo no estreito que divide a ilha da Austrália. Mas a impressão de indolência feliz não dura mais de poucas horas. Na Segunda-feira somente pela segunda vez na sua breve história os Timorenses escolherão um presidente num momento de profunda crise económica, política e social.

Cinco anos depois da independência, e sete anos depois do fim da brutal ocupação de 24 anos pela Indonésia, Timor-Leste parece andar para trás em muitas maneiras. Fisicamente, em Dili pelo menos, as depredações da ocupação foram reparadas e bares expresso que servem os empregados da ONU ocupam o que antes eram restos queimados. Mas o país é ainda o mais pobre da Ásia, com níveis a piorar de desemprego e pobreza. Algumas 37,000 pessoas do país vivem em campos de deslocados depois de um confronto mortal o ano passado entre a polícia e as forças armadas que deixaram 37 pessoas mortas e enviaram 120,000 para fora das suas casas.
Quem quer que saia à frente das eleições tem de mediar entre veteranos amargamente divididos da guerrilha da luta da independência, polícias e militares Timorenses antagonizados, a uma força de militares da Austrália e da Nova Zelândia com 1,500 elementos, 1,650 polícias da ONU e uma missão da ONU que é acusada por ter permitido que muitos dos problemas presentes se desenvolvessem. Metade dos candidatos emitiram ontem uma declaração conjunta para dizer que receavam que se tivessem feito tentativas para manipular a eleição.

“O vencedor desta eleição ganhará uma cruz de madeira,”disse José Ramos-Horta, o vencedor do Nobel, que é um dos corredores de frente das presidenciais. “Não tão pesada como a cruz que Jesus Cristo carregou, mas quase tão pesada.”

Poucos países uma centena de vezes o tamanho de Timor-Leste experimentaram tais extremos de tristeza e alegria numa história tão curta. A Indonésia invadiu em 1975 depois do país ter sido abandonado pelo seu poder colonial, Portugal. Tantas quantas 200,000 pessoas morreram de guerra, doença e privações. Armada pela Grã-Bretanha e USA, as Forças Armadas Indonésias lutaram contra a guerrilha Timorense à beira da derrota. Em 1999, frente a uma crescente indignação internacional, a Indonésia autorizou um referendo sobre o futuro do território.

Uma enorme maioria escolheu a independência; As forças armadas da Indonésia responderam queimando cidades e deportando 250,000 pessoas para o outro lado da fronteira para o Timor Oeste Indonésio. Forças internacionais restauraram a ordem e a ONU administrou o país até 2002, quando Xanana Gusmão, o herói da guerrilha da resistência foi eleito o seu primeiro presidente independente, com o Dr Ramos-Horta como seu ministro dos estrangeiros.

Veio a ajuda da boa vontade internacional de Portugal, Austrália e dos USA, e um afluxo de peritos e conselheiros. “Em 1999, Timor-Leste era um epicentro de destruição,” disse o Dr Ramos-Horta antes da independência. “Agora, tornámo-nos numa democracia pacífica e estável. Os que pensam que o desafio da construção de nação estão votados a falharem devem aprender com Timor-Leste.”

Por debaixo da excitação, contudo, desenvolviam-se problemas crónicos. Em cima da ajuda generosa, o capital dos campos de petróleo de Timor-Leste atinge $1.2 bilião (£610 milhões). Mas o país ainda tem falta de uma infra-estrutura burocrática capaz de o canalizar com eficácia para as mãos das pessoas comuns. Durante a ocupação da Indonésia, empregos técnicos — como funcionários públicos, professores das escolas secundárias, médicos, advogados, juízes, peritos da agricultura e economistas — foram quase exclusivamente para os Indonésios. Quando Jacarta saiu Timor-Leste perdeu subsídios regulares em dinheiro e as pessoas com habilitações para conduzir o país. O regresso de Timorenses exilados, educados na Austrália, Portugal e nas suas antigas colónias como Angola e Moçambique, ajudou um pouco a encher o buraco, mas demorará uma geração para treinar um corpo de profissionais Timorenses.
A tarefa ficou mais difícil pela decisão de adoptar o Português como a língua do governo e da educação, em vez da língua local, o Tétum. “O impacto dessa decisão foi o maior,” diz Keryn Clark da Oxfam, que tem estado a trabalhar em Timor-Leste desde 1998. “Pessoas sem um nível alto elas próprias de Português estão a ensinar em Português a estudantes que pouco sabem da língua.”

O dinheiro acumula-se sem uso em contas bancárias do governo e sem o estímulo de despesas públicas bem planeadas há pobreza espalhada. Cerca de 45 por cento da população vive com $1 por dia ou menos; entre os jovens, o desemprego é de 44 por cento, o que leva ao crescimento de gangs criminosos, baseados à volta de clubes de artes marciais rivais, que trouxeram para as ruas de Dili níveis de criminalidade desconhecido sob a ocupação das forças militares da Indonésia.

“Até há 18 meses atrás, o que se tinha aqui parecia muito bom,” diz a Srª Clark. “Havia coesão. As pessoas podiam brincar com as suas diferenças políticas de uma maneira saudável.” Mas há um ano atrás, meses de acumulação de tensão explodiram numa extraordinária quase guerra civil, universalmente referida como “a crise”. O que aconteceu precisamente está obscurecido mesmo hoje, mas teve a origem em descontentamento acerca de condições na recentemente formada Força de Defesa de Timor-Leste. Seiscentos soldados apresentaram uma petição ao Primeiro-Ministro, Mari Alkatiri; quando (isso) foi negado abandonaram os seus quartéis.

Uma manifestação em Dili trouxe para fora os gangs das artes marciais, e lojas e casas foram queimadas em dias de confusões. Linhas indistintas de batalhas foram desenhadas entre o Presidente Gusmão e a polícia Timorense por um lado, e o seu Primeiro-Ministro e as forças armadas por outro lado. Para tornar as coisas ainda mais confusas, a antiga facção foi associada a gente do oeste de Timor-Leste, e mais tarde com os do leste. A tensão diminuiu quandp o Sr Alkatiri com desagrado resignou do seu cargo. Mas pelo país, 37,000 pessoas vivem em tendas em campos de deslocados, 46 deles somente em Dili, ou sem casas ou com medo de voltar às suas casas.
“Todos os candidatos falam acerca dos deslocados,” diz Agustinha Ximenes, que vive com sete filhos entre 400 pessoas num campo mal-cheiroso de abrigos improvisados do outro lado da estrada da base principal das Forças Armadas Australianas. “*Para o mês que vem vai fazer um ano que estamos aqui e não sei quanto mais tempo vamos ficar.”

É nesta atmosfera de ansiedade e de confronto que se realizam as eleições de Segunda-feira. Há dois candidatos sérios frente ao Dr Ramos-Horta — Fernando “La Sama” de Araujo do Partido Democrático, e o provável corredor da frente, Francisco Guterres, um antigo comandante da guerrilha conhecido pelo nome de guerra de Lu’Olo, da Fretilin. Lu’Olo é um duro antigo combatente, cujo partido teve as suas origens no marxismo-leninismo do terceiro mundo, e que acredita em poupar o dinheiro do petróleo para as gerações futuras. “Se Ramos-Horta se tornou conhecido internacionalmente não foi somente por causa dos seus méritos pessoais,” disse á The Times, “mas por causa da nossa gente que lutava e morria nas montanhas pela nossa causa.”
O Dr Ramos-Horta é um cosmopolita suave e vivo, amigo de líderes estrangeiros e de artistas de cinema, que ganhou o Nobel da Paz pela sua campanha de um homem só no exílio pela independência Timorense. Tem o apoio do Sr Gusmão e do seu acabado de formar Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), que recebe bem a presença militar internacional, e favorece empréstimos internacionais e gastos para ver Timor-Leste ultrapassar os seus problemas económicos. Todas as partes culpam a outra pelo estado do país, e por provocar a violência da campanha.

O país espera receoso os resultados das eleições, rodeado de violência vingativa do lado perdedor. Mas dadas as agonias porque passaram, é fácil perder de vista de quanto foi alcançado — liberdade, independência e uma democracia a funcionar, apesar de carregada.

“Olhe para a situação de maneira sóbria — pode comparar-nos com a Serra Leoa ou as Ilhas Salomão?” diz o Dr Ramos-Horta. “Temos dinheiro suficiente. O investimento recomeçará. Temos gente fantástica e apesar dos falhanços da sua liderança, não mergulhámos numa guerra civil. Cinco anos é demasiadamente pouco para julgar se um país está a falha ou somente a passar por altos e baixos.”

Longa luta

- Declarou a independência de Portugal em 28 de Novembro de 1975; invadida pelas forças Indonésias nove dias depois
- Nos 20 anos que se seguiram estima-se que 100,000-250,000 pessoas morreram enquanto as forças Indonésias lutavam para manter o controlo
- Em Agosto 1999 uma maioria proeminente votou pela independência
- Internacionalmente reconhecida como um Estado independente em 20 de Maio de 2002
- Milícias Timorenses apoiadas pela Indonésia mataram aproximadamente 1,400 Timorenses e forçaram 300,000 pessoas a irem como refugiadas para o Oeste de Timor, antes da chegada da força multinacional de manutenção da paz em Setembro
Fonte: CIA World factbook

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À procura de uma voz com os velhos colonialistas
The Times (UK) - Abril 7, 2007
Richard Lloyd Parry em Dili

Timor-Leste, uma das mais pobre e mais nova das nações do mundo, candidatar-se-à para se juntar à Commonwealth, uma decisão que já está a provocar oposição na antiga colónia Portuguesa.

José Ramos-Horta, o Primeiro-Ministro em exercício no país e um concorrente liderante nas eleições presidenciais de Segunda-feira, disse que a entrada na Commonwealth dará uma voz à pequena nação nu fórum internacional importante, bem como trará oportunidades de estudo desesperadamente necessárias para os estudantes Timorenses.

“Mesmo senão for eleito há um consenso, e proponho que façamos a proposta formal de admissão este ano para nos tornarmos um membro,” disse o Dr Ramos-Horta. “Já discuti isso com John Howard [o Primeiro-Ministro Australiano] e com Don Mackinnon [o Secretário-Geral da Commonwealth]. Precisamos de ser patrocinados por um forte lobby, mas penso que a Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Singapura e a Índia não dirão não.”

A proposta consternará Portugal, que fez grandes esforços para preservar Timor-Leste como um enclave Lusófono, e apesar das críticas, a adopção do Português como uma das línguas oficiais do país enfraqueceu os sistemas de educação e de justiça do país. Apenas uma pequena fracção de Timorenses falam Português, do que resultam situações em que as autoridades às vezes têm de libertar suspeitos de crimes porque não há à mão tradutores para lidar com a burocracia necessária.

A proposta tem sido tratada com cepticismo cauteloso pelo principal rival do Dr Ramos-Horta para a presidênia, Francisco “Lu’Olo” Guterres. “Temos uma relação especial com os países de língua Portuguesa,” disse o Sr Guterres ao The Times esta semana. “Ramos-Horta muitas vezes parece ter ideias grandiosas como esta. Quero dar pequenos, cautelosos passos antes de me comprometer com qualquer coisa.”

Moçambique, que não tem nenhum laço colonial com a Grã-Bretanha, é o único país não falante de Inglês a quem foi autorizada a entrada na Commonwealth, sob autorização especial, largamente porque Nelson Mandela o pediu. O pais, que ganhou a independência em 1975 depois de quase cinco séculos como colónia Portuguesa, tornou-se um membro em 1995.

A pertença ao “clube” da Commonwealth dá aos membros acesso a bolsas de estudo e outras oportunidades educacionais bem como a oportunidade de encontros com países à volta do globo em cimeiras e encontros internacionais. Apesar de a Grã-Bretanha ter poucas ligações históricas com Timor-Leste, a Tapol, uma das ONG’s mais activas contra a ocupação Indonésia está baseada em Londres.

De acordo com o Dr Ramos-Horta, o café Arábico do país é também um dos favoritos da família real Britânica. “A princesa Anne esteve aqui, e levou com ela montes de café de Timor,” disse. “Costumava ser o café preferido em Buckingham Palace nos anos cinquenta e sessenta. Enviei pacotes para Charles, William — para todos eles. Recebi de volta uma carta muito simpática do príncipe Philip.”

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Vencedor do Nobel vs antigo rebelde
The Courier-Mail (Australia) – Sábado, Abril 7, 2007
John Martinkus

Dois homens muito diferentes competem para liderar Timor-Leste.

John Martinkus relata de Dili
'O prémio Nobel da Paz era . . . para nós' -- Lu Olo

Houve um momento esta semana em Dili quando parecia que a crescentemente amarga corrida para a presidência transbordaria em violência.

Na Quinta-feira à tarde, quando apoiantes do Primeiro-Ministro José Ramos Horta se juntaram para participar num comício, uma caravana de apoiantes da rival Fretilin passou por eles.

A polícia anti-motins Portuguesa freneticamente acenava a ambas as caravanas para se afastarem uma da outra quando algumas pedras começavam a voar entre os dois grupos. Espectadores em pânico começaram a fugir na expectativa de uma luta.

Mas a caravana passou e a tensão baixou.

No interior do estádio de football de Dili, o Sr Ramos Horta discursava à multidão.
Falou acerca dos perigos de apoiar o candidato da Fretilin Francisco Guterres, que é conhecido universalmente como ''Lu Olo'', enquanto o Presidente e antigo líder da resistência Xanana Gusmão, observava de modo aprovador da multidão.

As eleições de Segunda-feira para decidir o presidente são uma luta pelo poder com a Fretilin, o partido maioritário no parlamento de Timor-Leste num lado.

O outro campo é liderado pelo Sr Gusmão e Sr Ramos Horta.

O problema para estes dois políticos de alto estatuto é que estão a contar quase inteiramente na sua própria popularidade pessoal para ganhar a contenda.
Nenhum deles tem um partido ou organização política por detrás deles.

A Fretilin, no outro lado, tem uma organização política que sobreviveu à ocupação Indonésia e formou o Governo desde que a Fretilin venceu as primeiras eleições em Timor-Leste em 2001.

'Em 2001, tínhamos 270,000 militantes e isso fez-nos obter 45 lugares no parlamento,'' disse ao The Courier-Mail.

''Nos últimos cinco anos, muitos dos jovens que são filhos e filhas dos nossos membros podem agora votar por isso o número será mais alto.''

As eleições de Segunda-feira requerem que um candidato obtenha 50 por cento do total dos votos para ser eleito presidente. Se nenhum candidato alcançar esse número então realiza-se uma segunda volta entre os dois concorrentes mais votados. O contraste entre os dois candidatos principais não podia ser maior.

O Sr Ramos Horta é bem conhecido internacionalmente pelo seu papel de fazer lobby com sucesso à volta do mundo pela independência de Timor-Leste através dos 24 anos de governação Indonésia.

Lu Olo passou esse período como combatente da resistência nas montanhas de Timor-Leste subindo ao posto de Chefe de Estado Maior das Falintil, as forças armadas da resistência onde inspeccionava as operações contra as forças militares Indonésias.

Um apoiante toda a vida da Fretilin foi eleito Presidente do Parlamento e administrou a escrita da Constituição de Timor-Leste. Fala pouco Inglês e tem sido principalmente ignorado pela imprensa estrangeira.

Em contraste, o Sr Ramos Horta é fluente em Inglês e corteja abertamente a imprensa estrangeira. No último dia da campanha convidou os media estrangeiros para sua casa para discutirem o seu programa. ''Lu Olo não é dono de si próprio,'' disse na reunião.
''É uma marioneta,'' disse referindo-se à relação de Lu Olo com o removido primeiro-ministro Mari Alkatirique se mantém como o presidente da Fretilin.

Lu Olo é directo acerca do Sr Ramos Horta.

Louva as habilitações diplomáticas do homem que lhe trouxe um prémio Nobel da Paz e estatuto internacional.

Mas acrescenta: ''Ramos Horta tornou-se conhecido porque o nosso povo estava a lutar nas montanhas. O prémio Nobel da Paz não foi para ele mas para nós.''
Mais do que qualquer outra questão o que se mantém como questão central nestas eleições é a responsabilidade pela violência do ano passado. Lu Olo é crítico sobre o papel do Presidente Gusmão na crise que levou à resignação do Sr Alkatiri.

Diz que a reputação do Sr Gusmao ficou queimada pelo seu envolvimento.

''Houve manifestações aqui a pedir a resignação de Mari Alkatiri,'' disse ao The Courier-Mail.

''Xanana Gusmão e a primeira dama participaram. Disse aos manifestantes 'têm de abanar o Governo'.''

O Sr Ramos Horta é percebido em Timor-Leste como o candidato favorecido pela comunidade internacional e dos negócios. Promete relançar a economia com a distribuição de parte do dinheiro que se acumula no fundo do petróleo do Timor e relaxar restrições ao investimento estrangeiro e impostos.

Lu Olo acredita que essas decisões devem manter-se no Parlamento e que o Sr Ramos Horta não devia actuar fora dos seus poderes constitucionais.

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Timor-Leste: A ONU relata que (tudo está) calmo antes das eleições
Centro de Notícias da ONU - 6 Abril 2007

A Missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT) relatou hoje que a capital, Dili, e as áreas envolventes permanecem calmas quando terminou oficialmente a campanha presidencial antes das eleições histórias na Segunda-feira no país empobrecido.

Noutras partes do país, a missão disse que o único incidente relatado aconteceu ontem, perto de Manatuto, onde (grupos) de opositores que faziam campanha se chocaram, levando a polícia, depois de terem falhado os esforços de negociação, a usar gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar a multidão em luta.
O responsável da Missão da ONU em Timor-Leste Atul Khare elogiou os esforços da polícia da ONU e os oficiais da Unidade de Polícia Formada do Bangladeshi que responderam rapidamente para pôr a situação sob controlo.
“Até agora estou satisfeito com a campanha presidencial e acredito que ontem um bloqueio de estrada ilegal perto de Manatuto, como outros incidentes de segurança durante as duas últimas semanas, não foram suficientemente sérios para descarrilar o processo,” disse o Sr Khare
A UNMIT está a ajudar Timor-Leste em todos os aspectos do processo das eleições de 2007 presidenciais e parlamentares – as primeiras na pequena nação desde que ganhou a independência da Indonésia em 2002 – incluindo através de apoio técnico e logístico, aconselhamento de política eleitoral e verificação.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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