sexta-feira, abril 06, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

Insane?...

Libertem os fundos do Mar de Timor, diz Gusmão
The Age
Abril 4, 2007 - 4:34PM

O Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão apelou à libertação do dinheiro do fundo da nação dos rendimentos do petróleo do Mar de Timor de $US1 bilião, dizendo que o seu povo está a viver na miséria ao mesmo tempo que a nação poupa para o futuro.

O antigo combatente da independência revelou na Quarta-feira a sua visão para o futuro da jovem nação, que vai votar na próxima semana para eleger o seu substituto.

Incidentes isolados de violência e intimidação assombraram a aproximação da eleição da Segunda-feira de Páscoa - a primeira desde que foi dada a independência a Timor-Leste da Indonésia em 2002 depois de uma luta de décadas.

isso aconteceu quando o porta-voz da independente Comissão Nacional de Eleições (CNE), padre Martinho Gusmão, endossou publicamente na Quarta-feira um dos oito candidatos que concorrem para ser presidente.

"Se me pedir para escolher eu poria em primeiro lugar o Lasama (Fernando Araújo, candidato do Partido Democrático)," disse a um correspondente estrangeiro de Jacarta a funcionar em Dili.

O padre Gusmão - que escreveu uma carta para ser lida nos serviços da igreja neste fim-de-semana da Páscoa antes da eleição - disse que não há nada de errado em expressar a sua opinião.

Disse que a igreja não iria favorecer qualquer candidato.

"O ponto principal é que iremos pedir às pessoas para votarem em consciência ...não promovemos nenhuma pessoa específica," disse.

"Mas depois da (ida à) igreja ... em casa ou em qualquer outro sítio se falar com as pessoas ... digo, bem, prefiro que escolha este - isto não é viollação nenhuma porque não estou a falar publicamente."

Entretanto, o Presidente Gusmão, que declarou a sua intenção de concorrer em oposição à Fretilin, o partido do governo para as eleições parlamentares nacionais mais tarde, apelou a Timor-Leste para se unir por detrás de um “plano-mestre” comum para construir um futuro com sucesso.

"Temos $US1 bilião em Nova Iorque e temos esta gente a morrer," disse.

"Como é que podemos vê-los a morrer miseravelmente, como é que podemos ver os veteranos ... tudo nisto nada significa se não podermos assisti-los."

Disse que os Timorenses tinham muitas expectativas com o que a nação viesse a alcançar da independência em 2002, mas que nada se tinha realizado.

"Costumávamos prometer às pessoas novos empregos ... mas na verdade as pessoas não vêem nenhuma luz no fim do túnel," disse.

"Temos dinheiro ... mas infelizmente o dinheiro está guardado num banco em Nova Iorque quando as pessoas estão a sofrer, quando as pessoas estão a viver na miséria."

Timor-Leste é uma das nações mais pobres da Ásia do Sudeste, onde vivem muitos cidadãos com menos de $US1 dólar por dia.

Num gesto de surpresa, Gusmão elogiou o antigo presidente autoritário Soeharto, dizendo que ele fora um bom exemplo de como Timor-Leste se podia desenvolver mais.

"Soeharto, além de tudo do que podemos acusar de ter feito, para mim foi o pai do desenvolvimento da Indonésia," disse Gusmão.

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ONU: Mais de 2,000 observadores para monitorizar as eleições da próxima Segunda-feira em Timor-Leste

Fonte: Serviço de Notícias da ONU
Data: 03 Abril 2007

Mais de 2,000 observadores nacionais e internacionais monitorizarão na próxima Segunda-feira as eleições presidenciais em Timor-Leste, as primeiras eleições realizadas na pequena nação desde que ganhou a independência da Indonésia em 2002, disse hoje a missão da ONU no país empobrecido.

Quase 1,900 observadores nacionais de mais de 50 organizações Timorenses já se registaram para observar a votação em 504 assembleias de voto em 13 distritos para as eleições de 9 Abril, disse a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) num comunicado de imprensa, acrescentando que serão também acreditados pelas autoridades eleitorais 180 observadores internacionais.

"O alto número de observadores nacionais significa o compromisso da nação com um processo correcto. Os observadores internacionais trazem a riqueza da experiência de outras democracias em desenvolvimento, experiência que usarão de modo correcto e desapaixonado," disse o Representante da ONU para o Apoio Eleitoral, Finn Reske-Nielsen.

A maior delegação internacional é da União Europeia, com 28 observadores apoiados por uma equipa de peritos. A estes juntar-se-á um grupo de deputados de topo do Parlamento Europeu, do Japão e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A Austrália, a República da Coreia e o Brasil também enviarão observadores e alguns países com embaixadas em Timor-Leste, incluindo os Estados Unidos, Indonésia, Nova Zelândia e China, mandataram os seus diplomatas dessas embaixadas para agirem como observadores imparciais.

A UNMIT está mandatada pela resolução 1704 do Conselho de Segurança da ONU para apoiar todos os aspectos do processo eleitoral das eleições presidenciais e parlamentares deste ano, incluindo dar apoio logístico e técnico e aconselhamento de política eleitoral. O Programa de Desenvolvimento da ONU (UNDP) está a dar apoio e instalações a ambos os observadores nacionais e internacionais.

Sobre a segurança na capital Dili, a Polícia da ONU (UNPOL) – que tem a responsabilidade total do policiamento – disse hoje que a situação tem estado calma sem quaisquer incidentes sérios de segurança relacionados com a campanha presidencial.

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A audição não revelou todos os factos
TEMPO Interactive - Terça-feira, 3 Abril, 2007

Jacarta: A audição realizada na semana passada pela Comissão da Verdade e Amizade da Indonésia-Timor-Leste (KKP) é vista como não tendo ainda revelado todos os factos relacionados com os sangrentos incidentes pós-referendo. "A recolha de informações e de opiniões que temos estado a fazer somente cobrem um terço dos factos," disse o presidente da KKP Benjamin Kangkoedilaga ao Tempo ontem (2/4).

De acordo com Benjamin, a KKP está ainda a recolher os factos por meio de investigação documental e de audições com muitas partes. "Incluindo as vítimas. Algumas vítimas foram questionadas. As que não foram, serão," disse. Benjamin estava hesitante em nomear os nomes dos militares e civis Indonésios que tinham sido interrogados pela KKP.

No princípio da semana passada, a comissão pediu declarações a várias personalidades relacionadas com os incidentes pós -referendo incluindo o bispo de Dili Carlos Filipe Ximenes Belo; o antigo governador de Dili Domingos Mariadas Dores Soares; o antigo Presidente B.J. Habibie; o antigo comandante do Regimento de Timor-Leste Major General Tono Suratman e a pessoa da pró-integração Eurico Guterres.

Benjamin disse que não pode tirar conclusões destas declarações. Disse que a KKP só completará a sua tarefa em Agosto e que esse período será alargado até ao fim do ano. "No fim da sua tarefa, então entregaremos os resultados," he disse.

Patra M. Zen da Fundação Indonésia de Ajuda Legal (YLBHI) pediu à KKP para fazer uma recomendação que tome o partido das vítimas. Não é adequado que a comissão somente revele a verdade. Em adição, as vítimas precisam de ter os seus direitos, a comissão deve ser capaz de revelar o envolvimento dos líderes das forças Armadas Indonésias (TNI), Unamet, ou de outras partes suspeitas de serem responsáveis pelos incidentes em 1999. "Porque se a investigação da KKP resultar pode ser material para medidas legais," disse.

As notas serão incluídas na recomendação da comissão para o Presidente de modo a ser um padrão para o governo para fazer políticas em relação a Timor-Leste.

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A Campanha Presidencial processa-se bem
UNMIT – Abril 04, 2007

O Representante Especial da ONU em Timor-Leste disse que a ausência de incidentes sérios relatados a meio da campanha presidencial é um tributo directo do povo de Timor-Leste que estão a manifestar com clareza o seu compromisso com um processo democrático pacífico.

O Sr Atul Khare disse que era também um tributo para as autoridades de Timor-Leste – assistidas pela comunidade internacional através da ONU – que estão a trabalhar para garantir eleições credíveis. “Gostaria de congratular o Vice-SRSG Finn Reske-Nielsen e a sua equipa da Secção de Assistência Eleitoral e a UNDP que apoiaram diligentemente as autoridades nacionais para garantir que as eleições presidenciais em 9 de Abril sejam livres, correctas e que os resultados sejam aceitáveis para todos,” disse o Sr Khare.

O Sr Khare disse que as campanhas para todos os candidatos se focarão obviamente nas suas visões e objectivos para o desenvolvimento de Timor-Leste. Contudo um objectivo comum deve unir todas as campanhas; e que é a inclusão. A importância da inclusão está definida na regra 15 do Código de Conduta Presidencial assinado por todos os candidatos e testemunhado pela igreja, sociedade civil e ONU em 15 de Março, que declara que todos os candidatos devem usar:

“… Uma linguagem que garanta um ambiente pacífico, livre de difamação, não-ameaçador, que não encoraje a violência e sem críticas pessoais a pessoas ou a um grupo de pessoas, nomeadamente outros candidatos e seus apoiantes …”

As eleições devem ter um impacto restaurador e unificador e não devem, em circunstância alguma, levar à divisão. “São ainda o começo do processo democrático para levar à participação nas tomadas de decisões para o bem comum,” disse o Sr Khare.

Para mais informações por favor contacte o porta-voz da UNMIT Allison Cooper em +670 7230453

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Timor: Corte estrada em Manatuto provoca incidentes, 1 ferido
Diário Digital/Lusa
05-04-2007 13:40:55

Um grupo de habitantes de Manatuto que hoje cortou o acesso à vila apedrejou uma pessoa que ficou ferida na cabeça e obrigou à intervenção dos soldados das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) e da GNR.

O corte da estrada que se registou às 10:00 (02:00 em Lisboa) foi um acto de retaliação pelo facto de apoiantes do candidato José Ramos-Horta originários de Manatuto terem sido atacados na quarta-feira à noite, em Metinaro, a cerca de 30 quilómetros de Díli, na altura em que se viajavam em direcção à capital timorense.

Na quarta-feira, as agressões em Metinaro contra o grupo de Manatuto provocaram 26 feridos, cinco em estado grave, e sete mikroletes (mini-autocarros) foram queimadas, disse à agência Lusa um elemento da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Ainda na quarta-feira à noite as vítimas das agressões, por parte de indivíduos que ainda não foram identificados, foram escoltados no regresso a Manatuto, tendo os feridos recebido tratamento no hospital local.

Hoje, cerca das 10:00 um grupo de habitantes de Manatuto decidiu cortar a estrada de acesso à vila e impedir a circulação na única via que liga Díli a Baucau, a segunda cidade do país.

Os indivíduos que cortaram a estrada fizeram pelo menos um ferido - um professor do Colégio de S. José, em Díli, que seguia numa mota em direcção à capital de Timor e que foi apedrejado na cabeça.

O professor disse à agência Lusa, no Hospital de Manatuto onde ainda se encontra, que tentou explicar aos indivíduos que cortaram a estrada que como professor não tem ligações políticas mas, mesmo assim, foi atingido com uma pedra na cabeça lançada por um jovem que cortava a estrada.

A vítima disse ainda à agência Lusa que viajava na companhia de um outro professor, jesuíta, «que desapareceu» assim como desconhece onde se encontra a moto que lhe pertence.

Da parte da manhã os elementos da UNpol estiveram no local e consideraram que estava tudo controlado mas os problemas ressurgiram por volta das 13:00 (05:00 em Lisboa).

O incidente em Manatuto obrigou ao reforço dos militares da ISF, com 60 soldados da Nova Zelândia e da Austrália apoiados por dois helicópteros e mais tarde foram enviados para o local 20 soldados da GNR, que controlaram a situação.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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