quarta-feira, setembro 27, 2006

No Abrupto, de José Pacheco Pereira

In Abrupto:

" (JPP)

COISAS DA SÁBADO: O QUE SE PASSA EM TIMOR?

Continuamos sem saber, até um dia em que qualquer coisa grave aconteça. Não se percebe o nexo, a sequência, os protagonistas, os eventos, os interesses. Que fazem os nossos “bons”, Xanana e Ramos Horta? Que fazem os nossos “maus”, Aikatiri e Lobato? Que fazem os invasores australianos? Que fazem os nossos GNR? Ainda há “democracia”? Que fazem os portugueses que ficaram? Planeiam vir embora, porque não vale a pena? Planeiam ficar, porque não tem emprego cá? Querem ficar porque gostam da “causa” de Timor? Por onde anda o major Reinado e os seus militares e políticas revoltosos? O que é que fazemos em Timor, se é que fazemos alguma coisa? Já há alguma obra pública feita em Timor com os rios de dinheiro que os “doadores” deram, ou vai tudo para alimentar o aparelho das organizações internacionais e as ONG? Que é feito do dinheiro do petróleo?

A rádio e a televisão públicas tem correspondentes em Timor pagos pelo dinheiro dos contribuintes, nós. Onde estão? Não há notícias sobre Timor que se percebam? Que se percebam, insisto.

*

Informe-se aqui. Desde dia 16 de Maio que relatamos diariamente o que se passa em Timor-Leste, com opiniões e notícias que traduzimos para português, visto que na nossa língua são cada vez menos.

E poderá perceber melhor porque a imprensa fez de Mari Alkatiri um dos "maus"...

Infelizmente, espantamo-nos e envergonhamo-nos todos os dias pelos que pintaram como "bons", a quem durante anos admirámos na luta pela independência. Essa independência, e os valores democráticos que entretanto se estabeleceram em Timor-Leste nos últimos quatro anos, são todos os dias ameaçados por incidentes patrocinados ao mais alto nível. Assistimos a um golpe de Estado palaciano, próprio de um monarca louco, decrépito que não aparece em público, não faz declarações, que continua a apoiar criminosos impunemente, com a ajuda do governo australiano e indonésio.

Timor-Leste já perdeu o seu mito. Vai a caminho de perder a sua soberania.

Sem a coragem do Parlamento Nacional e dos Tribunais (que a tal frente dos partidos da oposição, membros da Igreja e os criminosos exigem dissolver), já seríamos governados por loiros de olhos azuis.

O manifesto deste bando inclui agora a exigência da expulsão de todos os assessores e empresas que pertençam a um país da CPLP...

Líderes da Igreja católica fazem missas para que o Reinado, que se evadiu da prisão com mais 55 reclusos, com a cumplicidade dos australianos, não seja capturado.

A GNR é a única força que consegue manter alguma ordem e esperança em Díli. No resto do país, não há praticamente problemas.

O fundo do petróleo, movimentado apenas com autorização do Parlamento, foi este ano utilizado para alimentar o Orçamento de Estado, ronda os 500 milhões de dólares, e o modelo que o gere foi elogiado por muitos, como o Banco Mundial ou as Nações Unidas,como exemplo de transparência.

O tal do desertor Reinado, provavelmente, anda de helicóptero australiano para visitar o PR em casa, perante o fechar de olhos da missão das Nações Unidas.

Uma maioria silenciosa vive sob a ameaça diária de um bando de terroristas, que pretende evitar a todo o custo as eleições de 2007.

Não cedemos ao terrorismo. Não desistimos.

Não temos "dificuldade em acreditar na superioridade moral da democracia e na superioridade moral da liberdade"....
(Malai Azul)"
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6 comentários:

Anónimo disse...

ARCO DE ESTABILIDADE = INSTABILIDADE NO ARCO = TRANQUILA PROSPERIDADE DA AUSTRÁLIA

Anónimo disse...

"O manifesto deste bando inclui agora a exigência da expulsão de todos os assessores e empresas que pertençam a um país da CPLP..."

O Malai Azul e mais uns tantos, fazem afirmações bombásticas. Mas estas, só podem ter efeito se demonstradas e com provas irrefutáveis.

E chamar de provas a conclusões tipo Margarida só descredibilizam mais.

Tipo: não desmentiu, afinal é verdade, são conclusões Tamagoshi que não acrescentam ao debate sério.

Anónimo disse...

Felicito o Malai Azul pela criação e manutenção deste blog, afinal um espaço plural onde se cruzam as mais diversas, e por vezes antagónicas, opiniões.

Foi oportuna a achega que deu a Pacheco Pereira. É bom que os políticos portugueses despertem as suas consciências e saibam onde encontrar boas fontes de informação.

Parabéns também por achar que vale a pena defender uma causa, a causa timorense. Espero que continue.

Anónimo disse...

Eles podem expulsar a CPLP aqui em TL mas os Timorences que mantem a sua posicao de defender a soberania de TL e muito dificil para eles expulsarem daqui em TL , o que certo a luta contra os golpistas e traidores como Xanana e Ramos Horta nao e nunca terminara ate a ultima gota de sangue

Anónimo disse...

Onde andou voce no periodo da luta. Debaixo das saias da mama. Ouvimos falar do Horta e do Xanana mas de voce... nem um peido. Agora insulta quem lhe deu a liberdade. Se calhar voce era mauhu.

Anónimo disse...

O Malai Azul perde a credibilidade quando não se coíbe atirar umas frases bombásticas que nem ele consegue provar. Por exemplo, "O tal do desertor Reinado, provavelmente, anda de helicóptero australiano para visitar o PR em casa, perante o fechar de olhos da missão das Nações Unidas.".

Ou anda ou anda. Agora dizer que, provavelmente anda, vale o mesmo que dizer que porovavelmente não anda.

Ou, "Sem a coragem do Parlamento Nacional e dos Tribunais (que a tal frente dos partidos da oposição, membros da Igreja e os criminosos exigem dissolver),.."

Não meta tudo no mesmo saco. Porque não é verdade.

E como muita gente sabe que não é verdade, a sua afirmação perde credibilidade, que logo se estende ao resto do post.

Mais bom senso, melhor análise baseada em factos devidamente comprovadose espírito crítico isento, fariam bem melhor pela causa de Timor.

Termino com as suas próprias palavras:
"Não temos "dificuldade em acreditar na superioridade moral da democracia e na superioridade moral da liberdade"...."

É uma verdade de Monsieur de La Palisse.

É essa superioridade que tem vindo a desfazer muros de vergonha, derrotar regimes de partido único e por fim trazer mais bem estar aos povos que implementaram essa superioridade moral.

E que inexoravelmente acontecerá em Timor, como de resto em toda a parte do mundo a seu tempo.

Digo acontecerá, porque, e reconhecê-lo não fica mal a ninguém, se estava a desviar desse caminho.

Cautela é precisa para que não caia no caminho idêntico apenas de
cor diferente.

Timor pode e deve ser soberano e independente, sem ter necessariamente que descair para um estado totalitário como vinha acontecendo. E lamento dizer isto, porque em 2001, estava convicto que a Alkatiri não cairia na tentação de partidarizar o estado para garantir a eternização da FRETILIN no poder.

Até porque nem precisava. Só lhe bastava governar para todos os timorenses e não para os filiados no partido. São estas tentações, quiçá enquistadas por demasiado tempo, de que ele e seus seguidores não conseguiram livrar-se, que levaram a toda esta situação.
Para que foi ele deixar RL em roda livre? Só há 2 hipóteses: Ou lhe servia alguns interesses, ou tinha rabos de palha que o RL conhecia e com isso chantageava.

Porque deixou (ou mandou) ele que
na Constituição se acrescentasse Falintil às FDTL? Para quê? Faz algum sentido?
As Falintil, durante muito tempo, eram conotadas com o braço armado da FRETILIN. Era isto que ele queria significar? Se foi, foi erro político.
E deste género, foram erros atrás de erros. Como o das aulas de Religião.
Era assim tão importante o assunto? Não era, porquanto até era um programa piloto em 27 escolas. Para quê?
Era isto uma prioridade para o povo?

Tudo seguia no caminho de ser partidarizado. E isso tem custos.
Como se vê.
Ou está assente em forças militares ferreamente controladas e impôem essas soluções a ferro e fogo, como nos países onde tal aconteceu, ou dá a barraca que deu.

Eu não defendo as posições ridículas da tal FNPJ, até porque as acho contrárias ao interesse mais profundo do povo timorense.

Mas é um princípio elementar da física que, cada acção, gera uma reacção de igual intensidade em sentido contrário.

Foi isto que ganharam, à custa do povo timorense.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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