quarta-feira, setembro 27, 2006

De uma leitora

Vale a pena reparar nestes dois exemplos de informar. No primeiro, o DN sobre a notícia do dia, vai direito ao assunto. Cá está na íntegra a notícia:

1 - Diário de Notícias, 26 de Setembro de 2006:

Timor-Leste
Mascarenhas Monteiro recusa convite da ONU

O ex-presidente cabo-verdiano Mascarenhas Monteiro revelou ontem ter recusado o convite para representar o secretário-geral da ONU em Timor-Leste, devido às reservas que alguns Estados terão colocado ao seu nome. “Tomei a decisão de desistir por uma questão de honra, de dignidade, de auto-respeito e por respeito ao povo cabo-verdiano”, frisou.

No segundo, no jornal do homem mais rico de Portugal, o Público, o jornalista começa por “vender” o peixe que interessa à oposição de TL e à Austrália (sobre os feitos e bacoradas do Reinado e restantes desertores), acabando a mentir descaradamente quando afirma que Mascarenhas Monteiro “terá recusado, invocando motivos pessoais”! Shame on you, Jorge Heitor!

Mas para apreciação dos leitores, transcrevo a notícia que não está on-line:

2 - Público, 26 de Setembro de 2006, Jorge Heitor:

Major rebelde em fuga exige demissão de Ramos-Horta

O major rebelde timorense Alfredo Reinado, que anda a monte desde o fim de Agosto, declarou ontem ao jornal The Australian que só se entrega se o primeiro-ministro José Ramos-Horta, que tomou posse em 8 de Julho, for substituído por um Governo “que sirva o povo”.

Do seu esconderijo numa zona montanhosa da antiga colónia portuguesa na Oceânia, o fugitivo disse que uma rede secreta de partidários o avisa se acaso correr perigo; ou seja, se a polícia das Nações Unidas, dirigida pelo comissário português Antero Lopes, se aproximar para o deter e levar de volta à cadeia de Becora, em Dili, de onde fugiu com outros 56 reclusos.

A polícia federal australiana que se enquadra no comando da ONU destacado em Timor-Leste alega não ter efectivos suficientes para combater o rebelde que as forças de Camberra treinaram e colaborou este ano na queda do Governo constitucional de Mari Alkatiri.

Na sua mais recente entrevista telefónica, Reinado desmentiu os rumores de que tem estado em contacto com o Presidente Xanana Gusmão desde que no dia 30 de Agosto fugiu da cadeia, mas reconheceu permanecer em legação com os chamados peticionários, os antigos soldados que desencadearam a crise de há seis meses.

Xeque à Fretilin

Os protestos daqueles 600 militares durante o primeiro semestre do presente ano integram-se numa série de campanhas que poderão fazer com que o partido maioritário, a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), de Alkatiri, perca o poder que ocupa desde que há quatro anos o país se tornou independente. Teme-se que a instabilidade impossibilite a concretização das previstas eleições presidenciais e legislativas que em princípio deveriam ocorrer no segundo trimestre de 2007.

Muitas das manifestações contra a governação dominada pela Fretilin têm sido convocadasb pela Frente Nacional para a Justiça e Paz, coordenada pelo major Alves Tara, que em Maio abandonou a cadeia de comando das Forças Armadas Timorenses.

Segundo a AFP, no domingo voltaram a registar-se distúrbios, com dois grupos a apedrejarem-se, como tem sido prática corrente, designadamente entre naturais do extremo oriental do país e outros que são da zona junto à fronteira com o Timor indonésio.

Entretanto, o japonês Sukehiro Hasegawa terminou na semana passada funções como representante especial em Dili do secretário-geral das Nações Unidas. Kofi Annan convidou para o substituir um antigo presidente de Cabo Verde, António Mascarenhas Monteiro, de 62 anos, que foi Chefe de Estado de 1991 a 2001, mas este terá recusado, invocando motivos pessoais.

Margarida.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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