Herald Tribune
Relatório da ONU culpa antigo primeiro-ministro de Timor-Leste, chefes de segurança pelo recente desassossego
The Associated Press
Publicado: Outubro 17, 2006
DILI, Timor-Leste – Um relatório da ONU saído na Terça-feira culpa largamente o antigo Primeiro-Ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri e o seu governo pela violência que ocorreu na nação em meados deste ano, dizendo que armou ilegalmente civis e recomenda uma investigação criminal.
"Alkatiri ... falhou em usar a sua autoridade firme para denunciar a transferência de armas do sector da segurança para civis face a informações credíveis que tal transferência estava em curso e envolvendo membros do governo," disse a Comissão Especial de Inquérito da ONU para Timor-Leste.
"Em conformidade, a Comissão recomenda mais investigações para determinar se Mari Alkatiri tem qualquer responsabilidade criminal."
Timor-Leste desceu no caos em Abril e Maio a seguir ao despedimento de 600 soldados por Alkatiri, uma atitude que dividiu as forces armadas em facções e mais tarde se espalhou em guerras de gangs que deixou pelo menos 30 pessoas mortas e levou 150,000 a fugir das suas casas.
A calma regressou largamente com a chegada de tropas internacionais e a instalação de um novo governo, mas continuaram actos isolados de violência.
O relatório da ONU à violência, apresentado no Parlamento de Timor-Leste na Terça-feira, disse que o ministro do interior de Alkatiri, Rogério Lobato, e o seu ministro da defesa, Roque Rodrigues, deram armas a civis "e criaram uma situação de significativo risco potencial."
"Devem ser responsabilizados," diz o relatório, recomendando que a dúzias doutros membros das forças de segurança sejam levantados processos pelas mortes.
Alkatiri declinou de imediato comentar, mas o seu opositor político, o Presidente Xanana Gusmão e o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, emitiram uma declaração conjunta apelando aos "partidos para não tiragem vantagem do conteúdo do relatório."
Apelaram à "maturidade e á razão ... com o firme objective de acalmarem as animosidades das pessoas."
Observadores exprimiram preocupações que as conclusões da comissão e a rivalidade política antes das eleições gerais de Maio de 2007 possa desencadear mais violência. Foi aumentada a segurança nos escritórios da ONU na capital, Dili, mas não houve relatos de incidentes.
Será feita uma reunião do Gabinete de emergência para considerar as conclusões da comissão disse a declaração dos líderes.
A comissão de três membros, estabelecida pelo Conselho de Segurança da ONU em Junho, baseou as suas conclusões em entrevistas com mais de 200 testemunhas e 2,000 documentos.
O relatório, traduzido para Tétum, Português e Bahasa Indonésia, também recomendou que juízes estrangeiros e investigadores fiscalizem os julgamentos ao banho de sangue de Abril e Maio para garantir que sejam seguros e justos.
O governo deverá compensar as pessoas que perderam membros da família ou casas e deve aumentar a segurança das prisões depois da fuga de 57 detidos, incluindo suspeitos nos crimes recentes.
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Herald Sun
ONU apela a investigação do antigo PM de Timor
Por Nelson da Cruz em Dili
Outubro 17, 2006 09:37pm
Artigo da: Agence France-Presse
A ONU apelou hoje à investigação criminal em relação ao antigo primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri e a uma série de governantes e membros das forças de segurança, num relatório ansiosamente aguardado sobre a violência que percorreu o país mais cedo.
O relatório, feito a pedido do Governo, diz também que os eventos que levaram ao derramamento de sangue e no qual morreram 37 pessoas em Abril e Maio pode ser largamente explicado pela fragilidade das instituições da jovem nação.
O Sr Alkatiri saiu do cargo de primeiro-ministro em Junho no meio de alegações de que tinha armado um esquadrão de ataque e lhe ordenara para matar os seus opositores políticos, mas tem mantido a sua inocência.
A comissão da ONU não encontrou evidência que o Sr Alkatiri desse tais instruções nem recomendou que fosse processado pelo movimento ilegal de armas.
"Contudo, a Comissão recomendou mais investigações para determinar se Mari Alkatiri tem alguma responsabilidade criminal em relação ao crime das armas," diz o relatório.
O relatório também concluiu que o Governo não cumprira a lei quando apelou às forças armadas para controlar os protestos em Abril, "uma questão em que... em particular o antigo Primeiro-Ministro tem responsabilidade."
A capital de Timor-Leste, Dili foi percorrida por desassossegos depois da demissão de soldados que tinham desertado queixando-se de discriminação dos seus superiores com base da região donde vinham.
Analistas dizem que políticos com décadas de queixas uns contra os outros tiraram vantagens do descontentamento dos soldados.
Batalhas entre facções das forças de segurança degeneraram em sangrenta violência nas ruas envolvendo gangs de jovens. Mais de 150,000 pessoas fugiram das suas casas e cerca de 3000 tropas lideradas pelos Australianos foram destacadas para restaurar a calma.
O relatório com 79 páginas branqueou Xanana Gusmão por ter dado ordens ao Major Alfredo Reinado, o responsável da polícia militar que desertou mesmo antes da vaga de desassossego de Maio, "para desenvolver acções criminosas ".
Disse contudo que o próprio Maj Reinado, que estava detido por acusações de armas mas escapou pouco depois, pode ser "razoavelmente suspeito de ter cometido crimes" durante uma confrontação armada em 23 de Maio.
Outros que deverão ser responsabilizados sobre a transferência ilegal de armas foram o ministro do interior Rogério Lobato e o ministro da defesa Roque Rodrigues – ambos tinham sido demitidos – bem como o chefe das forças armadas Taur Matan Ruak, disse o relatório.
O mandato da comissão era fazer recomendações de abertura de processos ou investigações e estabelecer os factos relacionados com a violência. Não tem autoridade legal.
Além de ter listado indivíduos, o relatório disse que "falhanços do domínio da lei e da responsabilidade estiveram no centro dos eventos de Abril e de Maio...
"Fraquezas institucionais e divisões entre instituições foram trazidos à superfície e culminaram em confrontos abertos " entre a polícia e as forças armadas.
O relatório foi distribuído aos deputados hoje em Dili.
A segurança na normalmente adormecida capital à beira mar foi reforçada nos escritórios do governo com dúzias de polícias da ONU e de tropas Australianas a patrulharem as ruas.
O respeitado International Crisis Group avisou na semana passada que a saída do relatório era "potencialmente explosiva ".
O Presidente do Parlamento, Francisco Guterres, disse contudo que a produção do relatório deve ajudar a travar a violência de baixo-nível que tem persistido nas ruas de Dili.
"Com a aceitação deste relatório, é agora tempo para todos pararmos a violência," disse.
Cópias do relatório – que foi emitido em Inglês, Português e Tétum – vão ser distribuídas amanhã ao público, disse o Sr Guterres.
Timor-Leste ganhou a independência em 2002 depois de um período de comissariado da ONU. Foi governado pela Indonésia durante 24 anos antes de o seu povo ter votado preponderantemente em 1999 a favor da ruptura de Jakarta.
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Reuters
O ex-PM de Timor-Leste deve ser investigado, diz a ONU
Terça-feira 17 Oct 2006 7:54 AM ET
Por Lirio da Fonseca
DILI, Out 17 (Reuters) – São necessárias mais investigações para determinar se o antigo primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri deve ser processado sobre o armar de civis durante uma vaga de violência em Maio, disse o relatório da ONU na Terça-feira.
O relatório preparado por uma Comissão Independente Especial de Inquérito nomeada pela ONU, disse que não encontrou evidência para recomendar que Alkatiri, que resignou sob pressão em Junho, seja processado por causa de transferência ilegal de armas de forças da segurança para civis.
"Contudo há informações na Comissão que levantam suspeitas que ele soube de entregas ilegais de armas a civis," disse o relatório, emitido no site da ONU (www.ohchr.org).
Alkatiri, que lidera no Parlamento a Fretilin, tem sido extensamente acusado pela violência que irrompeu depois de lutas entre as forças armadas terem escalado para distúrbios, fogos postos e pilhagens nas ruas da capital, Dili.
Durante o caos, mais de 30 pessoas foram mortas e mais de 150,000 deslocadas das suas casas.
No fim de Maio, a Austrália liderou uma força de cerca de 3,000 tropas estrangeiras para acabar as lutas, que pôs gangs étnicos e as jovens forças da polícia e militares uns contra os outros.
O Presidente Xanana Gusmão disse que o parlamento deve actuar rapidamente sobre o relatório e apelou ao fim do esporádico desassossego que tem continuado no pequeno país de metade do tamanho da Bélgica.
"Pedimos a toda a gente que continua ainda envolvida na violência para parar com as suas acções. Não devemos viver nesta situação para sempre," disse aos repórteres.
O relatório de 79 páginas faz uma série de recomendações para prosseguir os casos criminosos relacionados com a violência, incluindo processar o antigo ministro da defesa Rogério Lobato sobre entrega ilegal de armas a civis, e o líder amotinado Major Alfredo Reinado, que fugiu duma prisão de Dili em Agosto.
Indicou os nomes duma série de membros das forças de segurança, de soldados amotinados e de civis que devem ser processados ou investigados sobre algumas das mortes que ocorreram.
Um resumo do relatório também acusa a fraqueza das instituições para o caos em Timor-Leste.
O território de cerca de um milhão de pessoas votou num referendo sangrento em 1999 pela independência da Indonésia, que anexou Timor-Leste depois da potência colonial Portugal ter-se retirado em 1975.
"É a opinião da Comissão que a crise que ocorreu em Timor-Leste pode ser explicada largamente pela fragilidade das instituições do Estado e pela fraqueza do domínio da lei."
O Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, que substituiu Alkatiri, na semana passada desvalorizou a possibilidade de violência depois da saída do relatório da ONU, mas urgiu as forças estrangeiras a ficarem até às eleições de 2007.
A segurança foi apertada na capital antes da saída do relatório, com escritórios do governo a fecharem mais cedo. Não houve sinais imediatos de desassossego depois do relatório sair.
Os polícias Malaios guardaram o o Parlamento e as tropas do Bangladesh armadas com espingardas estavam estacionadas no exterior dos escritórios judiciais.
Depois duma forte votação para romper com Jakarta, Timor-Leste foi governada pela ONU por dois anos e meio antes de se tornar independente em 2002.
Dar empregos a alguns dos 600 militares amotinados que desencadearam a violência deste ano é crucial para resolver a crise de Timor-Leste, disse a International Crisis Group (ICG) num relatório na semana passada.
A ICG também disse que o carismático Presidente Xanana Gusmão e Alkatiri podem considerar não terem qualquer papel nas eleições de 2007 para resolver o impasse político e permitir que apareçam novos líderes.
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BBC – Terça-feira, 17 Outubro 2006, 09:08 GMT 10:08 UK
Ex-PM de Timor-Leste acusado no desassossego
Um inquérito da ONU em Timor-Leste recomendou que o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri enfrente uma investigação criminal.
O relatório disse que o Sr Alkatiri falhou em evitar que armas caíssem nas mãos de civis apesar de evidência credível que isso estava a acontecer.
O Sr Alkatiri saíu do posto de primeiro-ministro em Junho sob pressão intensa tanto em casa como do estrangeiro.
A pequena nação sofreu dois meses de desassossego que deixou mais de 30 pessoas mortas anteriormente.
Tropas internacionais foram trazidas para restaurar a ordem, depois de milhares de pessoas fugirem das suas casas quando rebentaram batalhas na rua entre soldados amotinados e os leais ao governo.
A violência foi desencadeada pela decisão do Sr Alkatiri de despedir 600 soldados decepcionados em Março.
O Sr Alkatiri foi acusado de autorizar a distribuição de armas para um esquadrão de ataque civil com ordens para matar os seus rivais políticos – uma afirmação que ele negou com força.
Mas uma comissão especial de investigação da ONU concluiu que havia "informação credível que tal transferência [de armas] estava em curso e envolvia membros do governo".
O relatório disse que o Sr Alkatiri falhou em "usar a sua autoridade firme para denunciar a transferência de armas do sector da segurança para civis".
Recomendou que ele enfrente "mais investigações para determinar se... [ele] tem qualquer responsabilidade criminal com respeito a crimes de armas."
A comissão também recomendou que os antigos ministros da defesa e do interior sejam responsabilizados pela transferência ilegal de armas.
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ABC Radio – Terça-feira, 17 Outubro , 2006 18:10:00
Alkatiri apontado no relatório da ONU
Transcrição do programa PM
Repórter: Anne Barker
MARK COLVIN: Um inquérito da ONU recomendou que o antigo PM de Timor-Leste Mari Alkatari deve enfrentar mais investigação pelo seu envolvimento no desassossego do país mais cedo.
A ONU indicou os nomes de dúzias de pessoas como perpetradoras de violência, que deixou cerca de 30 pessoas mortas quando a violência irrompeu em Abril.
O relatório foi submetido ao parlamento de Timor-Leste em Dili.
Anne Barker junta-se em linha agora.
MARK COLVIN: Anne, qual é a opinião geral do relatório da ONU para começar?
ANNE BARKER: Bem Mark, este foi um relatório que começou em Junho quando o novo Primeiro-Ministro José Ramos Horta abordou a ONU pedindo-lhe uma investigação independente na violência em curso que começou no fim de Abril.
Agora um painel de três pessoas passou muitas semanas a estudar as questões. Examinou 2,000 documentos e fez mais de 200 entrevistas, e hoje o seu relatório de 80 páginas indicam dúzias de nomes de pessoas, a maioria nomes desconhecidos para pessoas como você ou eu, por incitarem à violência em vários incidentes desde 28 de Abril, desde disparos num mercado ao assassínio de 8 polícias no centro de Dili em 25 de Maio.
MARK COLVIN: Assim presumidamente essas eram as pessoas que estavam a bater-se nas ruas?
ANNE BARKER: Certo. Diz que muitas destas pessoas actuavam por vontade própria. Algumas actuavam sob ordem doutras.
Por exemplo Alfredo Reinado, o líder amotinado e os seus homens, cerca de 20 homens foram acusados de crimes contra a vida e pessoas, noutras palavras assassínio ou tentativa de assassínio.
O Coronel Raylos e o seu grupo de cerca de 30 homens, que alegam que foram armados pelo Ministro do Interior, Rogério Lobato foram também acusados de ter cometido crimes contra a vida.
A Comissão diz que está provado que esse grupo de 31 homens receberam armas de Rogério Lobato. Também concluiu que não houve nenhum massacre como foi alegado num sítio chamado Tasitolu onde foi extensivamente alegado que um grupo de cerca de 60 pessoas tinham sido mortas à volta de Abril ou Maio.
E também diz que Mari Alkatari, o agora removido Primeiro-Ministro deve ser investigado mais sobre o seu envolvimento na violência nos meses recentes.
MARK COLVIN: Isso é bastante forte acerca do Sr Alkatiri. Eu regresso a isso num momento. Diz que eles descobriram que Rogério Lobato que era então o Ministro do Interior entregou armas aos amotinados?
ANNE BARKER: Está certo.
Agora, houve uma alegação não só de que Rogério Lobato tinha autorizado a transferência de armas para esses 31 homens, aparentemente para matarem rivais políticos de Mari Alkatiri e da Fretilin. Mas a alegação também era que ele tinha actuado sob autorização de Mari Alkatiri.
Agora, o painel disse que não há evidência que Mari Alkatiri esteve pessoalmente envolvido nas acções ilegais de posse dessas armas, mas que havia informação sugerindo que ele soube da entrega ilegal dessas armas a esses civis.
E recomenda mais investigação contra Mari Alkatiri para se estabelecer se ele tem alguma responsabilidade a respeito aos crimes de armas.
MARK COLVIN: Há já procedimentos dos tribunais em curso contra ambos Mari Alkatiri e Rogério Lobato o antigo Ministro do Interior, de que falávamos. Qual a situação e o que é que o relatório da ONU significa para esses processos ou qualquer mais outra acusação.
ANNE BARKER: Bem, esses dois casos específicos têm estado no limbo há muitas semanas principalmente por causa deste inquérito. Foi encarado como sensato esperar as conclusões do inquérito independente antes de prosseguir com esses casos.
Rogério Lobato já enfrenta quatro acusações também. Tem estado em prisão domiciliária desde Junho, penso.
Mari Alkatiri foi investigado mas, outra vez, o caso não avançou. Agora que o inquérito está concluído espera-se que o Procurador-Geral em Dili actue em muitos destes casos, não somente estes dois mas certamente estes casos vão avançar. E pode haver mais dúzias de pessoas processadas ou acusadas nas próximas semanas.
Mas tenho que dizer que tem havido a ausência de juízes internacionais em Dili e não há muitos empregados judiciais na capital, assim, espera-se que este tipo de processos possa levar algum tempo.
MARK COLVIN: E como vão os Timorenses, particularmente em Dili, provavelmente reagir ao relatório?
ANNE BARKER: Bem tem sido o grande medo. Que talvez algumas pessoas fossem indicadas como foram, porque há como disse, dúzias de indivíduos indicados no relatório.
Agora se a justiça não for rápida, o receio é que isso possa incitar à violência entre as pessoas que queiram fazer justiças com as próprias mãos.
É ainda muito cedo para se saber o que vai acontecer mas é com certeza o receio entre alguns. Mas falei com o Chefe da Defesa Australiana em Dili nos últimos dias e também ouvi de José Ramos Horta que esteve na Austrália na semana passada e não estavam particularmente preocupados que houvesse qualquer explosão de violência como resultado deste relatório.
MARK COLVIN: Anne Barker a relatar sobre o relatório da ONU sobre a violência que irrompeu em Timor em Abril.
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The Age - Outubro 18, 2006
PM culpado por violência em Timor
Lindsay Murdoch, Darwin
O antigo primeiro-ministro Timorense Mari Alkatiri falhou em travar a distribuição de armas a civis e deve enfrentar investigação criminal, concluiu um relatório da ONU.
A investigação acusa também dois antigos ministros do governo do Sr Alkatir e o responsável das forças de defesa de Timor-Leste de criar uma "situação de um perigo potencial significativo " e recomendou que fossem responsabilizados pela transferência ilegal de armas.
As conclusões centrais do relatório por um painel de três membros organizado pelo Secretário-Geral da ONU Kofi Annan são potencialmente explosivos num país onde dezenas de milhares de pessoas ainda estão a viver em campos de deslocados, demasiadamente aterrorizadas para regressarem às suas casas.
A violência em Abril e Maio clamou mais de 40 vidas e expôs divisões profundas nas forças armadas e na polícia de Timor-Leste.
As forças armadas mantêm-se leais em defender o Chefe da defesa Brigadeiro Taur Matan Ruak, um dos heróis da luta de libertação da independência de Timor-Leste, apesar das acusações do relatório dele ter falhado em "esgotar todas as possibilidades para ou prevenir ou parar " um confronto entre as suas tropas e a polícia.
Fretilin, o partido no poder com apoio alargado nas áreas rurais, ficará profundamente descontente com as conclusões.
O Sr Alkatiri é ainda o secretário-geral do partido, que insiste em liderar nas eleições do próximo ano.
O relatório diz que o Gabinete do Sr Alkatiri falhou seguir procedimentos adequados quando ordenou às forças armadas que fossem para as ruas de Dili, dizendo que o Sr Alkatiri em particular deve aguentar a responsabilidade.
O relatório acusa o amotinado das forças armadas Alfredo Reinado e os seus homens de "terem cometido crimes contra vidas e pessoas " durante um tiroteio nos subúrbios de Dili em 23 de Maio. O Major Reinado liderou uma fuga da prisão principal de Dili em Agosto e tem estado escondido nas montanhas do oeste do país.
Quando lhe contaram as conclusões contra ele, o Major Reinado disse: "Não comecei nada. Houve perdas de vidas no meu lado como no outro. O que é que devia fazer quando fui atacado?"
O Major Reinado tem mantido conversas secretas com o comandante das tropas Australianas Mick Slater sobre render-se.
Quando perguntado se as conclusões afectariam as negociações, disse: "Pergunte a Mick Slater. Ele tem a responsabilidade de tudo."
O inquérito concluiu que o Presidente Xanana Gusmão, a figura mais popular no país, "devia ter mostrado mais contenção e respeito pelos canais institucionais ao comunicar directamente com o Major Reinado" depois dele e dos seus homens terem desertado das forças armadas em Maio.
O Sr Gusmão raramente é criticado em público.
O inquérito disse que não havia nenhuma informação que pudesse levar a recomendar que o Sr Alkatiri seja processado por estar pessoalmente envolvido na distribuição ilegal de armas.
Mas concluiu que havia informação "dando aumento à suspeição " que ele soube da entrega ilegal de armas a civis com armas da polícia pelo antigo ministro do interior Rogério Lobato, que está sob prisão domiciliária em Dili.
O relatório acusa o Sr Alkatiri de falhar usar a sua autoridade para denunciar "informação credível " acerca de transferência de armas para membros do seu governo.
Concluiu que o Sr Lobato e o comandante da polícia Paulo Martins ultrapassaram procedimentos institucionais transferindo irregularmente armas no interior da força da polícia.
Indica os nomes do Sr Lobato e do antigo ministro da defesa Roque Rodrigues de terem armado civis bem como o Brigadeiro Ruak.
Centenas de polícias e tropas Australianas e outras forças internacionais de segurança estiveram em alerta máximo na noite passada, receando que o relatório pudesse desencadear violência.
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Sydney Morning Herald - Outubro 18, 2006
Relatório da ONU aponta ao topo
Lindsay Murdoch, Darwin
Lindsay Murdoch
Outuobro 18, 2006
O inquérito da ONU à violência em Timor-Leste recomendou uma investigação criminal ao antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, acusando-o de falhar parar armas que ele sabia estavam a ser distribuídas a civis.
O inquérito também acusa dois antigos ministros do governo do Sr Alkatiri, e Taur Matan Ruak, o responsável da força de defesa de Timor-Leste, de criar uma "situação de significativo perigo potencial ", recomendando que sejam responsabilizados pela transferência ilegal de armas para civis.
As conclusões dos três membros de inquérito podem ser explosivos, com dezenas de milhares de pessoas ainda em campos de deslocados, com medo de regressarem a casa. As forças armadas mantêm-se leais ao Brigadeiro-General Ruak, um herói da luta pela independência.
O inquérito concluiu que o Presidente, Xanana Gusmão, "devia ter tido mais contenção e respeito pelos canais institucionais ao comunicar directamente" com o amotinado das forças armadas Alfredo Reinado depois de ele e os seus homens terem desertado em Maio. O Sr Gusmão, a figura mais popular no país, é raramente criticado em público.
O Sr Gusmão disse que o relatório era imparcial e independente, e ontem pediu que não fosse politicizado. Apelou ao fim da violência em curso. "Não podemos viver eternamente debaixo deste clima de desrespeito continuado pelas vidas e bens de outros," disse.
Disse que o Governo devia imediatamente considerar as recomendações e que o Primeiro-Ministro, José Ramos-Horta, devia convocar um conselho de ministros urgente.
O relatório acusa Reinado e os seus homens de "terem cometido crimes contra vidas e pessoas " num tiroteio nos subúrbios de Dili em 23 de Maio.
Reinado liderou uma fuga em massa duma prisão de Dili em Agosto e tem estado escondido, dizendo que estava confiante que o inquérito o isentaria de qualquer coisa mal feita.
Contactado por telefone e sendo informado das conclusões contra si, Reinado disse: "
Não comecei nada. Houve perdas de vida do meu lado como do outro. O que devia fazer quando fui atacado?"
Reinado tem tido conversas secretas com o comandante das tropas Australianas, Brigadeiro Mick Slater, sobre render-se. O relatório diz que o Sr Gusmão "não deu ordens nem autorizou que o grupo de homens sob comando do Major Reinado cometessem acções criminosas ". O inquérito – estabelecido pelo Secretário-Geral da ONU Kofi Annan – acusa o General Ruak de falhar "esgotar todas as possibilidades quer para evitar quer para parar " confrontos entre tropas e polícias.
O Sr Alkatiri é ainda o secretário-geral da Fretilin, o partido no poder, e insiste que a liderará nas eleições no próximo ano.
O relatório diz que o Gabinete do Sr Alkatiri falhou em seguir os procedimentos quando ordenou que as forças armadas fossem para as ruas de Dili dizendo que o Sr Alkatiri deve ter a responsabilidade.
Mas diz que não viu nenhuma informação que pudesse levar a uma recomendação que o Sr Alkatiri fosse processado por envolvimento na acção ilegal, posse ou uso de armas.
Mas concluiu que havia informação " dando aumento à suspeição " que ele soube da entrega ilegal de armas a civis com armas da polícia pelo antigo ministro do interior Rogério Lobato, que está sob prisão domiciliária em Dili.
O relatório acusa o Sr Alkatiri de falhar usar a sua autoridade para "informação credível " sobre a transferência de armas para civis por membros do governo. Concluiu que o Sr Lobato e o comandante da polícia Paulo Martins ultrapassaram procedimentos criminais ao transferirem irregularmente armas no interior da força da polícia.
Indica os nomes do Sr Lobato e do antigo ministro da defesa Roque Rodrigues de terem armado civis, bem como o General Ruak.
O inquérito disse que a fragilidade das instituições do Estado e a fraqueza do domínio da lei foram os factores subjacentes que contribuíram para a crise.
Indica nomes de muitas pessoas suspeitas de crimes durante a crise e recomenda processos. Indica outros que devem ser investigados. A polícia e tropas Australianas e forças internacionais de segurança em Dili, estiveram no alerta máximo ontem à noite.
Há semanas que têm tentado reduzir a violência dos gangs e os ataques em Dili. Muitos escritórios do governo fecharam mais cedo ontem.
A violência em Abril e Maio clamou 40 vidas e ajudou a forçar a resignação do Sr Alkatiri.
Os juízes que provavelmente vão ter os casos já pediram protecção à ONU.
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quarta-feira, outubro 18, 2006
Notícias - traduzidas pela Margarida
Por Malai Azul 2 à(s) 11:51
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Kadiuk voçê vive em Marte! Força aí!
Onde quer que o Kadiuk esteja a viver (em Marte, na Lua ou no campo dos refugiados) mas lá razão tem ele.
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