segunda-feira, abril 16, 2007

Timor Leste: A half-built nation

The Economist - Saturday, April 14, 2007

Timor-Leste's perilous elections
An election season has begun peacefully but Timor-Leste will need years more babysitting from the UN


A White United Nations helicopter, piloted by Russians, touches down in Mahaquidan, a remote and drizzle-drenched spot in Timor-Leste's mountains. Out steps Atul Khare, the Indian diplomat who heads the country's UN peacekeeping mission. At the polling station, around 100 villagers queue patiently, shepherded by policemen from Singapore, Portugal and Namibia. As elsewhere this Easter Monday, April 9th, voting is going smoothly and turnout seems high. "Parabéns!" ("Congratulations!"), beams Mr Khare, before flying off to his next stop.
The whole world is on hand to help as the tiny, troubled country (formerly Indonesian-occupied East Timor) holds its first presidential election since independence in 2002. It is packed with soldiers, police, diplomats, election monitors and aid-workers from every corner of the globe. In the capital, Dili, constant patrols by the UN's Australian-led peacekeeping force ensure that clashes between political factions, which flared up during campaigning, are absent on election day.

Timor-Leste gave the UN its first chance to play midwife at the birth of a brand-new country. If nation-building cannot succeed in such a small and relatively homogeneous spot, it will have little chance in bigger and more complex places such as Afghanistan and Congo. Easter Monday's incident-free polling, in which the Timorese had a choice of eight candidates, suggests that the enormous care lavished on the country might pay off. However, many doubts remain.
In May last year, after the UN had scaled down its operations, the country descended again into violence and its army and police collapsed, prompting the dispatch of fresh peacekeepers. The prime minister at the time, Mari Alkatiri, invited the chaos by sacking almost half of the army for going on strike. The striking soldiers, mainly from the country's west, had complained of discrimination by their commanders, mostly from the east. The UN was accused of having planted the seeds of this conflict by mishandling the integration of former rebel fighters and pro-Indonesian militias into the new country's security forces, though the clash was fuelled by rival politicians, exploiting the rifts for their own ends. General disorder followed, including clashes in Dili between easterners and westerners.

The present campaign for the influential but largely ceremonial presidency has only widened the rift that underlies all of this: that between Mr Alkatiri's Fretilin, which had been the independence movement's political wing, and Xanana Gusmão, the current president, who was its military leader. After last year's violence, Mr Alkatiri was forced to resign as prime minister and was replaced by an ally of Mr Gusmão's, José Ramos-Horta, who jointly won the Nobel peace prize for his efforts as the independence movement's chief international spokesman.
Mr Gusmão now plans a job-swap. While backing Mr Ramos-Horta's bid for president, he will seek the prime ministership, under the banner of a new political party, in a parliamentary election in June. Preliminary results from Easter Monday's presidential vote put Mr Ramos-Horta second, with 23%, while Fretilin's Francisco Guterres (known during the resistance as "Lu-Olo") came first with 29%. Mr Ramos-Horta thinks he will still win the run-off next month, because most of the eliminated candidates' voters will switch to him. Mr Guterres's advisers think many Fretilin supporters abstained this time, and that their man will win if they can be persuaded to vote in the second round.

Big oil and gas deposits found in the seas between Timor-Leste and Australia mean that the new nation is no longer poor. Mr Ramos-Horta says Fretilin's over-cautious and insular government has let more than $1 billion of oil revenues stack up in its accounts, while a population of fewer than 1m still suffers widespread poverty, child malnutrition and unemployment. Tens of thousands who fled last year's fighting are living in tents in refugee camps. Fretilin had intended to spend more heavily last year but the violence thwarted its plans. Once Mr Ramos-Horta became prime minister, cohabiting in government with Fretilin, it was reluctant to increase aid in case he took the credit.

Whereas the government has spent little, the UN has splashed out over $3 billion since arriving in 1999. But this largesse has left few visible signs, save at the UN's huge base in Dili, where construction continues apace, suggesting that the world body is digging in for the long term. The capital is still littered with rotting buildings, abandoned in various rounds of violence.
The presidential candidates all pledged before the election to accept its outcome. But five losing candidates have jointly accused Fretilin of intimidation and possible vote-tampering, threatening to reject the result unless there is a public recount. Mr Ramos-Horta says the official turnout figure—around 70%, despite the queues seen at polling stations—is suspiciously low. Fretilin retorts that its supporters were the main victims in pre-election clashes.

Fretilin's opponents fear that it might be a sore loser and cause trouble if Mr Guterres does not win. But worse might come if Fretilin does win the presidential or parliamentary election: the soldiers it sacked are hiding in the hills, angry and, in some cases, armed. The UN's hordes of experts have made huge efforts to nurture democracy and build strong institutions in Timor-Leste. But it still seems as if one stiff gust of wind could blow it all away.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Timor Leste: Uma nação meia construída
The Economist - Sábado, Abril 14, 2007

As eleições perigosas de Timor-Leste
Uma estação eleitoral começou pacificamente mas Timor-Leste necessitará mais anos de acompanhamento pela ONU

Um helicóptero branco da ONU, pilotado por Russos, aterra em Mahaquidan, um local remoto e de tirar a respiração nas montanhas de Timor-Leste. De lá sai Atul Khare, o diplomata indiano que lidera a missão da ONU no país. Na estação eleitoral, cerca de 100 aldeãos, estão pacientemente em fila, guiados por polícias de Singapura, Portugal e Namíbia. Como em todo o lado, nesta Segunda-feira de Páscoa, 9 de Abril, a votação decorre calmamente e a participação parece elevada. "Parabéns!", regozija-se o Sr Khare, antes de voar para outro local.
Todo o mundo deu as mãos para ajudar quando o pequeno, inquieto país (anteriormente o leste de Timor ocupado pela Indonésia) realiza a sua primeira eleição presidencial desde a independência em 2002. Está cheio de soldados, polícias, diplomatas, monitores eleitorais e trabalhadores humanitários de cada canto do mundo. Na capital, Dili, patrulhas constantes lideradas pelas tropas Australianas asseguram que os confrontos entre facções políticas, que se viram durante a campanha estejam ausentes no dia das eleições.

Timor-Leste deu à ONU a sua primeira oportunidade para fazer de parteira no nascimento de um novo país. Se a construção de não não tiver sucesso mul local tão pequeno e tão relativamente homogéneo, menos terá em locais maiores e mais complexos como o Afeganistão e o Congo. As eleições de Segunda-feira de Páscoa sem incidentes, nas quais os Timorenses tinham a escolha de oito candidatos, sugerem que o imenso cuidado depositado no país pode compensar. Contudo permanecem muitas dúvidas.
Em Maio do ano passado, depois de a ONU ter diminuído as suas operações, o país caíu outra vez na violência e as suas forças armadas e policia colapsaram desencadeando o destacar de novas tropas. O primeiro-ministro da altura, Mari Alkatiri, convidou ao caos ao despedir quase metade das forças armadas por terem entrado em greve. Os soldados grevistas, principalmente do oeste do país, tinham-se queixado de discriminação pelos seus comandantes, a maioria do leste. A ONU foi acusada de ter implantado as sementes desse conflito por ter conduzido mal a integração de antigos combatentes da resistência e milícias pró-Indonésias nas novas forças de segurança do país, apesar do confronto ter sido alimentado por políticos rivais, a explorarem as divisões para os seus próprios fins. Seguiram-se desordens gerais, incluindo confrontos em Dili entre gente do leste e do oeste.

A presente campanha para a presidência um cargo influente mas largamente cerimonial só tem contribuído para alargar a divisão que subjaz nisto tudo: aquela entre a Fretilin do Sr Alkatiri, que tem sido a ala política do movimento da independência, e Xanana Gusmão, o presidente corrente, que foi o seu líder militar. Depois da violência do ano passado, o Sr Alkatiri foi forçado a resignar como primeiro-ministro e foi substituído pelo aliado do Sr Gusmão, José Ramos-Horta, que venceu um prémio Nobel da paz pelos seus esforços como porta-voz internacional do movimento da independência.
O Sr Gusmão planeia agora uma troca de lugares. Ao mesmo tempo que apoia a corrida para presidente do Sr Ramos-Horta, ele tentará o cargo de primeiro-ministro sob a bandeira de um novo partido político, nas eleições parlamentares em Junho. Os resultados preliminares das eleições presidenciais da última Segunda-feira põem o Sr Ramos-Horta em segundo ligar com 23%, enquanto Francisco Guterres da Fretilin (conhecido durante a resistência como "Lu-Olo") ficou um primeiro com 29%. O Sr Ramos-Horta pensa ainda que ganhará a segunda volta no mês que vem, porque a maioria dos eleitores dos candidates eliminados mudarão para ele. Os conselheiros do Sr Guterres pensam que muitos apoiantes da Fretilin se abstiveram desta vez, e que o seu candidato vencerá se poderem ser convencidos a votar na segunda volta.

Grandes reservas de petróleo e de gás descobertas no fundo dos mares entre Timor-Leste e a Austrália significam que a nova nação já não é pobre. O Sr Ramos-Horta diz que o governo super cauteloso e insular da Fretilin deixou mais de $1 bilião de rendimentos de petróleo a acumularem-se nas suas contas, enquanto uma população de menos de um milhão sofre ainda de pobreza alargada, má nutrição infantil e desemprego. Dezenas de milhares que fugiram às lutas do ano passado vivem em tendas em campos de deslocados. A Fretilin tinha a intenção de gastar mais pesadamente no ano passado mas a violência deitou abaixo os seus planos. Depois do Sr Ramos-Horta se tornar primeiro-ministro, coabitando no governo com a Fretilin, foi relutante em aumentar a ajuda no caso dele ficar com o crédito.

Enquanto o governo pouco gastou, a ONU esbanjou mais de $3 biliões desde que lá chegou em 1999. Mas a sua largueza poucos sinais visíveis deixou, excepto na enorme base da ONU em Dili, onde o ritmo da construção se mantém, o que sugere que o órgão mundial pensa ficar a longo prazo. A capital ainda está cheia de edifícios a cair, abandonados em vários círculos de violência.
Os candidatos presidenciais prometeram todos antes das eleições aceitar o resultado. Mas cinco candidatos perdedores acusaram em conjunto a Fretilin de intimidação e possivelmente de fraude na votação, ameaçando rejeitar o resultado a não ser que haja uma recontagem pública. O Sr Ramos-Horta diz que o número da participação eleitoral oficial—à volta de 70%, apesar das filas vistas nas estações de voto é—é suspeito de ser baixo. A Fretilin responde que os seus apoiantes foram as vítimas principais dos confrontos pré-eleitorais.

Os opositores da Fretilin receiam que esta possa ser um perdedor magoado e que cause problemas se o Sr Guterres não vencer. Mas pior pode vir se a Fretilin ganhar as eleições presidenciais ou parlamentares: os soldados que despediu estão escondidos nas montanhas e, nalguns casos, armados. A enorme multidão de peritos da ONU tem feito enormes esforços para alimentar a democracia e construir instituições fortes em Timor-Leste. Mas parece ainda que uma rajada forte de vento pode destruí-la.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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