A imprensa Australiana deve ser prudente acerca das queixas nas eleições em Timor-Leste
Crickey – Sexta-feira, 13 Abril 2007
Michael Leach, Investigador no Instituto para Cidadania e Globalização na Unicversidade Deakin University, escreve:
Está a ficar claro que as queixas de alguma oposição acerca da condução das eleições são brutalmente exageradas, ou na melhor das hipóteses, vazias e maldosas.
A Comissão Europeia saúda o desenvolvimento pacífico das eleições Presidenciais em Timor-Leste
Comissão Europeia - 13/04/2007
IP/07/493 - Bruxelas, 12 Abril 2007
A Comissão Europeia saúda a alta participação e o desenvolvimento pacífico da primeira volta das eleições Presidenciais em Timor-Leste. A Comissão Europeia considera essas eleições, que serão seguidas pelas eleições Parlamentares mais tarde este ano, como um passo fundamental no processo da consolidação da democracia Timorense e das instituições Timorenses. O Presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso saudou a forte ligação à democracia demonstrada mais uma vez pelo povo Timorense nas primeiras eleições organizadas por instituições nacionais: “Fiquei impressionado ao ver a maneira pacífica e ordeira como em longas filas as pessoas esperavam para ir votar e tenho esperança que esta calma prevalecerá no futuro, permitindo que a vontade democrática do povo Timorense seja expressada na paz e na segurança.”
A EU destacou uma Missão de Observação de Eleições (EOM) a Timor-Leste para observar as eleições Presidenciais e Parlamentares. A Declaração Preliminar emitida pela missão louva as condições de liberdade e de paz em que se realizaram as eleições. A Declaração Preliminar reconhece que “as eleições foram geralmente bem conduzidas pelas autoridades eleitorais Timorenses apesar das dificuldades no terreno e dos desafios logísticos”. Mesmo apesar dos resultados oficiais não estarem ainda disponíveis as informações disponíveis mostram uma corrida apertada entre vários candidatos e permite prever uma segunda volta entre os dois candidatos mais fortes.
"O facto de termos destacado uma missão da UE para observar estas primeiras eleições gerais depois da independência confirma o nosso forte apoio a Timor-Leste no seu caminho difícil para construir uma nação. Estamos convencidos que esta missão, sob liderança do Chefe dos Observadores Javier Pomés, deu uma contribuição importante e que as suas conclusões serão úteis para as instituições Timorenses para a próxima volta e para as próximas eleições Parlamentares. Estou confiante que todas as partes aceitarão os resultados", disse a Comissária Europeia responsável pelas relações externas, Benita Ferrero-Waldner.
“Esta missão juntamente com uma assistência para a organização de eleições de € 1.5 milhões do seu programa de construção de capacidade institucional sob o 9º Fundo Europeu de Desenvolvimento confirma o forte apoio ao processo eleitoral em Timor-Leste. Também reconhecemos o papel da comunidade internacional, em particular da UNMIT, na ajuda à preparação e organização das eleições e à criação de um ambiente reassegurado. Isto foi fundamental para dar credibilidade aos resultados eleitorais como a verdadeira escolha do povo Timorense e como um passo importante para ultrapassar a crise política corrente do país”, sublinhou Louis Michel, o Comissário responsável pela ajuda humanitária e desenvolvimento.
Para mais informação:
http://ec.europa.eu/comm/external_relations/east_timor/index.htm
Resultado incerto nos resultados das eleições presidenciais Timorenses prenunciam mais instabilidade
WSWS – 13 Abril 2007
Por: Patrick O’Connor
Na primeira volta das eleições presidenciais de Timor-Leste na Segunda-feira, o candidato da Fretilin Francisco “Lu-Olo” Guterres recebeu a mais alta votação, com 28.8 por cento do total, de acordo com resultados preliminares. O Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, que concorreu como independente, teve 22.6 por cento de apoio, à frente de outros seis candidatos, incluindo de Fernando “La Sama” de Araujo do Partido Democrático que recebeu 18.5 por cento. Por causa de nenhum candidato ter obtido mais de 50 por cento dos votos, uma segunda volta entre Guterres e Ramos-Horta está agendada para 8 de Maio.
Candidatos da oposição, liderados por de Araujo, disputaram o resultado e estão a ameaçar uma acção legal sobre alegada intimidação aos eleitores e fraude na votação. Ontem, a Comissão Nacional de Eleições decidiu não fazer uma recontagem a não ser que seja ordenada pelo tribunal de recurso. Os media Australianos promoveram acusações de corrupção contra a Fretilin, e a incerteza dos resultados levarão a mais instabilidade, dando ao governo de Howard amplas oportunidades para intervir. Canberra tem deixado clara a sua determinação para prevenir uma vitória da Fretilin.
Cerca de 1,200 tropas Australianas e da Nova Zelândia ocupam correntemente Timor-Leste. Estas forças foram despachadas em Maio último depois de o governo de Howard ter aproveitado e possivelmente instigado uma divisão violenta nas forças militares Timorenses para apertar o garrote de Canberra sobre o país rico em petróleo e gás e remover o governo da Fretilin de Mari Alkatiri. O governo de Howard considerou que Alkatiri estava demasiado próximo de poderes rivais como a China e Portugal, e que era um obstáculo aos interesses estratégicos e económicos da elite dominante Australiana. Conquanto Canberra tenha tido sucesso na remoção de Alkatiri e na instalação do seu candidato favorito Ramos-Horta, a Fretilin tem ainda uma grande maioria parlamentar.
O governo de Howard vê as eleições presidenciais e parlamentares agendadas para 30 de Junho como um meio para minar mais o partido no poder e de instalar um regime maleável pró-Australiano. Canberra tem apoiado os esforços de Ramos-Horta e do Presidente Xanana Gusmão para trocarem de cargos por intermédio de eleições presidenciais e parlamentares. Gusmão formou um novo partido da ala direita para mobilizar a oposição à Fretilin.
Sectores dos media Australianos não conseguiam esconder o seu entusiasmo quando se conheceram os primeiros números vindos de Estações de Votação na capital, Dili, que mostravam Ramos-Horta com um grande avanço sobre Guterres, que, parecia, nem sequer estava nos dois primeiros lugares. Contudo o tom mudou, quando Guterres ultrapassou Ramos-Horta depois de terem sido contados os votos vindos das praças fortes da Fretilin nos distritos do leste. Agora estão a ser promovidas alegações dos candidatos da oposição acerca de corrupção e de fraude eleitoral.
“A diferença [na contagem dos votos] hoje é que tivemos muitos votos a entrarem das cidades do leste, particularmente de Baucau e Lautem que são duas praças fortes da Fretilin no leste do país,” declarou na Quarta-feira Ann Barker da ABC Radio. “A Fretilin diz que tem muita boa gente a fazer campanha lá, bons organizadores e que é por isso que a sua votação subiu hoje. Mas à luz das alegações que ouvimos esta tarde, podemo-nos perguntar se pode haver algo mais sinistro por detrás disto.”
Nenhuma evidência foi produzida para substanciar as alegações da oposição. Mais de 2,000 observadores internacionais e Timorenses monitorizaram 700 Estações de Voto e relataram poucas irregularidades. Algumas Estações de Voto esgotaram os boletins de voto, mas muitas destas estavam em áreas apoiadas pela Fretilin. De Araujo e outros líderes da oposição apoiaram membros da Fretilin de estragarem 150,000 boletins de voto de eleitores—um número baseado na diferença entre os 357,000 votos válidos contados e as 520,000 pessoas registadas para votar. Contudo o chefe da missão da ONU em Timor-Leste, Atul Khare, explicou que os boletins de voto “em falta” se deveu à participação eleitoral, que foi de cerca de 70 por cento, mais baixo que as estimativas iniciais.
Alegações de fraude eleitoral estão a ser levantadas por media Australianos em preparação para uma vitória possível de Guterres na segunda volta no mês que vem. Sem dúvida que os media e a elite governante em Canberra rejeitarão tal resultado (alegando ser) ilegítimo e fraudulento. Ramos-Horta já está a ser retratado por sectores dos media Australianos como certo na segunda volta das eleições. Tendo gasto recursos consideráveis na remoção de Alkatiri no ano passado e mantendo o país ocupado, o governo de Howard não vai permitir que as eleições perturbem a sua agenda.
Desafeição dos eleitores
A votação presidencial revelou uma alargada desafeição dos eleitores com toda a elite política Timorense. Nenhum candidato recebeu mais de 30 por cento de apoio. A votação na Fretilin foi significativamente mais baixa que os 57 por cento dos votos que conquistou na eleição para a assembleia constituinte realizada em 2001. O declínio reflecte desilusão com as realidades da vida que se seguiram à chamada independência de Timor-Leste. A Fretilin prometera aos seus apoiantes que a independência formal, doada em 2002, montaria o palco para o desenvolvimento económico nacional e elevaria os padrões de vida da população.
Isto tem sido exposto como (tendo sido) uma ilusão. Enquanto a “independência” beneficiou uma pequena camada da elite Timorense, as pessoas comuns continuam a sofrer de pobreza extrema. De acordo com o Banco Mundial, mais de 20 por cento da população vive com menos de um dólar por dia, e o desemprego nas áreas urbanas é de mais de 40 por cento. Dezenas de milhares de deslocados durante os distúrbios do ano passado vivem ainda em miseráveis campos de deslocados.
Ramos-Horta tentou capitalizar no passado da Fretilin apresentando-se ele próprio como um “presidente para os pobres”. Tanto ele como Xanana Gusmão prometeram gastar os rendimentos do petróleo em programas sociais dirigidos à redução da pobreza e do desemprego. Prometendo pagar $US 40 por mês em pensões para os 100,000 Timorenses mais pobres, Ramos-Horta acusou Alkatiri de ser um “conservador fiscal”.
Anteriormente, o governo da Fretilin concordara com uma exigência do FMI em que os rendimentos do petróleo e do gás seriam postos num fundo de investimento, supostamente para prevenir a corrupção e gastos supérfluos. O propósito verdadeiro, contudo, era de providenciar um meio através do qual a Austrália e outros países pudessem evitar providenciar níveis adequados de ajuda monetária a Timor-Leste. A implementação pela Fretilin desta medida demonstra a natureza pró-negócios do seu programa, que desmentem alegações feitas por elementos da ala direita em Timor e por sectores dos media Australianos que o o partido era “Marxista”.
Contudo o arremesso populista de Ramos-Horta sobre o fundo do petróleo esvaziou-se. O candidato recebeu apenas 22 por cento dos votos, apesar da sua constante promoção nos media Australianos como um colosso político e apesar de ter recebido apoio político e provavelmente financeiro de Canberra e Washington. Por detrás do apelo de Ramos-Horta aos pobres estava um apelo claro aos investidores internacionais e aos interesses dos negócios Timorenses. Prometeu eliminar virtualmente todos os impostos e impor uma taxa única de rendimentos de 10 por cento de modo a “fazer de Timor-Leste um paraíso fiscal, parecido apenas com Hong Kong, que atrairia investidores da Austrália e de toda a região”.
Não está claro se Ramos-Horta receberá o apoio dos apoiantes dos seis candidatos perdedores na segunda volta. Conquanto a maioria dos candidatos sejam fervorosamente anti-Fretilin, Ramos-Horta é alargadamente considerado um oportunista e um manobrador egoísta. Alguns dos candidatos menores ameaçaram boicotar a segunda volta a não ser que sejam revistos os resultados da votação da primeira volta. Seja qual for o resultado, nenhum dos problemas que afectam a classe trabalhadora e os pobres rurais em Timor-Leste será resolvido.
Declaração da Monitorização & Observação da Eleição Presidencial (Abril 9, 07) em Timor-Leste em 2007
Asian Network for Free Elections (ANFREL) - 11 Abril, 2007
Pontos importantes para a reforma eleitoral e implementação legal em Timor-Leste.
A Asian Network for Free Elections (ANFREL) congratula o povo e o governo pela eleição Presidencial pacífica realizada em 9 de Abril de 2007. Os observadores apreciaram os Timorenses pela sua vontade positiva com a democracia e boa cooperação de todos os 15 Comissários Eleitorais da da CNE e da equipa de gestão do STAE. Os observadores anotaram também a notavelmente alta participação eleitoral.
A ANFREL admirou os grande trabalho dos Oficiais Eleitorais em todas as Estações de Votação que trabalharam desde a noite anterior até à noite do dia das eleições e todas os ONG’s i.e. KOMEG, ONG’s de direitos humanos e todos ou outros grupos de observadores internacionais. A ANFREL gostaria também de comentar o trabalho efectivo da UNMIT e da UNPol, que trabalharam efectivamente para resolver toda a violência potencial que podia ter ocorrido durante a campanha e no período da contagem. ANFREL ainda gostaria de ver mais alguns desenvolvimentos em relação ao futuro democrático, a realização de eleições livres e correctas para as próximas eleições Parlamentares, aproveita a oportunidade para maior consideração e discussão em Timor-Leste e entre os outros países democráticos Asiáticos.
A administração das eleições
* Será importante ter um órgão completamente independente (STAE) e a sua responsabilização estar sob a CNE sem qualquer envolvimento do Ministério da Administração do Estado. Isto seria para evitar a influência de políticos e de funcionários do governo do ministério. O orçamento podia ser distribuído ao STAE através do órgão independente.
* A CNE devia te capacidade para tomas decisões sobre o sistema eleitoral, processo eleitoral e a decisão para formatar os boletins de voto e outros instrumentos/equipamentos eleitorais, sem a consideração do parlamento ou políticos.
* A declaração para a data de todas as eleições devia ser autorizada pela CNE.
Recenseamento eleitoral
* Para assegurar o direito dos eleitores, a STAE devia prestar maior atenção e aumentar os seus esforços para assistir as pessoas em zonas rurais e de conflitos e os próprios deslocados para eles próprios se recensearem.
* É necessário aumentar o conhecimento do recenseamento eleitoral e dos seus processos, foi evidente que os esforços em curso não produziram os resultados desejados tal como alguns eleitores não sabiam como e onde recensear-se e alguns até vieram para as Estações Eleitorais com cartões de recenseamento da ONUque podiam ser usados nesta eleição.
Educação de eleitores
* Considerando os elevados números de analfabetos em Timor-Leste e os erros feitos nas Estações de Voto em 9 de Abril, encorajamos o STAE e a rede de ONG’s em todos os distritos a fazerem programas adequados de educação para as pessoas.
* Concluiu-se que os eleitores não entendem as fotografias mostradas nos cartazes, auto-colantes etc. Educação cara-a-cara pode ser uma estratégia melhor para as próximas eleições para os atingir num modo efectivo para educação de eleitores.
Processo da campanha
* Para criar um ambiente competitivo correcto para todos os candidatos, é importante aplicar a lei e punir tos funcionários do governo que usam instalações do governo, veículos e empregados para apoiar a campanha de alguns candidatos ou partidos específicos.
* Os partidos políticos deviam seguir o calendário da campanha montado pelo STAE e não deviam mudar arbitrariamente datas e locais de que podem resultar confrontos com outros partidos. Mudar calendários e locais de campanha pode levar à violência como aconteceu na eleição Presidencial.
* Para (haver) condições de igualdade entre todos os candidatos, a STAE e a CNE devem considerar estabelecer um tecto de gastos de campanha, para limitar os candidatos/partidos ricos de gastarem excessivamente e os candidatos pobres a não terem as mesmas oportunidades. A ANFREL anotou a provisão positiva em Timor-Leste, onde o governo já entregou 20,000 dólares em dinheiro a cada um dos candidatos para a campanha e a UNDP deu a cada 10,000 dólares em material de campanha.
* Os candidatos não devem usar a estratégia de "campanhas porcas " para ganharem popularidade e não devem atacar os outros candidatos com rumores falsos. Pode-se educar o povo enfatizando as suas políticas sociais, políticas e económicas, para que as pessoas possam escolher o bom líder pelas suas opiniões correctas.
* Dado que as campanhas eleitorais têm sempre o risco de conflito e de violência, os candidatos e os agentes partidários não devem levar crianças para as actividades políticas, mesmo apesar de poderem aderir voluntariamente ou se forem alugadas a troco de pequenos pagamentos.
Intimidação
* A ANFREL apela a todos os parceiros e a todos que declinam o direito a votar para respeitarem os direitos dos eleitores e das pessoas vulneráveis.
* Os apoiantes, membros ou agentes dos partidos não devem assistir os candidatos com meios não éticos i.e. intimidação, assédio, condicionalismos, discriminação, vingança etc. Todos os candidatos devem desempenhar a sua liderança potencial com paixão e capacidade para unir o país; não devem ganhar a eleição ao mesmo tempo que criam mais ódios e conflitos.
Processo de votação
* Os Oficiais de Eleição precisam de ter mais educação cívica para terem um processo de trabalho efectivo. Isto é para implementar o trabalho e as actividades eleitorais da mesma maneira em todas as Estações de Eleição.
* O processo eleitoral em em 9 de Abril foi conduzido devagar. É necessário aumentar os Oficiais de Eleições para seis pessoas em cada Estação eleitoral e aumentar as caixas de voto nalgumas áreas que têm grande população a atender, isto fará descer o tempo de espera dos eleitores e também facilitará a baixar as longas filas.
* Para prevenir múltipla ou dupla votação, a STAE devia verificar a lista de eleitores pelo código do cartão de eleitor que o Oficial devia anotar num livro, antes de dar o boletim de voto ao eleitor. Isto é para verificar se há códigos de números multiplicados na lista assinada. Os que para votar usarem o passaporte podem também usar velhos ou novos cartões de eleitor.
* O índice de assinatura digital de eleitores precisa de ser examinada para examinar se há pessoas a tentarem fazer fraude. Foi anotado que a maioria das pessoas não verificaram o índice da assinatura digital do eleitor para verificar se já estava pintado. Eleitores que multiplicam/duplicam devem ser punidos ou multados quando forem detectados.
Processo de contagem
* Tem de haver somente um padrão para o processo de contagem em todas as Estações de votação.
* Para poupar o tempo na contagem, não é necessário classificar os boletins de votos válidos e inválidos antes da contagem do número.
* A contagem pode ser feita directamente e a separação dos votos inválidos pode ser feita no mesmo processo; não há necessidade de duplicação de esforços que resulta em trabalho duplo.
* A contagem não deve ser feita em salas escuras mas em áreas bem iluminadas, onde pessoas, media e outras partes interessadas possam observar o desenvolvimento do processo de modo completamente transparente.
* Por razões de segurança, um processo de contagem em centros de contagem é ainda recomendado para todas as eleições.
Media
* Durante o período eleitoral, programas da TV locais e da rádio devem estar livres de qualquer influência de qualquer poder específico.
Os media locais e estrangeiros devem dar informação imparcial, correcta e igual sobre todos os candidatos e não se focar apenas nalguns candidatos famosos.
Eleições em Timor-Leste vão para uma segunda volta enquanto candidatos protestam
Por: Emma O'Brien
Abril 12 (Bloomberg) – As primeiras eleições presidenciais em Timor-Leste desde a independência da Indonésia terão uma segunda volta no próximo mês, quando candidatos protestaram que a votação não foi conduzida correctamente.
“Haverá absolutamente uma segunda volta porque nenhum candidato obteve 50 por cento mais um dos votos,'' disse Martinho Gusmão, porta-voz da comissão de eleições da nação por telefone da capital, Dili, hoje.
O antigo comandante da guerrilha Franciso `Lu'Olo' Guterres da Fretilin concorrerá contra o Primeiro-Ministro José Ramos Horta na segunda volta. Teve 28 por cento dos votos comparado com os 22 por cento de Ramos Horta, disse Gusmão, acrescentando que a segunda volta se realizará em 9 de Maio.
Cinco dos oito candidatos para presidente, incluindo Guterres, enviaram ontem um protesto à comissão, alegando que a votação não foi conduzida apropriadamente nalguns distritos. Acusam que os eleitores foram intimidados nalgumas Estações de Votos e que um membro do governo foi autorizado a contar votos, disse Gusmão.
Timor-Leste, fica a cerca de 500 quilómetros (310 milhas) a norte da Austrália. Declarou a independência em 2002 depois de 24 anos de ocupação pela Indonésia. O novo presidente enfrentará o desafio de despoletar o crescimento económico que foi negativo em 2006, de reverter uma taxa de desemprego de 50 por cento e de melhorar as condições para os mais de 1 milhão de habitantes, 42 por cento das quais vivem abaixo da linha de pobreza.
Fretilin
“Estamos muito confiantes que Lu'Olo ganhará, pensamos que pode ser um presidente para todos os Timorenses e tem o maior apoio em todos os distritos,'' disse de Dili Arsenio Bano, porta-voz de Lu'Olo e membro da Fretilin. “Não entendemos porque é que os números da comissão nacional de eleições não o puseram à frente há dois dias, era o que os nossos números mostravam.''
Membros da Fretilin queixaram-se à comissão por causa de oficiais de eleição nalguns distritos rurais aceitarem bilhetes de identidade ou fotocópias de passaportes como identificação, disse Bano. Os mais de 522,000 eleitores recenseados tinham de apresentar ou um passaporte ou um cartão de eleitor emitido pela comissão de modo a poderem votar.
O vencedor do Nobel Ramos Horta, que concorre como independente, disse que 30 por cento de eleitores não tinham votado e pediu uma investigação, relatou hoje a Agence France-Presse. “Estavam intimidados ou não apareceram simplesmente?'' citou a AFP.
O candidato do Partido Democrático Fernando De Araujo ficou em terceiro lugar com cerca de 18 por cento dos votos e protestou à comissão por causa da votação.
“Suspeito bastante de manipulação,'' disse numa entrevista ontem a partir da capital.
Preocupações Australianas
Polícias da ONU e uma força liderada pelos Australianos providenciaram segurança nas 504 Estações de Voto e aos candidatos.
O Primeiro-Ministro Australiano John Howard disse em Canberra hoje que está preocupado com relatos de “irregularidades de eleitores.''
“O balanço do conselho que tenho visto, e que parece ter sido atestado por observadores da ONU, é que, dadas as dificuldades de uma jovem democracia, a votação foi conduzida de uma maneira adequada razoavelmente,'' acrescentou.
Mais de 2,000 observadores monitorizaram a eleição, incluindo equipas da União Europeia, Austrália e Japão.
Houve alguns “problemas de procedimento' durante a contagem dos votos, disse José Javier Pomes Ruiz, o responsável pela equipa de observadores da UE, numa conferência de imprensa de acordo com a AFP.
“O povo Timorense expressou a sua escolha democrática em eleições pacíficas e livres,'' disse.
Timor-Leste tem estado instável desde que o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, um membro da Fretilin, despediu um terço das forças armadas em Maio passado, um gesto que provocou confrontos entre pessoas das regiões leste e oeste, de que resultaram 37 mortes.
No ano passado, lutas entre facções das forças de segurança e violência de gangs levaram 150,000 pessoas a fugirem das suas casas. O contingente liderado pelos Australianos tem estado estacionado em Dili desde que o conflito começou.
Asian Network for Free Elections (ANFREL) - 11 Abril, 2007
'Dúvidas sérias' acerca da eleição em Timor
AAP – Abril 12, 2007 12:00am
Por: Karen Michelmore em Dili
O Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje quie estava a começar a ter sérias dúvidas acerca da correcção das eleições presidenciais desta semana.
Cerca de 150,000 pessoas, ou 30 por cento dos eleitores recenseados, não votaram, disse.
Espera-se que o Dr Ramos-Horta concorra a uma segunda volta com o candidato da Fretilin o maior partido Francisco "Lu Olo'' Guterres, depois de nenhum dos oito candidatos ter recebido a maioria absoluta requerida para ganhar na primeira volta.
O Dr Ramos-Horta apelou a uma maior presença da ONU e a mais observadores eleitorais Australianos em Timor-Leste durante um período mais longo nas próximas eleições.
Os seus comentários seguiram-se depois de cinco dos oito candidatos terem pedido ontem a paragem imediata da contagem, dizendo que se recusariam a aceitar o resultado a não ser que houvesse uma recontagem pública.
"É bastante desconcertante, preocupante, quando as pessoas comuns .. os pobres que confiam no processo democrático, foram desapontados ou possam ter sido desapontados,'' disse Dr Ramos-Horta.
Disse que era necessário uma investigação sobre as causas de tanta gente não ter votado. O Dr Ramos Horta disse que apoiava os pedidos dos cinco candidatos para uma recontagem.
A Fretilin declarou hoje que tinha ganho a votação, descrevendo-a como uma “vitória contra tudo e contra todos ".
A Fretilin tinha dito que apresentaria as suas queixas acerca de irregularidades junto da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), mas agora descreve as falhas como aceitáveis numa jovem democracia. "Não há mudanças acerca do que detectámos durante o processo. O que queremos dizer é que a democracia em Timor-Leste é ainda uma coisa jovem," disse o antigo primeiro-ministro da Fretilin Mari Alkatiri.
"Evento como estes ... desde que não afectem o resultado final da eleição, somos capazes de tolerar."
O Sr Alkatiri disse que o resultado foi mais baixo do que as expectativas da Fretilin, mas disse que todos os outros sete candidatos se tinham "juntado " contra ele.
Estava confiante numa vitória da Fretilin na segunda volta contra o Dr Ramos-Horta.
segunda-feira, abril 16, 2007
Notícias – Tradução da Margarida
Por Malai Azul 2 à(s) 07:35
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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