segunda-feira, abril 16, 2007

Os oficiais eleitorais não foram capazes de responder o que aconteceu a 150,000 votos'

(Tradução da Margarida)

Eleições aprofundam divisões políticas
The Courier-Mail - Sábado, Abril 14, 2007
John Martinkus em Dili

A eleição presidencial desta semana em Timor-Leste não resolveu nenhum dos problemas que afectou a amargamente dividida jovem nação.

Com o Primeiro-Ministro em exercício José Ramos Horta enfrentando o candidate da Fretilin Francisco "Lu Olo" Guterres na segunda volta em 8 de Maio, mantém-se elevada a possibilidade de violência politicamente motivada.
Esta tem sido uma semana caótica e bizarre que demonstra mais uma vez que os candidates perdedores receiam o poder da Fretilin, o partido no poder no país e que não aceitarão a sua dominação política.
Na Quarta-feira, a paisagem política em Dili mudou dramaticamente. Começou com uma conferência de imprensa convocada pelo candidato Fernando "Lasama" Araujo.

Os repórteres presumiam que o evento fora convocado para anunciar a aceitação pelo líder do Partido Democrático de que ficara em terceiro lugar e que ficara de for a da segunda volta. Em vez disso o Sr Araujo deixou cair uma bomba.

Juntamente com quatro dos outros perdedores na eleição presidencial, emitiu uma declaração a pedir à comissão eleitoral para parar a contagem dos votos na base de alegações de má conduta por oficiais eleitorais e pela Fretilin.

Era amplamente sabido que os resultados da parte leste do país, uma praça-forte da Fretilin, estavam previstos serem anunciados à tarde e que aos partidos tinha sida dada previamente a informação dos resultados pela comissão eleitoral. Todos os cinco candidatos tinham esperado (saber) os resultados para alegarem má conduta e declararem oficialmente inválida a eleição.

Quando questionados pelos repórteres quanto à evidência da má conduta, a candidate Presidencial Lúcia Lobato mostrou um bocado de papel e disse repetidas vezes: "Esta é a evidência ".Recusou não só ler o que estava no papel como até mostrá-lo aos jornalistas aí presentes.
Pouco depois nessa tarde a Comissão Nacional Eleitoral Timorense (CNE), anunciou o resultado. O porta-voz da CNE Martinho Gusmão disse aos repórteres que o Sr Guterres tinha saltado de terceiro para primeiro lugar com 28.79 por cento dos votos nacionais e que o por todo o lado declarado favorito Sr Ramos Horta estava no segundo lugar com 22.52 por cento, e o Sr Araujo com 18.52 por cento.

As expressões nas caras dos diplomatas e jornalistas na sala que já tinham declarado o Sr Ramos Horta como o vencedor com base nos resultados anteriores, indicou o choque com este resultado.

Há duas razões para que ninguém tenha previsto este resultado. A primeira foi a emissão seleccionada dos números preliminaries pela autoridade eleitoral.

O Sr Gusmão da CNE surpreendeu os repórteres numa conferência de imprensa na semana passada ao declarar que apoiava o Sr Araujo e que tinha esperança que ele ganhasse. Isso foi anotado no relatório dos observadores oficiais da União Europeia que falou de exemplos de oficiais públicos que tomaram posições políticas nestas eleições.

A segunda razão para o choque foi o atraso da CNE no anúncio dos resultados do leste do país.

Ao atrasar a sua inclusão, parecia que o porta-voz da CNE estava a jogar uma espécie de jogo político que levava a especulações anteriores de uma vitória de Ramos Horta.

Mas, de longe, o aspecto mais perturbador do anúncio de Quarta-feira foi o número total de votos válidos contados. Foi dado o número de 357,766 – bastante longe dos 522,000 que se tinham registado para votar nas eleições.

Os oficiais eleitorais não foram capazes de responder às perguntas sobre o que é que tinha acontecido a 150,000 votos.
Preocupações sérias foram levantadas pelo grupo de observadores de 27 membros da UE em relação às debilidades dos dois órgãos do governo Timorense – a Comissão Eleitoral e a STAE, que conduziram as logísticas para as eleições.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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