quarta-feira, outubro 04, 2006

Comunicado - FRETILIN



FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

COMUNICADO DE IMPRENSA


Ataque à sede da FRETILIN: Líder do Partido condena a violência política

Dili, Segunda-feira, 2 Outubro

No Domingo de manhã, 1 de Outubro de 2006, conforme relatado pela Brigada de Bombeiros de Dili, foi declarado um fogo na sede da FRETILIN em Comoro. Antes de o poderem extinguir, um dos edifícios do quarteirão da FRETILIN, uma pequena área de café, foi destruída. O fogo também provocou estragos nos escritórios próximos.

Numa breve declaração em Dili esta manhã, o Vice-Secretário-Geral da FRETILIN, José Manuel Da Silva Fernandes, condenou os atacantes como inimigos da democracia.

“Durante trinta anos, a FRETILIN tem sido uma força líder na luta pela independência e pela democracia,” disse o Sr. Fernandes. “O nosso Partido foi a escolha eleita da maioria dos eleitores nas eleições nacionais em 2001 e nas eleições locais em 2005. Os que atacam os nossos apoiantes e as nossas instalações estão a tentar evitar que nos preparemos para as próximas eleições”.

O Sr Fernandes continuou: “Esta é uma estratégia deliberada. Atacam os nossos líderes, atacam o nosso governo, e agora atacam as infra-estruturas do nosso Partido. Este padrão de eventos está em curso há seis meses, desde Abril. Apelamos a todas as instituições, nacionais e internacionais, que são responsáveis pela segurança, para trabalharem juntas para porem um fim imediato a esta violência política.

“É altura de falar a verdade sobre a violência. Não é violência do oeste contra o leste, ou do leste contra o oeste. É violência dirigida maioritariamente contra a FRETILIN,” disse o Sr. Fernandes”

Para mais detalhes, contacte em Dili:
Vice-Secretário-Geral da FRETILIN, José Manuel Da Silva Fernandes +6707240637

Informação de fundo

(fornecida pela Timor-Leste Democracy Support Network, Australia):

Cormoro, na parte oeste da cidade, na estrada para o aeroporto tem sido um dos principais pontos de violência.

Muitos apoiantes e membros da FRETILIN desta área já foram expulsos das suas casas para campos de deslocados em Dili, que agora abrigam 70,000 pessoas. Outros saíram para fora da cidade para 12 distritos rurais, onde vive 80% da população, e que até agora têm estado livres de violência, com uma ou duas excepções.

Mais de 108,000 pessoas estão agora registados como deslocados nos distritos. De acordo com elementos do Partido, em circunstâncias normais, muitas centenas de apoiantes da FRETILIN na área de Comoro seriam capazes de evitar tais ataques, ou pelo menos relatar e actuar sobre eles imediatamente. Agora não podem. Também afirmam que muitos destes ataques são feitos por pessoas que vieram para Dili doutros distritos em meses recentes, e que não são conhecidas pelos locais. Isto torna mais difícil a sua identificação e apreensão.

No último fim-de-semana, gangs de jovens atiradores de pedras atacaram a sede da FRETILIN, expulsando um pequeno número de jovens da FRETILIN que faziam a segurança. Na noite anterior, houve um assalto, e roubaram um computador. Em ambas as ocasiões, as forças internacionais foram chamadas, mas ninguém foi apreendido por causa desses ataques. Esta manhã, foram chamadas outra vez, e também os bombeiros. Não chegou ninguém a tempo de prevenir os estragos. Quando chegaram já os apoiantes da FRETILIN tinham apagado o fogo, enquanto os incendiários já há muito tinham desaparecido.

A continuada falta de segurança afecta a capacidade da FRETILIN para comunicar com os seus membros e apoiantes e para preparar as próximas eleições. Elementos de topo da FRETILIN, incluindo vários membros do Conselho de Ministros, tiveram as suas casas assaltadas e queimadas e estão a viver com amigos em condições superlotadas.

Muitos líderes da FRETILIN recebem regularmente ameaças às suas vidas e às vidas das suas famílias em mensagens de texto. O Presidente do Partido, que é também o Presidente do Parlamento, teve que ter protecção pessoal pelas forças Malaias.

O Secretário-Geral, Mari Alkatiri, tem que viver sob protecção similar na sua casa, pelas forças Australianas e sai raramente. A falta de segurança obstrutiva o trabalho dos comités e sub-comités da FRETILIN, incluindo o da sua organização de jovens e o comité responsável pelo seu magazine e boletim, e o comité que prepara a campanha eleitoral. Esta é uma situação extraordinária para um partido que tem um enorme apoio popular nos distritos e na própria Dili. No distrito de Dili nas eleições locais em Setembro passado, os candidatos da FRETILIN ganharam 94% das posições. O partido tem também a maioria de lugares no Parlamento Nacional.

Sem segurança básica, a capacidade do partido e dos seus líderes e apoiantes para se engajarem no processo político democrático para resolver a crise corrente está seriamente prejudicada.

Apesar destas condições, a FRETILIN continua com o processo a que chama ‘consolidação’ depois do Congresso do Partido em Maio. Por exemplo, no Sábado, 30 de Setembro, na aldeia de Ostico, no distrito de Baucau, perto de 200 membros e simpatizantes participaram num diálogo com membros do seu partido que estão no governo.

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3 comentários:

Anónimo disse...

Criar condições de segurança é de facto essencial. Mas essencial é criar segurança para os deslocados voltarem a suas casas e que a vida se torne normal e em paz. Não é o inverso: criar condições de segurança para "os partidos" terem as suas sedes, pessoas ou seja o que for seguras. Isso faz lembrar de novo o comportamento das estruturas de estado ao serviço do partido A, B ou C. Não pode ser. Tanto mais que seria de todo caricato sentir-se que afinal os partidos (protegidos) começariam a fazer campanha (?), de megafone na mão (?) junto dos campos de deslocados? Continua a ser engraçado verificar que afinal o que se deve afinar é a "maquinaria" partidária, fazendo-se tábua rasa daquilo que deve ser a PRIORIDADE - Paz, Segurança para os Timorenses que se encontram deslocados bem como para todos os que o não estão e que provavelmente sentem vergonha pelo que está a acontecer em Dili! Eles estão deslocados à custa exactamente dos políticos! Estão assim por culpa de guerras políticas. Quem governava e governa é a FRETILIN, não se nota? Ou só serve para dizer que tivemos uma maioria arrasadora mas que afinal somos uns meninos do coro. De facto o país está como está e é URGENTE resolverem a situação.

Alguém me dizia um dia destes que duvida seriamente que a coisa se possa acalmar. esta é a pior crise de todas as que este povo viveu - esta crise é uma crise de IRMÃOS! Desavindos. Ora neste como noutras alturas é preciso dizer basta e parar (seja por que processo seja) toda esta anormalidade nem que para isso seja necessário levar à prisão os poderosos senhores que afinal nos levaram a esta estúpida situação.

Para não haver cá confusões com isto, repito, quem governava e governa é a FRETILIN; quem é o Presidente de Timor-Leste sabem-no - assumam as consequências dos vossos próprios actos! Xanana Gusmão já falou, os senhores, com o belíssimo exemplo do braço-de-ferro competitivo ao mais alto nível mais não fizeram que agravar esta anormalidade! E se se recordam das palavras do chefe de Governo de então: "... não sei de nada disso... não é nada comigo... não me demito...".

Pois viu-se.

Anónimo disse...

Anónimo das 9:22:43 PM : de facto o Xanana já falou e de cada vez que abre a boca, acontece-lhe a ele o mesmo que agora aconteceu a si: descobre a careca. Pois é. Você mesmo disse que se chegou a esta crise por causa de “guerras políticas”. Só que os democratas dirimem os seus conflitos nas urnas eleitorais mas os anti-democratas em qualquer parte do mundo – e também em Timor-Leste – fazem-nas à traição, de armas na mão. E a voz decisiva em qualquer democracia não é a voz de nenhum líder é a voz do povo. Meta pois a viola no saco e respeite a escolha do povo soberano e do partido maioritário.

Anónimo disse...

Anonimo das 9.22 43pm. E lamentavel que seja tao agressivo a um partido da maioria que esta no governo por direito proprio porque ganhou as eleicoes de 2001. Espero que seja capaz de se identificar claramente quando a verdade for relatada quanto aos autores do golpe de estado que trouxe tantas consequencias negativas ao nosso pais.
Sera que vai tambem condenar os autores? E melhor ficar calado.
Meta na sua cabeca dura esta realidade: a maioria do povo esta com a FRETILIN. Vamos ganhar outra vez as eleicoes por causa da nossa maturidade politica, capacidade da lideranca e dedicacao a este povo. Felizmente este povo nao se deixa enganar por pessoas como o (a) senhor(a). Nem com os vossos "luliks" e nem com as manifestacoes religiosas com estatuas de Nossa Senhora!......

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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