Fundação AIS/Agencia Ecclesia - 03/10/2006 - 16:48
Na aldeia de Haliwen, na Diocese de Atambua (Timor Ocidental), 3500 cidadãos indonésios vivem em casernas e em condições de vida muito difíceis. Na povoação situada a 20 quilómetros da fronteira com Timor-Leste e a 2 de Atambua, vivem estas pessoas, que saíram de Timor-Leste durante os tumultos em 1999 e receberam a cidadania Indonésia, deixando de ser considerados refugiados a partir de 2002.
Residem no campo de Haliwen, em grandes casernas feitas com folhas e canas de palmeira, onde cada família com 5 ou 6 elementos ocupa uma divisão de nove metros quadrados. Dormem em esteiras estendidas no chão, cozinham em fogueiras e a água é trazida diariamente em camiões. As condições de higiene são precárias e a má nutrição é uma realidade quotidiana.
Os homens vão procurando trabalho e as crianças ficam pelo campo com as mães, porque as famílias não podem pagar a escola.
Em entrevista à agência católica UCA News, o Padre Yohanes Seran, director da Comissão da Pastoral de Migrantes e Itinerantes da diocese de Atambua, explicou que tentou várias vezes convencer estas pessoas a aceitar o programa de realojamento do Governo indonésio. Mas as pessoas rejeitam-no porque consideram que o local onde as casas foram construídas é muito remoto.
Cada família recebe, no entanto, um auxílio governamental de 11 dólares e 20 quilos de arroz a um preço 70% abaixo do valor de mercado. A diocese oferece também empréstimos até 2 milhões de rupias indonésias aos agricultores e pequenos comerciantes católicos, incluindo os antigos refugiados.
Para a Igreja Católica, a situação destes antigos refugiados – 90% dos quais são católicos – é preocupante. "Sem habilitações, os jovens que vieram de Timor-Leste tornam-se um problema social. Muitas crianças tornam-se pedintes e muitos delinquentes juvenis envolvem-se em rixas em Atambua e Kefamenanu", salienta o sacerdote.
"Temos de fazer algo em concreto. Por exemplo, continuar a insistir junto do Governo e das agências internacionais para que auxiliem os antigos refugiados de Timor-Leste", alerta. Para além do campo de Haliwen, existem outros campos em Belu's Kada, Kefamenanu e Noelbaki, no extremo ocidental da Ilha de Timor. O P. Seran estima que existam 63.000 antigos refugiados a viver nesta região indonésia.
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quarta-feira, outubro 04, 2006
Antigos refugiados de Timor-Leste ainda enfrentam dificuldades
Por Malai Azul 2 à(s) 14:13
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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