sábado, abril 07, 2007

Calendário do dia das eleições.

Abertura das urnas: 07:00 horas
Fecho das urnas: 16:00 horas

veja resto do calendário divulgado pelo STAE/CNE aqui.

4 comentários:

Anónimo disse...

"Quem libertou o país tem direito de o governar"
Público, 07.04.2007,
Por: Paulo Moura, em Díli
Militares estrangeiros devem sair após legislativas, excepto a GNR, diz Alkatiri, que fala em conspirações externas contra a Fretilin
Mari Alkatiri não é candidato presidencial, mas é a principal figura da Fretilin. Desacreditado após a crise de 2006, demitiu-se da chefia do Governo. Mas o seu plano é voltar, contando com um obediente Lu Olo, que acredita vai ganhar as presidenciais, amanhã, à primeira volta.
PÚBLICO - No comício de encerramento de campanha, em Díli, estiveram, segundo a Fretilin, 30 mil pessoas. A Polícia contou apenas 6 mil.
Mari Alkatiri - Posso garantir que não foram 6 mil. Em 15 dias de campanha, nunca tivemos menos de 5 mil pessoas.
PÚBLICO - São números de confiança?
Mari Alkatiri - Sim, e são só as pessoas que vêm enquadradas. Nem estamos a contar com as que vieram por iniciativa própria.
PÚBLICO - O que são pessoas enquadradas?
Mari Alkatiri - Organizadas e contadas quando entram nos carros.
PÚBLICO - É por isso que sabem que vão ganhar as eleições?
Temos três níveis de trabalho: os comícios, o nível distrital e o nível de base, que é o mais importante, e é a campanha casa a casa.
PÚBLICO - Vão a todas as casas?
Mari Alkatiri - Sim. Formamos quadros que vão bater porta a porta. Penso que não há nenhum cidadão que não tenha sido contactado. Por isso sabemos que vamos ganhar à primeira volta.
PÚBLICO - Porque disse a polícia 6 mil? É manipulação?
Mari Alkatiri - Não tenho dúvidas de que é manipulação.
PÚBLICO - Porque fariam isso?
Mari Alkatiri - Porque querem que haja uma segunda volta, onde pensam que Ramos Horta teria mais hipóteses.
PÚBLICO - E porque quer a polícia que ganhe Ramos Horta?
Mari Alkatiri - Há um interesse, em certos sectores, em que ganhe Ramos Horta. Não do povo, mas certos sectores externos a este povo.
PÚBLICO - Quem?
Mari Alkatiri - Prefiro não dizer.
PÚBLICO - São países estrangeiros?
Mari Alkatiri - Não são países, mas são interesses estrangeiros.
PÚBLICO - Interesses económicos?
Mari Alkatiri - São interesses económicos e políticos estrangeiros, que apoiam certos candidatos.
PÚBLICO - Têm o direito de apoiar.
Mari Alkatiri - Mas não de interferir. Ainda hoje recebi um SMS apelando ao voto em Ramos Horta. Telefonei para o número de onde vinha a mensagem e responderam-me em inglês. Isso prova que há estrangeiros a fazerem a sua campanha.
PÚBLICO - A Fretilin disse que tinha moçambicanos a ajudar na campanha.
Mari Alkatiri - São técnicos que vêm aconselhar. Não andam a fazer campanha. Nós temos conhecimento de pessoas que estão aqui a trabalhar para interesses estrangeiros. Ainda há pouco tempo expulsámos um jornalista estrangeiro que andava a fazer agitação.
PÚBLICO - É normal que haja lobbies representando interesses...
Mari Alkatiri - Mas não é normal incitar à violência. Foi o que aconteceu na crise do ano passado. Elementos estrangeiros andaram a incentivar pessoas para fazerem um golpe.
PÚBLICO - A crise dos "peticionários" foi um golpe?
Mari Alkatiri - Sim, o povo já percebeu que foi um golpe.
PÚBLICO - Foi tudo planeado?
Mari Alkatiri - Não há golpes espontâneos. Houve uma intenção clara de pôr fim ao domínio da Fretilin. Sabiam que se a Fretilin governasse mais um ano, nunca mais perderia eleições. Pela primeira vez tínhamos um orçamento substancial de mais de 300 milhões de dólares.
PÚBLICO - Porque já contava com o fundo do petróleo. Mas porque não começou a ser usado antes?
Mari Alkatiri - Porque antes ainda não havia. O dinheiro ia ser usado, mas com tempo. O que podíamos ter feito? Contrair dívidas? Isso criaria uma situação difícil no futuro. Além disso, para se investir dinheiro na economia é preciso criar uma capacidade de gestão do dinheiro.
PÚBLICO - Que a Fretilin não tinha...
Mari Alkatiri - Nós recebemos o país completamente vazio de instituições.
PÚBLICO - Mas tratava-se apenas das instituições ou também das pessoas?
Não há instituições sem pessoas.
PÚBLICO - Os cargos do Estado não foram demasiado ocupados por elementos que seriam muito competentes na guerrilha, mas pouco preparadas para a governação em democracia?
Mari Alkatiri - Essa acusação é falsa. A Fretilin nunca monopolizou o Estado. Mas é normal e legítimo que as pessoas que libertaram o país agora o governem.
PÚBLICO - A legitimidade para governar vem da guerra de libertação ou do voto popular?
Mari Alkatiri - Do voto. Por isso nos estamos a candidatar.
PÚBLICO - Mas se, por hipótese, o vosso candidato perder, ou a Fretilin não obtiver a maioria nas legislativas, aceitam?
Mari Alkatiri - Durante dez meses, já aceitámos tudo. Até entregámos o poder, mesmo tendo ganho as eleições. Agora não. Admitir que poderíamos ser derrotados é uma premissa errada, porque nós vamos ganhar.
PÚBLICO - Mas apenas como exercício, se o povo decidir não dar a vitória ao candidato da Fretilin, aceitam?
Mari Alkatiri - É um exercício inútil. Nós é que pedimos aos que vão perder que repeitem a vontade do povo. E as regras da democracia. Não é legítimo que o Presidente da República e os bispos se tenham apresentado hoje com Ramos-Horta. Deviam manter neutralidade. É o desespero de quem sabe que vai perder. Já não há figuras carismáticas em Timor.
PÚBLICO - Perderam o carisma? Quem?
Mari Alkatiri - Xanana Gusmão, ou Ramos-Horta. Se o tiveram, perderam-no, pelos erros que cometeram.
PÚBLICO - A Fretilin não perdeu também credibilidade, pelos erros que cometeu?Alguns elementos da Fretilin não deveriam contentar--se com o papel histórico que tiveram na luta de libertação e deixar que outros governassem?
Mari Alkatiri - Mas porque é que os elementos da Fretilin são menos capazes do que os outros?
PÚBLICO -Porque estão habituados a combater nas montanhas, a resolver os problemas pela violência.
Mari Alkatiri - A Fretilin nunca mais quer voltar à guerra. Mas não podemos dizer às pessoas que passaram a sua vida a combater pelo país: agora vai-te embora, já não és necessário.
PÚBLICO -Porque não?
Porque seria injusto. As pessoas que libertaram o país têm agora o direito de o governar.
PÚBLICO -Governar é um direito? Ou um dever?
Mari Alkatiri - As duas coisas.
PÚBLICO -Só a Fretilin é capaz de governar o país, ou outras forças também o poderiam fazer?
Mari Alkatiri - Neste momento, acho que só a Fretilin tem capacidade para governar o país.

Anónimo disse...

Presidenciais timorenses poderão ser impugnadas
Diário de Notícias, 07/04/07

Por: Armando Rafael

Fernando Lassama Araújo, Lúcia Lobato, João Carrascalão e Francisco Xavier do Amaral - quatro dos oito candidatos às presidenciais timorenses - ameaçaram ontem impugnar as eleições que se realizam depois de amanhã. Em causa estão diversas irregularidades que as Nações Unidas e os responsáveis pelos assuntos eleitorais estão a tentar corrigir, com destaque para os cartões de identificação dos fiscais designados pelas diferentes candidaturas para as mesas de voto dispersas por Timor-Leste.

Uma dificuldade acrescida num país onde é muito difícil transitar normalmente, tarefa que, neste momento, se torna quase impossível devido às fortes chuvadas que ontem se fizeram sentir em Timor-Leste.

Em declarações ao DN, João Carrascalão, um histórico da vida política timorense, revelou que os quatro candidatos já tinham enviado uma carta conjunta aos responsáveis do Secretariado Técnico para os Assuntos Eleitorais, esperando agora que o assunto fique resolvido com a ajuda da ONU.

João Carrascalão, que ontem deu um conferência de imprensa conjunta com Lúcia Lobato (candidata do Partido Social-Democrata), Xavier do Amaral (Associação Social- -Democrata Timorense) e Fernando Lassama Araújo (líder e candidato do Partido Democrático), aproveitou também para afirmar que os atrasos registados na entrega daqueles cartões de identificação tinham sido premeditados. "Os cartões dos fiscais nomeados pelo partido do Governo [a Fretilin] já foram todos processados", frisou.

Uma acusação já desmentida ao DN por um membro do Governo, segundo o qual estes atrasos terão de ser imputados às estruturas de campanha que não cumpriram os prazos legais para a nomeação e identificação daqueles fiscais: 29 de Março.

Seja como for, o facto é que Fernando Lassama, Lúcia Lobato, João Carrascalão e Francisco Xavier do Amaral, com quem o candidato independente José Ramos-Horta já se solidarizou, tencionam deixar tudo em suspenso até ao dia das eleições, decidindo, nessa altura, qual será sua posição final nesta matéria.

"Vamos ver como é que as coisas correm no dia das eleições, além do que a ONU vai fazer, e depois veremos", acrescentou João Carrascalão, repetindo o que Lúcia Lobato já dissera antes, no decorrer da conferência conjunta efectuada em Díli.

"Já pedimos garantias de segurança à ONU e, agora, vamos esperar pela resposta das Nações Unidas. Senão, teremos de ser nós a garantir a nossa própria segurança e a dos nossos observadores", referiu Lúcia Lobato, momentos depois de a eurodeputada socialista Ana Gomes ter chegado a Díli.

Ana Gomes integra a missão que o Parlamento Europeu decidiu enviar a Timor-Leste e será uma das 232 personalidades estrangeiras que irão fiscalizar estas eleições presidenciais.
http://dn.sapo.pt/2007/04/07/internacional/presidenciais_timorenses_poderao_imp.html

Anónimo disse...

Candidatos admitem impugnar acto eleitoral
Jornal de Notícias, 07/04/07
Quatro candidatos presidenciais queixaram-se ontem, em Díli, de atrasos, por parte do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), na emissão dos cartões para os fiscais e observadores às eleições de segunda-feira, afirmando também que estão mal concebidos.

"Os cartões que foram emitidos podem ser utilizados por qualquer indivíduo. Não trazem a sua identificação, não trazem o local de residência do portador e não sabemos quem os poderá utilizar", disse o candidato presidencial João Carrascalão, numa conferência de Imprensa conjunta com Fernando "Lassama" de Araújo, Francisco Xavier do Amaral e Lúcia Lobato.

A candidata apoiada pelo Partido Social-Democrata admitiu, quando questionada pelos jornalistas, pedir a "impugnação" das eleições, devido aos atrasos que, afirmou, podem impedir o envio dos cartões para o interior do país antes de segunda-feira.

"Vamos utilizar os canais legais. Estamos a preparar documentos de protesto para a Comissão Nacional de Eleições, que é o órgão competente para resolver este assunto", disse Lúcia Lobato, que acrescentou que são precisas medidas urgentes para resolver a questão.

"Se o Governo falhar isto é um processo falhado e por isso vamos pedir ao tribunal para declarar que as eleições não são válidas e que devem realizar-se outras eleições", afirmou a candidata.

Nas eleições presidenciais, cada um dos oito candidatos é representado em cada uma das 705 estações de voto, a nível nacional, por um fiscal e por um observador, mas as credenciais que foram emitidas pelo STAE não especificam a que candidatura pertence o portador do cartão.

Os cartões exibidos na conferência de imprensa pelos quatro candidatos referem apenas o nome mas não contêm mais nenhum dado de identificação, nem a fotografia do fiscal ou observador.

Lúcia Lobato disse ainda que os candidatos da oposição têm informações que indicam que foram distribuídos há três dias os cartões para os fiscais e observadores da FRETILIN, partido com maioria na Assembleia Nacional e que apoia o candidato Francisco Guterres "Lu Olo". No entanto, Filomeno Aleixo, porta-voz da FRETILIN, contactado pela agência Lusa, disse que a candidatura de "Lu Olo" só recebeu "um terço" dos cartões para fiscais e observadores. "A situação está uma desordem formidável, só recebemos um terço dos cartões", afirmou.

Entretanto, Faustino Cardoso Gomes, membro da CNE, disse à Lusa que as reclamações já foram recebidas e que foi pedida a intervenção das Nações Unidas para a distribuição das credenciais no interior do país.
http://jn.sapo.pt/2007/04/07/mundo/candidatos_admitem_impugnar_acto_ele.html

Anónimo disse...

Correio da Manhã, 2007-04-07 - 00:00:00

Apelos à calma em Timor-Leste
Medo de violência nas eleições

O presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, o primeiro-ministro interino, Ramos-Horta, e o bispo de Díli, Alberto Ricardo da Silva, exortaram ontem à calma e pediram aos líderes políticos que refreiem os seus apoiantes durante o período eleitoral.
Os apelos foram feitos após os recentes confrontos ocorridos durante a campanha para as presidenciais de segunda-feira, que se receia possam ser ensombradas pela violência, incluindo depois da votação.

“Apelo a todos os candidatos e cidadãos que aceitem o resultado, qualquer que seja”, afirmou Xanano no último dia da campanha. Esta semana ficaram feridas mais de 30 pessoas em confrontos entre apoiantes de Ramos-Horta e Francisco Guterres.
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=237547&idselect=91&idCanal=91&p=200

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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