segunda-feira, novembro 20, 2006

Embaixador diz que grupos armados em Timor Leste estão "mais explosivos"

Agência Brasil - 19 de Novembro de 2006 - 18h59
Kelly Oliveira, Repórter da Agência Brasil

Brasília - A morte do missionário brasileiro Edgard Gonçalves Brito em Díli, no Timor Leste, hoje (19), causou apreensão em brasileiros, segundo informações da Agência Lusa, de Portugal.

O embaixador do Brasil em Díli, Antônio de Souza e Silva, disse à Agência Lusa que os grupos de jovens que promovem violência em Díli estão “mais explosivos”. “O mais importante é que parece que (o crime) foi com uma arma de fogo", afirmou.

Silva disse ter sido informado de que o missionário por médicos da Clínica do Bairro Pité, para onde Gonçalves foi levado, de que o missionário foi baleado. "A informação disponível é que o carro foi atacado em meio a uma confusão na rua. Ele foi alvejado entre o pescoço e o ombro. Quando cheguei (à clínica ), soube pelos médicos que tinha sido uma arma de fogo, uma pistola", adiantou o diplomata.

Segundo a Agência Lusa, atualmente vivem cerca de 160 brasileiros no Timor Leste, sendo que 100 são missionários, e os demais, professores e funcionários da embaixada brasileira.

Ainda segundo a Lusa, crise político-militar que assola o país asiático, desde o início do ano, deixou até hoje mais de 50 mortos e 180 mil desabrigados (a metade já retornou a suas casas).

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3 comentários:

Maracuja Maduro disse...

A morte deste brasileiro de boa têmpera é algo que nós timorenses devemos ter vergonha. Como é que deixxamos esta situação avançar desta maneira.

Esss jovens que por ai andam e a deixarem-se a ser manipulados por outros com sede de poder, deviam ser todos detidos. Obrig-los a ir para a escola sempre vigiados. Enquanto isso o governo terá que encorajar o investimento atraves da criação de fabricas e outros empreendimentos com o fim de naturaomene se criarem postos de trabalho. Ou então com micro creditos insentiva a criação de pequenos negócios.

Os delocados deveriam ser levados para os seus distritos de origem em vez de os redistribuir por Dili que é uma cidade muita pequena para acomodar mais de 100 mil pessoas. No tempo dos Portuguese eram 3 mil e tal em Dili e já eramos muitos. Ha a necessidade de um desenvolvimento regional e rural. Os districtos deveriam começar a desenvolver a industria e comervio. Enfim

Á familia enlutada, aos amigos, a todos os brasileiros peço dwsculpas por este acto tåo vioolento .

Deus vos abençoe

Maracujá ( Oh! my God where are you?)

Anónimo disse...

Eu tanbem tenho vergonha do que aconteceu, mas as condicoes locais era isso que nos diziam que iria acontecer. Quando nada se faz para impor a ordem no quotidiano das pessoas, deixando-os seguir o seu proprio rumo por mais que se prove que os seus actos sao mais que reprovaveis, eh isso que acontece. Para essa gente o crime compensa. Quem eh o responsavel? Para mim eh o Governo, que era imcompetente e incompetente continua a ser. Infelizmente, esta a vista para todos nos, que Timor-Leste aguarda piores dias. Isso eh tambem o resultado da impunidade. Quando os malandros sao apanhados e soltos imediatamente apos a sua entrega a Procuradoria da Republica, eh isto que podemos esperar, nada mais. Nao vale a pena chorarmos os que morrem assim, o que eh preciso eh que se tomem medidas para prevenir que tal volte a acontecer, para o bem de todos, principalmente para o bem dos timorenses.

Anónimo disse...

Sou brasileira, e estive em Timor Leste durante dois anos trabalhando. Trabalhei com afinco e estive presente, como muitos brasileiros, quando dos acontecimentos de abril e maio deste ano, quando vi nosso trabalho - de malaes e timorenses - serem arrastados ao chao. Mas, mesmo com dor, medo e lagrimas, seguimos em frente... nao poderia ser diferente, nessa terra do sol nascente, porque diferente nao e o exemplo desse povo timorense.
Quando, mesmo contra minha vontade, tive que voltar ao Brasil, senti-me "abandonando o barco" em plena tempestade que assolava esse pais, roubando o riso e a esperanca desse povo ja tao sofrido.
Mas essa e a historia deles que eu respeito, compreendo e aceito que escrevam com suas proprias maos.
A nos, malaes, so nos e permitido o papel de co-participantes na medida em que somos chamados a colaborar. Nao nos cumpre transformar ou mudar o curso e a direcao. Mas eu me pergunto, temos feito a nossa parte??
Quantos timorenses ja morreram ate agora? E quantos mais serao necessarios morrer para que possamos entender a mensagem?
Desta vez foi um brasileiro... brasileiros sao povos irmaos dos timorenses, amados por eles, desde o braco armado que ai estiveram ensinando capoeira, samba e futebol, aos professores que ensinaram portugues com musica e que ainda insistem em ensinar em plena crise, quando todos ja se foram ate aos missionarios que de tanta humildade, sem o limite da lingua (falam tetum e ate outros dialetos) ja nao sao malaes, e sim verdadeiros timorenses.
Por isso, e provavel que hoje sintam em Timor que morreu um quase-timorense e nao realmente um internacional...
E eu me pergunto, numa escala de importancia, as autoridades internacionais agiriam diferente se, ao inves de um brasileiro tivesse morrido um australiano ou um americano em Timor Leste?
Quantos mais precisaram morrer para que se de um BASTA a essa situacao??

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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