terça-feira, setembro 19, 2006

Xanana acusado de ordenar violência

Portugal Diário
Timor: GNR resolveu novos confrontos

O governo australiano recomendou este fim-de-semana aos seus cidadãos que reconsiderem a necessidade de viajar para Timor-Leste, devido à possibilidade de aumento da tensão política, com a eventual realização de manifestações na capital ao longo dos próximos dias, escreve a agência Lusa.

O alerta, emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, avisa para a realização de manifestações anti-governamentais até ao próximo dia 24, pelo que aconselha que se evitem edifícios governamentais como a Presidência da República, o Palácio do Governo, o Parlamento e o Tribunal de Recurso.

Timor-Leste vive desde Abril uma crise político-militar, com reflexos na paz social, tendo os confrontos ocorridos em Maio e Junho provocado cerca de 30 mortos e mais de 160 mil deslocados internos.

Naqueles meses, a crise timorense foi marcada por confrontos armados entre facções da polícia e das forças armadas, a que se associaram grupos de civis, armados pelas duas partes beligerantes.

Em resultado da crise, o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo, tendo sido substituído por José Ramos-Horta.

Na passada quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o primeiro-ministro José Ramos-Horta ameaçou que se demitiria do cargo, para que foi empossado no passado dia 10 de Julho, caso persista a instabilidade no país.

«Não estou agarrado à cadeira do poder. Eu não procurei o lugar de primeiro-ministro. Aceitei-o perante as responsabilidades que o Presidente (Xanana Gusmão) me pediu para assumir, mas assim como aceitei, tão prontamente poderei abandonar o posto de um momento para o outro», garantiu Ramos Horta à Lusa.

José Ramos Horta substituiu Mari Alkatiri em plena crise político-militar, alimentada pelas manifestações anti-governamentais convocadas pela Frente Nacional para a Justiça e Paz (FNJP), coordenada por Alves Tara, um major que em Maio abandonou a cadeia de comando das forças armadas timorenses.

A FNJP realizou no passado dia 12, em Gleno, 50 quilómetros a sul de Díli, um encontro preparatório para novas manifestações tendentes a pressionar o Presidente Xanana Gusmão a demitir o governo e a dissolver o parlamento, caso o executivo e os deputados não assegurem reformas no sector da Justiça e não aprovem as leis que regulamentarão as eleições legislativas e presidenciais, previstas para Abril ou Maio de 2007.

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1 comentário:

Anónimo disse...

"a FNJP colocou várias reivindicações, que assentam na exigência de uma remodelação e reestruturação do actual governo, na necessidade de se reformar o sistema judicial timorense e na limitação da actividade do Parlamento à discussão e votação de legislação eleitoral."

Como se vê, o problema não era Alkatiri nem seria resolvido com a sua demissão. A história repete-se com Ramos Horta.

O verdadeiro objectivo é, segundo a tal de "FNJP", derrubar o Governo, condicionar o Parlamento e subverter os tribunais.

Numa palavra, consumar o golpe, que ficou a meio.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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