terça-feira, setembro 19, 2006

De um leitor

Penso que a comunicação social está a fazer um trabalho demasiado superficial sobre Timor, tal como sempre aconteceu. Timor sempre foi uma terra longínqua e continua a sê-lo. Por isso, este texto poderia ser uma boa cartilha para os senhores jornalistas que se contentam em ouvir as declarações de certas pessoas, quando, se, como e onde elas quiserem, em vez de adoptarem uma atitude verdadeiramente jornalística de investigar para além daquilo que é aparente.

Em Portugal, Timor está quase sempre ausente dos telejornais, o que é lamentável.

.

35 comentários:

Anónimo disse...

é de facto lamentável.

MAS TÊM DE SER OS TIMORENSES A TORNAREM-SE VISIVEIS NO MUNDO. E POR BOAS RAZÕES: POR TEREM GRANDES E FORTES EMPRESAS, EXCELENTES ATLETAS,OU GRANDES MÚSICOS, OU POR TEREM GRANDES MÉDICOS, ESCRITORES OU PINTORES, BONS HOTEIS E ESTÂNCIAS TURISTICAS.
ENTÃO AS PESSOAS LEMBAR-SE-ÃO DE TIMOR.
POR BOAS RAZÕES!
Enquanto a situação for de quase guerra civil, de pobreza e de miséria...lamentavelmente Timor continuará esquecido!

Anónimo disse...

Vejam este video, é magnífico:
http://youtube.com/watch?v=tuJLNYtiatI
Se alguém souber como fazer download, agradeço que explique aqui.
Marta aci

Anónimo disse...

Nas próximas 5ª e 6ª feiras a RTP1 vai transmitir um programa sobre Timor-Leste: "Timor a ferro e fogo"
A ver vamos o que sai...

Anónimo disse...

Nem sempre assim foi jornalistas por aí passaram que deram grande cobertura e destaque das coisas boas do país, alguns até deixaram obra e obras em português.

Ainda me lembro dos programas semanais da RDP em directo de Timor Leste. Em Díli como professor pela FUP testemunhei programas fantásticos ao vivo de cinco horas em frente à Embaixada de Portugal pela rádio portuguesa da RDP fundada pelo jornalista António Veladas da RDP. Havia entrevistados, grupos de artes dos quatro cantos de Timor e música para os jovens. Tudo em português e em Tétum. Também assisti ao programa ao vivo do Euro 2004 onde não faltou uma baliza e os ilustres da política timorense para rematarem à baliza. Um programa que ajudou a dar ao povo timorense a força que mostrou pelo nosso país durante o campeonato da europa. A rua estava cheia, a polícia cortou metade da artéria ao lado palácio e os Cinco do Oriente tocaram para todos os que ali estavam na rua e para os que estavam em casa.Um espectaculo muito saudavel com o jornalista da RDP e com o jornalista da RTP juntos a ao vivo.

Já aconteceram coisas muito boas em Timor e de Timor para Portugal e para o mundo.

Porque mudaram?

Razões de segurança podem estar na origem do silêncio?

Anónimo disse...

Nem sempre assim foi jornalistas por aí passaram que deram grande cobertura e destaque das coisas boas do país, alguns até deixaram obra e obras em português.

Ainda me lembro dos programas semanais da RDP em directo de Timor Leste. Em Díli como professor pela FUP testemunhei programas fantásticos ao vivo de cinco horas em frente à Embaixada de Portugal pela rádio portuguesa da RDP fundada pelo jornalista António Veladas da RDP. Havia entrevistados, grupos de artes dos quatro cantos de Timor e música para os jovens. Tudo em português e em Tétum. Também assisti ao programa ao vivo do Euro 2004 onde não faltou uma baliza e os ilustres da política timorense para rematarem à baliza. Um programa que ajudou a dar ao povo timorense a força que mostrou pelo nosso país durante o campeonato da europa. A rua estava cheia, a polícia cortou metade da artéria ao lado palácio e os Cinco do Oriente tocaram para todos os que ali estavam na rua e para os que estavam em casa.Um espectaculo muito saudavel com o jornalista da RDP e com o jornalista da RTP juntos a ao vivo.

Já aconteceram coisas muito boas em Timor e de Timor para Portugal e para o mundo.

Porque mudaram?

Razões de segurança podem estar na origem do silêncio?

Anónimo disse...

Malay Azul: recomenda este link e o outro acima. O de cima é a músaica da Shakira com muita classe traduzida numa série de imagens que arrepiam.

http://youtube.com/watch?v=lLkoWa1_hiE&mode=related&search=

este também é de arrepiar.

Amamos Timor!

Anónimo disse...

Malay Azul: recomenda este link e o outro acima. O de cima é a músaica da Shakira com muita classe traduzida numa série de imagens que arrepiam.

http://youtube.com/watch?v=lLkoWa1_hiE&mode=related&search=

este também é de arrepiar.

Amamos Timor!

Anónimo disse...

Malay Azul: recomenda este link e o outro acima. O de cima é a músaica da Shakira com muita classe traduzida numa série de imagens que arrepiam.

http://youtube.com/watch?v=lLkoWa1_hiE&mode=related&search=

este também é de arrepiar.

Amamos Timor!

Anónimo disse...

http://youtube.com/watch?v=TqMp2vK0Uw8&mode=related&search=


imagens dos peticionários a partirem o palácio e a incendiar uma viatura

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=njNJ1SfSPRE&search=Knananuk%20Timor%20Lorosae

este é sobre Henry Kissinger "the Trial"

Anónimo disse...

the trial of henry kissinger

http://www.youtube.com/watch?v=njNJ1SfSPRE&search=Knananuk%20Timor%20Lorosae

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=njNJ1SfSPRE&search=Knananuk%20Timor%20Lorosae


Os timorenses, todos eles deveriam ver este vídeo. Só assim perceberiam quem os está a matar desde 1975! Os USA têm as mãos sujas de sangue em Timor Leste e continuam a influenciar pela negativa o andamneto do país. este documentário mostra os documetnos e depoismentos irrefutáveis do envolvimento americano na invasão indonésia que matou mais de 200 mil pessoas!

Mas não! Continuam a matar-se uns aos outros e a ignorarem o problema!

Anónimo disse...

Presidente Xanana, 23 de Março de 2006 "....housi Manatuto to’o Oekusi mesak milisia oan deit, mesak ema la hatene halo funu."

Husi lia fuan sira nee ema comeca sunu uma e ataka ema lorosae iha Dili laran.

Resultado maka ita hare ohin loron

Anónimo disse...

Na imprensa brasileira só se fala de TL quando a tragédia é grande e inusitada. É necessário um trabalho maior dos timorenses e amigos de Timor (na qual me incluo)para que mantenha Timor na midia. Estou sentindo falta de angolanos, moçambicanos, etc. Paises de lingua hispânica podiam, tbm, estar mais próximos.
Paz, justiça e reconciliação pode ser um bom tema para os dias de hoje.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

Ita ema matenek tenki koalia lia lolos, tamba tuir noticia TVTL no RTTL ita hare no rona momos katak "hahu fin de Maio 2006 mai oin maka ema foin ataka no hahu sunu uma maluk lorosae sira nian" laos tan deit Presidente Kayrala Xanana Gusmao nia mensagem iha dia 23 Marco 2006. Hau komprende itabo'ot nia sentimentu tamba krisi ida ne'e, maibe ita iha responsabilidade moral atu hato'o informasaun nebe lolos ba leitores sira, selae ema seluk hanoin ita Timor oan kal laiha duni boa vontade atu hakotu krisi ne'e hodi hatu'ur buat-hotu-hotu iha justica nia oin. Nomos keta haluhan tamba maluk loromonu sira nia uma mos ema sunu hotu. Tamba ne'e tempo to'o ona ba povo Lorosae-Loromonu atu simu malu kedas, fo'o tempo ba tribunal halao ninia kna'ar lolos, hodi buka kondena kriminosos sira, porque povo terus demais ona, povo fo'o barak ona ba Nacao inklui (sira nia kakorok, ema sunu sira nia uma, no lakon sira nia vida hakmatek), maibe Nacao/Ukun nain sira seidauk fo'o buat ida, pelo menos hakotu lalais krisi ida ne'e.

Anónimo disse...

Terça-feira, Setembro 19, 2006 12:08:22 PM
Terça-feira, Setembro 19, 2006 12:08:22 PM
Maun parese haluha ona sunu komessa iha merkado taibessi iha marso nia laran kuando Xanana fo sai nia lia fuan.

Loron ne hau la haluha.

Hau iha taibessi kuando ema komessa sunu merkado. E ema lorosae komesa halai. Ne tamba Xanana nia lia fuan nebe laiha responsibilidade.

Hahu fin do maio maka iha sunu ida makas nee, kuando tropa Australia nian hare ema sunu sasan e lahalo buat ida.

Mais komesa hahu iha marco nia laran. Parece maun la iha Dili karik.

Se maun haluha dor hau komprende tamba it a barak moris iha stres tamba situasaun ohin loron nee.

Anónimo disse...

Li o que os leitores anteriores dizem. É pena que hoje em dia TL só é notícia com más notícias. A culpa não é dos jornalistas.É nossa irmão timorenses. Deveriamos ser unidos em vez de estamos a atacar uns aos outros sem nos apercebermos que estamos a ser utilizados por outrém.O Jornalista desde que não seja um analista apenas relata os factos que fazem noticia, esquecendo muitas vezes de fazer as devidas ligações entre factos. Por exemplo antes da queda do Mari o focu das noticias eram acusações em como o governo tinha distribuido armas ao povo, o Mari e o Rogrio eram os criminosos e e o Reinado era o heroi. Hoje o Reinado é o criminoso e Maria e a FRENTE dizem que o Governo tem que caçar as armas que estão nas mãos do povo. Alkatiri negava não ter dado armas ao povo e hoje sem dar por isso está a admitir inconscientemente em como distribuiu armas ao povo. E os jornalistas (especialmente o Martinkus) não estão a fazer a ligação entre o culpado que é o actual lobo a tentar camuflar-se na pele de cordeiro- o Mari .
Infelizemente essa é a realidade do actual jornalismo. A RTP coitada está a andar para traz. Onde para o Herculano de Carvalho? Ele, o Adelino Gomes, esses sim deveriam estar em TL e por tudo cá fora como manda a lei do jornalismo sério e investigativo. Porque isso hoje culpar o cão e amanhã o gato sem ter provas ....é triste.

Maracujá ( triste com o que se passa em TL)

Anónimo disse...

os timorenses ainda não se aperceberam do descrédito em que caíram muitos dos seus líderes, sobretudo Xanana Gusmão. E isso leva os jornalistas a desinteressarem-se pela situação de um país que está, por sua exclusiva culpa, a estragar aquilo porque lutou.
Timor só ganhou lugar na imprensa portuguesa devido à situação trágica que viveu, ao exemplo heróico de um povo que lutou contra o extermínio, e ao empenho de vários jornalistas que se interessaram pela questão timorense. Não duvido que homens como Adelino Gomes, Manuel Acácio, Rui Araújo, António Sampaio ou Mário Robalo estão entre os portuguesas que olham para Timor-Leste com mais desilusão e sofrimento!

Anónimo disse...

quer dizer Hernani... pois pergunte por ai em dili onde para a timorense que ele pediu em casamento enganado-a ja sendo casado em portugal. fugiu... coitado do seu amigo hernani.

quanto ao adelino gomes, meu caro, nao misture um verdadeiro jornalista com uma amostra de mau jornalista que o hernani encarna!

respeite o adelino gomes e outros que sao jornalistas de pleno!

ja agora se quer jornalismo investigativo respeite o john martinkus pois ele fez o que o senhor pede, mas pelos vistos voce nao esta satisfeito com a verdade nua e crua que resultou da investigacao!

Anónimo disse...

entao vamos a mais nomes de jornalistas que sofrem por timor e ainda continuam a acreditar que sim senhor timor vai em frente:

anabela gois, joao pedro fonseca, filipe fialho, antonio veladas, henrique botequilha, etc...

Anónimo disse...

O António Veladas... sofrer por Timor... só se for por recear perder o tacho que recebe do governo timorense.
Um homem que se meteu em tantos negócios e cambalachos enquanto esteve em Timos não merece que lhe chamem jornalista.

Anónimo disse...

No Portugal Diário

Timor: tensão política pode aumentar

Aviso foi dado pelo governo australiano aos seus cidadãos, para que repensem viagens

MAIS:
Xanana acusado de ordenar violência
Timor: GNR resolveu novos confrontos

O governo australiano recomendou este fim-de-semana aos seus cidadãos que reconsiderem a necessidade de viajar para Timor-Leste, devido à possibilidade de aumento da tensão política, com a eventual realização de manifestações na capital ao longo dos próximos dias, escreve a agência Lusa.

O alerta, emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, avisa para a realização de manifestações anti-governamentais até ao próximo dia 24, pelo que aconselha que se evitem edifícios governamentais como a Presidência da República, o Palácio do Governo, o Parlamento e o Tribunal de Recurso.

Timor-Leste vive desde Abril uma crise político-militar, com reflexos na paz social, tendo os confrontos ocorridos em Maio e Junho provocado cerca de 30 mortos e mais de 160 mil deslocados internos.

Naqueles meses, a crise timorense foi marcada por confrontos armados entre facções da polícia e das forças armadas, a que se associaram grupos de civis, armados pelas duas partes beligerantes.

Em resultado da crise, o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo, tendo sido substituído por José Ramos-Horta.

Na passada quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o primeiro-ministro José Ramos-Horta ameaçou que se demitiria do cargo, para que foi empossado no passado dia 10 de Julho, caso persista a instabilidade no país.

«Não estou agarrado à cadeira do poder. Eu não procurei o lugar de primeiro-ministro. Aceitei-o perante as responsabilidades que o Presidente (Xanana Gusmão) me pediu para assumir, mas assim como aceitei, tão prontamente poderei abandonar o posto de um momento para o outro», garantiu Ramos Horta à Lusa.

José Ramos Horta substituiu Mari Alkatiri em plena crise político-militar, alimentada pelas manifestações anti-governamentais convocadas pela Frente Nacional para a Justiça e Paz (FNJP), coordenada por Alves Tara, um major que em Maio abandonou a cadeia de comando das forças armadas timorenses.

A FNJP realizou no passado dia 12, em Gleno, 50 quilómetros a sul de Díli, um encontro preparatório para novas manifestações tendentes a pressionar o Presidente Xanana Gusmão a demitir o governo e a dissolver o parlamento, caso o executivo e os deputados não assegurem reformas no sector da Justiça e não aprovem as leis que regulamentarão as eleições legislativas e presidenciais, previstas para Abril ou Maio de 2007.

Anónimo disse...

Cerimónia de independência de Timor-Leste

Primeiro discurso de Xanana Gusmão como Presidente

Xanana Gusmão tomou posse como Presidente da República Democrática de Timor-Leste, perante o presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres, que, momentos antes, proclamou o nascimento do mais novo país do mundo.
Este é o texto na íntegra do discurso do novo chefe de Estado, que saltou do inglês, passou pelo português e terminou em tetum.

"Senhor secretário-geral da ONU, senhor presidente da Assembleia Geral da ONU, senhores chefes de Estado, senhores chefes de Governo, senhor representante da Santa Sé, senhores chefes de delegações de países-membros da ONU, todos os representantes da solidariedade internacional, amigos de Timor-Leste. É do mais profundo da nossa alma que saudamos com respeito vossas excelências e expressamos também a nossa eterna gratidão.

Desde as anos 60 que Timor-Leste estava na lista dos territórios não autónomos, no Comité dos 24, e desde 1975 que figurava na agenda anual da Assembleia Geral da ONU. Se hoje se juntam aqui 92 países foi porque a solução do problema de Timor-Leste era da responsabilidade da comunidade internacional.

A vossa presença, digníssimos dignitários, é, assim, o mais eloquente testemunho dos valores universais, consagrados na Carta das Nações Unidas e, também, uma afirmação inequívoca dos direitos fundamentais do Homem e dos Povos.

A Sua Excelência, o secretário-geral da ONU, queremos expressar a nossa mais sincera gratidão pelo cometimento pessoal à causa timorense. Não queremos esquecer os esforços e a grande doação do embaixador Jamsheed Marker, Francesc Vandrel e Tamrat Samuel. Hoje também saudamos Ian Martin e toda a equipa da UNAMET e queremos manifestar o nosso grande apreço ao amigo Sérgio Vieira de Mello e a todos quantos passaram por Timor, em missão da UNTAET. Estendemos aqui um abraço de muita amizade a todos quantos em Nova Iorque se esforçaram por nos compreender e sobretudo gerir o processo. Ao Conselho de Segurança, os nossos respeitos e a nossa gratidão.

Eu ousaria chamar a esta magnífica participação de tantos países, vindos dos quatro cantos do mundo, o que honra e engrandece o nascimento do nosso país, uma mini-Assembleia do Milénio. Aqui não se debatem, tal como aconteceu em Setembro de 2000, os prementes problemas da Humanidade. Aqui sois testemunhas dos anseios pela paz de todo um povo, aqui sois testemunhas da determinação em construir as bases democráticas de desenvolvimento de toda a sociedade timorense e aqui sois testemunhas da esperança de um futuro, baseada no combate enérgico e permanente à pobreza, em todas as suas vertentes.

Hoje, assumimos, com humildade e perante a comunidade internacional, as nossas obrigações para com o nosso povo. Quisemos ser nós mesmos, quisemos orgulhar-nos de sermos nós próprios, um Povo e uma Nação.

Hoje somos efectivamente o que quisemos ser, com a ajuda de todos vós e seria longa a lista de agradecimentos, com uma especial menção à coragem do Presidente Habibie, aos esforços do primeiro-ministro John Howard e à decisão do Presidente Clinton.

Hoje somos um Povo, igual a todos os Povos do mundo. Nas celebrações da independência, queremos assumir diante de vós este compromisso: o de servir só e unicamente o nosso Povo. Nas celebrações da independência, queremos conter o regozijo exagerado e as desmesuradas ambições, para assumirmos com consciência a necessidade de aprender, para servir, e a vontade de corrigir, para melhorar.

A história é feita pelos povos, unidos num anseio comum - a liberdade de cada ser humano, a paz para o povo e o progresso do país. Depois da independência política, o nosso objectivo supremo será o desenvolvimento integral de todos os aspectos da vida do nosso povo, desde o cultural ao científico, desde o social ao económico.

A nossa história vai continuar a ser feita pelo nosso povo, pela dignificação do indivíduo, na tolerância entre grupos e no respeito no seio das comunidades, numa participação colectiva e dinâmica da sociedade. Isto irá constituir a nossa nova filosofia, enquanto cidadãos, a nossa nova cultura enquanto país e a nossa política enquanto timorenses.

À solidariedade internacional vai um profundo abraço de muito carinho do nosso povo. Continuamos a contar convosco, em outra formas de apoio dirigidas a aliviar as dificuldades das nossas populações mais necessitadas, para o estreitamento de relações povo-povo.



Sua Excelência o Presidente Dr. Jorge Sampaio, sua Excelência o Presidente Dr. Joaquim Chissano, senhores chefes das delegações dos países da CPLP. Quando o sândalo salutífero e cheiroso, d' onde o sol nasce, vê primeiro, atraía os mercadores portugueses que, em uma grande epopeia marítima, iniciaram o processo de encontro de continentes e povos, nunca os nossos ancestrais sonharam que, 500 anos depois, a história registaria um País com o nome de Timor-Leste.

O ganho ao direito de autodeterminação e independência nacional, em 30 de Agosto de 1999, foi o corolário da luta de um punhado de povos que tinham entre si, laços profundos de uma identidade histórica e cultural.

Quero aqui publicamente prestar homenagem aos órgãos de soberania portugueses, por terem tornado, pela Constituição, Timor-Leste e o seu Povo como uma causa nacional.

Quero também agradecer a cada um dos países irmãos lusófonos o carinho, o apoio político e a solidariedade que caracterizou a nossa irmandade e que reforçou, em tempos difíceis, os nossos vínculos.

Nesta era de globalização, existem tendências de estandardizarmos o pensamento, os comportamentos e atitudes. Em relação a Timor-Leste, existem dúvidas sobre a nossa identidade. Existe a corrente para nos acomodarmos a uma falsa visão do futuro, existe a tendência para nos subvertermos a contrapartidas de fácil consumismo intelectual.

A independência alcançada é apenas um passo para nos afirmarmos. Mas a afirmação é um processo, também difícil, a partir de agora. Será este um dos grandes desafios do futuro. Vamos tentar partir por não ter vergonha de sermos nós mesmos, com uma identidade histórica e cultural própria, que esteve na base da nossa emancipação e que foi a base do vosso apoio, inequívoco e incondicional.

Neste contexto, uma sentida homenagem a todos os governantes e diplomatas portugueses que souberam interiorizar a causa timorense, com especial relevo ao Presidente Jorge Sampaio, ao Presidente Joaquim Chissano, ao Eng. António Guterres, Dr. Jaime Gama e ao actual primeiro-ministro, Durão Barroso, pelo relevante papel que desempenhou enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros.

De vós, povos irmãos da CPLP, esperamos que continuem ao nosso lado para este processo, difícil mas empolgante, da independência e de afirmação.



Excelência, Presidente Megawati Sukarnoputri, povo irmão indonésio. Acolhemos com especial carinho a vossa presença, Presidente Megawati Sukarnoputri, não só como chefe de Estado do país irmão e vizinho, com quem partilhamos as mesmas fronteiras, mas também como um símbolo, que já era, dos anseios democráticos do povo irmão indonésio.

A vitória do povo timorense é expressão também destes anseios, porque a democracia pressupõe liberdade e liberdade faz jus aos direitos fundamentais do Homem e dos Povos.

O povo indonésio e o povo timorense viveram 24 anos de relações difíceis. Hoje, nós todos concordamos que foram resultado de um erro histórico, e isto pertence já à história, pertence já ao passado. E este passado, porque pertence já à história, não deve continuar manchando os nossos espíritos ou dificultando as nossas atitudes e relações.

Ainda em Novembro de 1999, quando os sentimentos de ambos os lados ainda estavam no clímax da intolerância, de acusações e de desconforto moral e psicológico, nós fomos a Jacarta para dizer que o passado deve ser visto como passado e para afirmar, ao mesmo tempo, a nossa total disposição para, juntos, erguermos um novo futuro de relações entre os dois países e os dois povos.

E eu acredito, Sra Presidente, que a Indonésia e Timor- Leste poderão, como já o fizeram nestes dois anos e meio, provar a todo o mundo que, quando existe boa vontade política por parte de governantes e da sociedade em geral, a paz pode ser construída em bases sólidas pelo mundo fora.

A Indonésia e Timor-Leste poderão ainda contribuir de uma forma muito significativa para a paz no mundo de hoje, onde todos testemunhamos um ambiente de desconfianças, de medo, de actos de terror e de acusações.

O Povo timorense deseja agora concentrar as suas atenções no seu próprio desenvolvimento. Somos o país mais pobre da sia e queremos elevar, gradual mas firmemente, o nível de vida das nossas populações. A cooperação Indonésia-Timor-Leste, num amplo leque de interesses comuns, reforçada por uma forte relação de amizade entre os dois povos, será o antídoto seguro a algumas reacções ainda prevalecentes, de ambos os lados.

Juntos, Sra. Presidente, os dois povos deverão contribuir na construção de um mundo melhor. Por último, quero saudar a todos os cidadãos indonésios, indivíduos ou grupos, que muito contribuíram, antes e agora, para todo este processo em Timor- Leste, que culmina agora neste grande evento.

Terra e Pedras, Água e Fogo!!!

Terra Sagrada, lugares sagrados onde plantamos areca e malus,

Terra Querida, lugar onde nascemos e fomos criados!

Timor Lorosae!

Matebian, onde se vê o sol nascendo e olhamos para Jacó.

Ramelau, onde vemos Oecussi e olhamos para Ataúro.

Independência!

Como povo, como território, como nação!

Um só corpo, uma só mente, uma só vontade!

Guerreiros!

Tambores e espadas, penas e taís!

Prisioneiros, dançarinos, soldados da resistência!

Tasi Feto, Tasi Mane!
Velhos e velhas, homens e mulheres, alegrai-vos!.
Jovens, crianças, cantai!

Leste, Oeste! Hoje é o nosso dia, Dia da Independência! Juntemos as mãos, e olhemos para o futuro!

Gente querida de Timor Lorosae!

Hoje, 20 de Maio de 2002, é um grande dia para a nossa terra! Tal qual o dia 30 de Agosto de 1999, Dia do Referendo, a data de hoje constitui outra grande data para o nosso povo! O mundo todo junta-se a nós neste momento como demonstração do seu amor e ajuda para connosco.

Na qualidade de uma nova nação que se ergue, tem início agora um país independente. Temos em nossas mãos o direito de conduzir o nosso próprio destino. Recebemos uma grande responsabilidade, à qual devemos resposta a todas as nações integrantes das Nações Unidas.

Neste novo milénio que se inicia, nações pequenas e grandes, ricas e pobres, estão irmanadas visando o bem-estar do povo timorense. Também queremos contribuir para este grande objectivo, minimizando as dificuldades e o sofrimento do povo, seu peso e cansaço.

Hoje alegramo-nos como uma nação independente, como um povo a segurar as próprias rédeas do seu cavalo! Vamos viver nosso dia a dia, melhorar a nossa terra! Governar-se a si próprio ainda significa liberdade através de muito sofrimento! Todos temos que passar por uma reconciliação. A fim de assegurar a unidade nacional, procuramos fortalecer o novo nacionalismo e, com racionalidade, saber esperar, saber procurar e saber participar.

O mundo todo comemora connosco e todos voltarão seus olhares para nós, avaliando nossa vontade e força na nossa jornada, no caminho da liberdade, tolerância e respeito pelos direitos humanos, de acordo com a lei de pluralismo democrático para assim podermos, com confiança, dar um passo para o desenvolvimento seguro.

Governarmo-nos a nós próprios não terá valor se todo o povo dentro de Timor Lorosae viver mal, sofrer e enfrentar dificuldades. Ganhamos nossa independência para melhorar nossa vida. É para tal que a celebração da independência tem hoje início para todo o povo. Conclamo a todos, especialmente aos nossos líderes, para mostrar disciplina para garantir a nossa vontade, tolerância para garantir democracia, reconciliação para garantir Unidade, valorizar a justiça e os direitos humanos.

Anónimo disse...

o golpe que mundo não percebeu
por John Pilger


Descreve-se aqui a fase mais recente da luta de Timor Leste pela independência.
Na década de 1990 John Pilger foi clandestinamente cobrir aquele país.
Agora, um dos mais novos e mais pobres estados do mundo enfrenta o poder esmagador do seu grande vizinho, a Austrália.
O prémio, mais uma vez, é petróleo e gás.
No meu filme de 1994, A morte de uma nação (Death of a Nation) há uma cena a bordo de um avião a voar entre o norte da Austrália e a ilha de Timor. Decorre uma festa; dois homens engravatados estão a brindar-se com champanhe. "Isto é um momento histórico único", exulta Gareth Evans, ministro das Relações Exteriores da Austrália, "um momento histórico verdadeiramente único". Ele e o seu homólogo indonésio, Ali Alatas, estavam a celebrar a assinatura do Tratado do Estreito de Timor (Timor Gap Treaty), o qual permitiria à Austrália explorar as reservas de gás e petróleo no fundo do mar de Timor Leste. O prémio supremo, como disse Evans, eram "zilhões" de dólares.

O conluio da Austrália, escreveu o Professor Roger Clark, uma autoridade mundial em direito do mar, "é como adquirir material a um ladrão ... o facto é que eles não têm direito histórico, nem legal, nem moral sobre Timor Leste e os seus recursos". Debaixo deles jazia uma pequena nação então a sofrer uma das mais brutais ocupações do século XX. A fome imposta e o assassínio extinguiram um quarto da população: 180 mil pessoas. Proporcionalmente, isto foi uma carnificina maior do que aquela no Cambodja sob Pol Pot. A Comissão da Verdade das Nações Unidas, que examinou mais de 1000 documentos oficiais, relatou em Janeiro que governos ocidentais partilharam responsabilidades pelo genocídio; pela sua parte, a Austrália treinou a Gestapo da Indonésia, conhecida como Kopassus, e seus políticos e jornalistas principais divertiram-se junto com o ditador Suharto, descrito pela CIA como um assassino em massa.

Actualmente a Austrália gosta de apresentar-se como um vizinho prestativo e generoso de Timor Leste, depois de a opinião pública ter forçado o governo de John Howard a enviar uma força de manutenção da paz da ONU seis anos atrás. Timor Leste é agora um estado independente, graças à coragem do seu povo e à tenaz resistência dirigida pelo movimento de libertação Fretilin, que em 2001 ganhou o poder político nas primeiras eleições democráticas. Nas eleições regionais do ano passado, 80 por cento dos votos foram para a Fretilin, dirigida pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri, um "nacionalista económico" convicto, que se opõe à privatização e à interferência do Banco Mundial. Um muçulmano secular no país sobretudo Católico Romano, ele é, acima de tudo, um anti-imperialista que enfrenta as exigências ameaçadoras do governo Howard por uma partilha injusta das benesses do petróleo e do gás do Estreito de Timor.

Em 28 de Abril último uma secção do exército timorense amotinou-se, ostensivamente acerca de pagamentos. Uma testemunha ocular, a repórter de rádio australiana Maryann Keady, revelou que oficiais americanos e australianos estavam envolvidos. Em 7 de Maio Alkatiri descreveu os tumultos como uma tentativa de golpe e disse que "estrangeiros e gente de fora" estavam a tentar dividir o país. Um documento escapado da Australian Defence Force revelou que o "primeiro objectivo" da Austrália em Timor Leste é "ganhar acesso" para os militares australianos de modo a que possam exercer "influência sobre os decisores de Timor Leste". Um "neo-con" bushista não teria dito melhor.

A oportunidade para "influenciar" surgiu em 31 de Maio, quando o governo Howard aceitou um "convite" do presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, e do ministro das Relações Exteriores, José Ramos Horta – que se opõem ao nacionalismo de Alkatiri – para enviar tropas para Dili, a capital. Isto foi acompanhado por reportagens tipo "nossos rapazes vão salvar" na imprensa australiana, juntamente com uma campanha de difamação contra Alkatiri como um "ditador corrupto". Paul Kelly, antigo editor-chefe do Australian de Rupert Murdoch, escreveu: "Isto é uma intervenção altamente política ... a Austrália está a operar como uma potência regional ou um hegemonista político que modela a segurança e o porvir político". Tradução: a Austrália, tal como o seu mentor em Washington, tem um direito divino a mudar o governo de um outro país. Don Watson, redactor dos discursos dos antigo primeiro-ministro Paul Keating, o mais notório apologista de Suharto, incrivelmente escreveu: "A vida sob uma ocupação assassina pode ser melhor do que a vida num estado fracassado..."

Ao chegar com uma força de 2000 homens, um brigadeiro australiano voou de helicóptero directamente para o quartel general do líder rebelde, major Alfredo Reinado — não para prendê-lo pela tentativa de derrubar um primeiro-ministro democraticamente eleito, mas para cumprimentá-lo calorosamente. Tal como outros rebeldes, Reinado foi treinado em Canberra.

Dizem que John Howard ficou agradado com o título de "vice-xerife" do Pacífico Sul, atribuído por George W. Bush. Recentemente ele enviou tropas para reprimir uma rebelião nas Ilhas Salomão, e oportunidades imperiais acenam em Papua Nova Guiné, Vanuatu e outras pequenas nações insulares. O xerife aprovará.

Anónimo disse...

2006-05-27

Australianos tomaram conta de Timor-Leste e perante o silêncio de Xanana fala a sua mulher... a australiana Kirsty Sword

O primeiro-ministro australiano, John Howard, apontou hoje a existência "um problema significativo de governação" em Timor-Leste, afirmando que os confrontos dos últimos dias são "uma lição" para os responsáveis eleitos. "Há um problema significativo de governação em Timor-Leste", disse Howard em declarações à rádio australiana ABC. Pelo que se vê, já são outros, eventualmente os novos colonizadores, a falar pelos timorenses (mais notícias na secção Timor-Leste).
«"Não vale a pena andarmos a enganar-nos. O país não tem sido bem governado e espero que a experiência, para os que estão em cargos eleitos, de terem a necessidade de pedir ajuda do exterior, induza o comportamento apropriado no país", prosseguiu.
O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, garantiu hoje a unidade do governo e voltou a insistir nas suas competências em matéria de segurança, repetindo a tese de que há uma "coordenação" entre o governo e a Presidência da República na gestão da crise.
A tese de Alkatiri contradiz claramente fontes próximas de Xanana Gusmã.
Mais explícita foi a mulher de Xanana Gusmão, numa altura em que o presidente continua incontactável na sua residência familiar.
A australiana Kirsty Sword garante que Xanana Gusmão sente que o governo de Mari Alkatiri é "claramente incapaz de controlar a situação". Por isso assumiu o controlo da segurança e a coordenação com as forças internacionais em Timor-Leste, afirmou a mulher do presidente timorense em entrevista à rádio australi ana ABC.
"Penso que Xanana sente que, claramente, o governo é incapaz de control ar a situação. Não é claro quem é que está a comandar as forças armadas, que par ecem estar agora a alvejar as famílias de agentes da polícia em Díli", disse Kirsty Sword à ABC.
"Depois do grave surto de violência de ontem (...), Xanana deixou bem claro que assumiu o comando das forças internacionais que chegaram ontem (quinta-feira). E pudemos reunir-nos com o general Ken Gillespie e com representantes do governo australiano e do governo neozelandês", acrescentou.
Nesse encontro, segundo a mulher do presidente timorense, Xanana Gusmão "fez-lhes um ponto da situação, falou de que como ficou chocado com o fracasso do governo em resolver as causas subjacentes da agitação das últimas semanas e d eixou bem claro que assumiu o controlo das forças de defesa".
Sobre a posição do primeiro-ministro timorense, Mário Alkatiri, que se recusa a reconhecer a autoridade exclusiva de Xanana Gusmão sobre as forças de segurança, Kirsty Sword levantou mesmo a hipótese de alterações ao nível da governação: "Penso que vamos assistir a mudanças significativas. Acho que o governo p erdeu a confiança da população".
Nas declarações, Mari Alkatiri contradisse ainda a alega da autonomia e autoridade das tropas australianas no terreno, declarando que a s egurança de Timor-Leste é da responsabilidade do governo e que as forças timoren ses actuam em "coordenação" com as internacionais, no âmbito das "regras de actuação" definidas nos acordos assinados, disse o primeiro-ministro.
"A segurança interna é da responsabilidade do governo. Neste momento te mos forças internacionais a ajudarem na segurança interna", referiu.
"O comando das forças internacionais não está nas mãos nem do governo n em de nenhuma instituição timorense, mas há coordenação entre o comando das forç as institucionais e das F-FDTL e coordenação política feita pelo governo", sublinhou Alkatiri.
A posição de Mari Alkatiri sobre o papel das F-FDTL contradiz ainda a do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos-Horta, que hoje afirmou a uma rádio neozelandesa que as forças australianas tomariam posição nos principais locais da cidade, confinando os militares rebeldes, e os soldados das forças governamentais aos quartéis de Baucau e Metinaro.
"As forças armadas timorenses concordaram em retirar completamente da cidade, para a zona leste da capital, onde está o seu quartel", referiu Ramos Horta.
"Quaisquer outros elementos armados serão conduzidos para acantonamentos controlados pela força australiana", concluiu.
Entretanto, o responsável da Força Aérea australiana, Angus Houston, disse hoje que o governo timorense ordenou os soldados da F-FDTL que regressassem aos quartéis, entregando a responsabilidade da segurança aos australianos e ordenando os rebeldes a entregarem as armas.
Se alguém atacar soldados australianos, estes responderão. "Usaremos força letal apenas quando for absolutamente necessário fazer isso", disse.
Os últimos dados indicam que já estão no terreno mais de 650 soldados australianos. Os restantes elementos da força de 1.300 são esperados até ao final de sábado.
Estas posições contraditórias sugerem que no primeiro dia de operações das tropas australianas em Timor-Leste permanece alguma confusão quanto ao seu mandato, sobre as responsabilidades de comando da operação e sobre o eventual pap el que as F-FDTL e as restantes estruturas de segurança timorenses terão no terreno.
Jorge Heitor

Anónimo disse...

Ana Gomes, Alkatiri e a Igreja

Segundo uma entrevista de Ana Gomes ao Diário Digital, não restaria outra saída a Mari Alkatiri do que a demissão… Ana Gomes, conhecida pelas suas polémicas e frequentemente irreflectidas declarações, mas boa conhecedora da realidade timorense revela nesta entrevista que a escolha de Rogério Lobato, pessoa de passado turvo: «Rogério Lobato tem um passado criminal conhecido e correm rumores do seu envolvimento com redes de prostituição e contrabando, nomeadamente de sândalo e armas» como ministro teria sido o grande erro de Alkatiri, criando um clima de mal estar e desconfiança pelo seu governo.

Ana Gomes alude a dado ponto naquele que tem sido o grande actor de bastidores nesta crise: a Igreja Católica:

«Ninguém pode governar em Timor à margem da Igreja. Mais a mais um primeiro-ministro que é muçulmano, laico mas muçulmano», diz.

É possível ser mais claro?

Qual é a responsabilidade da Igreja nos tumultos que já provocaram mais de 30 mortos e que colocaram Timor Leste na eminência de se tornar no mais recente "protectorado" australiano?

P.S.: Entretanto, a Austrália começou ontem a construção de uma base militar permanente para 3000 homens no território, dando bem ideia do que é pensam sobre o prazo da sua "Missão de Paz" em Timor

Fonte: Diário Digital

Anónimo disse...

Em finais do ano passado Ramos Horta dizia:

Ramos Horta : Estou pronto para ser eleito Presidente da República

O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Ramos Horta, declarou estar pronto para ser eleito Presidente da República Democrática de Timor-Leste, caso a Nação precisar, mas a decisão deve ser feita pelo Presidente Xanana Gusmão. O Laureado Nobel da Paz em 1996, falou aos Jornalistas na terça-feira, no aeroporto internacional presidente Nicolau Lobato, em Comoro, Díli, quando acompanhou o Primeiro- Ministro, Marí Alkatiri, em visita de trabalho ao Japão. Questionado sobre a sua candidatura a Secretário Geral das Nações Unidas ou Presidente da República Democrática de Timor Leste, o chefe da diplomacia timorense disse, que depende da Nação, pois se Timor-Leste precisar, o próprio dará prioridade para Timor-Leste, mas a decisão deve ser do Presidente da República, Xanana Gusmão, que declarou não recandidatar-se ao segundo mandato. “Se a Nação precisar de mim, sempre lhe darei prioridade, mas a decisão deve ser do Presidente Xanana Gusmão, porque ele próprio declarou não recandidatar-se ao segundo mandato”, disse Ramos Horta. Sobre Sobre os comentários de algumas pessoas que a figura e Ramos Horta é mais conhecido no mundo, mas não é muito conhecido no país, o Chefe da Diplomacia timorense disse que esses comentários estão errados, porque em Timor-Leste o próprio é muito conhecido pelos timorenses. “Em Timor-Leste quando vou para os locais, que não são muito visitados por outros ministros ou pelos deputados do Parlamento Nacional, como Laclubar, Atsabe, Letefoho a Aldeia Rualala onde se encontram muitos pobres, todos me conhecem”, admitiu o líder histórico. Ramos Horta afirmou, que não foi visitar as montanhas isoladas para fazer campanha para se candidatar a Presidente da República, mas sim porque gosta mesmo de visitar as áreas isoladas e montanhosas para reunir com os pobres, pois sempre leva materiais necessários para oferecer à população. “Não é porque quero candidatar-me à Presidente da República, mas gosto mesmo de visitar e conversar com os pobres, que vivem nas montanhas, portanto, gosto das montanhas e dos nossos irmão que vivem lá, durante a visita sempre levo materiais para oferecer”, reforçou Ramos Horta. Sobre a candidatura à Secretário Geral das Nações Unidas, o líder de Timor-Leste conhecido no mundo internacional disse que ainda não tomou nenhuma decisão. “Muitas pessoas de vários países começaram a apresentar o meu nome e apoiam-me para ser candidato a Secretário-Geral das Nações Unidas, mas disse que ainda não tomei nenhuma decisão, é cedo demais”, sublinhou Ramos Horta. Jornal Nacional Semanário

Anónimo disse...

Legitimidade de Xanana Gusmão contestada por causa da língua oficial

Jovens Resistem ao Português
Público Online, 14 de Fevereiro de 2000

Dos nossos enviados, José Manuel Fernandes e Adriano Miranda (fotos), em Díli

Foi um dia de contactos oficiais destinados a estabelecer as fórmulas de cooperação de Portugal com Timor-Leste e com a missão das Nações Unidas. Como pano de fundo, uma preocupação: a da adopção do português como língua oficial, como é vontade de Xanana Gusmão e do CNRT. Mas há muitos jovens que não gostam da ideia e alguns deles até já contestam a legitimidade futura do líder da resistência, apresentado como "transitório".

Xanana Gusmão não tem dúvidas: "A frente da educação é importantíssima para nós, quer pela necessidade de preservarmos a nossa identidade, quer como aposta estratégica na formação dos quadros do futuro. Ora o que pedimos a Portugal é que nesta área nos desse apoio exclusivo".

Pouco depois de se encontrar com Jorge Sampaio, o presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT) não podia ser mais claro. Timor necessita da ajuda de todos para as operações de manutenção de paz e para a reconstrução - mas prefere que venha de Portugal o apoio principal na área da educação. A razão é simples: se Timor vier a adoptar o português como língua oficial - tal como é desejo de Xanana e do CNRT - só Portugal está em condições de depois fornecer os necessários professores.

A questão, no entanto, não é pacífica. "Estamos a enfrentar a resistência de uma fatia da população que cresceu e foi educada em bahasa indonésio" - disse ao PÚBLICO Xanana Gusmão. "São jovens que têm receio de perder as suas habilitações, os seus privilégios, mas estamos a trabalhar para os convencer. Quanto aos mais novos, aos que andam ainda na escola, esses não terão dificuldade. Os mais novos aprenderão facilmente".

E os mais novos são muitos: 45 por cento da população de Timor-Leste tem menos de 14 anos.

Jovens recusam devolver casa

A resistência à adopção do português é protagonizada sobretudo pelos jovens que estudaram em inglês e indonésio, o que não os impediu de serem dos mais activos membros da resistência. Alguns desses jovens, membros de uma das redes estudantis clandestinas, a Impetu, ocupam mesmo uma casa que o CNRT e a missão das Nações Unidas (a UNTAET) tinham destinado para instalar uma agência noticiosa com o apoio da agência portuguesa, a Lusa.

Apesar do próprio Xanana já se ter deslocado a essa residência, os jovens não a abandonam e recusam-se a aceitar as credenciais passadas pela UNTAET. "Isso ainda vamos ter de negociar", diz-nos Francisco, um dos ocupantes. "É bom que não se esqueçam do papel que tivemos na luta pelo referendo e na campanha do referendo". Alguns dos membros do seu grupo foram mesmo mais longe e, durante uma visita do ministro-adjunto Armando Vara à casa em disputa, questionaram a própria legitimidade de Xanana e do CNRT, apresentados como "líderes de transição, provisórios".

E se Francisco falou connosco em português - apesar de se exprimir com alguma dificuldade -, essa não é a regra do seu grupo, onde se prefere comunicar em inglês. Daí que não vejam com bons olhos a escolha do português.

"A língua serve para duas coisas: para criar uma identidade nacional, e para comunicar" - explica Francisco. "Para a nossa identidade nacional temos o tetum; para comunicar o inglês é muito melhor".

Naturalmente que não é essa a opinião do CNRT e de Xanana, que têm recordado que a independência e a identidade da metade oriental da ilha de Timor se devem, antes do mais, ao facto desta ter sido colonizada por Portugal e não pela Holanda (a potência colonizadora da Indonésia).

Opção sobre a língua em Março

Cuidadoso, Sérgio Vieira de Mello, o responsável pela missão das Nações Unidas, evita dar a sua opinião ("até porque essa é para mim uma questão difícil, como brasileiro"). Mesmo assim, conforme explicou ontem depois do encontro com Jorge Sampaio, uma decisão final sobre a língua oficial deverá ser tomada em Março (aliás Março está a tornar-se, aqui em Timor, no mês de todas as decisões e do arranque de todos os projectos).

"A escolha da língua oficial é competência da comissão consultiva e deve ter em linha de conta o passado, mas também o passado recente" - explicou Sérgio Vieira de Mello. "A juventude formada sob administração indonésia não tem responsabilidade de ter aprendido a falar e a pensar em bahasa indonésio e é necessário ter em conta as suas expectativas. Por isso terá sempre de se definir um calendário, até porque vai ser necessário um grande esforço de formação".

Esta parece ser a chave do problema. Uma fonte da Presidência da República, sublinhando sempre que essa "é uma questão timorense e não portuguesa", lembrou que se antes foi possível aos timorenses adaptarem-se ao bahasa indonésio, agora não há-de ser difícil aprenderem de novo o português. É preciso é que tenham condições para ter aulas.

"Esta é uma questão política que depende da vontade política das novas autoridades timorenses" - sublinhou a mesma fonte. Na sua opinião a decisão está tomada e conta com o apoio da igreja católica. De resto, o bispo Ximenes Belo, durante o encontro que teve com Jorge Sampaio, terá expresso precisamente essa opinião, sublinhando que o que é necessário é começar a ensinar a língua e anunciado que ele próprio já começou a dar aulas de português aos seus seminaristas.

Mas estará Portugal preparado para responder a todas estas solicitações e expectativas? Guilherme de Oliveira Martins, ministro da Educação, participou ontem em boa parte destes encontros e está por isso consciente daquilo que Timor espera de Portugal. Para já, a opção tomada é a de enviar formadores (vindos da Escola Superior de Educação de Setúbal) que trabalharão com os professores timorenses, ensinando-os a ensinar português. Uma opção que, em Timor-Leste, muitos temem ser insuficiente.

Anónimo disse...

18-09-2006 11:11:56
ONU defende campanha de desarmamento no Timor Leste

Díli, 18 Set (Lusa) - As Nações Unidas defenderam uma campanha nacional de desarmamento no Timor Leste, segundo um comunicado da missão da ONU em Díli enviado nesta segunda-feira à Agência Lusa.

O apelo foi lançado em um encontro promovido na sexta-feira passada por Sukehiro Hasegawa, representante especial do secretário-geral da ONU no Timor, do qual participaram o comissário da polícia das Nações Unidas no país, Antero Lopes, o comandante do contingente militar australiano, brigadeiro Mick Slater, e outros comandantes da polícia internacional.

O Timor Leste vive uma crise político-militar desde abril, que levou à desintegração da polícia. Confrontos em maio e junho, muitos deles envolvendo grupos de civis armados, provocaram cerca de 30 mortes e mais de 160 mil deslocados internos.

Com o agravamento do conflito, Austrália, Portugal, Malásia e Nova Zelândia enviaram forças policiais e militares a pedido das autoridades timorenses. Como parte das medidas de emergência adotadas para estabilizar o país, foi promovida uma campanha de desarmamento voluntário cujo prazo expirou em 24 de julho.

Mais de 1,7 mil armas de fogo foram recolhidas e apreendidas pelas forças internacionais, além de um número indeterminado de armamento tradicional - como facões e lanças. Segundo o comunicado, não há registro de falta de armas do arsenal das Forças Armadas timorenses, mas ainda se desconhece o paradeiro de um número não-determinado de armamento da Polícia Nacional.

Mudança na ONU

Sukehiro Hasegawa encerra na quarta-feira a função de representante especial do secretário-geral Kofi Annan no Timor Leste, disse à Agência Lusa uma fonte da ONU.

Presente no Timor Leste desde 2002, onde desempenhou as funções de representante adjunto (2002-2004) e representante especial (2004-2006), Hasegawa pode ser substituído por Antônio Mascarenhas Monteiro, ex-presidente de Cabo Verde.

Em declarações à Lusa no último dia 8, Monteiro confirmou que houve "contatos" para ocupar o cargo de Sukehiro Hasegawa.

Monteiro, de 62 anos, foi o primeiro presidente eleito em sistema democrático em Cabo Verde, onde teve dois mandatos (1991-2001). Como jurista, também foi presidente do Supremo Tribunal de Justiça do arquipélago africano.

Anónimo disse...

Senhor Anonimo de Setembro 19, 2006 2:54:32 PM

Sim os jornalistas que escreveram e falaram de TL com uma balança bem equilibrada, sem tendencia nem propaganda.

Anabela gois joao pedro fonseca, filipe fialho, Mario Robalo, mas... E claro que Adelino Gomes é Adelino Gomes o grande jornalista que quando escreve é mesmo para se parar e ler e dizwer sim senhor tiro o chapeu a este Jornalista que com J grande.

De maneira nenhuma comparo Adelino Gomes com outros jornalistas, apenas mencionei o nome porque se o náo fizesse então é que era asneira da grossa.

Mais nomes eu poderia mencionar aqui, mas a minha intenção era só realçar que quando se faz um trabalho com objectivo e não tendencioso esse jornalista por desconhecido que seja está a contribuir para a informação e conhecimenot acertado de todos...

Tenho dito

Marcujá

Anónimo disse...

Este artigo e velho mas que correcto foi. Perguntas que esperaram anos para ser respondidas.

Subject: The new Timor: A Xanana republic?
The Jakarta Post December 16, 2000
Opinion
The new Timor: A Xanana republic?
By Damien Kingsbury
MELBOURNE (JP): With the massive international aid effort that has poured into East Timor since the disastrous events after last year's ballot on independence, it has been widely assumed that the tiny new state would develop along liberal democratic lines. This assumption now looks like it might be poorly founded.
Since last year's ballot and his subsequent release from Indonesian goal, the head of east Timor's political umbrella group, the Council for Timorese National Resistance (CNRT), Jose Alexandre "Xanana" Gusmao, has reinforced the liberal democratic message in his performances on the world stage.
Yet in practice, Xanana seems to be less of a liberal democrat in any meaningful sense and more of a traditional chief, albeit one who has created a type of palace culture over which he and he alone presides. For an as yet unelected official, Xanana has assumed a level of authority that might be out of place even with an elected leader.
To illustrate this, as (recently resigned) speaker of the National Consultative Council, which is functioning as East Timor's unelected Cabinet, Xanana hand-picked three supporters to help draft a constitution to be promulgated after next year's elections.
UNTAET political insiders believe the draft constitution will formalize Xanana's highly centralized authority, while precluding the usual checks and balances expected in a plural political framework.
While this could be of concern enough if applied to Xanana, his successor might not be as generally benign with such powers.
Xanana has also exploited his close association with the head of the UN Transitional Authority in East Timor (UNTAET), Sergio Viera de Mello, for personal political gain.
A year away from East Timor's presidential election, Xanana has been using his friendship with de Mello to campaign across the territory. Xanana has requested helicopter flights to different provincial towns and de Mello has arranged them, at US$10,000 a day.
But Xanana has been choosing to stay with "his people" overnight, requiring two sets of flights per visit, at US$20,000. This is not a luxury afforded to any of Xanana's political competitors.
A key theme of Xanana's campaigning has been his idea of a government of national unity. This "national unity" could provide respite after the bitter events between August 1975 and September 1999. There is, it must be admitted, considerable public skepticism about an adversarial party process.
However, there is also the growing fear, within the parties and within sections of UNTAET, that competing parties, delegitimized, would lead to the creation of a one party state. The party of state would be the CNRT, or what is currently its functionally empty shell.
Any notion of a democratic state implies a separation of powers between the executive and the state's law institutions. Yet there has been widespread complaint that Xanana, de Mello and their representatives have directly intervened in East Timor's legal process, in particular by ordering the release of prisoners held over last year's events.
At least as disturbingly, there have also been first hand reports that smuggling goods across the border from West Timor, where a tax is otherwise payable, has been assisted by the very highest levels of CNRT and UNTAET.
Border officials who have intercepted illegal shipments of goods have been directly ordered from Dili to allow the shipments through without tax.
According to border officials, the goods were being smuggled by CNRT, providing the organization with a black income. One senior border official described this, in ironic terms, as de Mello's "soft border management policy".
Beyond this is CNRT's unofficial "tax" on some businesses operating in Dili and elsewhere, such as the "docking rights" for two floating hotels primarily housing UNTAET staff.
And then there is the control of Dili's private fuel market by East Timor Fuel, a company that is controlled by what used to be the clandestine branch, the Internal Political Front (FPI), of the CNRT's armed wing, Falintil.
One UNTAET official who reported this, and that about one-third of all UNTAET fuel was being stolen and sold privately, was threatened with death.
There has been an unresolved power struggle between Falintil and its formerly clandestine wing, the FPI, over issues of corruption.
One analyst described this development as coming from the days when the Indonesian army, the TNI, and Falintil, had reached a type of agreement that allowed each to survive and make money illegally without interfering in the business of the other.
With the removal of the TNI, the remaining "gang" has expanded its activities without competition, in racketeering and extortion, and has the protection of friends in high places.
Beyond these worrying developments, nepotism has burgeoned. Nepotism was a part of traditional Timorese society for families to look after their own.
But the growing tendency to appoint people to jobs because of family connections rather than on ability denies the value of competence, encourages unaccountability and breeds resentment, which is already at a high level in many parts of East Timor.
A recent World Bank statement that flagged the issue of corruption debilitating East Timor predicated its comments on 24 years of Indonesian misrule. There could be elements of Indonesian-style corruption and nepotism, bank officials warned, that had the potential to develop to the point of wrecking the emerging new state.
Yet according to a centrally placed source in UNTAET, de Mello does not accept negative reports on such issues, but only "good news" reports.
It now seems the World Bank report was a heavily veiled criticism of practices that have flourished under the benign gaze of the leadership of UNTAET and CNRT. Becoming a corrupt one party state is a certain recipe for domestic turmoil and conflict.
More positively, militia activity from across the West Timor border has effectively stopped, due in part to the high level of security imposed by the UNTAET Peace Keeping Force and in part due to growing disaffection with the militia by the Indonesian army (TNI).
In simple terms, the TNI is trading across the border with East Timor, including selling petrol to the New Zealand battalion in Cova Lima (Suai), and its generals are making lots of money. The militias have simply become bad for business.
However, in the wings, waits the pro-Indonesia integration lobby, represented in particular by the growing (and subversively named) Council for the Popular Defense of the Democratic Republic of Timor Leste, and its Indonesian sponsors.
CPD-RDTL has a direct link to former TNI commander Gen. Wiranto through his former translator and the party's head of international relations, Cristiano da Costa.
Further, according to a high level analyst, CPD-RDTL is organized from Indonesia by Maj. Gen. Zacky Anwar Makarim, who was appointed by Wiranto as chief Indonesian military liaison officer to UNAMET and, from that position, directed much of the violence and mayhem of 1999.
Zacky has been on the TNI's "unattached" list since the beginning of this year, allowing him to engage in clandestine activities.
Zacky organizes CPD-RDTL with Abilio de Araujo, who is formally head of the Nationalist Party of Timor. De Araujo, a former Fretilin president who switched sides, has been actively campaigned against the independence movement.
By way of illustration, during the 1999 independence ballot, de Araujo's nephew, Jonas Olivier de Araujo, was militia chief in Balibo, one of East Timor's most violent and strategically important towns.
Using CNRT corruption as the central plank in its political platform, CPD-RDTL has the capacity to destabilize a future, independent East Timor. So too does rampant corruption.
A "strong presidency", however, is not the answer to East Timor's emerging problems, and has the capacity to turn the emerging state into yet another despotic, under-developed one party state.
Dr Damien Kingsbury, who recently returned from a one month visit to East Timor, was a UN accredited observer to the 1999 Popular Consultation in the former Indonesian province.

Anónimo disse...

Smith, Anthony L. "East Timor: Elections in the World's Newest Nation"
Journal of Democracy - Volume 15, Number 2, April 2004, pp. 145-159
The Johns Hopkins University Press


Abstract

East Timor has emerged as the world's newest nation-state after belatedly achieving its full independence on 20 May 2002. Transition to statehood has also been accompanied by a transition to democracy. Since the 1999 Referendum in East Timor, in which the vast majority of East Timorese opted to leave the Indonesian state, East Timor has experienced elections for a Constituent Assembly and for a President. East Timor has adopted a semi-presidential model of government similar to that of Portugal or Mozambique. A much commented on political rivalry between East Timor's President, Xanana Gusmão, and the ruling party, Fretilin, need not be threatening to democratic practice within East Timor if it remains in the realm of policy debate—which it has so far. Despite the paucity of free and fair elections in East Timor in the past, the general public, still largely without formal education, appear to have embraced democratic practice. As with any newly democratizing country, especially one that faces the myriad of development obstacles that East Timor does, this fledging democracy will continue to face challenges in its development.

Anónimo disse...

Somos humanos...e erros toda a gente comete! Os jornalistas não fogem a isso! De qualquer modo, devemos considerar que foram eles que passaram (e passam)TIMOR cá para fora! Se são solteiros, casados,se têm negócios... é lá com eles. Temos é que de facto nos lembrar que eles OS JORNALISTAS, sem fazer distinções( uns melhores que outros, claro, temos que ser nós a fazer a escolha),foram os nossos olhos, os nossos ouvidos e o nosso coração em TIMOR! Com eles, aprendi a sofrer e amar este POVO, a quem tanto quero! Com eles, tive horas de angústia e silêncio, nos relatos impressionantes e directos, que eram mais do que meras palavras: eram o sentir do momento,o estar lá, o sofrer lá, em directo! Com eles, aprendi e aprendo, que o Povo de Timor, sofreu e continua a sofrer, não por culpa deles, mas sim , por interesses obscuros de potências vizinhas e longínquas, que deitam mão de tudo para desacreditar o PAÍS do SOL NASCENTE! Se os jornalistas não se interessassem por TIMOR, como poderíamos nós construir este blog, (ou outro), onde debateríamos as ideias e comentaríamos os factos que nos são apresentados em ângulos diversos? Acho muito cruel, estarem atacar os jornalistas, sobretudo, identificando os que que muito sofreram por lá, digam o que disserem!Para os JORNALISTAS fica aqui, reconhecidamente,o meu braço e uma palavra de agradecimento pelo muito que me ensinam sobre TIMOR!
Fítun Taci

Anónimo disse...

Quantos dos que aqui escrevem se dividiram com o nosso Povo, antes durante e depois do referendo de 30 de Agosto de 1999? Quantos passaram fome, quantos choraram por ver os mortos, os mutilados, as crianças violadas, os mais velhos abandonados, os bens destruidos? Quantos destes criticos deram a vida por Timor, cá dentro? Lembro os cinco de Balibó em 1975 executados! Lembro o jornalista do jornal financeiro assassinado em Bécora! Lembro o jornalista católico indonésio assassinado com as madres em Laga! Lembro o jovem jornalista Abilio morto a tiro pelos militares indonésios em plena Dili!

Tantos que posso lembrar e alguns conheci! Outros daqueles que sobreviveram também conheci alguns, os acolhi e lhes agradeci. Mas ouvi sempre as mesmas palavras "são voces que estão a sofrer, nós só mostramos ao mundo o que aqui se passa", diziam sem nada cobrar!

Querem os senhores desviar as atenções para o que se passa aqui? Em Dili? Não foram os jornalistas que criaram a situação! Foomos nós que permitimos que isto acontecesse! Influenciados e ajudados ou não, fomos e somos nós timorenses os responsáveis!

Respeitem quem não conhecem pois nós timorenses respeitamos quem um dia esteve com a vida por um fio devido à nossa causa!

Olga

Anónimo disse...

Sim Olga:

Tem razao os jornalistas critaram para fora de Timo, audaram os nossos critos de desespero chegarem ate o fim do mundo. Anda me lembro em 1999 no telhado do Makota o Hernani de Carvalho passar imagens que para nos seriam impossiveis se fosse a coragem deles, dos jornalistas....A Anabela Gois da Radio Renascenca pequenina de tamanho mas grande no seu trabalhao fez-me muitas vezes chorar com as suas reportagens. O Luciano Alvarez, o Paulo Nogueira da Lusa, E tantos, tantos outros Portugueses e estrangeiros fizeram a nossa voz ser ouvida pelo mundo inteiro. E como nao podia deixar de ser o Senhor Adelino Gomes , esse grande senhor dos jornais...
Viva os jornalistas

Manecas

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.