sábado, outubro 14, 2006

Notícias - em inglês traduzidas pela Margarida

UNMIT – Revista dos Media Diários Review
Sexta-feira, 13 Outubro 2006

Reportagens dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Recomendação do ICG é contra a Convenção

O deputado Clementino Amaral (KOTA) disse que o relatório do International Crisis Group, que recomenda que entre outros líderes, o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri e o Presidente Gusmão não se deviam envolver nas eleições de 2007, é contra a Convenção dos Direitos Políticos e Civis. Amaral disse ainda que a recomendação não é adequada porque toda a gente está ainda à espera do resultado da COI e que não seria democrático se o grupo já teve acesso ao relatório. O Presidente do ETPA, Cecilio Caminha disse que a recomendação é boa mas que o governo de Timor-Leste já adoptou e aprovou a convenção, por isso os seus cidadãos têm o direito de votar e de serem activos politicamente se assim o quiserem. Outros líderes políticos são da mesma opinião, dizendo que ninguém os pode travar de serem activos na política. (STL)

A UNPOL parará a violência

O Comissário da Polícia em exercício, Antero Lopes disse durante a conferência de imprensa, na Quinta-feira que a polícia da ONU montará a segurança em Dili, nos distritos e sub-distritos a tempo para a saída do relatório da COI. Lopes disse que no momento estão 648 polícias de 13 nações e que estão para chegar mais 200 polícias de 20 nações na próxima semana e que a polícia não tolerará mais violência. Lopez disse que a UNPOL tomará posições firmes sobre as pessoas que cometerem violência. Sobre a questão das armas, Lopes disse que um total de cerca de 232 armas ainda não foram entregues pelos oficiais da PNTL, realçando que 100 destas são pistolas. Durante a conferência de imprensa, Antero também disse que o Presidente Gusmão nunca interferiu no trabalho das forças internacionais em deter o Major Alfredo que correntemente anda escondido. Disse que a UNPOL identificou que o caso de Colmera tem ligação com o esfaqueamento do empregado do STAE, dizendo que em breve a polícia deterá os envolvidos no crime, acrescentando que não está relacionado com a crise recente.

O Comandante em exercício da Joint Stabilisation Force, o Tenente- Coronel Rerden disse que as forces da Austrália e da Nova Zelândia continuam a colaborar com a UNPOL dando segurança à população. Noutro artigo o Comandante Rerden disse que as Forças Internacionais recapturaram dois presos que fugiram com o grupo do Major Alfredo.

Na mesma conferência de imprensa o SRSG em exercício Finn Reske-Nielsen disse que o relatório do COI sairá nos próximos 8 dias, acrescentando que muitos partidos políticos têm pedido à UNMIT pela emissão rápida do documento mas disse que não era possível porque as traduções ainda não estão completas. Reske-Nielsen disse ainda que a UNMIT tem consultado todos os líderes Timorenses e a sociedade civil para (pedir-lhes) que recebam o relatório com humildade e serenidade. O SRSG em exercício disse que recebeu bem o apelo conjunto feito pelo Presidente da República, o Primeiro-Ministro e o Presidente do Parlamento Nacional, para a população se manter calma e continuar com as suas actividades diárias. (STL, TP)

Diálogo com base em proximidade política

Maria Domingas Fernandes Alves, coordenadora da Comissão do Diálogo e Reintegração Comunitária disse que o diálogo agendado analisará primeiro a proximidade política de modo a criar um ambiente de compreensão. Alves disse que a comissão só facilitará o regresso da população às suas casas e que o objectivo e foco do diálogo é sobre os jovens. Disse que é um trabalho difícil e complexo tentar convencer os jovens a participarem no diálogo, acrescentando que será necessário começar ao nível das bases. Entretanto, um membro da mesma comissão, João ‘Choque’ da Silva disse que apesar das dificuldades que a comissão enfrenta é tempo para os jovens Timorenses se perdoarem uns aos outros. Disse que os Timorenses perdoaram os Indonésios e que hoje há muitos Indonésios a viver em Timor-Leste, por isso porque é que os Timorenses não se podem perdoar uns aos outros? (STL)

RTTL Reportagem de Monitorização de Notícias
13 – 10 – 2006

Timor-Leste receberá os resultados da COI: A/SRSG

A RTTL relatou que o SRSG em exercício, Mr. Finn Reske-Nielsen disse que o povo de Timor-Leste receberá o resultado da Comissão de Inquérito quando sair. Disse que durante este tempo a UNMIT consultou todos os componentes e a sociedade civil sobre os resultados do COI. O Comissário da UNPOL Antero Lopes declarou que a UNPOL garantirá a segurança das pessoas em Timor-Leste. Sobre os presos que fugiram da prisão, Lopes declarou que dois foram apanhados e estão de volta à prisão.

Discussão da lei eleitoral no Parlamento Nacional:

Vicente Guterres, Presidente da Comissão A declarou que a discussão da lei eleitoral acabou e que a Comissão A elaborará todas as ideias para submetê-las ao plenário para discussão. O Ministro do Planeamento e Finanças declarou que o orçamento para as eleições gerais de 2007 é da ordem dos US $10,000,000. A Ministra de Estado Ana Pessoa declarou que é necessário ter a lei da Comissão Nacional Eleitoral e depois trabalharão como um órgão independente. Na mesma ocasião Sebastião Dias Ximenes, o Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, declarou que como uma instituição não têm tendência política para a lei eleitoral; que se limitam a submeter opiniões e recomendações ao Parlamento Nacional em relação às duas propostas de lei eleitoral que ainda estão a ser discutidas no Parlamento Nacional.

Lista dos Partidos Políticos:

O Ministro da Justiça Domingos Sarmento declarou que já há 15 partidos políticos na lista. Disse que 8 partidos políticos já foram aprovados pelo Tribunal de Recurso. Disse que só um partido fora rejeitado pelo tribunal de recurso, e que é o Partido PDC versão partido Olandina.

***

Antigo PM de Timor-Leste rejeita conclusões de relatório sobre o desassossego

LISBOA, Outubro 12 (AFP) – O deposto primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, rejeitou na Quinta-feira um relatório dum grupo de prevenção de conflito que recomendava que ele e o Presidente Xanana Gusmão não entrassem nas eleições gerais do próximo ano para reduzir as tensões no mais novo país da Ásia.

O International Crisis Group com base em Bruxelas culpou os confrontos mortais entre facções rivais armadas que inundaram Dili em Abril e Maio numa rivalidade há muito existente entre dois homens no relatório publicado na Terça-feira.

O relatório disse que divisões internas põem as maiores ameaças às eleições e que "a mais importante garantia contra a violência podia ser se as duas figuras mais controversas na capital desistissem de concorrem a estas eleições voluntariamente."

Avisou Gusmão e Alkatiri "para pensarem o impensável – não terem qualquer papel nas eleições de 2007 para que novos líderes possam emergir."

Mas numa entrevista publicada no diário Português Público, Alkatiri disse que as conclusões do relatório eram "uma maneira simplista de compreender o que aconteceu no passado em Timor-Leste."

" Não quero é que se reduza o conflito a duas pessoas – Xanana Gusmão e eu próprio. E muito menos que se veja a situação de hoje como o resultado de velhos conflitos," acrescentou.

Alkatiri resignou como primeiro-ministro sob pressão em Junho a seguir a uma vaga de desassossego na qual mais de 30 pessoas foram mortas e um estimado doutras 100,000 foram deslocadas.

A violência irrompeu depois de Alkatiri ter despedido mais de um terço das suas forças armadas e isso levou ao destacamento para Timor-Leste de mais de 3,200 tropas internacionais da Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal.

Alkatiri foi substituído no posto de primeiro-ministro por José Ramos-Horta, um vencedor do prémio Nobel da Paz e o representante de Timor-Leste no estrangeiro durante a sua luta para se libertar da ocupação Indonésia que durou de 1975 a 1999.

Uma colónia Portuguesa negligenciada durante centenas de anos antes da ocupação Indonésia, Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo em termos de rendimentos mas tem recursos consideráveis de petróleo e gás natural que estão a começar a serem explorados.

***

Bispo Católico de Timor-Leste pede calma antes da saída das conclusões da comissão de inquérito

UCANews/Catholic online - 12 Outubro 2006

DILI, Timor-Leste (UCAN) – O bispo da Diocese Católica de Dili apelou à calma em anticipação da publicação das conclusões da comissão que investigou a violência desestabilizadora que ocorreu em Timor-Leste durante Abril e Maio.

"Devemos pôr paz e calma nos nossos corações para ver os resultados da comissão de inquérito, porque será um passo positivo para a verdade e justiça," disse o Bispo Alberto Ricardo da Silva quando falou aos media em 6 de Outubro.

A Comissão de Inquérito Internacional foi montada em 8 de Junho a pedido do então ministro dos estrangeiros José Ramos-Horta, que subsequentemente se tornou o primeiro-ministro depois de Mari Alkatiri ter resignado como responsável do governo. À comissão foi dato um mandato para estabelecer os factos que rodearam os protestos de soldados em 28-29de Abril, a morte de 9 polícias em 25 de Maio e a resultante guerra de gangs, pilhagens e fogos postos que clamaram pelo menos ao todo 21 vidas. Vai também recomendar medidas para levar os responsáveis à justiça.

Manifestantes das forças armadas e os seus simpatizantes tomaram as ruas da capital em 28-29 de Abril com apelos à reinstalação de 591 soldados que tinham sido demitidos por Alkatiri em Fevereiro depois de terem protestado contra alegadas discriminações. As conclusões estavam previstas terem sido publicadas em 8 de Outubro mas estão ainda a ser traduzidas para Indonésio, Português e Tétum, as línguas principais usadas em Timor-Leste.

O Bispo da Silva acrescentou que os resultados provavelmente serão dolorosos para alguns líderes, instituições e sociedade civil, mas devem ser bem recebidos como uma maneira para reconstruir os direitos humanos e a justiça no país. "Gostaria de pedir a todo o povo de Timor-Leste para aceitar (o relatório) sem violência," apelou.

O Vigário-Geral da Diocese de Dili, Padre Apolinario Aparicio Guteres, disse também que as pessoas devem aceitar completamente o resultado e as recomendações da comissão. "Acredito que o resultado reconstruirá a paz e a justiça, porque a justice deve vir da verdade e é isto que as pessoas esperam," disse o Padre Guteres à UCA News em 9 de Outubro.

José Edmundo Caetano, um advogado da Comissão para a Paz e Justiça da Diocese de Dili Diocese, disse à UCA News em 10 de Outubro que está preocupado com o que pode acontecer depois da comissão publicar o seu relatório. Urgiu o governo a garantir a segurança, de outro modo a situação pode deteriorar-se. "Há uma grande possibilidade de poder irromper mais violência. Pode haver grupos que não fiquem contestes com os resultados e que usem a violência para protestar," disse. O advogado relatou que houve mais gente a refugiar-se nas suas casas nos distritos for a da capital quando rumores de violência se espalharam nas ruas. "Nunca se sabe o que pode acontecer no futuro. Às vezes os rumores são verdadeiros. Por isso é melhor salvarem-se as vidas," disse.

O Padre José Soares, que serve na Catedral da Imaculada Conceição em Dili, diz que o grande problema pode ser no seio dos militares.

"Penso que o número um de potencial para a violência está nos militares. Se alguns dos oficiais militares forem indicados como responsáveis, espero que possam aceitar a responsabilidade. Se não, podem fugir com os seus subordinados e lançarem uma Guerra de guerrilha que poderia pôr a nação em risco," disse o padre à UCA News. Os partidos políticos podem também ser uma fonte de conflito se houver líderes políticos citados no relatório, acrescentou. Mas disse que acredita que os líderes do país têm maturidade política para assumir a responsabilidade da crise. "Os líderes devem estar preparados se forem acusados – isto é para o bem da nação," declarou o Padre Soares.

Um estudante universitário, Marcelo Dias, disse à UCA News em 11 de Outubro que espera os resultados do relatório de modo a ver a justiça feita. "Os envolvidos no caos devem ser levados a tribunal," disse. Dias duvida que o sistema judicial seja capaz de levar os culpados à justiça, mas apelou para agirem corajosamente. "Penso que as pessoas gostariam de ver o sistema judicial de Timor-Leste a implementar a justiça, de outro modo elas poderiam implementar justiça por elas o que levaria a mais violência." Marcelo está optimista com a segurança, contudo, citando a presença dos boinas azuis da ONU no país.

***

Bispo de Timor convida a evitar nova violência

Catholic Telecommunications (Australia) - 12 October, 2006 - 23:47 (GMT)

Enquanto Timor-Leste espera a publicação do relatório de inquérito à violência de meados do ano que levou à resignação do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, o Bispo de Dili e outros líderes da Igreja têm apelado à aceitação calma das conclusões do inquérito.

"Devemos pôr paz e calma nos nossos corações para ver os resultados da comissão de inquérito, porque será um passo positivo para a verdade e a justiça," disse o Bispo de Dili Alberto Ricardo da Silva aos repórteres esta semana conforme um relato da UCA News.

A Comissão Independente Internacional de inquérito foi montada em Junho a pedido do então ministro dos estrangeiros José Ramos-Horta, que subsequentemente se tornou o primeiro-ministro depois de Mari Alkatiri ter resignado como responsável do governo.

O mandato da comissão foi estabelecer os factos que rodearam os protestos de 28-29 Abril por soldados, a morte de 9 oficiais da polícia em 25 de Maio e a resultante luta de gangs, pilhagens e fogos postos que reclamaram pelo menos 21 vidas no total. É também para recomendar medidas para levar os responsáveis à justiça.

Manifestantes das forças armadas e simpatizantes seus tomaram as ruas da capital com apelos para a reinstalação de 591 soldados que tinham sido despedidos pelo Dr Alkatiri em Fevereiro depois de terem protestado contra alegada discriminação.

Tinha sido previsto a publicação das conclusões em 8 Outubro mas estão ainda a serem traduzidas em Indonésio, Português e Tétum, as línguas principais faladas em Timor-Leste.

O Bispo da Silva acrescentou que os resultados provavelmente serão dolorosos para alguns líderes, instituições e sociedade civil, mas (que) devem ser bem recebidos como uma maneira de reconstruir os direitos humanos e a justiça no país. "Gostaria de pedir a toda a gente de Timor-Leste para os aceitar sem violência," apelou.

O Vigário-Geral da diocese de Dili, Fr Apolinario Aparicio Guteres, também disse que as pessoas devem aceitar totalmente os resultados e as recomendações da comissão.

"Acredito que o resultado reconstruirá a paz e a justiça, porque a justice deve vir da verdade, e é isto o que as pessoas esperam," disse Fr Guteres à UCA News no princípio desta semana.

José Edmundo Caetano, um advogado da Comissão para a Paz e a Justiça da diocese de Dili, também disse à UCA News que se preocupa com o que poderá acontecer depois da comissão publicar o relatório.

Urgiu com o governo para garantir a segurança, de outro modo a situação pode deteriorar. "Há uma grande possibilidade de poder irromper mais violência. Pode haver alguns grupos que não fiquem contentes com os resultados e que usem a violência para protestar," disse.

***

PM promete tropas 'adequadas' a Timor-Leste

The Australian
Por Sandra O'Malley
Outubro 12, 2006

A Austrália está a prometer deixar tropas "adequadas" em Timor-Leste, que planeia dizer à ONU que não precisa de capacetes azuis.

O Primeiro-Ministro John Howard disse hoje ao Primeiro-Ministro Timorense José Ramos-Horta que tropas Australianas se manterão no seu país para garantir a sua paz e estabilidade.

"Garanti ao Primeiro-Ministro o compromisso em curso da Austrália com a estabilidade do seu país e a nossa vontade em manter um nível adequado de força em Timor-Leste," disse.

"Obviamente no longo termo o futuro deste país descansa nos ombros dos seus cidadãos e isso é algo que compreendemos totalmente."

A Austrália mandou tropas para Dili em Maio para acalmar a violência mortal entre amotinados e polícias, que devastaram a pequena nação.

Têm sido assistidos pela Nova Zelândia, Malásia e Portugal, bem como pela Polícia Federal Australiana.

Mr Howard prometeu que o nível corrente de tropas de cerca de 950 se manterá no momento.

"Não temos qualquer intenção neste momento de reduzir," disse.

"Não quer dizer que algures no futuro, não seja apropriada uma redução, sob conselho militar adequado."

Com o compromisso liderado pelos Australianos, o Dr Ramos-Horta acredita que uma força de capacetes azuis da ONU que (está) a ser considerada para o país pode não ser necessária.

Agradeceu à Austrália por comprometer as suas tropas até pelo menos às eleições no próximo ano.

E disse à ONU que o arranjo corrente com a Austrália estava a correr bem e que as forças da ONU podiam ser melhor usadas noutros lugares.

"(A) força bilateral liderada pela Austrália desde Maio até hoje tem trabalho muito efectivamente e como a ONU está esticada demais em tantos outros conflitos importantes ... nós no lado Timorense não devemos empurrar tanto por capacetes azuis da ONU, só por empurrar," disse Dr Ramos-Horta.

O porta-voz dos negócios estrangeiros dos Trabalhistas Kevin Rudd urgiu a Austrália a não retirar as suas tropas cedo demais.

Mr Rudd avisou que as lutes tinham regressado a Timor no princípio deste ano porque a Austrália tinha removido os seus soldados cedo demais.

"Houve um problema no passado e esse problema em parte levantou-se porque a Austrália retirou as suas tropas de Timor-Leste cedo demais," disse.

"Acreditamos que não podemos permitir que ocorra um vácuo de segurança. Precisamos em particular de garantir que a segurança sirva de base para as próximas eleições Timorenses."

***

As Nações Unidas criticam Gusmão e líderes

News.com.au
Por Mark Dodd and Sid Marris
Outubro 13, 2006 01:00am

Ao Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão e o seu antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri foram feitas críticas num relatório da ONU à violência de Abril passado.

Pensa-se que o relatório de larga escala seja uma avaliação brutal da ruptura do controlo que culminou no destacamento duma força liderada pelos Australianos.

O relatório da ONU, cuja saída se espera na próxima semana, diz que a liderança devia ter feito mais para solucionar as diferenças políticas e restringir apoiantes rivais e militares dissidentes.

O International Crisis Group com base em Bruxelas acredita que o relatório "indicará os nomes " e está preocupado que a sua publicação possa desencadear mais violência.

O antigo representante da ONU em Timor-Leste Sukehiro Hasegawa, antes de ter terminado o seu mandato lá, avisou que haverá “lágrimas” por causa do relatório.

Na sua avaliação da situação em Timor-Leste, o ICG avisou o Sr Gusmão "para pensar o impensável - desistir de qualquer papel nas eleições de 2007 de modo a que possam emergir novos líderes ".

Mas o Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta - que esteve ontem na Austrália e falou da necessidade de encorajar a nova geração se envolver na política - mencionou a popularidade do Sr Gusmão e o desejo do povo para ele se candidatar outra vez nas eleições previstas para o próximo ano.

"Tenho andado a viajar pelo país desde a crise, em todos os locais que se possam imaginar - nos bairros, e mesmo a falar com os gangs, os jovens - e não encontrei uma única pessoa no país que diga que Xanana Gusmão não deve concorrer; pelo contrário," disse o Dr Ramos Horta.

"Ainda há alguns dias, houve pessoas que me disseram que devemos dizer a Xanana que ele tem que ir a um segundo mandato, mas ele parece determinado a não ir."

O Dr Ramos Horta disse que estava confiante que a publicação do relatório da ONU não levará a mais desassossego.

"Em primeiro lugar, para nós é um relatório importante para que possamos fazer alguma reflexão e ver a fraqueza das instituições, a responsabilidade dos indivíduos, para aprendermos e não permitirmos que este tipo de situação ocorra outra vez," disse.

Ontem, Timor-Leste e a Austrália assinaram um acordo cobrindo a segurança na lucrativa área conjunta de desenvolvimento do petróleo entre os dois países, que permitirá cooperação na resposta a ameaças na área, onde ambas as nações partilham rendimentos governamentais de desenvolvimentos do petróleo.

O Sr Ramos Horta disse que tinha esperança que o acordo Timorense na partilha dos rendimentos do desenvolvimento do Greater Sunshine seja levado ao Parlamento no próximo ano.

A violência em Abril cresceu de tensões latentes entre os do leste, conhecidos como Lorosae, e os do oeste, Loromonu, que infectaram os militares e os polícias.

A situação foi exacerbada por tentativas do ambicioso ministro do interior Rogério Lobato de construir uma força de segurança rival sob controlo directo do Governo, em dez do Presidente.

Uma greve de alguns soldados, seguida por lutas entre rivais, levou a uma ruptura da lei e da ordem que foi aproveitada por gangs de rua. Em Maio, 1300 tropas Australianas lideraram soldados de vários países para restaurar a calma.

Esse destacamento baixou agora para 950, com o Governo a planear reduzi-lo para cerca de 600 por altura das eleições em Timor-Leste, no próximo mês de Maio.

***

Mais polícias da ONU esperados em Timor-Leste
ABC News Online
Quinta-feira, Outubro 12, 2006. 9:10pm (AEST)

Mais de 800 polícias das Nações Unidas são esperados a patrulharem Timor-Leste na próxima semana, para ajudarem a manter a segurança, disse o Comissário da polícia da ONU Antero Lopes.

"Já temos 648 no terreno ... Temos esperança de ter no fim da próxima semana quase mais 200 outros oficiais de polícia da ONU que chegarão de vários países," disse numa conferência de imprensa em Dili o Comissário Lopes.

Disse que o contingente da polícia da ONU vem de 13 países. Os oficiais adicionais respondem a um pedido de Dili ao órgão mundial.

Cerca de 3,200 tropas e polícias lideradas pelos Australianos foram despachados para Timor-Leste em Maio, depois de violência nas ruas ter deixado mortos mais de 30 pessoas.

O contingente internacional da polícia, no mês passado, entregou formalmente a sua autoridade à ONU sob uma nova missão montada pelo Conselho de Segurança em Agosto.

As tropas mantém-se sob a autoridade da Austrália.

As forças de segurança - polícias e militares - têm lutado para evitar que os gangs de jovens se ataquem uns aos outros nas ruas, enquanto dezenas de milhares de Timorenses permanecem em campos de deslocados na capital, demasiado aterrorizados para regressarem a casa.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta disse na Austrália na Quinta-feira que Dili tinha rejeitado uma oferta de uma força militar liderada pela ONU para lidar com o desassossego civil, contando em vez disso com a força liderada pelos Australianos.

O líder Timorense disse que a força regional tem trabalhado "muito efectivamente ".

Observadores têm avisado que o relatório duma Comissão Especial Independente de Inquérito da ONU à violência, cuja saída se espera para breve, pode desencadear mais desassossego.

- AFP

.

1 comentário:

Anónimo disse...

Este Padre Apolinario Aparicio Guteres nao merece de ser um padre. Ele e' um padre escandoloso que estava involvido o recente crise.
Eu nao percebo qual e' a profissao de padres e dos dois Bispos em Timor Leste. Eles transformaram a Biblia Sagrada de Deus como "A biblia Sagrada Politica". Recentemente Os padres e os dois bispos estao metidos nos assuntos da crise de timor.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.