Díli, 13 Abr (Lusa) - A Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste identificou "irregularidades muito graves" na contagem dos votos das presidenciais de segunda-feira porque o resultado dos candidatos não bate certo com os votos válidos e admite recomendar a repetição parcial da votação.
Em conferência de imprensa, o porta-voz da CNE, padre Martinho Gusmão, referiu que foram detectados "problemas muito sérios em Díli, em 59 das 113 secções de voto".
"A soma de votos nos candidatos não bate certo com o total de votos válidos e nalguns casos a diferença é de 100 (votos)", referiu o porta-voz.
"Há irregularidades muito graves. Díli é um desastre. Em relação às 59 mesas há um falhanço" na contagem dos votos, realçou o responsável da CNE.
Além de Díli, também nos distritos de Aileu, Ainaro, e Bobonaro, há 95 secções de voto com "situações muito, muito difíceis", acrescentou o responsável, sem especificar de que tipo de irregularidades se trata.
A CNE está neste momento a analisar o distrito de Baucau, onde o número de votos considerados nulos é "enorme", acrescentou Martinho Gusmão.
A comissão admite poder "vir a recomendar ao Tribunal de Recurso a repetição parcial de votações" e considera que, dadas as irregularidades detectadas "a segunda volta pode vir a ter quaisquer candidatos.
Com os resultados parciais divulgados anteriormente pela CNE, estavam já praticamente garantidos na segunda volta, a 08 de Maio, o candidato apoiado pela Fretilin, Francisco Guterres "Lu-Olo", e o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, candidato independente.
Numa outra conferência de imprensa esta manhã, Martinho Gusmão admitia já um "falhanço técnico" e a "falta de formação técnica" dos órgãos eleitorais".
O porta-voz da CNE disse ainda que os resultados finais serão entregues no domingo ao Tribunal de Recurso, respeitando o prazo legal, desde que foi iniciada a contagem nacional, na quinta-feira. O processo será entregue ao Tribunal de Recurso e há um período de 24 horas para a apresentação de queixas ou pedidos de impugnação.
PRM/VM-Lusa/Fim
sexta-feira, abril 13, 2007
CNE admite problemas graves e possível repetição parcial
Por Malai Azul 2 à(s) 20:10
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Comentário ao post de Angela Carrascalão "Para onde vamos nós?"
1. Refere Angela Carrascalão no post de 13 de Abril de 2007 do blog do jornal público que as eleições presidenciais em timor leste de 9 de Abril foram "um autêntico fracasso."
Não foram.
Os cidadãos timorenses foram votar, em ordem e em paz. A votação decorreu sem incidentes. Os timorenses acreditam na democracia. Têm existido irregularidades no apuramento dos resultados, é certo, mas que têm de ser corrijidas/resolvidas pelas instituições timorenses: a CNE e o Tribunal de Recurso. Não existe parece-me outra solução nacional - têm de ser as instituições timorenses a permitir que se siga em frente no processo democrático (mesmo se tal implicar a repetição parcial ou total da eleição).
É perigoso dizer ao povo, já com tão poucas razões para ter esperança, que já nem no processo democrático pode acreditar em timor Leste!
2. Refere A.C. que "quem manda, uma vez mais, falhou redondamente. O problema é que quem manda está convencido de que sabe tudo, nunca se engana e nunca comete asneiras...".
Mas quem manda em Timor Leste? Mari Alkatiri que tem em Timor Leste as costas muito largas para tudo o que corre menos bem não é primeiro ministro desde Julho de 2006!Desde essa altura que Alkatiri tem sido apenas o secretário geral de um partido político!
O problema de Timor Leste é de facto um problema de liderança: os líderes, os responsáveis políticos não desempenham tão somente as funções correspondnetes aos cargos que exercem. Não fazem simplesmente o que têm de fazer: o seu trabalho. O presidente da república em vez de unir a nação faz comícios contra o governo, comportando-se como líder da oposição, mas afinal quer ser primeiro ministro. Mas também queria ser membro da FRETILIN quando constestou a eleição do comité central e depois juiz do tribunal de recurso quando proclamou que tal eleição era ilegal! Mas aagora que vai formar um novo partido. Quem quer ser tudo acaba por não ser nada!
O primeiro ministroRamos Horta passados menos de oito meses (em que todos os meses foi em viagem ao estrangeiro!) quer afinal ser presidente.Mas não deixa o cargo de 1ºº Ministro. Suspende as funções (se calhar não acredita na vitória). Mas depois aparece na TV como primeiro ministro a fazer campanha para presidente (mas como primeiro ministro com as funções suspensas!).
O presidente da CNE em vez de se preocupar com o seu trabalho que é tão só ser imparcial, independente, isento, não resisitiu e veio a público em plena campanha eleitoral apoiar um dos candidatos, mostrando o contrário do que tinha de ser: parciliadade, falta de isenção, prefrências pessoais - em qualquer país do mundo tal era suficiente para ter sido demitido...
3. Em Timor Leste os líderes são emocionais. Gritam. Enfurecem-se. Não têm calma e serenidade. Põe tudo sempre em causa. Entram facilente em histeria. Têm imensos sentimentos pelo povo!O pobre povo que cumpriu o que lhe foi pedido. Votou. O povo é maduro, sereno e ordeiro. Os líderes são em regra loucos varridos, coléricos irresponsáveis que como garotos brincam aos países (não incluo nesse rol - porque têm efectivamente sentido de estado Mari Alkatirti e Mário Carraslaão).
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