Mais um artigo excelente do blog Living Timorously:
19 November 2006
One of the arguments against the use of Portuguese in East Timor is that it is difficult to learn, particularly in its grammar. Leaving aside that this is an insult to the intelligence of the East Timorese people, this completely overlooks the fact that English is also a difficult for those learning it as a foreign language.
One of the reasons for this misconception is that many people who speak English in Southeast Asia speak a simplified version, usually influenced by native languages - Singlish in Singapore and Manglish in Malaysia are the best known examples. Consequently, people who say that they speak English fluently, speak a form that to native English speakers sounds broken, if not unintelligible.
The verb conjugations in Portuguese can certainly appear a problem to those learning it, but what about English verbs, not least irregular ones? At least in Portuguese, once you learn an irregular verb form, you can use it in the negative and interrogative, unlike in English. For example, you can say "you went", but you cannot say "I didn't went" or "did I went?" but in Portuguese, "eu fui", "eu não fui" and "eu fui?" all use the same verb tense throughout.
Another challenge for learners of English is the fact that there is more than one interrogative 'tag' that can be used at the end of a sentence, hence the tendency to use "isn't it?" with all verbs and tenses. I managed to get an East Timorese friend, now an aspiring politician, to master the different forms, by giving him examples: "you fancy that girl, don't you?", "she's very pretty, isn't she?" and "lots of guys would like to date her her, wouldn't they?" Perhaps since his return to East Timor, his English grammar has got a bit rusty. Isn't it?
Over the years I have helped East Timorese studying at universities in the UK with their essays, or more specifically with their written English, and it is here that their lack of fluency in the language shows up. They are Indonesian-educated, and most do not speak Portuguese, but it is interesting to see the extent of Portuguese influence on their vocabulary, which has come in via Tetum: "recourses" (from recursos) instead of resources; "representante" (from representante) instead of representative; "explorators" from exploradores instead of exploiters; "canalize" (from canalizar) instead of to channel; and "comparation" from comparação instead of comparison.
The grammar, however, is influenced by Indonesian, hence the frequent omission of the verb 'to be', particuarly in passive constructions. For example "women still seen", "will not left out" - in Indonesian, these verbs would use the passive form of the verb, with the prefix "di-" used in the same way as the suffix "-ed" is in English. (Tetum, by contrast, has no passive tense.)
Spoken English is more influenced by Tetum, a reflection of its status as the vernacular language. Its speakers use "or not?" in English (from ka lae?) as it is used regularly in tetum as the interrogative. (The phrase di'ak ka lae? or "how are you? literally translates as "good or not?") This is encountered in other Asian languages, in which it is considered polite, but can sound blunt or rude in English: you want this or not? is used in Singapore. Many also use "or?" as a tag, hence "you go home, or?" (from ita bá uma, ka?) The indefinite article in Tetum, ida, is put after the noun, so Tetum speakers say "go to the house one". (There is no definte article in Tetum, so uma can mean either "house" or "the house".)
Yet Portuguese is not averse to creolisation or deviation from the 'standard' form prescribed by the metropolis any more than English is. Brazilian Portuguese has diverged from European Portuguese, not only in terms of spelling and vocabulary but also grammar, while it is hard to believe that the Portuguese of Lusophone Africa has not been influenced by African languages - in Cape Verde, Guinea Bissau, and São Tomé e Príncipe, Portuguese creoles have developed alongside Portuguese.
Indeed, Portuguese creoles developed in Asia, but these are almost extinct. Only a small minority of "Portuguese Eurasians" in Malaysia and Singapore know the Papia Kristiang creole, and they, in turn, are tiny minorities in those countries. As well as having been isolated from Portuguese for centuries, it is also an oral language.
The problem in East Timor is that Portuguese is considered as the language of government and administration, and therefore there is an assumption that anyone who wishes to work in the public service needs to speak and write it fluently. Not surprisingly, this causes those who cannot do so to feel disadvantaged (or as irresponsible Australian commentators like to say "disenfranchised" as if only Portuguese speakers in East Timor had the vote).
Yet, decades after making English the language of instruction in schools, Singapore's Ministry of Education still needed to have a special centre for teachers whose English was not up to standard, and the government launched (unsuccessfully) a 'Speak Good English Campaign', to discourage the use of Singlish. In fact, even in Portugal, the state broadcaster RTP runs a short programme on television called O Bom Português or "Good Portuguese", just as TVRI in Indonesia implores its viewers to gunakan Bahasa Indonesia yang baik dan benar - "speak an Indonesian that is good and correct", which suggests that many Indonesians still do not.
This does not mean that the East Timorese should simply speak Portuguese any old way, with no regard for grammar, but the preconception that it is "difficult" is one that needs to be challenged. Of course, those learning it will make mistakes, but they should not feel any more discouraged than they did when they learnt Indonesian, and English. No language is truly "easy", and in fact, the notion that some are, gives the impression that they are primitive. Or?
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quarta-feira, novembro 22, 2006
Easy language one, or?
Por Malai Azul 2 à(s) 08:11
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
Um excelente artigo, que desmonta peça por peça a argumentação do costume contra a língua portuguesa. Espero que lendo este artigo, os jovens possam distinguir melhor a realidade da ficção.
Aliás, os timorenses são dos povos que mais facilidade e apetência têm em aprender. Não só línguas, mas todo o tipo de conhecimento, incluindo matemática e ciências humanas. Também se distinguem no domínio das artes: literatura, pintura, música, dança, etc, devido à sua extrema sensibilidade.
Por isso, só um imbecil poderia tentar convencer os timorenses de que existe uma língua que não está ao seu alcance ou, pior ainda, que ela é responsável por todos os seus problemas.
Alguém que trocar isto "por miúdos", isto é, pôr o texto em português ou tétum?
Tradução:
Uma língua fácil, ou?
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19 Novembro 2006
Um dos argumentos contra o uso do Português em Timor-Leste é que é difícil de aprender, particularmente a sua gramática. Deixando de lado que isto é um insulto à inteligência dos Timorenses, isso ignora completamente o facto de o Inglês ser também difícil para os que a aprendem como língua estrangeira.
Uma das razões para esta ideia errada é que muita gente que fala Inglês na Ásia do Sudeste fala uma versão simplificada, geralmente influenciada por línguas nativas - Singlish na Singapura e Manglish na Malásia são os melhores exemplos conhecidos. Consequentemente, pessoas que dizem que falam Inglês fluentemente, falam uma forma que para os falantes nativos de Inglês soa partida, se não ilegível.
As conjugações dos verbos em Português podem certamente parecer um problema aos que o estão a aprender, mas que tal acerca dos verbos Ingleses, sem mencionar os irregulares? Pelo menos em Português, uma vez aprendida uma forma de verbo irregular, pode-se usá-la na negativa e na interrogativa, ao contrário do Inglês. Por exemplo, pode-se dizer "you went", mas não se pode dizer "I didn't went" ou "did I went?" mas no Português, "eu fui", "eu não fui" e "eu fui?" todos usam o mesmo tempo gramatical do verbo em todas as formas.
Um outro desafio para os que aprendem o Inglês é o facto de haver mais do que uma expressão que pode ser usada no fim de uma frase, daí a tendência para usarem "não é?" com todos os verbos e tempos gramaticais. Eu consegui arranjar um amigo Timorense, que agora aspira ser político, a dominar as diferentes formas, dando-lhe exemplos: "you fancy that girl, don't you?", "she's very pretty, isn't she?" and "lots of guys would like to date her her, wouldn't they?" Talvez que desde que regressou a Timor-Leste, a sua gramática de Inglês se enferrujou um tanto, não é verdade?
Ao longo dos anos tenho ajudado Timorenses a estudarem nas universidades no Reino Unido nas suas composições, ou mais especificamente no seu Inglês escrito, e é aqui que a sua falta de fluência na língua se vê. São educados no Indonésio, e a maioria não fala Português, mas é interessante ver a extensão da influência do Português no seu vocabulário, que lhes chegou via Tétum: "recourses" (de recursos) em vez de resources; "representante" (de representante) em vez de representative; "explorators" de exploradores em vez de exploiters; "canalize" (de canalizar) em vez de to channel; e "comparation" de comparação em vez de comparison.
A gramática, contudo, é influenciada pelo Indonésio, daí a frequente omissão do verbo 'to be', particularmente nas construções passivas. Por exemplo "women still seen", "will not left out" - em Indonésio, estes verbos usariam a forma passiva do verbo, com o prefixo "di-" usado no mesmo modo que o sufixo "-ed" é em Inglês. (o Tétum, por contraste, não tem tempo passivo.)
O Inglês falado é mais influenciado pelo Tétum, um reflexo do seu estatuto como língua nacional. Os seus falantes usam "or not?" em Inglês (de ka lae?) dado que isso é usado regularmente em Tétum como a interrogativa. (A frase di'ak ka lae? ou "como está? Traduz-se literalmente por "bom ou não?") Isto encontra-se noutras línguas Asiáticas, nas quais isso é considerado polido, mas pode soar duro ou rude em Inglês: quer isto ou não? É usado em Singapura. Muitos também usam "ou?" como uma expressão, daí "vai para casa, ou?" (from ita bá uma, ka?) O artigo indefinido em Tétum, ida, is put after the noun, assim os falantes de Tétum dizem "ir para a casa uma ". (Não há artigo definido em Tétum, assim uma pode significar ou "casa" ou "a casa ".)
Contudo o Português não é adverso à mestiçagem ou a desvios das formas 'padrões' prescritas pela metrópole mais do que do que é o Inglês. O Português Brasileiro divergiu do Português Europeu, não somente em termos de escrita e de vocabulário mas também na gramática, ao mesmo tempo é difícil de acreditar que o Português da África Lusófona não seja influenciado por línguas Africanas - em Cabo Verde, Guiné Bissau, e São Tomé e Príncipe, o crioulo Português desenvolveu-se ao lado do Português.
Na verdade os crioulos Portugueses desenvolveram-se na Ásia, mas estes estão quase extintos. Somente uma pequena minoria de "Eurasianos Portugueses " na Malásia e Singapura conhecem o crioulo Papia Kristiang, e eles, por seu lado, são pequenas minorias nesses países. Além de terem estado isolados do Português durante séculos, são também línguas orais.
O problema em Timor-Leste é que o Português é considerado a língua do governo e da administração, e por isso há a assunção de que quem desejar trabalhar no serviço público precisa de falar e de escrevê-lo fluentemente. Sem surpresa, isto causa a quem não o pode fazer, sentir-se em desvantagem (ou como irresponsáveis comentadores Australianos gostam de dizer "sem direitos civis" como se somente os falantes de Português em Timor-Leste tivessem o voto).
Contudo, décadas depois de fazer do Inglês a língua do ensino nas escolas, O Ministério da Educação de Singapura ainda precisou de ter um centro especial para professores cujo Inglês não estava à altura, e o governo lançou (sem sucesso) uma 'Campanha de falar bem Inglês', para desencorajar o uso do Singlish. De facto, mesmo em Portugal, a televisão estatal RTP passa um pequeno programa na televisão chamado O Bom Português, tal como a TVRI na Indonésia implora aos seus teleespectadores gunakan Bahasa Indonesia yang baik dan benar - "fale um Indonésio que seja bom e correcto ", o que sugere que muitos Indonésios ainda não o fazem.
Isto não significa que os Timorenses devam simplesmente falar Português de qualquer modo antigo, sem consideração com a gramática, mas a pré-concepção que é "difícil" é uma que precisa de ser desafiada. Obviamente que os que o estão a aprender cometerão erros, mas não se devem sentir mais desencorajados do que se sentiram quando aprenderam Indonésio e Inglês. Nenhuma língua é verdadeiramente "fácil", e de facto, a noção de que algumas são, dá a impressão de que são primitivas. Ou?
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Língua e Comunicação.
Qualquer língua,para dominá-la completamente ou quase,é preciso muita dedicação e apreciar tal esforço,para isso.A grande maioria das pessoas usa da linguagem oral ou escrita,minimamente, unicamente para se comunicar e executar transações comerciais ou ainda relação de amizade, o que exclui a base erudita da língua,como um todo.Só aqueles que verdadeiramente sabe se comunicar, entende que ,em qualquer língua, a substituição de uma palavra aproximada por uma exata assemelha-se a luz de um pirilampo comparado a luz do sol.A palavra exata dissipa qualquer dúvida ou não permite que esta ocorra.Já as palavras de uso aproximado podem levar a dúvidas e se distanciar da intenção de quem a proferiu
Acreditamos que os fundamento de qualquer aprendizado reside essencialmente na base,na puerilidade.Tanto faz se é um aprendizado linguistico ou se se trata de patinação artística,quanto mais tenra idade começar, melhor.É preciso investir na educação primária,no berço,nos pequenos aprendizes.Ter a pretensão de educar os velhos é querer esvaziar o mar com uma peneira.Apenas gotículas permanecem. E investindo nas crianças, essas se encarregarão de disseminar a língua entre os seus pares, entre seus familiares, etc
JATeixeira
Teixeira.jaques@gmail.com
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