quarta-feira, agosto 23, 2006

Polícias Australianos feridos em desassossego em Timor-Leste

Tradução da Margarida.


ABC Online
Quarta-feira, Agosto 23, 2006. 6:14am

Dois polícias Australianos ficarem levemente feridos na capital de Timor-Leste depois duma multidão de jovens os atacarem com pedras, disse um oficial da polícia Portuguesa no país.

Depois de atacados os polícias Australianos dispararam para o ar e chamaram um reforço da polícia Portuguesa, que disparou balas de borracha para dispersar a multidão, disse o Comandante Gonçalo Carvalho à Lusa.

A violência chegou quando o Presidente Timorense Xanana Gusmão suspendeu medidas de emergência que introduzira há dois meses no seguimento de violência alargada desencadeada por uma divisão nas forças armadas do país.

Os três carros de patrulha da polícia Australiana “ficaram praticamente destruídos” no ataque, disse o Comandante Carvalho.

A polícia Australiana mais tarde prendeu três dos jovens que alegadamente os tinha atacado e fechou a estrada que vai do centro da cidade para o aeroporto internacional da capital, perto da área onde aconteceu o ataque, durante duas horas.

O confronto teve lugar depois da polícia Australiana tentar acabar com uma batalha entre dois grupos de cerca de 30 jovens que atiravam pedras no bairro Comoro de Dili, que está situado perto de um campo de deslocados.

Algumas 82,000 pessoas vivem em quatro campos de deslocados montados em Dili para pessoas que foram deslocadas depois duma vaga de violência por jovens com catanas que varreu a antiga colónia Portuguesa em Abril e Maio, matando pelo menos 21 pessoas.

Timor-Leste convidou uma força internacional para o país de cerca de um milhão de pessoas no início do desassossego, que foi desencadeado por lutas entre facções dos militares e polícias.

Medidas de emergência

Um "estado de crise", que esteve perto de ser um estado de emergência, foi declarado pelo Sr Gusmão em 30 de Maio e depois prolongado por causa da violência que continuou em lume brando apesar da chegada duma força de intervenção com 2,500 elementos liderada por Australianos.

A declaração do Sr Gusmão diz que a situação na mais nova democracia da Ásia mantém-se "vulnerável", mas tem havido uma melhoria desde a chegada duma força de intervenção estrangeira.

As raízes da violência inicial foram complexas, com elementos de rivalidade politica e regional a incendiar depois do então primeiro-ministro Dr Mari Alkatiri, que saiu debaixo de pressão em 26 de Junho, ter despedido cerca de metade das pequenas forças armadas do país.

O Dr Alkatiri é suspeito de ter armado civis durante a violência e foi-lhe dito pelo Gabinete do Procurador-Geral do país que não pode sair do país.

O laureado do Prémio Nobel Dr José Ramos Horta tomou desde então o lugar de Primeiro-Ministro.
- AFP/Reuters

3 comentários:

Anónimo disse...

Reparem só como o “spin” dos media Australianos nunca deixa de funcionar:

1 - tentam ligar este episódio em Comoro com a suspensão das medidas de emergência, como se praticamente todas as semanas não tivesse havido cenas destas em Comoro, mas dando a entender que para os Australianos bom, bom era mesmo que estas medidas continuassem;

2 - continuam a responsabilizar Alkatiri, por “ter despedido os militares” que de repente passaram a “ cerca de metade”; retomam a cena da “distribuição das armas” e para mais dramatizarem agora até inventaram que “não pode sair do país”.

3 – e continuam não só sempre a ligarem Alkatiri a aspectos negativos, como também sempre a ligarem o Ramos-Horta a aspectos positivos e assim mais uma vez lá vem o “laureado do Prémio Nobel”.

Anónimo disse...

O que se segue talvez interesse aos leitores deste blog:

Dear Australian Friends,
As you're probably aware, the UN is stuck on authorizing the new,
increased UN Mission in Timor-Leste. Yesterday, the Security Council
extended UNOTIL for a third short-term period, until 25 August. They
cannot achieve consensus on including all foreign soldiers in
Timor-Leste under a UN-led, command structure.
Australia is the main obstacle, refusing to "blue-hat" your soldiers.
The UK and the U.S., which insists on this policy for its own
soldiers around the world, support Australia.
> The UN Secretary-General, the RDTL government, Portugal, Malaysia,
> nearly all citizens and NGOs in Timor-Leste, the international
> support movement for Timor-Leste, and people of good will from around
> the world advocate for a unified military force integrated into the
> UN Mission.  This is in addition to 1,608 international police, and
> is described in the attached excerpt from the UN SG's 8 August
> recommendations to the Security Council.
>
> The new mission is stalled because the UN will not send soldiers to
> TL if there is a separate international military force there. Their
> experience shows that problems of coordination and responsibility
> create too much of an added burden, making it impossible to carry out
> their tasks. Australia has dug in its heels -- and Timor-Leste is
> forced to endure one more cycle of uncertainty and lack of support
> because of global politics.
>
> Since you follow events in Timor-Leste, you know that the performance
> of Australia soldiers in Timor-Leste has been erratic. They often
> relate poorly to the local people, don't understand the social and
> political context, and are ineffective in deterring or preventing
> violence.  Although the situation has improved somewhat in the nearly
> three months since they arrived, it should be much better, and
> deficiencies in training, attitudes and command are evident almost every
> day.
>
> Although most Timorese were very relieved and grateful when the
> diggers arrived, the good will is wearing thin. More importantly,
> Timor-Leste's people need and deserve more effective and sensitive
> support from the international community. The UN is far more capable
> of providing that, and keeping it in context, than the Australian
> Defence Force.
>
> The media has given some coverage to this controversy over the past
> week, but I have seen very little activity by Australian activists,
> NGOs or citizens urging your government to change its position and
> listen to the wishes of the RDTL government, the UN, the Timorese
> people and we who support them from around the world.
>
> The UN's inability to agree has given us a little more time -- one
> week! This is a plea to colleagues in Australia to use whatever
> levers and contacts you have. Please pass this letter on.
>
> Thank you.
>
> Charlie Scheiner
> charlie@laohamutuk.org
> +1-914-473-3185
>
> PS: I'm writing as an individual, but the objectives of this letter
> are shared by the groups I work with: La'o Hamutuk, the International
> Federation for East Timor, and the East Timor and Indonesia Action
> Network (U.S.). We've been doing what we can at the UN (which has a
> good position) and the U.S. (which is impossible), but the primary
> responsibility and possibility for a constructive outcome lies in
> Canberra.

Anónimo disse...

O Malae Horta e tivesse vergonha nunca mais devia permitir que falassem no "laureado Nobel da Paz.
Este chapeu destoa muito na sua cabeca.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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