Díli, 04 Dez (Lusa) - A manutenção de cerca de 25 mil deslocados em dez enas de campos de acolhimentos espalhados por Díli, face à iminência do início d a época das chuvas, está a preocupar as Nações Unidas, que receiam uma crise humanitária.
O alerta foi lançado hoje de manhã em Díli numa conferência de imprensa realizada pelo representante especial interino do secretário-geral da ONU, Finn Reske-Nielsen, em que aludiu à possibilidade de se registarem epidemias e casos mortais provocados pela inundação dos campos.
Reske-Nielsen chamou a atenção para quatro dos campos, que em conjunto têm cerca de dois terços dos 25 mil deslocados registados, e que se situam no Aeroporto Internacional, defronte do Porto de Díli, no Hospital Nacional e defronte da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).
"Se não agirmos depressa corremos o perigo de haver proliferação de doenças e de mortes provocadas por choques eléctricos, resultantes da existência de cabos de transporte de energia", salientou.
Reske-Nielsen acrescentou que "já não se justifica a distribuição de ajuda alimentar, porquanto há comida suficiente e dinheiro suficiente em toda a cidade".
Nesse sentido, anunciou que as agências da ONU vão deixar de distribuir alimentos nos campos, salvo aos idosos, crianças e mulheres.
Este anúncio vem no sentido do que o primeiro-ministro José Ramos-Horta revelou sábado passado num encontro com representantes dos campos de acolhimento, que disse que a partir de 15 de Dezembro termina a ajuda que tem vindo a ser dada aos deslocados.
Há cerca de um mês, Ramos-Horta tinha já anunciado que a distribuição de ajuda alimentar, bem como a distribuição de água e electricidade nos campos terminaria na última semana de Novembro.
Os deslocados continuam renitentes em regressar às suas casas, alegando o clima de insegurança na capital e as notícias de confrontos entre grupos rivais em vários pontos da cidade.
José Gusmão, chefe do campo de deslocados situado no Aeroporto Internacional disse à Lusa que os deslocados daquela área "estão prontos para regressar aos seus distritos de origem", mas lamentou que o governo continue sem lhes gara ntir o necessário transporte para a viagem.
Os deslocados encontram-se nos campos desde Maio em consequência da crise político-militar desencadeada em Abril, e chegaram a totalizar 180 mil pessoas, cerca de 18 por cento da população timorense.
Fora de Díli, continuam registados cerca de 70 mil deslocados.
EL-Lusa/Fim
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NOTA: Que tal prenderem Alfredo Reinado e patrulharem 24 horas por dia os bairros para que os deslocados voltem a casa?!
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