quinta-feira, novembro 30, 2006

COISAS DA SÁBADO: TIMOR AINDA EXISTE?

In Abrupto de Pacheco Pereira.

Existe, existe, nós é que pouco queremos saber dele. No fundo não saiu o menino da mamã que esperávamos, não saiu nem o farol altermundialista que irradiasse a luz de Porto Alegre pelas bandas da Indonésia e da Micronésia, nem saiu o voluntário protectorado de Portugal, que nos redimisse de não parecer haver tanto amor pelo nosso benevolente colonialismo nem nos brasileiros, nem nos africanos, nem nos goeses e macaenses. A última esperança do Império estava em Timor e falhou. Desiludiu-nos, logo passou para o limbo do que não queremos lembrar. Até que, um dia, lá morra um português e nós desejemos intimamente que torne a ser indonésio, para não ser australiano. Até neste desejo se vê como queremos bem pouco aos povos que tocamos na história e muito aos nossos mitos grandiosos.

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11 comentários:

Anónimo disse...

Ainda há quem se preocupe! Já visitou este site?
http://timorcartoon.blogspot.com

Anónimo disse...

a propósito:lembram-se da heróica viagem de Eanes às "costas" de Timor?Por onde andará ele e a respectiva tripulação ?Não será uma boa altura de, desta vez, desembarcarem e ajudarem um pouco? António

Anónimo disse...

Não é verdade que Portugal tenha esquecido Timor Leste. Portugal criou a escola portuguesa de Dili, tem tido cento e tal professores de português no país desde 1999/2000, tem colaborado com a Universidade onde tem docentes portugueses, tem um programa de cooperação com o Ministério do Trabalho e tem agora uma companhia da GNR.
Mas muito mais podia e devia ser feito. Ao nível da saúde e da administração pública, ao nível da justiça e da administração municipal/distrital e ao nível empresarial.
Mas aqueles que criticam nos jornais que não se faz nada que se cheguem à frente com iniciativas. Não basta dizer mal. Portugal somos todos nós. E todos nós podemos fazer alguma coisa.
Os timorenses são povo maravilhoso e têm muito a ver connosco portugueses. Eu gostava que essas afinidades e laços não se perdessem e se reforçasem.
Se eu quiser um afilhado timorense e contribuir enviando livros, dvds, cds como posso fazer e a quem me devo dirigir?
Espero que Portugal se prepare bem para a visisa que Ramos Horta fará a portugal no próximo ano!

Anónimo disse...

Desafio o timoronline a organizar uma camapanha de natal para ajuda de crianças timorenses comprometendo-se a postar no blog fotografias da entrega da recolha de prendas às crianças...
Vamos estabelecer laços com Timor Leste...

Anónimo disse...

"Mas muito mais podia e devia ser feito. Ao nível da saúde e da administração pública, ao nível da justiça e da administração municipal/distrital e ao nível empresarial."

Muito está sendo feito nestas áreas. Portugal tem colaborado com a Justiça timorense com magistrados e assessores jurídicos e foi criado um curso de Direito na UNTIL com o apoio da Universidade de Lisboa, salvo erro. Outras universidades ou escolas superiores têm apoiado na gestão económica, no planeamento urbanístico e em projectos de agronomia. A CGD patrocinou uma mediateca. Também existe colaboração entre várias Câmaras Municipais de Portugal e a administração local timorense. E não esqueçamos a colaboração da Igreja e de organizações privadas diversas.

Se mais projectos não há, tal deve-se exclusivamente a opções das autoridades timorenses e à disponibilidade limitada de Portugal, em termos financeiros. Mas é bom que seja assim, porque Portugal não é bom em tudo e Timor-Leste deve poder aprender com vários países e não apenas com um deles.

Mas concordo que toda a ajuda é sempre pouca, pois Portugal tem obrigação de zelar por Timor-Leste. Um vínculo tão indelével não pode resumir-se a uma fria relação diplomática, como com qualquer outro país. E seria bonito haver iniciativas espontâneas vindas da chamada "sociedade civil", como essa do "Lusitânia Expresso", em que viajou Eanes.

Anónimo disse...

Um tanto retorcido o Pacheco Pereira. Se os media portugueses pouco falam de TL melhor seria que lhes apontasse o dedo. E também não aprecio o paternalismo como fala das ex-colónias em geral e de Timor-Leste em particular. Faz lembrar aqueles pais azedos por os filhos não terem seguido os seus conselhos.

Anónimo disse...

a margarida está absolutamente errada no que toca à critica de Pacheco Pereira. Portugal é uma nódoa nos seus compromissos para com Timor e está seguir uma agenda organizada pelos USA para favorecer os interesses na região. A Austrália ganha nesta luta está claro.
Portugal tem hoje um ministro chamado Amado porque o que era Freitas enxovalhou forte e feio o embaixador USA em Lisboa e vê-lo pela ingerência americana e australiana nos assutnos timorenses. Uma semana mais tarde Freitas do Amaral estava doente e precisava de se retirar do governo para intervenção cirurgica?!

Sabemos claramente que Socrates recebeu um telefonema do amigo Bush que estava indignado com a situação do Freitas...

Portugal é uma nódoa em Timor-Leste e contribuinte activo para o estado em que Timor-Leste se encontra.

Vale que alguns portugueses a residirem em Timor-Leste não seguem nem nunca seguirão as pégadas inertes e de inépcia demente da embaixada de Portugal em Díli.

Anónimo disse...

Francamente que não encontro grandes diferenças entre o intervencionismo neo-colonial que o Pacheco Pereira aponta (“A última esperança do Império estava em Timor”) e a que este anónimo censura Portugal não fazer (“Portugal é uma nódoa em TL”). Era bom que todos deixassem de interferir directa (via ONG’s subsidiadas por governos estrangeiros, por exemplo) ou indirectamente (via Clube de Madrid, ICG, CE, PE etc.) e enveredassem por relacionamentos abertos e transparentes Estado-a-Estado. Sem nos atirarem poeira para os olhos e com respeito pela soberania de TL. E o que me parece que nesta altura o Pacheco Pereira tem é alguma dor de cotovelo por já não deter os cordelinhos. Daí a sua azia e má pontaria.

Anónimo disse...

Francamente que não encontro grandes diferenças entre o intervencionismo neo-colonial que o Pacheco Pereira aponta (“A última esperança do Império estava em Timor”) e a que este anónimo censura Portugal não fazer (“Portugal é uma nódoa em TL”). Era bom que todos deixassem de interferir directa (via ONG’s subsidiadas por governos estrangeiros, por exemplo) ou indirectamente (via Clube de Madrid, ICG, CE, PE etc.) e enveredassem por relacionamentos abertos e transparentes Estado-a-Estado. Sem nos atirarem poeira para os olhos e com respeito pela soberania de TL. E o que me parece que nesta altura o Pacheco Pereira tem é alguma dor de cotovelo por já não deter os cordelinhos. Daí a sua azia e má pontaria.

Anónimo disse...

Mais uma vez, alguém de fora lança uma "chalaça", fica os timorenses e os amigos de timor a baterem uns nos outros.
Não será melhor que as pessoas procurem e proponham soluções, ideias, para que Timor e os timorenses possam viver em paz, que tanto merecem?
Pessoalizem menos a questão e discutam mais ideias...

Anónimo disse...

Mas há algum problema na pluralidade de opiniões? Parece-me que não. Outra coisa é impor pela força das armas as suas ideias e derrubar quem está no poder pelo voto, isto é que eu condeno. As ideias combatem-se saudavelmente com outras ideias.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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