quinta-feira, outubro 05, 2006

Discórdia só pode ser resolvida com mais diálogo/D. Ximenes Belo

Aveiro, 05 Out (Lusa) - O bispo timorense D. Ximenes Belo considerou quarta-feira que Timor-Leste vive momentos de discórdia, com a crispação entre líderes e a agitação de gangs juvenis, aconselhando a mais diálogo.

Falando em Aveiro sobre o tema da paz, numa conferência realizada na noite de quarta-feira no Centro Universitário Fé e Cultura, D. Ximenes Belo lamentou que "após a euforia do nascimento do novo país" tenha regressado "a discórdia, que só pode ser resolvida com mais diálogo no território".

"Parece uma incongruência falar-vos de paz, não a há na minha terra, sobretudo em Díli, onde se assiste à crispação dos líderes e a gangs de jovens que perturbam o sossego das populações", disse.

Questionado sobre se a Língua Portuguesa pode ser um factor de união dos timorenses, D. Ximenes Belo referiu que, apesar da Constituição consagrar o Português como uma das línguas oficiais, "existe alguma resistência entre a juventude que cresceu durante a ocupação indonésia, em que a Língua Portuguesa era totalmente proibida".

Esclareceu que, mesmo no tempo colonial, apenas oito por cento da população falava o português e destacou a importância dos meios áudio-visuais num país em que grande parte da população é analfabeta.

"A televisão só é vista em Díli. Se cobrir todo o território é mais fácil", observou.

Na exposição sobre o tema, o Nobel da Paz referiu-se aos conflitos mundiais de uma forma generalizada e teceu considerações sobre o papel das Nações Unidas, afirmando que a ONU terá de trabalhar com mais eficácia.

"Esperamos que haja modificações na sua forma de actuar para que possa ser garante da Paz", disse.

A Paz, segundo o orador, "passa pela educação das mentes" e por uma luta continuada para erradicar das sociedades "as sementes do mal, do ódio e da violência, cultivando valores como a cidadania e a ética".

"Embora seja um dom de Deus, a Paz exige da nossa parte um esforço muito grande e é preciso que cada um, segundo as suas possibilidades, seja agente e promotor da Paz.

Já saíram tantos tratados e convenções, mas continua a haver guerra, pelo que o mundo precisa desse esforço", concluiu.

MSO-Lusa/Fim

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3 comentários:

Anónimo disse...

I am deeply saddened by the continuing and worsening socio-political situation in Timor Leste. The leaders must meditate and seriously conduct reflection of the 24 year struggle for independece (1975 - 1999), and renew their commitment to nurse and develop democracy, and to maintain freedom and independence gained in 1999 which should lead the nation to prosperity, justice and peace. Do not sell the freedom gained with blood and lives of Timor Leste people to any foreign interest, no matter how close, or how powerful the neighbouring foreign countries are. The interest of the people of Timor Leste must be put in the foremost priority of the Government. Do not let foreign powers divide the integrity of the people by dividing the leaders. Xanana Gusmao, Mari Alkatiri dan Ramos Horta should reflect on the hard time they passed through during the struggle, the suffering and sacrifice of the people, and do not let themselves be divided foreign interests or by power interest of your own.
Poverty could be exploited by gangs, but it would be more dangerous if the gangs are exploited and moved by outsiders or foreign powers.
 
How come that the ruling party, the party of the majority, the Fretilin could be so easily threated, and even attacked by gangs? It is unbelievable! Law must be enforced. Do not follow the unlawliness of Indonesia. Bring to trial of the human rights perpetrators is an esential part of law enforcement. As an Indonesian I am really pity of the Timor Leste Government's standing of prioritizing the Frienship Committee rather than the Truth and Reconciliation Committee. Friendship with any neighbour should be based on justice and equality with the main focus on the interest of Timor leste people.
 
I want to believe that my opinion would not hurt anybody.
 
Gustaf Dupe
Association of Prison Ministries
Jakarta, Indonesia   

Anónimo disse...

Dear Gustaf,

Thank you so much for your wise and friendly words...as a Timorese I really appreciate that an Indonesian sorrow may still flow clean and soothing, and helps heal the thundered Timorese collective soul...
Ours is a path painfully travelled, yet when the awe fades away, hope may still has its turn to shed unto Timor Leste and its People the breeze of its learned lessons...with the helping hand of wondering Indonesians like yourself...

Just wish you all the best and that you may still share with us friendly words for times to come...

Anónimo disse...

Amo Bispo Belo volta a sua Terra mae, Timor-Leste, e ajude a cuidar do seu Povo, porque os seus colegas nao estao a dar conta do recado.Quando regressar a TL vamos organizar uma recepcao ainda maior do que aquela que teve lugar quando recebeu o Premio Nobel da Paz.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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