quinta-feira, outubro 05, 2006

CE eleva para Delegação a sua representação em Díli

Díli, 04 Out (Lusa) - A Comissão Europeia (CE) vai passar em 2007, depois das eleições em Timor-Leste, a estar representada em Díli ao nível de Delegação, disse hoje à Lusa fonte comunitária.

A decisão, comunicada pelo presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, aos comissários europeus Benita Ferrero-Waldner e Louis Michel, foi também hoje transmitida ao Presidente da República timorense, Xanana Gusmão, pelo representante especial do presidente da CE, Miguel Amado.

A futura Delegação da CE terá entre 12 a 15 elementos e terá como herança a aplicação do Programa Indicativo Nacional 2008/2013, no valor global de 63 milhões de euros, a executar em três grandes projectos.

Em declarações à Lusa, Miguel Amado precisou que os três projectos são o Desenvolvimento Rural, com um pacote financeiro de 40 milhões de euros, o Reforço na Área da Saúde (10 milhões de euros) e a Capacitação Institucional (13 milhões de euros).

Neste último grande projecto, a assistência e apoio da UE será levada a cabo nos sectores da Justiça, Administração Pública e Parlamento Nacional.

O Programa Indicativo deverá ser assinado entre as autoridades comunitárias e timorenses antes do final do ano.

A decisão de elevar a actual Representação da CE foi justificada por Durão Barroso com a necessidade dos 25 "terem de continuar empenhados na busca, a longo prazo, de uma solução sustentável da crise (político-militar timorense) e das suas raízes", de acordo com o documento enviado pelo Presidente da CE aos dois comissários europeus.

A urgência da decisão foi ainda fundamentada por Durão Barroso com a importância de que as próximas eleições, legislativas e presidenciais - ainda sem data marcada, mas a realizar previsivelmente no segundo semestre de 2007 -, decorram de forma "livre e justa".

EL.

Lusa/Fim
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5 comentários:

Anónimo disse...

Timor-Leste: CE eleva para Delegação a sua representação em Díli


Díli, 04 Out (Lusa) - A Comissão Europeia (CE) vai passar em 2007, depois das eleições em Timor-Leste, a estar representada em Díli ao nível de Delegação, disse hoje à Lusa fonte comunitária.

A decisão, comunicada pelo presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, aos comissários europeus Benita Ferrero-Waldner e Louis Michel, foi também hoje transmitida ao Presidente da República timorense, Xanana Gusmão, pelo representante especial do presidente da CE, Miguel Amado.

A futura Delegação da CE terá entre 12 a 15 elementos e terá como herança a aplicação do Programa Indicativo Nacional 2008/2013, no valor global de 63 milhões de euros, a executar em três grandes projectos.

Em declarações à Lusa, Miguel Amado precisou que os três projectos são o Desenvolvimento Rural, com um pacote financeiro de 40 milhões de euros, o Reforço na Área da Saúde (10 milhões de euros) e a Capacitação Institucional (13 milhões de euros).

Neste último grande projecto, a assistência e apoio da UE será levada a cabo nos sectores da Justiça, Administração Pública e Parlamento Nacional.

O Programa Indicativo deverá ser assinado entre as autoridades comunitárias e timorenses antes do final do ano.

A decisão de elevar a actual Representação da CE foi justificada por Durão Barroso com a necessidade dos 25 "terem de continuar empenhados na busca, a longo prazo, de uma solução sustentável da crise (político-militar timorense) e das suas raízes", de acordo com o documento enviado pelo Presidente da CE aos dois comissários europeus.

A urgência da decisão foi ainda fundamentada por Durão Barroso com a importância de que as próximas eleições, legislativas e presidenciais - ainda sem data marcada, mas a realizar previsivelmente no segundo semestre de 2007 -, decorram de forma "livre e justa".

EL.

Lusa/Fim

Anónimo disse...

“A urgência da decisão foi ainda fundamentada por Durão Barroso com a importância de que as próximas eleições, legislativas e presidenciais - ainda sem data marcada, mas a realizar previsivelmente no segundo semestre de 2007 -, decorram de forma "livre e justa", diz o texto da Lusa.

Mas é no primeiro semestre que se deviam realizar as eleições, aliás de acordo com a Constituição da RDTL. E vem agora o ex-maoista e actual Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso a opinar sobre a data das eleições Timorenses? Começam a cheirar a esturro estes atrasos todos – primeiro o relatório da Comissão Especial de Inquérito e agora “isto”.

Aliás é “comovente” este repentino desvelo do ex-maoista , nomeadamente sobre a “Capacitação Institucional” de TL. Aliás, também foi dele a ideia do tal Club de Madrid ir AGORA a TL, numa delegação dirigida por um antigo PM da Letónia, logo um país com mais ou menos o número de habitantes de TL mas que, para vergonha da União Europeia, é um país onde uma minoria de mais de 40% dos seus cidadãos usam os passaportes violetas de “não cidadãos”, tem os seus direitos políticos e civis limitados, não podem aceder a certas profissões, são discriminados nos negócios e em geral são tratados como pessoas de segunda classe. A esse grupo – que lembro é de mais de 40% da população -, foi-lhes negado o direito à língua nacional, tradições e cultura, direito esse que qualquer país civilizado reconhece às minorias étnicas.

E lembro que em contrapartida o antigo PR de Cabo Verde Mascarenhas Monteiro – de um país mundialmente reconhecido pela tolerância, sentido democrático, justiça social e muito respeito pelas tradições, hábitos e culturas dos habitantes das diferentes ilhas – foi humilhado, alegadamente por não falar adequadamente o inglês, mas que também é membro do Club de Madrid!

Parece que o actual Presidente da Comissão Europeia está mais interessado em exportar para TL o modelo da intolerância à moda da Letónia do que o humanismo Cabo-Verdiano. Os Timorenses que se ponham a pau. Há certas "ajudas" que saem muito caras.

Anónimo disse...

"40% dos seus cidadãos usam os passaportes violetas de “não cidadãos”, tem os seus direitos políticos e civis limitados, não podem aceder a certas profissões, são discriminados nos negócios e em geral são tratados como pessoas de segunda classe. A esse grupo – que lembro é de mais de 40% da população -, foi-lhes negado o direito à língua nacional, tradições e cultura"

Devo dizer que a população da Letónia é, na realidade, cerca de 2 vezes e meia a de Timor-Leste.

Esses 39% de cidadãos (34% russos e 5% bielorussos) que se queixam de discriminação são os mesmos que até 1991 discriminavam os restantes 60% e lhes negavam o direito a expressarem-se na língua da Letónia - o Letão.

O Governo da Letónia leva muito a sério os direitos das minorias e a prová-lo estão a ratificação e a aplicação da Convenção do Conselho da Europa para a Protecção das Minorias Nacionais.
(http://www.am.gov.lv/en/news/press-releases/2006/october/03-3/)

Mas recentremos a conversa em Timor: acho importante que este país não esteja esquecido nos gabinetes de Bruxelas e as ajudas financeiras citadas na notícia falam por si (63 milhões de euros). A abertura da delegação da UE em Dili permitirá um acompanhamento mais próximo e um contacto mais estreito entre as autoridades timorenses e as instâncias europeias.

Anónimo disse...

H.Correia: Revisões da história, como sabe, é o pão-nosso de cada dia. Trago-lhe este naco sobre a História da Letónia:
“Vikings, russos, suecos e alemães invadem a região entre os séculos IX e XII. O cristianismo é imposto à força pelos alemães às tribos locais, reduzidas à servidão.
O domínio alemão sobre a Confederação Livoniana (Estônia, Letônia e Lituânia) prolonga-se por três séculos, até que a extinção da Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, em 1561, leva ao seu desmembramento.
A Letônia cai, então, sob domínio polonês e depois sueco, antes de ser incorporada ao Império Russo no século XVIII.
O czar russo Alexandre I abole a servidão na Letônia em 1817, medida adotada na própria Rússia só 40 anos depois. Mas os aristocratas alemães, descendentes dos conquistadores do século XII, mantêm a propriedade da terra como seu privilégio exclusivo, o que alimenta o sentimento nacionalista letão.
Em 18/11/1918, aproveitando a derrocada do Império Russo durante a I Guerra Mundial e as dificuldades enfrentadas pelo novo regime soviético, o Conselho Nacional letão proclama em Riga a independência do país. Em 1934 instala-se o regime autoritário dirigido por Karlis Ulmanis.
Em 1940, nas manobras iniciais da II Guerra Mundial, a URSS invade a Letônia, como conseqüência de um acordo entre os chanceleres Molotov e Ribbentropp, referente à partilha de vastas regiões do Leste Europeu entre a URSS e a Alemanha nazista.
No decorrer da guerra, o país é ocupado pela Alemanha nazista, de 1941 a 1944. Em 1945, com a derrota alemã, a Letônia volta a fazer parte da URSS.
A integração da Letônia ao comunismo soviético, com a coletivização da agricultura e a estatização das empresas, é conseguida à custa de pesada repressão.
Centenas de milhares de camponeses são removidos de suas terras, presos, deportados ou executados. O governo soviético instala grande número de imigrantes russos no país.
Independência
Em 1987, durante o governo reformista de Mikhail Gorbatchov, surgem em Riga as primeiras manifestações de massa contra o domínio soviético. A Frente Popular, criada no ano seguinte a partir da união de diferentes grupos políticos, conquista, em 1989, ampla vitória nas eleições legislativas, com sua proposta de transição para a independência.
Esta é proclamada no dia 21/08/1991. Ressentimentos étnicos exprimem-se na Lei da Cidadania, aprovada em Outubro. Ela só concede cidadania a quem comprovar 16 anos de residência no país, o que exclui grande parcela dos moradores de origem russa.
Em setembro de 1994, os últimos soldados russos retiram-se do país...
http://www.sergiosakall.com.br/europeu/letonia.html

Isto é a tal lei da cidadania de 1991 MANTÉM-SE, não foi revogada. E o facto da Letónia ter ratificado a Convenção do Conselho da Europa para a Protecção das Minorias Nacionais, isso em NADA alterou a vida das suas minorias que correspondem a 48% do seu tecido social. E por isso mesmo, hoje, mais de 40% dos seus cidadãos usam os passaportes violetas de “não cidadãos”, têm os seus direitos políticos e civis limitados, não podem aceder a certas profissões, são discriminados nos negócios e em geral são tratados como pessoas de segunda classe.

E é um ex-PM desse país que alimentou – e alimenta - essa intolerância a quem o ex-maoista Durão Barroso e actual Presidente da Comissão Europeia encarregou de vir pregar “reconciliação” a Timor, não se tendo ouvido nem uma palavra sobre a humilhação a Mascarenhas Monteiro, membro efectivo do Clube de Madrid, como sabe.

A questão de Timor-Leste é o respeito pela vontade popular. Antes, em 2001 o povo elegeu para a Assembleia Constituinte, com 58,73% a Fretilin. A Constituição da RDTL diz no seu Artigo 3.º(Cidadania)
1.Na República Democrática de Timor-Leste existe cidadania originária e cidadania adquirida.
2.São cidadãos originários de Timor-Leste, desde que tenham nascido em território nacional:
a)Os filhos de pai ou mãe nascidos em Timor-Leste;
b)Os filhos de pais incógnitos, apátridas ou de nacionalidade desconhecida;
c)Os filhos de pai ou mãe estrangeiros que, sendo maiores de dezassete anos, declarem, por si, querer ser timorenses.
3.São cidadãos originários de Timor-Leste, ainda que nascidos em território estrangeiro, os filhos de pai ou mãe timorenses.
4. A aquisição, perda e reaquisição de cidadania, bem como o seu registo e prova, são regulados por lei.

Isto é sobre o direito à cidadania é Timor-Leste quem tem de dar lições de tolerância aos senhores da Europa, particularmente aos da Letónia.

E voltando às questões de Timor-Leste, o que acho importante é que sejam os Timorenses a determinar o seu presente e futuro e no que respeita às relações internacionais a manterem o que constitucionalmente está determinado: Artigo 8.º
(Relações internacionais)
1.A República Democrática de Timor-Leste rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do direito dos povos à autodeterminação e independência, da soberania permanente dos povos sobre as suas riquezas e recursos naturais, da protecção dos direitos humanos, do respeito mútuo pela soberania, integridade territorial e igualdade entre Estados e da não ingerência nos assuntos internos dos Estados.
2.A República Democrática de Timor-Leste estabelece relações de amizade e cooperação com todos os outros povos, preconizando a solução pacífica dos conflitos, o desarmamento geral, simultâneo e controlado, o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva e a criação de uma nova ordem económica internacional, capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
3.A República Democrática de Timor-Leste mantém laços privilegiados com os países de língua oficial portuguesa.
4.A República Democrática de Timor-Leste mantém laços especiais de amizade e cooperação com os países vizinhos e os da região.

Anónimo disse...

Obrigado Correia, obrigado Margarida!
Aqui aprende-se e ensina-se. É a permuta sã que a comunicação nos propicia.
Por vezes aparecem amigos um pouco "acelerados" e coartam os propositos mais exigentes do Timor Online, mas até esses nos ensinam e acabam por "beber" um pouco nesta "fonte".
Sobre a Letónia fiquei a querer saber mais...
Lá vou eu pesquisar.
Cumprimentos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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