terça-feira, setembro 26, 2006

Notícias

Mascarenhas Monteiro recusa cargo devido "reservas de potências"

Cidade da Praia, 25 Set (Lusa) - O ex-presidente cabo-verdiano António Mascarenhas Monteiro anunciou hoje que recusou o convite de Kofi Annan para representar o secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste devido a reservas de "partes externas a Timor" em relação ao seu nome.

"Tomei a decisão de desistir [do cargo] por uma questão de honra e dign idade, de auto-respeito e por respeito ao povo cabo-verdiano que me elegeu duas vezes" para Presidente da República, afirmou Mascarenhas Monteiro em conferência de imprensa na Cidade da Praia.

Mascarenhas Monteiro não quis revelar quais as partes que mostraram reservas em relação à sua nomeação para o cargo de representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, mas afirmou tratar-se de "partes externas a Timor" e referiu "potências fortemente envolvidas que têm forças no terreno".

Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia são os países que mantêm forças policiais e militares em Timor-Leste.

"As funções de representante do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste são amplas e têm de ser exercidas com boa vontade de todas as partes envolvidas. As partes que têm forças no terreno são indispensáveis e havendo res ervas pode não haver colaboração", disse Mascarenhas Monteiro, frisando que a sua desistência do cargo
para que foi convidado por Kofi Annan poderá evitar "problemas mais tarde".

"É melhor desistir agora do que criar problemas mais tarde, sobretudo a tendendo à complexidade da situação timorenses", afirmou.

Perante a insistência dos jornalistas para que identificasse o país ou países com "forças no terreno" que manifestaram reservas à sua nomeação, Mascarenhas Monteiro recusou-se a identificá-los insistindo tratar-se de "potências fortemente envolvidas na questão de Timor-Leste".

Mascarenhas Monteiro explicou que já comunicou esta decisão ao secretário-geral adjunto da ONU para as Operações de Manutenção da Paz, Jean-Marie Guéhenno, num contacto telefónico na sexta-feira passada, que lhe pediu um compasso de espera para resolução de alguns problemas.

"Na altura, disse ao secretário-geral adjunto que eu já sabia que havia reservas quanto ao meu nome de algumas partes envolvidas em Timor e que já não estava interessado no exercício das funções", referiu.

Mascarenhas Monteiro disse que Jean-Marie Guéhenno lhe assegurou que estas reservas eram ultrapassáveis e que tanto ele como Kofi Anan acreditam que é a pessoa indicada para o cargo.

António Mascarenhas Monteiro disse ainda aos jornalistas que Jean-Marie Guéhenno tentou demovê-lo desta decisão, assim como o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, que o visitou hoje manhã, mas frisou que a sua decisão é irreversível.



Presidência República recusa comentar decisão Mascarenhas Monteiro

Díli, 25 Set (Lusa) - A Presidência da República timorense recusou hoje comentar a decisão do ex-presidente cabo-verdiano António Mascarenhas Monteiro de recusar o convite de Kofi Annan para o cargo de representante especial do sec retário-geral da ONU em Timor-Leste.

"Não fazemos comentários ao anúncio [do ex-presidente de Cabo Verde]. O convite é uma prerrogativa do secretário-geral da ONU", disse o porta-voz de Xa nana Gusmão à Lusa, escusando-se também a comentar as razões avançadas por Mascarenhas Monteiro para recusar o convite.

António Mascarenhas Monteiro anunciou hoje em conferência de imprensa n a Cidade da Praia que recusou o convite de Kofi Annan devido a reservas de "part es externas a Timor" em relação ao seu nome.

"Tomei a decisão de desistir [do cargo] por uma questão de honra e dign idade, de auto-respeito e por respeito ao povo cabo-verdiano que me elegeu duas vezes" para Presidente da República, afirmou Mascarenhas Monteiro.

Mascarenhas Monteiro não quis revelar quais as partes que mostraram res ervas em relação à nomeação para o cargo de representante especial do secretário -geral da ONU em Timor-Leste, mas afirmou tratar-se de "partes externas a Timor" e referiu "potências fortemente envolvidas que têm forças no terreno".

A Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal manem presentemente mais de 2.500 efectivos em Timor-Leste, na sequência do pedido das autoridades timor enses para o envio de militares e polícias para repor a ordem pública, na sequência da crise político-militar desencadeada em Abril passado.

O contingente australiano, com cerca de 2 mil militares, é o mais numer oso das forças
internacionais estacionadas em Timor-Leste.

A Malásia mantém 250 polícias, e Portugal tem 127 efectivos da GNR.

A Nova Zelândia, com apenas 25 polícias e 200 militares, completam o co ntingente internacional.

Não foi possível recolher um comentário do primeiro-ministro José Ramos -Horta à recusa de Mascarenhas Monteiro.

A 20 de Setembro, Ramos-Horta afirmara que, a confirmar-se, a nomeação de Mascarenhas Monteiro para substituir o japonês Sukehiro Hasegawa constituiria uma "honra para os timorenses".

EL/CLI-Lusa/Fim



Recusa Mascarenhas Monteiro não atrasa chegada mais polícias - ONU

Díli, 25 Set (Lusa) - A recusa de Mascarenhas Monteiro em aceitar o convite de Kofi Annan para seu representante em Timor-Leste "não vai atrasar a chegada de mais polícias ao serviço da ONU", disse hoje à Lusa o comissário Antero Lopes.

"Tudo o que se faz na área da segurança tem que ser acompanhado a nível político, mas não creio que [a decisão do ex-presidente cabo-verdiano] vá atrasar o processo", salientou Antero Lopes, que comanda a UNPOL (Polícia das Nações Unidas).

Escusando-se a comentar a decisão de António Mascarenhas Monteiro, divulgada hoje em conferência de imprensa na Cidade da Praia, o comissário português reconheceu, contudo, "ser importante nesta fase, em que ainda há fragilidades na área da segurança, haver uma liderança forte".

"É importante haver uma liderança forte", enfatizou Antero Lopes.

Presentemente, encontra-se no país cerca de um terço do total de 1.608 efectivos policiais previstos pela resolução 1704, de 25 de Agosto, para a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).

O anúncio de Mascarenhas Monteiro ocorreu sensivelmente ao mesmo tempo que em Díli foi entregue às autoridades o relatório final sobre a contagem das armas que estavam distribuídas à Polícia Nacional de Timor-Leste.

A Lusa apurou que foi referenciada a falta de 241 armas - 208 pistolas de vários calibres e 33 armas automáticas -, bem como número indeterminado de munições.

Questionado pela Lusa sobre o assunto, Antero Lopes não confirmou aquele número, mas manifestou-se "preocupado" com o desconhecimento do paradeiro daquele arsenal.

"Preocupa-me o facto de haver armas que pertencem às instituições de segurança de que se desconhece o paradeiro. Vamos continuar a trabalhar com a população para garantir a segurança de todos. E quem tiver essas armas, deve entregá -las às forças internacionais, para segurança da população", frisou.

EL-Lusa/Fim



Duas notícias tiradas de dois jornais on-line de Cabo Verde:

POR HAVER RESERVAS À SUA NOMEAÇÃO EX- PR NEGA MISSÃO A TIMOR LESTE MASCARENHAS MONTEIRO JÁ NÃO VAI A TIMOR-LESTE

O antigo Presidente da República de Cabo Verde, António Mascarenhas Monteiro, acaba de declinar o “honroso” convite de Kofi Annan, para ser seu Representante Especial, em Timor-Leste. Esta decisão, explica Mascarenhas Monteiro é tomada depois do surgimento de algumas reservas à sua nomeação. “Surgiram reservas ao meu nome. Sei que algumas das partes envolvidas e interessadas no processo em curso, em Timor não estão muito contentes com a designação do Secretário-geral”, disse Mascarenhas Monteiro ao Secretário-geral Adjunto das Nações Unidas, quando este o telefonou, sexta-feira, a pedir-lhe alguns dias para ultrapassar pequenas reservas à sua nomeação, isto depois de um encontro mantido semana passada em Nova Iorque, em que se debruçou sobre os aspectos da sua missão, naquela mais nova Nação do Mundo.

O ex- PR diz que não vai recuar na sua decisão porque acredita que as funções do Representante Especial do Secretário-geral da ONU, “são muito amplas” e “só podem ser exercidas quando haja boa vontade de todos os interlocutores”. Não havendo um clima de confiança “não vou entrar nessa”, afirmou.

As movimentações à esta decisão do ex-PR já se começaram a surgir. Hoje de manhã, disse Mascarenhas Monteiro, “fui surpreendido por uma visita inesperada” do Primeiro-Ministro “que veio ao meu gabinete dizer-me que tinha recebido uma série de telefonemas de personalidades timorenses que tiveram conhecimento da eventualidade da minha desistência e pediram-no, insistentemente, que entrasse em contacto comigo para me demover”. “A minha missão a Timor é um assunto encerrado”, assegurou Monteiro que diz tomar esta decisão e mantê-la por uma questão de orgulho e de respeito pelo povo cabo-verdiano que “me elegeu duas vezes”. “Devo dizer ao povo cabo-verdiano que entrei nesse processo pela porta grande e que estou a sair do mesmo pela porta grande, ou senão, por uma porta muito maior”.

http://www.expressodasilhas.cv/c_base.php?gc=Ver%20notícia&id=1782

Timor-Leste: Mascarenhas Monteiro rejeita convite de Kofi Annan
Segunda, 25 Setembro, 2006 - 12:39

Cidade da Praia, 25 Set (Inforpress) - O antigo Presidente da República, António Mascarenhas Monteiro, declinou o convite para Representante Especial e de Chefe de Missão das Nações Unidos em Timor-leste.

António Mascarenhas Monteiro, que reagia à sua nomeação, pela primeira vez à imprensa, fez saber que a sua decisão tem como base a existência de reservas de uma parte externa àquele país, fortemente envolvida no processo de pacificação de Timor-Leste, escusando-se, contudo, dizer de que país se trata.

Mascarenhas Monteiro explicou que a sua decisão poderá ser uma perda para as Nações Unidas e para Timor-leste, conforme lhe terá informado responsáveis das Nações Unidas, mas disse entender que num processo de pacificação de um país não pode haver reservas, por ínfima que for, na medida em que o exercício das suas funções estaria fortemente condicionado no terreno.
Sabe-se que o secretário-geral das Nações Unidas terá tentado remover Mascarenhas Monteiro da sua decisão de recusar o cargo sem sucesso. O mesmo terá acontecido com o primeiro-ministro, José Maria Neves.

Questionado se será a Austrália, o país que apresentou as reservas quanto à sua nomeação, Mascarenhas Monteiro, escusou-se a comentar e sugeriu aos jornalistas que investigassem à questão, pois, segundo ele, não seria ético e nem de bom tom dizer qual é a parte envolvida que não queria a sua nomeação.

O antigo Presidente da República de Cabo Verde disse, no entanto, que nem ele próprio sabe quais as reservas apresentadas e nem lhe interessa saber. Mais vale não aceitar agora do que criar problemas mais tarde a Kofi Annan, salientou.

Mascarenhas Monteiro manifestou, ainda, o seu apreço pelo apoio e carinho recebidos da parte da população cabo-verdiana e esclareceu que entrou no processo pela porta grande e saiu por uma porta ainda maior.

António Mascarenhas Monteiro, 62 anos, foi Presidente da República de Cabo Verde durante 10 anos de 1991 a 2001 e é o primeiro Chefe de Estado eleito democraticamente no arquipélago.

JAR
Inforpress/Fim

http://www.inforpress.cv/

3 comentários:

Anónimo disse...

Nao e segredo para o povo de TL com o comentario do PR Xanana sobre a nomeacao do Ex PR de Caboverde porque se aceitar com a nomeacao do Kofi Anan Xanana e seus colegas como RUI Lopes e Nemencio de Carvalho ex lideres das milicias nao vao fazer muitas coisas com os planos tracados deles para derrubar a nacao de TL como Nemencio de Cavalho na sua entrevista com SBS

Anónimo disse...

Xanana eh Xanana. Rui Lopes eh Rui Lopes. Nao os mesturem com Nemesio de Carvalho. Xanana deve estar acima de Rui Lopes e este acima de Nemesio de Carvalho. Misturar tudo, fica-se em saber onde esta o alho e onde esta o bogalho. Esta certo, amigos?.

Anónimo disse...

LAGRIMAS SECAS DE UM IRMAO

QUANDO OS IRMAOS TIMORENSES
DE TI MAIS PRECISAVAM MONTEIRO
DESTE A DESCULPA INACEITAVEL
O INVERSO DE UM NOTAVEL CAVALHEIRO

EU QUE SOU SO POETA E SONHADOR
QUANDO SOUBE DA NOTICIA IMPORTANTE
QUE O KOFI ANAN TE INDIGITOU
PARA TIMOR SERES SEU REPRESENTANTE

FIQUEI TAO SATISFEITO E ALEGRE
QUE FINALMENTE UM IRMAO NOSSO
IA AJUDAR NA PAZ E DESENVOLVIMENTO
QUE ALEGRIA QUANTIFICAR NAO POSSO

NESTA HORA DE GRANDE DESESPERO
UM IRMAO TAO CULTO E CONHECEDOR
RESOLVE VIRAR AS SUAS COSTAS
A UM POVO LUSOFONO TAO CARECEDOR

COMO PROVA ESTA SUA ATITUDE
QUE EU CONSIDERO DE "TRAIDOR"
APELO QUE VOLTE ATRAS MONTEIRO
POIS TENHO ESPIRITO PERDOADOR

UM ABRACO

MAU DICK

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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