Segunda volta das presidenciais em Timor-Leste decorreu sem incidentes
09.05.2007 - 08h23 Lusa, PÚBLICO
A segunda volta das presidenciais em Timor-Leste decorreu sem incidentes. As urnas fecharam às 16h00 locais (08h00 em Lisboa). Falta agora saber se o substituto de Xanana Gusmão será o primeiro-ministro e candidato independente José Ramos-Horta ou Francisco "Lu Olo" Guterres, apoiado pela Fretilin e presidente do Parlamento.
Estavam mobilizados para esta votação mais de 4000 polícias (tanto nacionais como enviados pelas Nações Unidas) e um milhar de soldados, mas acabou por não se verificar nenhum problema durante a jornada eleitoral.
O Presidente cessante de Timor-Leste, Xanana Gusmão, tinha pedido ontem à noite calma e unidade, horas antes de abrirem as urnas para a segunda volta da escolha do seu sucessor, entre o primeiro-ministro do qual é amigo, José Ramos-Horta, e um presidente do Parlamento que detesta, Francisco Guterres, “Lu-Olo”. “Desejamos que se instale um sentimento de que não haverá mais violência. Que reinem a tolerância, a paz e a estabilidade”, afirmou o chefe do mais jovem e pobre dos estados asiáticos.
Na primeira volta das presidenciais, com um total de oito candidatos, votaram 427.198 pessoas, 81,69 por cento do total dos eleitores. Segundo os resultados oficiais, "Lu Olo" foi o mais votado, ao recolher 112.666 votos (27,89 por cento), contra Ramos-Horta, escolhido por 88.102 eleitores (21,81 por cento).
O chefe dos representantes das Nações Unidas que estão a acompanhar a segunda volta das presidenciais, Steven Wagenseil, considerou ontem, segundo a Reuters, que alguns resultados preliminares desta nova ida às urnas deverão ser conhecidos na sexta-feira à noite, 48 horas depois do fecho das assembleias de voto. E a diplomata timorense Pascoela Barreto, consultada pelo PÚBLICO, em Lisboa, onde há pouco cessou funções de embaixadora, manifestou a opinião de que, sendo agora só duas as listas, não deverá ter de se esperar tantos dias como da primeira volta para se concluir o escrutínio.
quarta-feira, maio 09, 2007
Urnas fecharam às 08h00 de Lisboa
Por Malai Azul 2 à(s) 11:26
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Análise de Adelino Gomes
O desafio da paz em Timor-Leste
09.05.2007 - 09h19 Adelino Gomes PÚBLICO
A fraca votação obtida por Lu-Olo e Ramos-Horta na 1.ª volta das presidenciais timorenses constitui uma penalização a duas figuras que os eleitores conhecem há longos anos. Mas representa, também, sinal de uma acentuada perda de influência eleitoral do partido de que Lu-Olo é presidente, a Fretilin.
Embora Lu-Olo lembre, nestas páginas, que uma coisa é ouvir os líderes, em Díli, outra ver o povo que vota, na montanha, o apoio de cinco dos seis candidatos que ficaram pelo caminho abre, à partida, perspectivas francas de vitória a Horta.
Será difícil não ler, numa eventual derrota de Lu-Olo - que está a ser prevista pela generalidade dos observadores, mas a que só o voto dos timorenses dará ou não substância -, a antevisão do que serão os resultados eleitorais nas legislativas de 30 de Junho.
O apoio activo de Xanana a Horta e de Alkatiri a Lu-Olo tornam a eleição de hoje numa verdadeira primeira volta da disputa entre a Fretilin e o CNRT. Ao votarem num ou noutro, será a Xanana e a Alkatiri que os eleitores estarão a dar, de algum modo, um sim antecipado. Até porque, no quadro constitucional, é o Governo quem determina, mais do que o Presidente, os caminhos que o Estado segue nas áreas política, económica, social e cultural.
A Presidência, apesar de tudo, ocupa um lugar simbólico de enorme importância no país. Até pela marca que nele deixa a figura ímpar de Xanana. Num país dilacerado por divisões ancestrais a que a crise de há um ano deu perigosas conotações político-partidárias, o grande desafio para o vencedor consistirá, assim, em transformar em duradouro o clima de paz vivido nas últimas semanas.
Qualquer dos cenários em jogo - e eles são numerosos e cruzados: Horta e CNRT (ou uma coligação deste); Horta e Fretilin; Lu-Olo e Fretilin; Lu-Olo e CNRT - exigir-lhe-á ainda especial capacidade para gerar consensos, numa sociedade que apenas começou a aprendizagem da democracia.
Horta e Lu-Olo comprometem-se, nestas páginas, a trabalhar com qualquer Parlamento e Governo eleitos. São boas notícias. Mostram que ambos têm consciência de que a paz nas ruas só será ganha se a elite política garantir, primeiro, a paz nas instituições.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1293411
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